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Escrito por José Joaquim

Com um jogo a ser realizado no dia de hoje, a 22ª rodada do Brasileirão deixou um perfil desenhado, e com uma novidade com a presença do Flamengo na vice-liderança.
Tecnicamente a competição é de uma pobreza franciscana. No campeonato de 2015, o Corinthians que foi o campeão liderava com 49 pontos, seis a mais do que o Palmeiras atual líder que tem 43 pontos. Com relação ao time alviverde, o seu retrospecto é positivo. Tem o maior número de vitórias (13), menor número de derrotas (5), maior número de gols marcados (40) e em terceiro nos gols contra (22).
A surpresa chamada Flamengo vem sendo demonstrada nas últimas 10 rodadas, quando o time rubro negro somou 20 pontos, contra 18 do rival. O Palmeiras tem 45% de chances para a conquista do título e o clube da Gávea 21%, de acordo com as estatísticas e futuros jogos.
Na realidade poucos jogos nos trouxeram alguma esperança para o futebol nacional. Nesse final de semana apenas a Ponte Preta apresentou algo diferente contra o Corinthians. O jogo do líder contra o Fluminense foi marcado pelo número de faltas e violência dos dois lados. Sport e Internacional bateram um recorde negativo de bola rolando, com apenas 40%. Para que se tenha uma ideia só nos laterais batidos foram consumidos 11 minutos do jogo.
É o que temos, nada mais do que isso. No lado oposto, com relação aos times que lutam contra o rebaixamento os números são cruéis para América-MG e Santa Cruz, que hoje contam com 99% e 87% respectivamente de chances para serem degolados. O clube mineiro completou 15 derrotas, e o pernambucano 13. Nas estatísticas do Brasileirão de pontos corridos, nenhum clube que chegou a tal patamar conseguir fugir da Série B.
O Internacional é o terceiro colocado no quesito rebaixamento, com 54% de chances, agregado a um fator que é o de ter completado 14 jogos sem vitórias. Com esse número nenhum clube conseguiu escapar em campeonatos anteriores. A seguir o Figueirense com 40% de chances e Vitória com 35%. O Sport ainda flerta com a zona do perigo, com 19%. Um outro clube chamado de grande, o São Paulo, apresenta 16% nesse item.
A disputa contra o rebaixamento será mais interessante do que a do título, desde que existem 10 clubes nessa luta, e na maior apenas três incluindo-se o Atlético-MG, com um percentual de 15%.
Só resta esperar.
Escrito por José Joaquim

Assistimos no dia de ontem vários jogos que foram realizados no Brasil e na Europa, e as comparações obviamente não poderiam deixar de acontecer, com uma conclusão final de que vivemos em outro século, estagnado e sem um sinal de que iremos melhorar.
O mais grave é que não ouvimos ou lemos algo que possa acender um debate sobre a pobreza técnica e organizacional do futebol nacional, muito pelo contrário, uma boa parte do jornalismo discute o trivial com pequenos detalhes e deixa de lado uma realidade latente de que o legado da Copa do Mundo não existiu e continuamos na mesma época das Capitanias Hereditárias.
O sistema do futebol remete aos tempos das Capitanias Hereditárias. A Confederação e Federações estaduais são entidades atrasadas, comandadas por donatários ou herdeiros há décadas e o resultado é bem claro e latente. Estão agarrados aos seus ossos e não os largam nem que a vaca tussa.
Os clubes são dirigidos sem transparência. Os sócios e torcedores não sabem o que passa por dentro dos seus muros. O esporte da chuteira que tem milhões de seguidores pertence apenas a um pequeno grupo que está destruindo-o. Não existe democracia onde todos são ouvidos. No futebol poucos mandam, e matam em massa aqueles que formam um conjunto maior.
As instituições brasileiras apodreceram, a corrupção está cada vez mais entranhada, e algo de novo surgiu com a Operação Lava-Jato que vem passando o país a limpo, mas ainda não chegou ao futebol cujo comandante maior não sai do país com medo de ser preso.
Não temos um projeto para o futebol nacional, que realiza um campeonato maior louvado pelo jornalismo pokemon como equilibrado, mas que na verdade é de uma pobreza técnica sem limites que reflete nos gramados, com uma média de público de um pouco mais de 14 mil torcedores.
Um esporte sem calendário, de propriedade de apenas uma emissora de televisão, com receitas distribuídas de forma equivocada não tem futuro, que será substituído por jogos do Continente Europeu que nos mostra algo com boa qualidade e seriedade.
É lamentável.
Escrito por José Joaquim

O mundo imaginário demonstrado por uma mídia desinformada e sobretudo ufanista, encerrou com o término dos Jogos Olimpícos.

Voltamos ao mundo real, em especial no futebol, com o reinício da Copa do Brasil com estádios vazios e futebol de péssima qualidade, que na verdade é a realidade brasileira.

O país necessita de uma varredura total, tanto na política e em especial nos esportes. Não podemos suportar mais a corrupção entranhada em todos os seus segmentos. A cartolagem brasileira em sua maior parte deveria ser varrida, para que pessoas sérias assumam o comando de algo tão importante como os esportes.

No futebol não dá mais para aguentar partidas transmitidas por narradores apaixonados por clubes, que gritam de forma desproporcional, e que esquecem que do outro lado existem torcedores racionais que desejam receber informações corretas e não serem tratados como imbecis.

Os comentaristas são incapazes de procederem com uma análise real do evento, desde que não tem preparo para tal, e nos obrigam a ouvir intervenções que beiram ao ridículo.

Ou mudamos, ou o futebol brasileiro irá continuar nessa sua via crucis, cada dia menor, que na verdade é a cara de um país que aplaude os corruptos e deprecia aqueles que estão combatendo-os.

 

Escrito por José Joaquim

O que tem em comum, o Vitória, Santa Cruz e América-MG? Os três estão na zona de rebaixamento, e vieram do acesso de 2015.
Trata-se de um exemplo da má distribuição de receitas. Com exceção do Vitória que recebeu um pouco mais, os dois restantes faturam 3 a 4 vezes menos nas cotas dos direitos de transmissão, tornando impossível a competitividade.
São os proletários do futebol e meros participantes lutando contra um novo rebaixamento. Na era dos pontos corridos, com o abismo financeiro, nenhum clube de menor porte chegou perto do título.
Infelizmente o Brasileirão tornou-se totalmente previsível, pois os menores jamais chegarão a balançar os maiores, quando recebem R$ 25 milhões, enquanto esses estão na casa dos R$ 100 milhões. Nem um milagre poderá salva-los.
O futebol brasileiro apequenou-se. Apenas 08 estados participam da sua maior competição, deixando de lado 19 estados (inclusive o DF). Na realidade sem uma maior distribuição de renda o abismo irá se aprofundar, e com isso a competição se tornará importante para alguns, em detrimento da maioria.
A acomodação é grande. Os cartolas se contentam com as migalhas fornecidas, enquanto os seus clubes agonizam, e só contam com uma única alegria, a da permanência na Série A, que é muito pouco para os seus futuros.
Escrito por José Joaquim

Não são todos, por existirem alguns diferenciados, mas uma boa parcela de nossos cartolas, sejam eles de federações, ou clubes, tem uma linha de ação como de ditadores políticos.

Nos primórdios do futebol no Brasil, os uniformes dos jogadores tinham gravatas, enquanto os dirigentes usavam cartolas. Posteriormente, de forma pejorativa, os torcedores começaram a caracterizar aqueles que ficavam envaidecidos com os seus cargos, ou os que os utilizavam para proveitos pessoais, chamando-os de ¨cartolas¨, e até hoje o termo perdura, e agrega outros valores menores.

O mais interessante é a mudança das pessoas quando tornam-se cartolas. Transformam-se, ficam vaidosos, e quando assumem o poder na sua maioria adota uma arrogância fora dos limites. Tornam-se ditadores de plantão.

Eles impõem o poder de forma autoritária e ao mesmo tempo política, ao usar com habilidade as ferramentas que o cargo lhe dá. Pernambuco teve exemplos como Rubem Moreira, Fred Oliveira e o finado Carlos Alberto Oliveira. O atual comandante tenta ser cartola mas não consegue, falta-lhe o necessário: carisma.

O cartola sente-se acima de todos que o cercam. O seu  comando é bem delineado nos procedimentos que são adotados. Convoca reuniões, mostra as ideias, abre o debate, e no final a sua opinião prevalece, inclusive abusando do emocional para justificar as atitudes.

O cartola nunca erra, porque tem sempre um laranja ao seu lado para tudo, inclusive de assumir os erros.

Quando a ideia de algum membro do seu grupo dá certo, de forma ditatorial, se apropria dessa. Um fato que sempre analisamos ao observarmos a sua maneira de se expressar, é que sempre fala na primeira pessoa, desde que no seu mundo só existe o ¨eu¨, e procura dar uma entonação de que é um grande gestor. Tem uma empáfia exclusiva desse personagem.

As pessoas competentes demoram muito pouco junto ao cartola, já que esse prefere os subservientes e que balançam as cabeças para tudo, que são incapazes de questiona-lo, e como hábito as incansáveis louvações.

O cartola brasileiro é tratado como um semideus, sua palavra é dogma, e até nas piadas contadas, mesmo de qualidade duvidosa, as risadas são abundantes.

Adora oferecer um jabazinho para que falem bem de sua pessoa, e muitos resolvem tentar a política.

Trata-se do único ser que afirma estar cansado do cargo, mas não sai, por conta das benesses que traz no seu bojo.

Sem duvidas esse é o verdadeiro cartola, que para ele tudo vai bem, enquanto o futebol definha por conta de suas gestões.

Essa análise foi procedida de forma científica, através da sociologia e antropologia que criaram a identidade do cartola brasileiro.

Se alguém é candidato a tal cargo, pelo menos já fica sabendo como deverá atuar.