O Brasil vive a era das incertezas em todos os seus segmentos.
Uma politica apodrecida, uma economia frágil, bêbada no arame, um presidente investigado, os seus lideres sob suspeição de corrupção, uma educação caótica inferior a de alguns países subdesenvolvidos, e a violência tomando conta do pedaço pela fragilidade do poder.
Os esportes e em particular o futebol não poderia deixar de receber essas nefastas influencias desde que faz parte do contexto, e o que observamos no seu cotidiano, é um retorno do que acontece de modo global no país.
Com relação ao nosso estado, assistir os jogos dos clubes locais nas competições nacionais representa hoje uma sessão de tortura em um pau de arara. Os três que eram chamados de grandes, perderam essa condição.
É incrível observarmos, como uma decadência tão acentuada não seja analisada pelos envolvidos na busca de um novo caminho.
O apequenamento do futebol local só não é visto pelos dirigentes dos clubes, e por boa parte de nossas mídias, que ainda não conseguiram detectar que o modelo atual esgotou-se e necessita urgentemente de um processo renovador e salutar.
Quando presenciamos o Sport, o único representante no Brasileirão, contemplado com boas receitas, rolando a ladeira em alta velocidade, não conseguimos entender como esse conseguiu penetrar numa rota perigosa com tanta passividade.
Omodelo de gestão que foi adotado pelo rubro-negro pernambucano mais uma vez falhou, ao não planejar a temporada, continuando com o que aconteceu na anterior, que foi um fracasso.
Santa Cruz e Náutico são os exemplos dessa decadência aprofundada.
Participando de uma Série B Nacional, não conseguiram pelo menos impor as suas tradições contra equipes de menor porte, sem a devida projeção no futebol do país. Estão unidos na zona do rebaixamento esperando o carrasco da degola
A maioria dos cubes é sazonal, e brinca de disputar um campeonato estadual e depois segue para o processo de hibernação.
Há algum tempo que chamamos a atenção para a grande necessidade de mudarmos os parâmetros que são adotados, sobretudo na ênfase do processo de formação, com um maior investimento no setor, que representa o futuro do futebol, posto que é impossível lutar contra os milhões que são gastos pelos chamado grandes clubes.
A falta de um planejamento é tão visível, que o tricolor do Arruda e o alvirrubro da Rosa e Silva ainda estão contratando jogadores para uma competição que está na sua reta final.
Não adianta a disputa de uma competição estadual do nada para o nada, e a conquista do titulo, que seis meses depois pela dinâmica do futebol já está esquecido.
Os clubes são imediatistas, não trabalham com o longo prazo, só conhecem o curto, e para o futebol essa escolha é negativa, pois os frutos só serão colhidos após o período entre o plantio e sua colheita.
Não se pode fazer qualquer modalidade esportiva de forma aleatória, e sim bem pensada, dentro de um contexto que possa aprofundar as suas raízes e garantir uma boa permanência no futuro.
Vivemos uma era das incertezas, onde os ilusionistas e os iludidos continuam levando para o fundo do poço um esporte que sempre foi importante para o estado, que trouxe alegrias para os consumidores.
O momento atual exige um amplo debate sobre o tema na busca de fórmulas novas e racionais para tentar curar a doença que afetou os seus setores, mas os dirigentes escolheram o isolamento, nadando contra a maré, na certeza de que ou cedo ou mais tarde irão morrer afogados.
Ou mudam o sistema ou morrem.
Comentários
0#3RE: A ERA DAS INCERTEZAS —
PEDRO CORDEIRO14-09-2017 14:38
JJ: Concordo com o comentário de Beto sobre a qualidade excepcional desse artigo. O amigo retratou uma realidade que é vista por todos, principalmente pelas mídias, e nada se faz para muda-la.
0#2RE: A ERA DAS INCERTEZAS —
ANTONIO CORREIA14-09-2017 13:06
JJ: O artigo mostrou o que existe no futebol local. Quem conhece a sua história está bem lembrado que os times eram mais fortes quando trabalhavam às bases. Lembro do Náutico na década de 60 enfrentando o Santos de Pelé de igual para igual, o Palmeiras de Ademir da Guia, entre outros.
0#1Melhor Artigo de todos —
Beto Castro14-09-2017 13:00
Encontrar uma síntese como este artigo é uma tarefa árdua que exige do pensador um descomunal esforço reflexivo. Principalmente, sem uso de metáforas que dificultam o entendimento e se pautam no equilíbrio reflexivo da absoluta verdade sem peias artificiais. A sociedade humana é uma grande fraude na seu esforço hercúleo de sobrevivência pacífica com os psicopatas. A dificuldade de se esquivar e fugir desesperadamente das ideologias e religiões apodrecidas é de difícil consecução. Pregar no deserto é tarefa quase impossível no caos da corrupção, das propinas fáceis e das roubalheiras institucionalizadas. Tudo na humanidade passou a se resumir em dinheiro e em quinquilharias fúteis e inúteis. Todos sabem das verdades, mas preferem viver na imundície que dá menos trabalho. Me diga se você já tinha visto na sua vida algo mais deprimente do que psicopata partidário interrogando um equilibrista religioso em meio a um tiroteio entre corruptos e ladrões de todas as espécies? Ou um detonador de pontes e construtor de muros na sua loucura desvairada num tiroteio de bravatas com um louco assassino rodeado de bombas atômicas e de hidrogênio montadas em foguetes? Ou ainda, uma bando eco desequilibrados esquentadores de oceanos assinando abaixo-assinados para impedir que os famintos se alimentem? Somente os furacões, terremotos e guerras civis descontroladas podem servir de alerta ao manicômio terrestre. No mais, é assistir impotentes os nossos filhos e netos ingerirem vidro ralado e soda cáustica para esconder as feridas externas no jogo das baleias encalhadas azuis. Parabéns, pela provocação de nossas mais caras ansiedades e angústias. Para apaziguar a guerra entre corruptos e ladrões olímpicos, saíram as sedes das olímpiadas de 24 e 28, quem ninguém mais deseja alimentar. Um abraço de Dom Quixote ao Sancho Pança ou vice-versa. Só nos resta sentirmos saudades do fedor das sovaqueiras queridas do holocausto futebolístico.
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