A sociedade brasileira é bem interessante. O Brasil é um país surrealista. Até o impeachment de uma presidente tem um jeitinho e transforma-se em meia boca, como aconteceu com uma decisão grotesca do Senado Federal ao votar pela continuidade dos direitos da afastada.
O surrealismo continua com diversos advogados defendendo no STF que a prisão de um condenado só poderá acontecer quando do último recurso, sob a alegação que os pobres irão sofrer. Nunca vimos tanta hipocrisia. Pobre não tem dinheiro para pagar a esses juristas e vai bater na cadeia de imediato. Os ricos corruptos tem como se defender, e mesmo condenados passam anos nas gavetas das diversas instâncias, vivendo como dantes, inclusive com o o mesmo modus operandi.
Apenas para avivar a mente dos Ministros do STF que estão analisando o assunto, existe um trabalho no Ministério da Justiça mostrando que a participação dos corruptos na população carcerária brasileira é de 0,2%, o que mostra de forma clara a impunidade reinante.
Mas vamos ao que nos interessa e o surrealismo no futebol é algo tão latente, com relação ao comportamento do torcedor, quando o comparamos com o eleitor. Não existe, na verdade, algo mais parecido entre essas duas vertentes, o que demonstra a falta de maturidade de nossa sociedade.
O torcedor é um apaixonado e não consegue vislumbrar o que acontece no entorno do seu clube. Basta uma contratação, uma vitória, tudo é esquecido, até mesmo os buracos encontrados na sua vida financeira.
Por sua vez, o eleitor não liga para a politica e para os políticos. Não pensam, nem comparam os candidatos. Os que recebem as benesses do setor marcham com esses, mesmo sabendo que esses muitas vezes embolsaram dinheiro público.
O torcedor se delicia com a conquista de um campeonato e não tem interesse em tomar conhecimento de que alguns dos envolvidos no processo não estão com interesses clubísticos e sim pessoais, que muitas vezes resultam no incremento de suas riquezas. Quando sócio, no processo eleitoral os apoiam fazendo que o ciclo vicioso continue.
O eleitor acredita no marketing promovido pelos profissionais que vendem um peixe podre, como um de alta qualidade, e fica satisfeito com qualquer benefício financeiro.
Trata-se de uma realidade social que acompanhamos há vários anos, e tais fatos tornam o torcedor e o eleitor como irmãos gêmeos do desligamento do processo politico já que são os seus principais participantes. O resultado da equação é a presença de um Del Nero e outros cartolas e de políticos corruptos nos diversos segmentos.
Por conta disso, tanto o futebol como a politica apodreceram no país.
1 comentário Acessos: 578