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Escrito por José Joaquim

As mídias do Sudeste creditaram a vitória do Palmeiras perante o time do Cerro Porteño-PAR pela Libertadores, ao técnico Luiz Felipe Scolari.

Nem tanto a terra, nem tanto ao mar.

O profissional está há uma semana no comando do clube e é bem obvio que a influência no modo de jogar não seria tão rápida. Na verdade o alviverde jogou o mesmo futebol que vinha apresentando sob o comando de Roger Machado, que deixou o time invicto nessa competição, e com a sua maior pontuação.

O futebol apresentado nesse jogo não teve nada acima da média, foi comum. Quem acompanha esse esporte sabe muito bem que na mudança do técnico em um clube sempre acontece uma melhora, e na continuidade muitas vezes volta ao normal.

O caso do Sport é o maior exemplo. Saiu Nelsinho, chegou Claudinei, a equipe melhorou, e logo após desceu a ladeira.

Transformaram o técnico de futebol como a figura mais reverenciada do mundo futebolístico, sendo o ponto central de sua equipe. Uma das coisas mais interessantes que observamos com relação aos modernos ¨professores¨ é nunca serem responsáveis pelas derrotas dos seus times. Quando esses vencem foi por conta de suas táticas, quando perdem, foi pelo gramado, pela má atuação de alguns jogadores, ou por conta dos erros de arbitragem.

Uma pergunta bem pertinente: Quem inventou o técnico de futebol no Brasil?

No inicio do futebol brasileiro, quem organizava e cuidava do time era o ¨capitão¨, cargo que na época era respeitado, e hoje tornou-se bem menor no novo contexto do futebol mundial.

O primeiro treinador a exercer essa função em nosso país foi John Hamilton, um inglês que veio para o Paulistano em 1909. Foi ele que organizou o primeiro sistema tático, que consistia em 1 goleiro, 2 zagueiros, 3 meias e 5 atacantes. Gostava de gols. Hoje a grande maioria de técnicos adota a retranca.

Segundo o já falecido jornalista Michel Laurence, depois do inglês, o futebol brasileiro recebeu um bom numero de estrangeiros, como Dori Krushener, o húngaro Bella Gutman, -que, segundo os historiadores desse esporte, foi o responsável pela evolução no país, o uruguaio Ondino Vieira. Posteriormente tivemos a presença de Filpo Nuñes, criador da famosa Academia do Palmeiras na década de sessenta. Andou aqui no Sport.

O primeiro técnico nativo foi Ademar Pimenta, que dirigiu a seleção nacional a partir de 1936, que na época foi xingado de burro, por não escalar o zagueiro Domingos da Guia. Isso mostra que há mais de cem anos, os torcedores tinham o mesmo sentimento no trato com os profissionais, e a palavra burro foi introduzida no dicionário do esporte. Pimenta foi o introdutor do treinos secretos, tão comuns aos nossos modernos ¨professores¨

O ciclo de treinadores de renome em nosso futebol começou com Flávio Costa, que era respeitado e foi o técnico da seleção na Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil.

Depois apareceram os irmãos Moreira, Aymoré e Zezé, sendo que esse último conhecemos de perto, já que foi treinador do Sport nos anos sessenta.  Em seguida vieram Oswaldo Brandão, Feola, Martim Francisco e Tim.

Na era moderna, o mais importante foi sem duvida Telê Santana, e hoje convivemos com uma geração que não conseguiu consolidar um trabalho positivo, desde que muitos desses profissionais deixaram de ser técnicos para tornaram-se inventores.

Adotaram o defensivismo, com o sistema de não perder, e ganhar se puder, e com um alto exibicionismo para que sejam divulgados pelas mídias. São mais marqueteiros do que técnicos.

Na realidade, o treinador de hoje virou um produto de marketing, e por conta disso o futebol piorou. Os estrategistas desapareceram, perderam espaços para aqueles que adotam os procedimentos do Dr. Silvana ou do Professor Pardal, incrementando a dança das cadeiras.

Os nossos estudiosos foram barrados no baile, para dar lugar aos novos bailarinos que gostam de Funk. 

A dança das cadeiras é a maior do mundo. 

São coisas do futebol brasileiro, onde os treinadores na maioria não passam de um ano à frente dos clubes.

Comentários   

0 #1 A Era dos AtravessadoresBeto Castro 11-08-2018 13:33
Muito boa esta visão holística desta incrível carreira profissional desde os primórdios de fundação do futebol no Brasil, no início do século. Faço uma pequena contribuição, lembrando que esses professores emergiram da carreira de empresário no sentido original da função, que era a de contratar equipes hibernantes como caça-níqueis para excursões pelo Brasil e pelo exterior. Tivemos um famoso húngaro aqui no Nordeste que aproveitou a sua fama como empresário original para realizar as suas incursões como atravessador de atletas - Janos Tatray , falecido em Jampa aos 89 anos - Era um grande estrategista fora do campo de jogo e o pai dos professores e empresários. Depois dele, veio o Juan Figer e outros mil portifolistas de carreiras comissionadas ao redor do mundo. Eles também foram os pais do fim da era do passe e padrinhos da conspiração dos doze e da Lei do Aparelhamento e da reserva de mercado do Furador do Placar que deu origem aos procurados pelo FBI e aos seus defenestrados e banidos. Os atletas não tem uma proteção previdenciária adequada e para sobreviver sem formação escolar e qualificação profissional, foram cooptados pela mídia golpista-monopolista e pelos sovaqueiras de Halloween da guilhotina da Revolução Franco-Degolativa. São auxiliares de salvaguarda dos filhotes de ditador a serviço do atraso da idade média do Baú da Zurica e seus centuriões lagartixas come-quietos. O resultado é que o futebol desliza na maionese há décadas sem qualquer inovação ou criatividade pela influência nefasta dos Napoleões retintos fugitivos de Franco da Rocha, do Pinel e da Tamarineira. Este sistema de mistificação do futebol só terminará quando forem retomados os Seminários, Fóruns e Congressos em todos os entes federativos, com câmaras técnicas especializadas com a presença dos grandes inovadores do setor. O Fórum do Nordeste e de São Paulo (1998) deram grandes contribuições ao futebol brasileiro, mesmo com o barulho ensurdecedor dos cochichos da turcada sovaqueira. Mas, ainda acredito na libertação, que não seja para o Paraíso do Profeta da Ala Grande. O Brasil é maior e mais forte do que o abismo do neoliberalismo golpista do Califado Marumita e seu estacionamento de camelos.
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