O que assistimos em um vídeo do programa esportivo Donos da Bola, transmitido por uma afiliada da Band na cidade de Goiânia, foi sem duvida de virar o estômago, por conta das perguntas indecentes feitas para as Musas dos dois maiores clubes locais, e que foram praticamente coagidas a darem as suas respostas.

Depois disso só mesmo o dilúvio.

A emissora cancelou o programa, mas o estrago já estava feito.

O Brasil vive uma das maiores crises de sua história, e a moral vem sendo afetada, com um tudo ou nada na busca da audiência. O novo modelo do jornalismo esportivo brasileiro perdeu a sua inteligência, e o seu conteúdo passou para o lado ufanista e de humor grotesco, e como o desse fato, indecente.

Assistir hoje uma transmissão de um jogo, com raríssimas exceções, é um show de horrores.

Narradores apaixonados por uma camisa, comentaristas, alguns ex-jogadores, totalmente desfocados, sempre puxando a sardinha para a sua brasa.

Já cansamos de ouvir que o time famoso quando perdeu para um de menor porte, foi por falha do goleiro e por esse ter jogado mal. O adversário não tem mérito.

Quando temos uma decisão considerada como importante no futebol brasileiro, as matérias sempre são direcionadas para as mesmices habituais, como entrevistas com as mães e esposas dos jogadores, sobre as suas músicas prediletas e as cuecas que usam no dia a dia.

O verdadeiro paraíso da mediocridade.

As  informações mais importantes e de mais valia são deixadas de lado, em particular as analises do evento que irá acontecer.

Essas não são mais prioridade na área esportiva do Brasil.

A televisão brasileira tem um conteúdo que deseduca, e torna o cidadão em um imbecil de carteirinha. A informação poderia ser transmitida de forma mais lúcida, sem cair no ridículo como na verdade vem acontecendo.

Óbvio que não queremos que os assuntos esportivos sejam tratados como literatura, mas que ao menos tenham um sentido informativo, e não imbecilizem aos que estão recebendo as notícias.

Cansamos de ler que um jogador de futebol postou uma foto de sua esposa de biquíni no twitter. Cansamos das tatuagens de Neymar, ou de outro boleiro.

O que isso tem com o esporte? Trata-se de um assunto pessoal.

Não aguentamos mais os Zé Regrinhas dando aulas de regras de futebol, sem serem solicitados. O que queremos saber é se o apito está sendo amigo ou não.

O futebol como qualquer outro esporte não pode se tornar um evento de humor ou constrangedor como aconteceu em Goiânia, e sim, ser tratado como parte da indústria de lazer, onde o jornalismo não pode ser mais importante do que a notícia.

Hoje com poucas exceções, assistir os programas de debates nos diversos canais de televisão, é sem duvida algo aterrador, desde que tratam muito pouco do atacado, e tornam o varejo ridículo e sem o menor conteúdo.

Na realidade, o empobrecimento do futebol arrastou consigo para o mesmo abismo o jornalismo esportivo, e embora tenhamos dezenas de escolas pelo Brasil afora, diplomando centenas de pessoas com o canudo de jornalista, as televisões estão repletas de ex-jogadores convidados.

Para que servem esses cursos?

As Musas do futebol de Goiás que foram humilhadas nos moveram para essa postagem, que na verdade representa o que acontece no futebol brasileiro que recebeu  uma nota de rebaixamento através da agencia de risco.