blogdejjpazevedo

BlogdeJJPAzevedo.com

Escrito por José Joaquim

O surrealismo surgiu no ano de 1924 na França, e representava por excelência uma corrente artística moderna ditada pelo irracional e do subconsciente. 

Ao analisarmos os dez jogos da 24ª rodada do Brasileirinho que foi encerrada na noite de ontem, sentimos que o nosso futebol tem muito do surreal, por conta da sua irracionalidade.

Maior exemplo de tal fato foi representado pela carência de gols, desde que nessas partidas as redes só balançaram por treze vezes, com uma média de 1,3 gol por jogo. Sem duvida surreal.

Tivemos 950 minutos de jogo (com os acréscimos) com uma média de 55% de bola correndo, o que representa 522,5 minutos. É surreal.

Treinador querendo invadir o vestiário do time adversário, também é surreal. O apito amigo funcionou, é mais do que surreal, é indecente.

Quando um atleta marca um gol, o seu gesto mostra que o autor foi Deus, como se esse estivesse torcendo por seu clube. Depois todos ficam de joelhos levantando os dedos para o Céu. Surreal.

Quer mais surrealismo do que o EU ACREDITO, como se isso fosse influenciar no resultado da partida.

Uma boa parte dos torcedores vai aos estádios torcer para que os seus times não sejam rebaixados, e não pela conquista do título ou de uma melhor classificação. Bem surreal.

Por conta das diferenças dos recursos, alguns clubes entram numa competição com uma calculadora fazendo contas, com os números estatísticos do rebaixamento nas mãos dos cartolas, Surreal.

Um verdadeiro e puro surrealismo é quando observamos um torcedor na arquibancada com um terço nas mãos, ou uma bíblia se esse for evangélico, para rezar por um bom resultado do seu clube, com o intuito de não vê-lo rebaixado. Realmente esse fato é muito difícil de assimilar, pois esses não torcem por vitórias, e sim para que não tenham derrotas.

Em nosso Nordeste sofrido e abandonado pelos Deuses do Futebol, a única alegria vai além do surrealismo, e beira à anarquia, é de ser campeão estadual, em campeonatos obsoletos e jurássicos, que não levam a nada, mas quem não tem filé se contenta com um osso.

Trata-se de uma visão real e surreal de todos os problemas, e que a cartolagem dos clubes menores ainda não perceberam que com um bom planejamento, mesmo com recursos inferiores poderiam levar seus clubes a melhores participações, desde que a época atual  é de um futebol nivelado pela pobreza franciscana.

Um esporte com fatos surreais, quando se vibra com a manutenção de um clube na divisão maior, e não por uma boa colocação.

Nem Sartre poderia explicar.

Comentários   

0 #2 SaudadeJose Carlos 11-09-2018 21:29
Caro JJ, tenho 32 anos. Comecei a entender futebol em 94. Fiquei mal acostumado. Época onde fomos campões mundiais e o meu Sport tinha no seu elenco jogadores como Jefferson no gol, Chiquinho, Juninho, Dario, Sandro, Adriano, Dedé e Leonardo. Fomos campeões no Nordeste, Pernambucano e fizemos uma grande campanha no brasileiro de 94, vencendo São Paulo, Corinthians, Botafogo, com um futebol veloz e de alto nível, goleando a todos.

Fico pensando como você foi feliz, pois viu Pelé, Tostão, Garrincha, Rivelino, Gerson, entre outros grandes craques nacionais e locais.

Ao assistir uma rodada onde a retranca, a simulação e os chuveirinhos são a maioria dos lances no gramado, sinto falta do tempo futebol que vivenciei quando mais novo. Sem tatuagens, sem cabelereiros e maquiadores, sem namoradas globais, porém com muito futebol.

Será que teremos o futebol brasileiro novamente? Pelo menos temos a Bélgica pra matar a saudade do que já foi bom.
Citar
+1 #1 RE: O SURREALISMO ESPORTIVORUBRO-NEGRO 11-09-2018 13:50
JJ: Como sempre um bom artigo e uma aula para os iniciantes. O surrealismo realmente voltou com força e o segmento que teve uma maior cooptação foi o futebol. Os exemplos citados mostram essa realidade.
Citar

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar