O presidente da Federação de Futebol de Pernambuco em uma das suas famosas entrevistas, afirmou que a Série D Nacional deveria ser extinta, algo que não se poderia jamais pensar por conta do tamanho do país, que cabe ainda mais uma divisão regionalizada para tirar a maioria dos clubes da hibernação.

Na verdade foram palavras jogadas ao vento de quem não entende do sistema.

A Inglaterra que criou o futebol, tem um território com 130.440 km², uma população de 53,0 milhões de habitantes, e reúne 7 mil times- entre os profissionais, semiprofissionais e amadores, num mesmo universo de disputa.

Todos são distribuídos em cerca de 450 campeonatos, administrados por 140 ligas, cada uma com as suas próprias subdivisões. O futebol do país se baseia no sistema de ligas.

No topo maior está a Premier League, uma Liga de uma única divisão com vinte clubes.

Logo abaixo está a English Football League, com seus três degraus, a Championship, League One e League Two, todas com 24 jogadores, e que correspondem a três divisões.

Os clubes que não estão nessas quatro divisões, são distribuídos em outras seis: Football Conference- National Division (24), 5ª divisão, Football Conference- North Division (22), e Football Conference- South Division (22), correspondendo a 6ª divisão. A seguir vem uma série de diversos campeonatos que formam o contexto do futebol inglês.

Existe uma regionalização nas ligas menores, e cada uma, a partir da 5ª divisão tem as suas próprias regras, mas com o mesmo sistema, uma distribuição por zonas geográficas. As ligas da 5ª à 11ª divisão são administradas pela Football Association, a Federação Nacional da Inglaterra.

Por outro lado, todos os times podem ter o acesso e descenso para qualquer divisão, mas as regras exigem que tenham um bom estádio, com uma determinada capacidade. Não é a toa que a Inglaterra tem o futebol mais organizado do mundo.

Enquanto isso, o Brasil com 8.516 milhões de km², e uma população de 208,5 milhões, tem apenas quatro divisões no seu futebol, duas dessas (3ª e 4ª) abandonadas pela entidade maior, a Casa Maldita da Barra da Tijuca, e ainda aparece um cartola querendo eliminar a última.

O nosso futebol precisa de dirigentes que tenham uma visão macro sobre o esporte, e não uma micro que é estudada pelo que as mídias produzem.

Nada mais do que a verdade, desde que os números não mentem.