A demissão de Eduardo Baptista já era uma morte anunciada desde a sua contratação para substituir o treinador Cuca, que deixou a equipe com o título de campeão brasileiro.
Na realidade tudo na vida tem seus limites, e nesse caso Baptista errou ao querer dar um passo maior do que as suas pernas. Por conta disso a queda tornou-se iminente.
Muitas vezes um alto salário, um clube campeão, com um patrocínio acima dos seus competidores, são fatos que induzem decisões como essa, que o levaram assumir uma agremiação das mais problemáticas do Brasil, com mais alas do que as Escolas de Samba, e fofoqueiros de plantão por 24 horas.
As mídias tornaram o time do Palmeiras como o ¨maior do mundo¨, quando a realidade era bem outra. As cobranças tornaram-se maiores.
Eduardo Baptista nunca foi bem olhado pelos torcedores do clube, desde que faltava-lhe a liderança e o carisma para enfrentar um vestiário pesado com atletas difíceis, que são maiores do que a própria entidade.
Dirigir Sport e Ponte Preta é uma coisa, mas dirigir Fluminense e Palmeiras é outra coisa bem diferente, principalmente esse último que tinha um projeto de ganhar todos os títulos da temporada.
O perfil de Eduardo Baptista não se enquadrava com as necessidades do alviverde, e qualquer leigo no futebol saberia que tratava-se de algo que seria rompido em pouco tempo, e bastou uma derrota na Bolívia pela Copa Libertadores, para que isso acontecesse.
O técnico é promissor, mas deveria ter utilizado um caminho mais longo para chegar a um clube do porte do alviverde paulista.
Não existe algo mais complicado do que um vestiário de um clube que tem jogadores com altos salários, diversas ¨estrelas¨propagadas por um jornalismo apaixonado.
Conversando com alguns amigos sobre o tema desse artigo, eles levantaram a tese de que Zé Ricardo técnico do Flamengo e Fabio Carille do Corinthians estão dando certo no comando dos seus clubes, e isso poderia ter acontecido com Eduardo Baptista.
Na verdade uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O técnico do rubro-negro carioca já está no seu comando por um período de quase um ano, e dirigiu as categorias de base por mais de uma década, além de ser assistente de vários treinadores importantes.
No caso de Carille, esse tem mais de 20 anos de alvinegro, foi assistente técnico de Tite e de outros bons treinadores, ou seja, ambos tem perfis de conhecimento dos seus clubes no dia a dia.
No caso do corintiano, esse sabia tão bem das coisas do seu vestiário, que fez uma limpeza, e colocou jogadores da base nos seus lugares, além da recuperação de Jô.
Ferran Soriano, que foi dirigente do Barcelona, e hoje é o executivo do Manchester City, na Inglaterra, nos deu um exemplo de formação de uma equipe, e que o líder tem que se adaptar aos jogadores e demais componentes dessa, antes de pretender que todos eles se adaptem as suas ideias e seu modo de ser.
Isso na realidade aconteceu no Palmeiras, quando o técnico não conseguiu se adaptar aos jogadores, e tentou imprimir seus conceitos, no que não foi entendido.
O caso de Roger Guedes foi emblemático.
O ex-treinador do clube, Cuca, deixou a sua sombra pairando no Parque Antarctica, e logo após a demissão de Baptista, foi o nome mais citado nas redes sociais por todos os segmentos do clube.
O interessante é que esse chegou ao final do Brasileirão de 2016, apresentando um desgaste no relacionamento com alguns jogadores que ainda estão no clube. Estranho.
Que isso sirva de aprendizado para o técnico demitido, que tem futuro, é um estudioso do futebol, que deveria estabelecer uma escala de prioridade na sua carreira.
O Palmeiras foi uma derrapagem numa curva.
Comentários
0#2RE: UM PASSO MAIOR DO QUE A PERNA —
ANTONIO CORREIA06-05-2017 14:37
JJ: O AMIGO COMO SEMPRE FEZ UMA ANÁLISE CORRETA SOBRE A SAIDA DE EDUARDO BAPTISTA. CONCORDO QUE ESSE TENTOU DAR UM PASSO ALÉM DE SUAS PERNAS, E EM ESPECIAL EM UM CLUBE QUE TEM MUITOS DONOS. PARABÉNS
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