Mais uma vez ficou demonstrado o amadorismo aliado a esperteza dos cartolas que comandam o Circo, quando de forma açodada o gerente do seu picadeiro Marco Polo Del Nero resolveu implantar o sistema do árbitro de vídeo no restante do Brasileirão.
Na verdade, até acertando o Circo erra no conteúdo, posto que trata-se de algo muito sério que necessita de um longa maturação para que possa ser implementado.
Não é da noite para o dia motivado pela vergonha do que aconteceu no jogo do Corinthians e Vasco da Gama, que se deve implantar um sistema complexo sem uma estrutura adequada.
Obvio que todos desejam a modernidade como estamos presenciando no futebol europeu, mas com critérios, com pessoas competentes à sua frente, e não da maneira como está sendo conduzida.
Escolher apenas um jogo para o arbitro de vídeo é um erro, desde que a competição contempla outros nove.
Já começa a desconfiança do torcedor.
Quem serão os operadores?
Pela regra teríamos um árbitro, um assistente e um supervisor.
Vamos e venhamos Del Nero é esperto e deseja tirar o foco do Circo, e quando começar a lambança os seus áulicos irão dizer que atendeu aos reclamos de todos, ou seja nada temos com isso.
Por outro lado o Brasileirão tem apenas 14 rodadas para o seu final, e implantar a eletrônica nesse período é temerário.
Voltamos a lembrar um fato que aconteceu em nosso estado, quando de forma equivocada numa decisão do campeonato local resolveram utilizar o sistema eletrônico, que transformou-se em um arbitragem normal na decisão de anular o gol que tirou o título do Salgueiro.
Tudo por conta da precariedade do sistema, cujo estádio local da partida não tinha uma iluminação adequada, além das diferenças de pesos das camisas dos clubes, que devem ter influenciado na decisão.
O jornalismo juvenil ficou emocionado com tal decisão, sem a análise dos futuros problemas que advirão, e no final, com a desmoralização de algo que vem dando certo em todos os esportes pelo mundo afora, o apito de vídeo será logo esquecido, e os resultados dos diversos jogos continuarão sendo modificados pelos erros das arbitragens.
Outro ponto, que é o mais importante entre os demais, é o da falta de credibilidade da gestão do Circo, quando o seu presidente que por uma coincidência tem o nome de um mercador que viajava, o nosso Marco tupiniquim, não consegue sair do Brasil por conta do FBI.
O que fica mais estranho é o silencio dos clubes quanto ao tema, que é um processo premeditado para que o apito de vídeo seja repudiado pelos torcedores brasileiros por conta das lambanças que certamente irão acontecer.
Vivemos em um país que está caracterizado no tango Cambalache, de Carlos Gardel, que em uma única frase mostra a nossa realidade: ¨ei que no llora no mama y el que no roba es um gil¨.
Traduzindo teremos algo como ¨quem não chora, não mama e quem não rouba é um tolo¨.
Nós nos consideramos tolos, e sobretudo cansados de tudo isso que estamos presenciando nesse país, que há muito apodreceu, sem uma devida reação da sociedade.
Lamentável.
Comentários
0#2RE: ATÉ ACERTANDO O CIRCO ERRA —
PLINIO ANDRADE20-09-2017 17:40
JJ: No Brasil quando a casa é roubada, são colocados os cadeados. Esse é o procedimento da CBF. Implantam o árbitro de vídeo, não terá sucesso e vão esquece-lo para o resto da vida. Essa frase final de Carlos Gardel é antológica.
0#1RE: ATÉ ACERTANDO O CIRCO ERRA —
RUBRO-NEGRO20-09-2017 11:36
JJ: Excelente esse artigo. A CBF sabe muito bem que utilização do árbitro de vídeo requer uma preparação especial, inclusive com espaços nos estádios. O único desejo da entidade é o de melar o sistema.
Comentários
Assine o RSS dos comentários