¨Arquivos Implacáveis¨ era o título da coluna do jornalista e escritor João Condé, publicada na revista ¨O Cruzeiro¨ há décadas atrás.
Nós temos um acervo de vários anos, com publicações, artigos, sobre vários fatos, que servem para analises e estudos comparativos com o atual momento em que vivemos.
Ontem por um acaso, encontramos algo de grande utilidade, a última entrevista de Mané Garrincha antes de sua morte, que foi dada ao jornalista argentino Carlos Bikic publicada na imprensa de Tóquio.
A importância desse material, além da participação de um dos gênios do futebol brasileiro, foi a de nos mostrar após 35 anos, histórias e frases de um personagem já que já estava marcado pela morte de forma irreversível, e que tinha a esperança de viver muito tempo, e de se tornar um técnico de um time de ponta.
Somos de uma geração feliz, que teve a alegria de assistir Garrincha atuando em nossos gramados, e no mundo pela verdadeira Seleção Brasileira. Um gênio simples e humilde que jogava por prazer.
Ao relermos essa entrevista, vimos o verdadeiro ¨Anjo das Pernas Tortas¨ tão reverenciado pelo torcedor brasileiro. Encontramos o homem ingênuo e muitas vezes explorado, sem ressentimentos, desde que a sua alma angelical não permitia tais fatos.
Apesar da grave doença (cirrose hepática), continuava bebendo. Falou sobre os filhos e casamentos diversos, e descobrimos algo que não sabíamos, que era a colaboração da CBF (hoje Circo), através de seu presidente Giulite Coutinho, que o apoiava pagando o aluguél de sua casa, além de conselhos que sempre lhe transmitia.
Segundo Garrincha, esse foi a pessoa que mais o ajudou, quando a doença chegou ao seu ponto mais alto.
Para nós que conhecemos bem o dirigente, nenhuma novidade, desde que esse faz parte dos homens honrados do futebol brasileiro, fato esse que está se extinguindo no mercado, quando alguns corruptos tomaram conta desse esporte.
Sobre Pelé, esse o considerou um bom jogador. Tinha sorte, fazia gol, mas tinha também gente boa ao seu lado.
Sobre treinar clubes pequenos, um não sincero como resposta, já que além de levar o nome e a experiência, ainda teria que comprar o material para os jogadores. Por conta disso, continuava trabalhando na LBA (Legião Brasileira de Assistência), com as crianças carentes, esperando um dia de ser convidado por uma grande equipe.
Sobre o futebol depois da época da entrevista (35 anos atrás), ele já mostrava-se desencantado e prevendo o que vem acontecendo nos dias atuais. Segundo Garrincha esse esporte mudou muito: ¨Hoje é força, não existe mais craque. É muito preparo físico. Antigamente era mais classe. Hoje não se pode deixar o jogador jogar. Hoje se você consegue dominar uma bola, já sabe que vai levar porrada¨.
Já estávamos na ocasião ingressando na era dos brucutus.
Realmente uma boa entrevista e que deve ser analisada e bem guardada pelos analistas do esporte, e que mostra abertamente o íntimo de um gênio que 18 meses após essa, a doença o levaria, e seu fim anunciado finalmente aconteceu.
Mané Garrincha faz parte do Olimpo onde estão os Deuses do Futebol.
JJ: SEUS ARQUIVOS E OS ARTIGOS QUE FORAM PUBLICADOS DARIAM PARA UM BOM LIVRO. NÃO ENTENDO A RAZÃO DE QUE O AMIGO NÃO PUBLICA UM. DARIA O QUE FALAR. QUANTO A GARRINCHA, COMO O VI JOGAR, LEMBRO-ME DE UM FATO EM 1958 NO AMISTOSO REALIZADO NA ITALIA CONTRA A INTER SE NÃO ME ENGANO, QUANDO ESSE DRIBLOU TODA A DEFESA ITALIANA INCLUSIVE O GOLEIRO, FICOU À FRENTE DA BARRA SÓZINHO E VOLTOU.FOI BARRADO NO PRIMEIRO JOGO DA SELEÇÁO NA COPA DO MUNDO. HOJE SE JOGASSE NO BRASIL TERIA O CORPO TODO QUEBRADO PELOS BRUCUTUS.
0#1RE: ARQUIVOS IMPLACÁVEIS —
ANTONIO CORREIA05-08-2017 15:58
JJ: Garrincha jamais jogaria no futebol brasileiro de hoje que não permite dribles, que é considerado como ofensa. Seria assassinado em um campo de jogo.
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