O modelo do futebol brasileiro é ditatorial, com as suas resoluções sendo tomadas de forma unilateral, sem uma consulta aos segmentos interessados. O maior exemplo é o Calendário do Senhor Flores, que tem um nome bem latino-americano.
O escritor Gabriel Garcia Marquez, em sua volumosa obra traçou o perfíl de nosso Continente, que serviu para nos ajudar a entender o que acontece hoje.
O culto à personalidade sempre fez parte dos seus governantes. Um general mexicano, que era o chefe do país, Antônio López de Santana, promoveu um enterro magnífico para sepultar a perna direita que perdeu em uma guerra.
Um outro general, Garcia Moreno, governou o Equador por dezesseis anos como monarca absoluto, e seu cadáver foi velado com o uniforme de gala e sua couraça de condecorações, sentado na poltrona do gabinete presidencial.
Esse espírito da América Latina está bem perto de nós, com o getulismo, a ditadura militar pós 1964, de um Brasil do Ame-o ou Deixe-o, quando até um presidente general demitiu um técnico da seleção, e convocou jogadores.
No Continente tivemos o peronismo na Argentina, nesse mesmo país uma ditadura militar, com extensão para o Uruguai, Bolívia, Peru e a do Chile, que foi uma das mais duras e sangrentas. Uma geração foi forjada no sentimento do personalismo e das forças das armas. O Bolivarismo atual é o maior exemplo de uma continuidade, e a Venezuela é o retrato.
Alguns dos atuais dirigentes do nosso futebol são os remanescentes da ditadura, não gostam do sistema democrático e atuam de forma ditatorial.
Quais as filiadas do Circo que conhecem os contratos firmados por seus cartolas? Quais os clubes filiados a diversas Federações já conseguiram ler os seus documentos contábeis e contratos? Qual o sócio de um clube tem conhecimento dos seus contratos, das negociações com jogadores?
São segredos de Justiça que ficam trancafiados nas mãos de poucos ungidos, numa ausência total de algo tão importante para todos os segmentos, que atende pelo nome de transparência.
Quando se esconde documentos, certamente esses devem embutir algo de errado, que deve ser o caso do Circo quando da última CPI que recorreu ao STF para não exibir os seus contratos, assim como os valores encaminhados as Federações estaduais.
Se esses papéis tivessem chegado às mãos de alguns senadores, certamente seria descoberto o esquema de Ricardo Teixeira e da própria entidade que veio à tona por conta da Justiça Espanhola.
Tudo isso que está sendo apresentado consta dos referidos contratos, como os assinados com a ISE, ou então o da Kentaro, cuja solicitação ficou nas gavetas do Senador Lava-Jato, Romero Jucá, por mando dos cartolas do Circo.
Numa entidade séria tudo isso seria publicado em seu site, mas como vivemos em uma ditadura esportiva isso fica guardado a sete chaves.
O Brasil ainda vive com ditadores e adoradores de um culto à personalidade, e o futebol é o seu maior exemplo.
Comentários
0#2RE: O CULTO À PERSONALIDADE —
ANTONIO CORREIA28-05-2017 16:58
JJ: Concordo com o amigo. Esse artigo tem a cara do Brasil, em particular o seu futebol. O mais estranho que a Lava Jato explodiu a corrupção no país, mas no futebol o sistema podre continua sem que nada aconteça.
0#1República da Cloaca dos Pigs —
Beto Castro28-05-2017 10:31
Três anos após o golpe sírio-libanês (e não adianta tentar esconder, pois o editor do golpe contou em carta de próprio punho que tenho em mãos), o futebol brasileiro avançava em parafuso. Um dos dois conspiradores chefes havia assumido a vice-presidência do covil com o genro da Avalanche tenebrosa na presidência (1989). Ciente do vendaval e da hecatombe que se aproximava, denunciei as falcatruas do Camelódromo Monopolista e seus comparsas para açambarcar 95% dos recursos circulantes do setor (Setembro-1990). Diante da minha pequenez na sociedade, a comunidade torceu o nariz, mas alguns acreditaram nas minhas propostas revolucionárias para combater o banditismo. 30 anos depois, as desgraças de mais de 100 clubes médios na bancarrota, falidos e extintos apontam que eu estava certo. Quase toda a gangue essencial caiu em desgraça no Brasil, nas três Américas e em alguns estados. Dizem que os ladrões e corruptos brasileiros entre os políticos e empresários continuam a delinquir, mesmo após a farsa-tarefa da lavagem de automóveis nos pinheirais. Entre eles, o golpista Escariotes da Sangria e o Mineirinho do Helicóptero e das malas repletas de notas identificadas. Zé da Mortadela fala de 1828 políticos comprados pelo curral da carne fraca, entre todos os níveis da República. Pensam que refletiram? Somente nesta madrugada assisti vários programas de TV de conspiração explícita para a volta da escravidão, o fim da aposentadoria dos brasileiros e a lavagem cerebral das elites carcomidas. Projetos de Nação e Esportes nem pensar. Os gangster econômicos, um agiota profissional e um presidente dos bois, frangos e porcos para o abate controlam a pocilga com mão de ferro, sob a batuta dos magnatas ladrões. Nem uma luz no fim de túnel. Só ameaças, chantagens e proxenetas do capital especulativo, principalmente internacional. A ordem é vender tudo que possa render alguma comissão aos traidores da Pátria, do território às funerárias, passando pelo água nossa de cada dia. Nossa perspectiva é o caos Venezuelano ou uma Guerra Civil semelhante a do país de origem das bestas da Apocalipse. Vergonhoso e lamentável direcionar o país para caos e a corrupção institucionalizada em todos os poderes e níveis da República da Cloaca dos Pigs, como diz um famoso jornalista afiado. O povo não tem outra alternativa. A volta da escravidão ou a luta nas ruas, por enquanto. Colônia é Colônia, Escravo é Escravo, Ladrão é Ladrão.
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