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Escrito por José Joaquim

Com um colégio eleitoral reduzido, a manutenção do poder torna-se mais factível, e tal fato acontece nas entidades que dirigem o futebol tanto nacionalmente como internacionalmente.

João Havelange e Joseph Blatter dominaram a FIFA por quase quatro décadas, e a corrupção que tomou conta do futebol começou ainda na gestão do primeiro e ganhou uma força maior na do segundo.

A primeira eleição do cartola suiço na disputa contra o sueco Lennart Johansson, então presidente da UEFA, estava parelha, equilibrada e ninguém apontava um favorito.

Os ingressos para a Copa do Mundo que seria realizada na França foi um dos maiores motivadores da cooptação dos eleitores.

No dia da votação os envelopes recheados com US$ 50 mil correram soltos no plenário, comprando votos. 

Enfim começava a era Joseph Blatter que passou todo o seu período alimentando as filiadas com recursos, enriquecendo os seus cartolas graças a corrupção generalizada que se entranhou na entidade.

Deu no que deu.

Muitos presos, a sua renuncia logo após mais uma reeleição e o início de uma nova era.

O modus operandi do nosso futebol vem adotando a mesma linha que era usada pela entidade maior, quando o Circo usa sua seleção para acariciar os seus eleitores.

O seu colégio eleitoral tem um maior número de votos nas mãos das federações estaduais. Todas recebem mesadas mensais, assim como os seus cartolas que fazem parte do sistema eleitoral.

No jogo da seleção contra o Chile, todos os presidentes das entidades foram premiados por Marco Polo Del Nero, aquele que não viaja, com passagens, hospedagem, comes e bebes, e brindes.

Não sabemos quantos estiveram presentes ao evento esportivo, mas pelo que conhecemos do sistema do futebol brasileiro acreditamos que a grande maioria lá estava.

Por outro lado os clubes da Série A e B, sendo que esses nunca foram lembrados para qualquer jogo da seleção, pela primeira vez foram premiados com os convites, e uma parte desses lá estiveram.

São também eleitores.

A informação foi publicada em uma matéria do jornal Folha de São Paulo, que destacou as presenças de dois dos mais importantes, Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, e de Leco, cartola maior do São Paulo, que estavam prestando submissão ao sistema corrompido do futebol brasileiro.

Segundo o jornal, dirigentes do Sampaio Correa, CSA, Fortaleza e São Bento, que tiveram o acesso recentemente, lá estiveram usufruindo das mordomias do poder reinante.

Após o jogo. o Circo patrocinou um grande jantar para os convidados, quando o cartola maior apresentou um balanço de sua ¨bela¨ gestão, comemorando a queda de um artigo do Profut, que proibia clubes devedores de atuarem nas competições oficiais.

Um cinismo explícito. 

O Brasil é um pais que vai além do surreal, a cartolagem sabe que o presidente do Circo está denunciado nas investigações do FBI sobre a FIFA, mas vive tranquilo, por conta da omissão das autoridades brasileiras.

Todos fecham os olhos.

Os clubes com as suas subserviências ficam de joelhos para o poder, e estarão em breve dando mais quatro anos para que o cartola maior possa continuar no comando, cujos eleitores não consideram as suas grandezas ao aceitarem benesses como essas que só tem um único objetivo, a continuidade de um modelo que vem destruindo o esporte da chuteira no Brasil.

Pobre Brasil futebolístico, mas nós merecemos o que temos.

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