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Escrito por José Joaquim

Um antigo ditado chinês retrata muito bem a realidade do Brasil, e em especial a do futebol: ¨Um homem aponta para o céu. Outro olha para o dedo. Já o sábio olha para a Lua¨. Em Portugal o adaptaram para algo mais concreto: ¨Quando o dedo aponta para o céu, o idiota olha para o dedo¨.

Isso se enquadra no atual momento do futebol nacional, quando vive uma crise técnica, financeira e moral, enquanto a sociedade inclusive as mídias, ficam olhando para o dedo.

Um esporte em que alguns clubes colocam públicos grandiosos nos seus jogos, não deveria passar por problemas que o apequenaram.

Qual a razão da queda do futebol brasileiro? Má gestão? Treinadores defasados? Competições mal elaboradas? Ausência de talentos?

Na verdade, tudo isso ajudou em muito, mas nessa panelada faltou alguns ingredientes que deram motivos à curva descendente de um esporte que já foi grande e que se apequenou.

Tem que ser observado que um grande problema do futebol nacional, está ligado ao péssimo trabalho de formação.

Antes tínhamos os campos de várzea, as peladas de ruas, o antigo futebol de salão, que virou futsal, produzindo talentos e abastecendo os clubes. Os espigões destruíram os diversos campos dos bairros. Os jogadores talentosos, dribladores, que tratavam com carinho a bola nas várzeas sumiram. O Futsal marchou para o interior.

Sem essa produção as agremiações tentaram as suas formações através de escolinhas, e pouco produziram. Os melhores já tinham donos, e estavam carimbados com o nome ¨Made in Brazil¨. Nesse momento começou a rolar na ladeira.

O sistema inverteu-se. O jogador tornou-se maior do que o clube. Quando sente que um treinador está perdendo o rumo, tira o corpo, aparece as contusões, e esperando por um novo que seja de seu agrado. O ciclo pernicioso recomeça.

Por outro lado, os treinadores são demitidos, e no outro dia já estão com outra bandeira, como se nada tivesse acontecido. Na atual temporada, na Série A foram 19 mudanças, e na B, 20.

Com esse sistema fica difícil se formatar uma boa equipe, mas os cartolas aceitam, desde que passam ilesos e todas as culpas são jogadas nos profissionais de plantão que dirigiam os seus clubes.

Um modelo perverso de se preparar uma panelada, que ao ser servida provocou a morte de um esporte que já foi a paixão dos brasileiros, e tornou-se no que é hoje.

Se todos olhassem para o dedo que aponta o céu, a situação era bem diferente.

Comentários   

0 #1 RE: A PANELADA QUE ENVENENOU O FUTEBOL BRASILEIROANTONIO CORREA 02-09-2018 12:35
JJ: Já escrevi uma vez e vou tornar a fazê-lo. Os seus artigos deveriam se transformar em um bom livro. Esse de hoje mostra uma realidade que a sociedade esportiva não enxerga ou nçao quer enxergar. Perfeito.
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