Qual o futuro do futebol de Pernambuco?

Uma boa pergunta que deveria ser respondida pelos responsáveis por esse esporte em nosso estado, que o levaram ao fundo do poço.

Os clubes da capital passam por dificuldades, em especial Santa Cruz e Náutico, que estão fazendo um grande papelão na Série B Nacional, enquanto o Sport que já esteve em boa situação, está se tornando um igual na mediocridade geral.

Alguém além dos clubes que participam sabem os resultados da Série B estadual?

Os jogos são realizados com estádios vazios, desde que não existe a empatia dos participantes com os torcedores, que na realidade não existem.

Amanhã um desses disputantes estará na Série A e rebaixado após a competição.

Esse é o destino programado.

Na verdade aqueles que chamamos de clubes do interior, não tem, nem nunca tiveram, um projeto sólido para a sua evolução.

O próprio Salgueiro que teve um bom crescimento nos últimos anos, ainda não conseguiu edificar uma infraestrutura adequada para que suas raízes sejam fincadas para um longo tempo, independente de chuva ou do sol sertanejo.

Não tem quadro social, não tem um Centro de Formação, e que após a eliminação na fase de grupos da Série C dessa temporada, está desde o mês de setembro hibernando como os demais.

Quando olhamos para o Central, que poderia ser uma quarta força com expressão no futebol local, que tem sede em uma cidade das mais importantes do estado, constatamos que o clube vive ano a ano com os mesmos problemas e sem perspectivas para o futuro.

Fincado em uma região com expressiva demanda, o clube de Caruaru até hoje não entendeu esse fator, e permanece no mesmo estado de hibernação.

Na verdade tornou-se um clube sazonal.

Os demais vivem nessa malfadada sazonalidade, alojados em uma caverna, dormindo, na espera da temporada do ano seguinte, para brincarem de futebol, e depois voltarem ao atual estágio.

Com exceção da Patativa, os estádios do interior estão bem longe das necessidades para que possam abrigar jogos profissionais.

Além desse fator, os clubes não contemplam um projeto de formação de atletas, e quando começam uma competição contratam dois times para que possam atuar.

No final ficam com débitos, sem lenço e documento.

Alguns quando acessam uma divisão  nacional, participam dessa com poucas pretensões, e a maioria é eliminada na primeira fase.

Quantos atletas são projetados por esses durante a temporada? Nenhum. Por outro lado são clubes apenas no papel. A grande maioria não tem sede, com estádios de capacidades reduzidas, que também influenciam nos seus futuros.

Existe a necessidade da criação de mais uma divisão nacional para alocar os chamados sazonais que desaparecem após o estadual, mas para que isso possa acontecer esses terão que mudar as suas estruturas.

A municipalização do futebol é um dos pontos mais importantes para a sua evolução, mas em nosso país os que dirigem as entidades de administração do esporte ainda não entenderam tal fato, insistem na mesmice de sempre, quatro meses de futebol e mais seis hibernando.

Falta um grande debate sobre esse tema, para que seja delineado um projeto de recuperação do futebol de Pernambuco, mas as partes interessadas não mostram o menor interesse sobre o assunto, e por conta disso iremos continuar com clubes da capital se apequenando, os do interior sem uma estrutura adequada, e com seus documentos sendo guardados nas residências dos dirigentes.

Ou muda-se os conceitos, ou todos morrerão de inanição, inclusive o jornalismo esportivo que hoje já sofre com essa decadência.

Na verdade o futebol de Pernambuco não tem futuro.