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Escrito por José Joaquim

Os clubes brasileiros estão perdendo as identidades no tocante aos seus uniformes. As camisas estão ficando cada vez mais distantes da tradição clubistíca e tal fato é observado nos campos de jogos.

Você torce por seu time ou pelas camisas dos clubes?

Essa seria uma pergunta que deveria ser feita aos torcedores do futebol brasileiro, que a cada dia ficam mais confusos com o que vem assistindo vindo de um marketing estrambelhado que muda as cores que fazem parte da história dos uniformes, em especial aqueles que começam a procurar uma opção por um clube.

O time é passageiro. Hoje a média anual de um contrato com um atleta é de um ano, muito embora alguns sejam assinados com a duração de até cinco, mas são rasgados no meio do caminho.

A camisa é perene e reflete a identidade do clube de escolha de um jovem. Essa parte do uniforme de jogo é fundamental para a conservação do torcedor, por não torcer por pessoas, e sim pelo rubro-negro, tricolor, alvirrubro, alviverde, alvinegro e tantas outras cores. 

Qual o direito que um marqueteiro que não conhece as tradições de um clube, de repente munido de um diploma de uma escola tem de quebrar a identidade, a simbiose entre torcedor e entidade que é a sua camisa, para transforma-la em algo disforme, monstruoso, que nada tem a ver com sua história?

O Sport sempre foi rubro-negro, o torcedor é rubro-negro, e com um passe de mágica, de repente aparece um fabricante de material esportivo com a colaboração de um marketing desinteligente e resolve trocar as suas cores, para azul, amarelo, laranja, e o grotesco dourado, entre outras.

Isso também acontece com o Náutico, Santa Cruz e dezenas de clubes brasileiros.

As camisas desses times sempre tiveram demanda, e a  maior prova disso é que até hoje nos estádios encontramos torcedores usando uniformes da década de 90, e acharem que dando um novo colorido estarão incrementando as suas vendas, é algo que deveria ser discutido.

Certa vez ouvimos de Michael Richards, ator norte-americano da série Senfields, algo que sintetiza o que estamos analisando: ¨Ser leal a qualquer time esportivo é difícil de explicar. Os jogadores sempre estão mudando, o time pode mudar de cidade, e por isso você está torcendo na verdade para as roupas no fim das contas. Você está de pé, torcendo para que suas roupas vençam as roupas de outra cidade¨ Nada mais real.

Os torcedores adoram um jogador de seu time, mas quando ele vai para outro é recebido com vaias. Trata-se na realidade de um amor passageiro, o que não acontece com as camisas.

Mataram o futebol, e agora estão destruindo algo tão importante, as identidades dos clubes.

Comentários   

0 #3 RE: PERDENDO A IDENTIDADEBeto Castro 19-06-2017 13:50
A simbologia de um clube de futebol é um conjunto de sentimentos que permeiam os seus torcedores, tais como, tempo de fundação (história), títulos conquistados, patrimônio que os sócios frequentam, amor a cidade (naturalidade), vitórias frequentes, inclusão no estado e na Nação, etc. No caso da camisa, o fator é um dos mais importantes e a identidade maior juntamente com o escudo e o mascote. Tanto que existem o quadro principal e o secundário como marcas maiores, mas o que regozija mais os torcedores são as vitórias e conquistas disputadas nas partidas decisivas. O que vem matando o futebol brasileiro, no entanto, não está relacionado com as mudanças esdrúxulas de camisas estranhas, mas a camisa de força e o cobertor curto que deixa as grandes marcas em certames secundários de pouca importância (divisões inferiores). Clubes regionais gloriosos e de massa que representam os seus Estados e cidades não cabem na hegemonia forçada dos doze clubes monopolista e na preocupação dos assassinos midiáticos. Assisti Bahia e Palmeiras na fonte nova com 33 mil torcedores e a memória trouxe à mente o esquadrão de aço de 1959. Um clube como o Bahia não poderia ser nunca de série B, assim como, Náutico, Santa Cruz, Fortaleza, Ceará, Remo, Paysandu, Nacional-AM e até Figueirense, Joinville, ABC, Botafogo-PB, CRB e CSA. O sistema é mortífero e destruidor para esses clubes que são jogados no porão de escória das séries B, C e D sem participação nos recursos da instituição criminosa, excludente, mafiosa, quadrilheira e sem credibilidade. Vivemos numa República Federativa que foi reduzida à quatro cidades e seus doze clubes apaniguados e protegidos que açambarcam 95% de todos os recursos do setor de forma aparelhada numa representatividade continental de apenas 17%, enquanto as federações viraram escritório de representação das cinco quadrilhas. O futebol brasileiro trabalha para os doze clubes e para a maioria dos clubes da América Espanhola, também protegidos e promovidos em detrimento dos grandes clubes de massa da maioria absoluta dos Estados brasileiros. Os campeonatos são organizados para render pixulecos e comissões aos dirigentes maiores eternos no poder e lucros grandiosos aos marqueteiros, atravessadores de atletas e principalmente, à Rede de TV monopolista e causadora de todos os males ao futebol. Neste conjunto de erros grosseiros, equívocos e mistificações o setor caminha para os seus estertores e as camisas mortas de clubes sufocados são as mortalhas de seus funerais. O presidente da instituição acaba de ser acusado de receber propinas da Copa América, da Copa do Brasil e Copa Libertadores, o anterior em prisão domiciliar e principal pego num diálogo solicitando a outro meliante uma sugestão de lugar um seguro para se esconder da polícia após desviar milhões e milhões da entidade maior. Enquanto, os clubes e federações sucumbem na pobreza e na desmoralização e a imprensa cooptada acaricia toda a reca de bandidos.
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0 #2 RE: PERDENDO A IDENTIDADEguilardo 19-06-2017 12:58
PERDENDO A IDENTIDADE- Caro amigo o seu artigo foi providencial.Nós que crescemos assistindo partidas na Ilha do Retiro ou nos Aflitos, porque o Arruda ainda era incipiente "campo" de arrabalde, vibrávamos quando os nosso times saiam do túnel para adentrar ao gramado, saudados pelas suas torcidas. Eu ainda tinha dez ou doze anos, acompanhando o meu irmão torcedor do Náutico, íamos aos estádios sem restrições à torcida adversária. Havia um "cordão" imaginário que dividia os torcedores. Não tinha brigas nem dentro ou na saída. A civilidade ficou para trás. Mas amigo, o Sport e o Náutico ostentavam os seus padrões tradicionais, livres de patrocínios, o que realçava as cores dos clubes. O Santa, contrariamente aos seus có-irmãos, sequer estampava o escudo no padrão, não sei por qual motivo. Acho que pela própria confecção das camisas. Só na década de 60 é que começou a utilizá-lo. Pois bem, lembro-me perfeitamente do Santa Cruz entrar no gramado da Ilha com o seu uniforme tradicional, tricolor em cores horizontais, calção preto e meião preto. O Sport quando mandava seus jogos utilizava o seu rubro negro em listas também horizontais, grossas , com, o seu escudo, calção preto e meião preto. O Náutico, o seu alvirrubro em listas verticais, calções brancos e meiões brancos. O segundo uniforme do Santa era o imaculado branco com duas listas horizontais, idêntico ao utilizado agora. Belíssimo. O segundo do Sport, sempre mudou e nunca acompanhou uma estabilidade. O do Náutico era todo branco, camisa, calção e meião. Mas, vejam os colegas. De alguns anos para cá a coisa estrambelhou, como diz JJ. O Sport joga com todas as cores do espectro. Vermelho, azul, amarelo, dourado ( cor de merda) e mesmo preto. O seu tradicional de listas horizontais não obedece à mesma padronagem de antigamente. Morre no peito sem que as listas cheguem às costas. O Santa andou usando azul, e uma camisa branca, do início do ano, que mais parecia uniforme da comissão técnica. O tricolor do início do certame era a coisa mais feia do mundo. Uma camisa com listas horizontais de mais de palmo de largura, que mais parecia roupa de palhaço de circo. Não sei como a diretoria do clube autorizou uma desgraça daquela. O Náutico usou uma verde claro, sem que se saiba porquê. Passou a jogar com uma toda vermelha, que não é tradicional. Enfim, um festival de ridículo que afeta a mente do torcedor, que vai a campo ver o clube jogar. Se não soubesse dessas aberrações, não imaginaria que o seu time estava em campo. Coisa terrível, que só ganha espaço na cabeça de desajustados ou ignorantes. Felizmente o Santa Cruz, agora, lançou as suas duas originais camisas. Uma tricolor( terceiro padrão) com listas verticais, e a outra, a imaculada e linda camisa brança com duas listas horizontais, com o escudo acima da linha do peito. Se o time não é bom, pelo menos dá para ir ao estádio ver a camisa e lembrar dos idos gloriosos. Agora amigos, ainda que Sport eu não seja, mas aquela camisa "dourada" que ninguém sabe o que representa, é uma aberração e agressão às tradições leoninas, que saltam aos olhos até dos adversários. Coisa esdrúxula, ridícula e inexplicável. Com a palavra o querido J.J., pois como rubro negro que é, certamente saberá explicar melhor do que um tricolor metido.
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0 #1 RE: PERDENDO A IDENTIDADERUBRO-NEGRO 19-06-2017 11:04
JJ: O amigo tem razão. O torcedor não torce pelo jogador, e sim pela camisa do clube. Todo o ano pelo menos tem metade de um time novo, mas as camisas são as mesmas. Estão misturando as cores e cometendo um crime contra as tradições.
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