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Escrito por José Joaquim

O Itaú BBA acabou de descobrir um segredo milenar com relação ao sexo dos anjos. Uma verdadeira festa para divulga-lo. 

No país em que a Mulher Barbada do Circo é uma atração, enfim o trabalho ¨Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol 2018¨, elaborado pela instituição financeira foi divulgado com resultados que até a Velhinha de Taubaté já sabia, menos as nossas mídias, mostrando o que afirmamos há um longo tempo, ou seja a consolidação da ¨Espanholização¨ do nosso futebol.

De acordo com os números apresentados por 27 clubes, Palmeiras e Flamengo concentram 24% das receitas desse conjunto. Estes clubes porém, inverteram as posições: o paulista assumiu a liderança com uma receita de R$ 654 milhões, enquanto o carioca arrecadou R$ 536 milhões em 2018.

O consultor do Itaú BBA, Cesar Grafietti, deve acreditar em sonhos, ao ter alguma esperança que Corinthians e São Paulo são candidatos a encostar nos dois maiores para evitar a espanholização.

Com todo o respeito ao consultor, isso jamais irá acontecer enquanto o sistema de distribuição de receitas perdurar com o atual modelo. Na verdade o sistema espanhol de dois clubes chegou e veio para ficar.

Pelo que apresentou a análise, a tendência é que a diferença dos dois ungidos para os demais deverá aumentar. Ambos jogam uma liga diferente do ponto de vista financeiro.

O próprio trabalho retrata muito bem que a distancia será alongada nos próximos anos, porque o contrato da TV, por exemplo, fica maior por desempenho e número de jogos na TV aberta.

Com o clube bem financeiramente, tende a aumentar o desempenho e consequentemente a quantidade de jogos transmitidos.

Um ponto a ser destacado, é que no trabalho do Itaú BBA ficou demonstrado que aconteceu uma queda de quase R$ 200 milhões na receita de publicidade no futebol brasileiro.

Na realidade não vimos nenhuma novidade no que foi demonstrado, desde que de um futebol falido e que vive da venda de jogadores para abastecer os caixas, obvio que o resultado final seria o que foi apresentado. 

A Espanholização cravou finalmente a sua bandeira.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A BALA DE PRATA TRICOLOR

* O Santa Cruz terá pela frente seis jogos para que possa se recuperar na tabela de classificação da Série C, e a cada jogo uma bala de prata deve ser usada.

A situação do tricolor é muito complicada, desde que irá depender de seus jogos, e ao mesmo tempo das derrotas dos rivais.

Nos seis encontros que faltam ser realizados, quatro serão fora do Arruda, incluindo o do Náutico, e apenas dois como mandante.

Terá quatro confrontos diretos e dois contra times que estão lutando contra a Caetana.

Na noite de hoje irá enfrentar o Sampaio Correa, que é o terceiro colocado na tabela com 21 pontos, e com uma performance superior ao do tricolor, que está na 7ª colocação com 17 pontos.

Nos últimos cinco jogos, a equipe maranhense somou 10 pontos, com um aproveitamento de 66,6%, enquanto o Santa Cruz somou apenas 5, aproveitamento de 33,3%.

Nos três jogos em casa o Sampaio ganhou dois e empatou em um. Por outro lado, a equipe do Arruda perdeu uma partida e empatou outra.

Pelos nossos cálculos de probabilidades as suas chances para chegar ao G4 é de 22%, que retrata uma dura realidade.

Para o tricolor só interessa a vitória e nada mais. Não pode perder a bala de prata.

NOTA 2- A PENHORA DE UM PERCENTUAL QUE O SANTA CRUZ IRÁ RECEBER PELA VENDA DE RANIEL

* O São Paulo contratou o jogador Raniel, do Cruzeiro.

O valor da negociação foi de R$ 13 milhões.

Porém 30% dos direitos pertenciam ao Santa Cruz, mantidos quando da negociação do time tricolor com o clube mineiro.

Ou seja, R$ 3,9 milhões.

Destes, a Justiça do estado de São Paulo decidiu penhorar R$ 1,4 milhões, devidos pelo Santa Cruz à Cambuci S/A, detentora da marca ¨Penalty¨no Brasil.

São Paulo e Cruzeiro já foram notificados.

O clube pernambucano ainda não tomou conhecimento da decisão.

NOTA 3- OS ENDIVIDADOS 

* O estudo do Itáu BBA publicado na última terça-feira, mostra algo que beira o absurdo, ou seja, o incremento das dívidas dos clubes brasileiros, mesmo após o Profut.

O Botafogo é o clube que mais deve entre os 27 analisados, com R$ 672 milhões. Em segundo vem o Atlético-MG, com R$ 614 milhões, enquanto o Vasco da Gama aparece na terceira colocação, com R$ 496 milhões.

A lista dos maiores devedores continua com o Athletico (R$ 478 milhões), Cruzeiro (R$ 469 milhões), Corinthians (R$ 452 milhões), Fluminense (R$ 420 milhões), Palmeiras (R$ 420 milhões), Flamengo (R$ 418 milhões), Grêmio (R$ 350 milhões), Internacional (R$ 342 milhões), Santos (R$ 321 milhões) e São Paulo (R$ 312 milhões).

Entre os clubes medianos, os mais endividados são:  Coritiba (R$ 160 milhões), Ponte Preta (R$ 151 milhões), Bahia (R$ 147 milhões) e SPORT (R$ 145 milhões).

Na comparação com as dívidas do exercício de 2017, o clube que teve o maior aumento de dívida foi o Palmeiras, com variação de R$ 154 milhões. Na sequência aumentaram suas dívidas Cruzeiro (R$ 136 milhões), Atlético-MG (R$ 72 milhões), Corinthians (R$ 47 milhões), Athletico-PR (R$ 32 milhões) e, Internacional (R$ 31 milhões).

Em contrapartida, o Grêmio foi aquele que mais diminuiu sua dívida, reduzindo-a em R$ 79 milhões.

O Profut foi implantado pelo governo para parcelar as dividas, mas os clubes continuaram se endividando, mostrando que não existe o devido acompanhamento.

São coisas do Brasil.

NOTA 4- UMA DANÇA DA CADEIRA DIFERENTE

* O futebol paraibano teve boas épocas, com clubes organizados e participando com dignidade das competições.

Botafogo, Treze, Campinense, Auto-Esporte e tantos outros levavam torcedores aos estádios. Tudo isso pertence a um passado remoto.

Hoje seu futebol é decadente com seus times em divisões menores e com participações pífias.

Era um celeiro de bons jogadores que alimentava os nossos clubes. 

Há pouco aconteceu a Operação Cartola, com dirigentes e árbitros participando de um esquema de manipulação de resultados. Nada mudou, o esporte da chuteira na Paraíba está morrendo de inanição, o que é lamentável.

Técnicos são contratados e com pouco tempo são demitidos por não  serem milagrosos. Os times são fracos.

Na última terça-feira tivemos uma dança das cadeiras inusitada com o Treze demitindo o treinador Luizinho Lopes, que comandou o time por apenas dois jogos.

A demissão foi por algo diferente, desde que não foram as derrotas e sim uma entrevista do profissional que não se conteve após o jogo contra o Imperatriz no último domingo e respondendo a um repórter, perguntou: ¨Eu falei para quem que o time era bom? Eu disse que o time tinha alguma qualidade. O time não é bom, porque o time não ganha  p. nenhuma. Como é que o time é bom?¨

Por conta da sua franqueza a diretoria o demitiu.

Foi uma dança das cadeiras diferente. Luizinho falou a verdade e dançou.

NOTA 5- UMA SOCIEDADE DOENTE

* Um homem de 39 anos foi preso em flagrante na noite da última terça-feira por importunação ofensiva ao pudor após tentar abusar sexualmente de uma adolescente de 17 anos que estava assistindo o jogo entre o Coritiba e São Bento.

A prisão aconteceu no Estádio Couto Pereira, no alto da Glória. Antes dessa, o suspeito ainda foi espancado por outros torcedores que estavam no estádio e a ação foi registrada em vídeo.

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, o homem teria abaixado a calça encostado seus genitais na jovem. Os outros torcedores viram o que estava acontecendo, partindo para cima do suspeito.

Policiais que faziam segurança no local o prenderam e o levaram ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente. Ele foi autuado em flagrante e seguirá preso, já que não cabe fiança.

Trabalha como motoboy, tem esposa e uma filha de 18 anos.

Um fato lamentável, que escancarou o lado doente do nosso país. 

Vivenciamos duas gerações e jamais vimos algo tão podre como está acontecendo no Brasil. Perdemos a dignidade e sobretudo a postura.

Ir a um jogo de futebol tem o risco de ser morto pelas organizadas, e agora uma novidade, uma presença como essa nas arquibancadas.

Que pais é esse? 

NOTA 6- A HISTÓRIA DO MATA-MATA É DIFERENTE

* O Flamengo foi melhor em campo, mas o Athletico-PR foi bem mais competente, e por conta disso conquistou a vitória nos pênaltis. O time paranaense taticamente foi perfeito.

O rubro-negro perdeu Arrascaeta no início do jogo, modificando o seu sistema de jogo. Abriu o placar, mas o adversário aproveitou-se do único erro de sua defesa e empatou.

A decisão foi para os pênaltis, e no primeiro, a grotesca cobrança de Diego mostrou o que iria acontecer, com o clube da Gávea perdendo três penalidades. A passagem do Furacão para as semifinais foi justa por ter aproveitado os momentos favoráveis.

Em Porto Alegre, no Beira-Rio, foi a vez do Palmeiras sentir o peso de uma derrota. O Internacional mereceu a vitória tanto no jogo, como na decisão dos pênaltis, desde que foi superior ao adversário.

Na Fonte Nova, o Grêmio superou o Bahia ao aproveitar o único erro do tricolor, e o derrotou por 1x0.

Em Belo Horizonte, o time do Cruzeiro foi derrotado por 2x0 pelo Altético-MG, mas saiu vitorioso por conta do placar anterior. O Galo foi superior e merecia pelo menos decidir nos pênaltis.  

Um fato que não tinha acontecido na Copa do Brasil, com dois clubes gaúchos entre os quatro que irão jogar nas semifinais.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- AS CHANCES DO SPORT PARA O ACESSO

* Embora com um jogo a mais para o Sport, procedemos com uma nova rodada de probabilidades dos clubes com relação ao acesso.

O Sport vem em um curva descendente, desde que não conseguiu se firmar com uma campanha consistente. O que mais atrapalhou foram os cinco empates que representaram apenas cinco pontos ganhos nos 15 disputados, ou seja 31,4% de aproveitamento.

Outro ponto importante que tirou o rubro-negro da curva ascendente foi a derrota perante o Operário, assim como os empates com o São Bento e Cuiabá, jogos esses que no quadro das probabilidades eram favoráveis ao Leão.

O Sport chegou a ter 57% de chances para o acesso à Série A de 2020, teve uma queda vertiginosa com o percentual citado (31,4%).

Na verdade o time tem jogado mal, desorganizado e sem comando, e isso irá pesar no final. Não estamos defendendo a saída do treinador Guto Ferreira, posto que não apoiamos a dança das cadeiras, mas existe a necessidade de um maior apoio de um bom Gerente de Futebol que conheça bem os seus meandros e que possa dar uma boa colaboração.

Trata-se de um alerta, para que medidas sejam tomadas, antes que o Velho Leão se perca no brejo.

NOTA 2- O FLAMENGO IMPULSIONOU O PÚBLICO DA 10ª RODADA DA SÉRIE A

* O número de pagantes nos jogos da 10ª rodada da Série A foi o maior dessa competição.

Nos 10 jogos que foram realizados as suas arquibancadas receberam um total de 240.185 torcedores, com uma excelente média de 24.019 por jogo.

O time do Flamengo no seu encontro contra o Goiás deu uma grande colaboração, ao colocar no Maracanã um público de 60.947 pagantes, o que representou 25% do total.

Os mandantes tiveram 5 vitórias (50%), duas dos visitantes (20%) e três empates (30%).

Apesar da goleada do time da Gávea por 6x1, o número de gols foi pequeno, com 22 bolas balançando as redes, com uma média pífia de 2,20 por jogo. O retrato do futebol retrancado.

No geral, foram realizados 99 jogos, com um público de 1.964.545, com uma média de 19.844 pagantes por jogo, a maior da era dos pontos corridos.

Os mandantes somaram 56 vitórias (57%), 21 dos visitantes (21%) e 22 empates (23%) 

NOTA 3- UM BOM EXEMPLO PARA OS CALOTEIROS

* No futebol brasileiro existem diversos clubes aplicando a conhecida Lei Vampeta, quando fingem que pagam os salários dos jogadores, e esses fingem que jogam. Haja surrealismo.

Da Itália vem um bom exemplo para os nossos times caloteiros, com o rebaixamento do Palermo, clube dos mais tradicionais do pais, para a Série D Nacional.

O Clube apresentou irregularidades em sua administração financeira e teve os documentos que foram encaminhados para inscrição na Serie B rejeitados pela Federação Italiana.

A equipe tem dividas com jogadores e com a entidade que administra o futebol italiano. Além disso deixou de pagar uma multa de 500 mil euros (R$ 2,1 milhões).

Com essa decisão, o Palermo vai ter que recomeçar tudo de novo disputando a quarta divisão, inclusive terá que mudar de nome pela 4ª vez em seus 119 anos de vida. Cavani, Dybala e Pastore jogaram nesse clube.

Os 32 milhões de euros recebidos pela venda de Dybala a Juventus não resolveram os seus problemas, e agora vai seguir o mesmo rumo de clubes que faliram como Parma e Napoli, sendo que a recuperação desse último foi fantástica, e hoje é um dos maiores times da Itália.

O Palermo foi vitima de vários escândalos, que envolveram o ex-dono do clube, Maurício Zampieri, que foi preso por fraude fiscal e lavagem de dinheiro, e o Grupo inglês Sport Capital Investiment, atual proprietário.

Se isso fosse aplicado no Brasil os campeonatos seriam realizados com poucos clubes.

NOTA 4- A SALVAÇÃO DO BOTAFOGO

* O Botafogo vive um dos seus piores momentos. O clube não tem a menor perspectiva para um futuro promissor.

Está com sérios problemas financeiros e sem nenhuma porta aberta para socorrê-lo. As ultimas esperanças estão ligadas a ajuda dos irmãos Moreira Salles.

O estudo que eles encomendaram a Ernst & Young para criar um fundo destinado a gerir o futebol do Botafogo será apresentado aos irmãos nos próximos dias.

Em princípio, vai separar a gestão do futebol do resto do clube, modelo esse que terá que ser aprovado pelo seu Conselho.

João e Waltinho estão dispostos a aportar entre R$ 200 e R$ 300 milhões. Há também em curso uma ideia de que mais sócios entrem com outras cotas.

De qualquer forma, mesmo que o trabalho elaborado pela consultoria seja aprovada pelos bilionários e depois pelo clube, nenhum recurso pingará neste ano na caixa do Botafogo, que há dois meses não paga salários aos jogadores.

NOTA 5- OS MAIORES JOGADORES DA HISTÓRIA

* A Revista FourFourTwo no dia de ontem apresentou mais uma lista com os maiores jogadores da história. O mais grotesco foi a colocação de Pelé no terceiro lugar atrás de Maradona e Messi.

Os responsáveis por esse ranking são os apedeutas esportivos, e de futebol não entendem nada.

Não é por ser brasileiro, mas na verdade, Pelé até o dia de hoje não tem concorrentes, era um gênio da bola e o maior de todos. Foi o atleta do século.

Por outro lado, Maradona em primeiro lugar é algo que também não aceitamos. Esse foi um bom jogador, mas inferior a Messi que foi aquele que chegou mais perto de Pelé.

RANKING

1- Maradona,

2- Messi,

3- Pelé,

4- Cruyff,

5- Cristiano Ronaldo,

6- Di Stefano,

7- Beckenbauer,

8- Zidane,

9- Puskas,

10- Ronaldo,

11- Garrincha,

12-Platini,

13- Van Basten,

14- George Best e,

15- Baresi.

Os nomes foram bem escolhidos, mas erraram na colocação dos três primeiros.

Escrito por José Joaquim

Os analistas do futebol brasileiro precisam entender as mudanças que aconteceram nesse esporte quando a paixão abriu espaço para a razão. O amadorismo do passado cedeu o lugar a uma participação maior na indústria que mais cresce no mundo: a do entretenimento, que necessita de novos mecanismos.

Um clube de futebol não pode ser mais um brinquedinho de alguns dirigentes, ou mesmo uma entidade representada por um pedaço de papel, e cuja documentação vive debaixo do braço de seu dono.

Para que se tenha um time TOP 10, de linha disputando os títulos, mesmo em períodos de vacas magras os custos são bem elevados.

Quem os pagam? Os seus consumidores, de forma direta ou indireta, quando se associam, pagam os ingressos para os jogos, compram camisas e demais produtos licenciados.

As agremiações que não conseguem receitas compatíveis montam equipes mais frágeis, participam de competições estaduais e divisões menores, e quando ascendem tem dificuldades de manutenção. Os exemplos são latentes.

Todo o sistema existente bate com a lógica do mercado. Quanto mais torcedores e quanto mais recursos eles tiverem, mais receitas que o clube absorverá, e o ciclo continua com maiores investimentos, que produz uma melhor qualidade, e os seus produtos e serviços podem ser cobrados com preços mais elevados.

O futebol precisa de pensadores que entenda desse processo, para observar uma simples analogia, desde que com a maior quantidade de consumidores pagantes, mais receitas o clube terá para investir e competir com outros no mercado.

Com uma boa equipe, as participações nos eventos são melhores, e com isso estimula o patrocinador para estampar a marca em suas camisas, com a relação custo x benefício, e o retorno do aumento de suas vendas.

O maior número de torcedores está relacionado às cotas da televisão e ao sistema de pay-per-view. Quanto maior, mais dinheiro, sendo esta realidade do que acontece hoje no segmento, que atua com um membro ativo do mercado.

Quem atua é o potencial de mercado e isso faz que um clube de um estado de maior população tenha maiores condições de competição do que os de menor.

Esses são os desafios do mercado que estudamos profundamente, e que obrigam a clubes emergentes como os nossos, com demandas mais reduzidas, a se organizarem, trabalharem no incremento maior dos consumidores, e assim dentro de suas capacidades financeiras formatarem equipes que possam se manter na divisão maior, e chegar perto do TOP 5, que sem duvidas será um grande feito.

No final o futebol de hoje, com o mundo transformado em plano, é mais um componente do mercado de consumo, e para sobreviver tem que entendê-lo, necessitando de uma estrutura que não seja debaixo do braço como um violão do antigo boêmio. 

Escrito por José Joaquim

Os teóricos da conspiração estão com um prato cheio nas mãos com relação ao VAR, e a sua aplicação nos jogos de nosso futebol.

No último sábado, ouvimos de alguns amigos várias ponderações à respeito do apito eletrônico, e quase a unanimidade concordando de que está existindo um complô para derrubar a tecnologia através de erros contínuos por aqueles que o administram, e os que o aplicam, ou seja os operadores e os árbitros.

Por uma infeliz coincidência mais tarde no jogo entre Grêmio e Vasco aqueles que operam o arbitro de video, operaram o time cruzmaltino ao anular o segundo gol de Pikachu que deixaria o placar de 2x0 para a equipe carioca.

Nos lembramos  de imediato do teor da conversa que aconteceu pela manhã do mesmo dia.  

O árbitro validou o gol, e minutos após o invalidou por orientação da cabine sob a alegação de uma pretensa falta cometida por Rossi, meia da equipe vascaína em um defensor gremista.

Assistimos o lance por várias vezes, e ficamos na certeza de que não houve essa penalidade, desde que a jogada continuou sem nenhuma reclamação, e que culminou no gol.

Na realidade precisamos entender que o VAR não apita o jogo, ele auxilia a arbitragem que pela regra deveria ser soberana.

Como os homens da cabine sugeriram ao apitador que recorresse ao sistema apontando a tal falta imaginária?

Obvio que houve alguma interferência na imagem, mesmo sem o áudio, mostrando o lance anterior.

As imagens são geradas pela Globo, e mesmo sem  os áudios essas chegam contaminadas com a repetição dos lances, e os auxiliares também ouvem muitas informações que chegam às cabines. Essa é analise combinatória feita pelos teóricos.

Por outro lado, ouvimos algo que só mesmo a teoria da conspiração poderia discuti-lo, ou seja, de que está havendo um boicote dos árbitros para desmoralizarem o VAR, e que pelos constantes erros cometidos em diversos jogos, esse terminará sendo rifado.

A razão disso, segundo os adeptos da teoria, é que esses perderam o mando no gramado, em especial os auxiliares que hoje só marcam laterais e escanteios. Deixaram de ser donos do pedaço.

Vamos e venhamos, no futebol e em especial no Brasil de tudo pode acontecer, e que em alguns detalhes discutidos os teóricos tenham alguma razão, mas de uma coisa temos a certeza de que o VAR veio para ficar.

O problema não está no apito eletrônico, e sim daqueles que estão por detrás dele, que ainda não prepararam a unificação dos critérios a serem aplicados. Fica um verdadeira bagunça, uma panela em que muitas mãos estão mexendo a comida. Na verdade essa sai sem sal.

Todos precisam entender que as diretrizes devem ser uniformes, e não uma brincadeira de zap como está acontecendo.

No Brasil onde o rabo balança o cachorro, essa teoria da conspiração pode ter os seus seguidores com a concepção de que haja uma união para derrubar o sistema que objetiva trazer a transparência para os jogos, e moralizar os resultados, que muitas vezes são alterados por erros de arbitragem.