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Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro é uma verdadeira luta de classes, conforme pesquisa que realizamos nos campeonatos realizados na era dos pontos corridos com 20 clubes, quando detectamos a tendência que vem se firmando com um TOP 10 com pouca participação de clubes com receitas menores.

Chegamos ao patamar de entrega do futebol apenas para os clubes de maior poder econômico, reflexo do abismo financeiro, enquanto os demais ficam brincando nas últimas posições.

No ano de 2006, tivemos a presença de três emergentes- Paraná (5º), Figueirense (7º) e Goiás (8º). Os sete restantes pertenciam a elite desse esporte no Brasil. Em 2007, nenhum penetra conseguiu furar o bloqueio, os grandes do Sul e Sudeste, dominaram as dez primeiras colocações.

Em 2008, Goiás (8º), Coritiba (9º) e Vitória (10º), furaram a barreira pilotando carros mais pesados e blindados, e conseguiram participar do banquete. No ano de 2009, o Avaí (6º) e o Goiás (9º) estiveram presentes no TOP 10. Com relação a temporada de 2010, somente o Athletico-PR esteve presente, na 5ª colocação.

Em 2011, o Figueirense (7º) e Coritiba (8º) foram os participantes nesse grupo da primeira página da tabela de classificação, enquanto em 2012 as portas ficaram fechadas para os emergentes, e os ricos, embora com alguns esfarrapados fizeram a sua festa particular.

No Campeonato de 2013, o Ahtletico-PR iniciou o seu projeto de tornar-se grande, ficando em terceiro lugar, e o primeiro emergente a se classificar para a Copa Libertadores por conta da colocação no Brasileiro. O Vitória (5º) e Goiás (6º) também estiveram no TOP 10.

A partir de 2014, o número de emergentes foi sendo reduzido, com apenas o Athletico-PR (8º) participando. Em 2015 tivemos o Sport (6º) e mais uma vez o Furacão (10º).

No ano de 2016, Athletico-PR (6º) e Ponte Preta (8º), participaram do grupo maior, enquanto em 2017 os medianos não tiveram uma única vaga. Na última temporada, somente o Athetico-PR esteve presente no 7º lugar.

O rubro-negro paranaense é uma luz vista no fundo do poço, que foi ficando mais forte ano a ano, e hoje esse faz parte do grupo maior do futebol brasileiro. Embora com poder de investimentos muito menor, o seu planejamento surtiu efeito, e as suas participações são as respostas do que vem sendo realizado.

Sem duvida a equipe paranaense mostrou que mesmo com recursos diferenciados, um clube organizado, com um projeto bem formatado, poderá fazer algo muito positivo nas competições em que participa.

Na realidade enquanto os grandes torram recursos sem um retorno, aqueles que souberem aplicar os seus com racionalidade irão obter êxito.

Dinheiro ajuda, mas não é  palavra final, desde que sem uma boa aplicação, voa no primeiro vendaval.

Na verdade para melhorarmos a competividade do futebol brasileiro, a receita seria a isonomia na distribuição de seus recursos, acabando com essa insanidade reinante.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- SÓ UM MILAGRE SALVA O SANTA CRUZ

* Como tínhamos previsto o jogo entre o ABC e Santa Cruz pela Série C do Brasileiro era a última bala de prata do tricolor.

A vitória seria o único caminho, mas o empate de 0x0 foi trágico para os dois times.

O time pernambucano está na sétima colocação com 18 pontos, 5 a menos do que o quarto colocado, Ferroviário, com 23 pontos. Na sua frente ainda tem o Botafogo-PB com os mesmos 18 pontos, e do Imperatriz com 21 pontos, três a mais.

Faltam quatro rodadas para encerrar a primeira etapa, e 12 pontos a serem disputados, e o time do Santa Cruz necessita dessas quatro vitórias para chegar ao ponto ideal que garante a classificação.

Com relação ao ABC a Caetana ficou mais próxima de degola-lo.

Quanto a partida o placar foi injusto para a equipe potiguar, desde que teve o domínio da partida por mais tempo, as traves seguraram a bola por duas vezes, e o goleiro Anderson fez milagres.

Quem precisava ganhar jogou pouco para isso.

NOTA 2- SEM OS INVESTIDORES O BOTAFOGO CORRE O RISCO DE FECHAR AS PORTAS EM 2020

* Nos últimos anos os irmãos Moreira Salles tem ajudado o Botafogo com empréstimos e doação de infraestrutura como o CT. Eles tem um projeto de transformar o futebol do clube em uma empresa, com suas participações e de outros investidores.

Contrataram a consultoria da empresa Ernest & Young para analisar a situação do clube. A conclusão do trabalho é de que todo o projeto tem de estar de pé em cinco meses. Só assim o alvinegro evitará um iminente processo de falência.

O projeto primário é para que o clube não feche as portas em 2020. Tudo foi feito baseado no Balanço do clube de 2018, e é obvio que no semestre de 2019 o passivo foi incrementado.

Os irmãos Salles que são torcedores apaixonados pelo Botafogo no dia de hoje representam a sua salvação.

Na última sexta-feira a diretoria aprovou o projeto, e o encaminhou ao Conselho. A torcida também o aprovou pelas redes sociais.

Aliás o alvinegro carioca não é o único clube do futebol brasileiro que poderá fechar as suas portas, desde que existem outros na mesma situação. 

NOTA 3- NA MATINAL UMA CHANCHADA 

* Esqueceram de avisar aos torcedores do Criciúma que haveria uma matinal no Heriberto Hulse, cujo filme teria como protagonistas os times do Criciúma e Figueirense, em um clássico local.

Um pouco mais de dois mil pagantes estavam presentes no estádio, e assistiram uma verdadeira chanchada da época da antiga Atlântida Cinematográfica, com comedias de Oscarito e Grande Otelo. Eram produtores do riso. 

Aliás os que o assistiram deveriam pedir o dinheiro do ingresso de volta. O empate de 1x1 foi justo pelo que os cubes apresentaram.

O resultado não foi bom para nenhum dos dois times, que acumulam, três jogos sem vitória na competição, e cada vez mais se afastam da turma de cima.

Com 13 pontos, o Criciúma é o 14º colocado, quatro pontos acima do São Bento, primeiro time da zona da Caetana.

O mais interessante desse jogo, é que os dois times jogaram na espera de uma bola através nos contragolpes. O Figueirense saiu na frente do placar, em um lance de contra-ataque.

Após o gol o time mandante partiu para conquistar o empate, e conseguiu através de uma penalidade que certamente o nosso VAR não marcaria.

Na verdade nem com pipocas, a matinal agradou.

Aliás essa foi o retrato do nosso futebol.

NOTA 4- REAL MADRID EM PÂNICO 

* Os periódicos de Madrid não perdoaram o Real Madrid por conta da goleada de 7-3 que sofreu em um jogo pela Internacional Champions Cup, contra o seu rival da capital Atlético de Madrid.

A vergonha foi tão grande, que o técnico Zidane não foi ao vestiário após a entrevista coletiva.

Estávamos interessados no encontro  por conta da estreia no Atlético de João Felix, que foi protagonista da maior venda de um atleta em Portugal.

Em Lisboa esse atleta é considerado como o novo Cristiano Ronaldo. Lemos alguns jornais espanhóis, e o ¨Marca¨ e ¨As¨, os dois maiores da Espanha no setor de esportes, analisaram a atuação do jovem de 19 anos, jogando com a camisa 7 que era usada no time merengue, e o enalteceram.

Mesmo sendo um jogo amistoso, João Felix deixou bem claro que o seu futuro será bem promissor. Um gol e duas assistências foram as suas marcas que ficaram gravadas na mente de todos.

Parecia um veterano, e o seu jogo foi uma explosão de alegria para os adeptos dos colchoneros.

Era um ídolo do Benfica, e sem duvida o será também dos torcedores do Atlético.

Sempre estamos lendo os jornais esportivos de Lisboa, e todos eles ressaltavam a qualidade desse jovem, que teve um belo inicio nos gramados espanhóis.

Sem duvida iremos ter um novo Cristiano Ronaldo.

NOTA 5- O SPORT FOI O MAIOR BENEFICIADO NA 12ª RODADA

* A Série C continua embolada após o fechamento da 12ª rodada. O G4 teve duas modificações por conta das saídas do Botafogo-SP e Londrina, e o acesso do Atlético-GO e Sport.

O rubro-negro da Ilha foi o mais beneficiado, desde que os rivais que poderiam ultrapassa-lo foram derrotados nos jogos de ontem.

O Londrina perdeu para o Oeste por 1x0, e a Ponte Preta foi derrotada pelo Vitória por 2x1. O Leão ganhou numa rodada 9 pontos.

O Bragantino disparou na ponta com a vitória de 1x0 para o Vila Nova, liderando a competição com 26 pontos. A maior surpresa é o CRB que assumiu a sétima colocação com 18 pontos, três a menos do que o Sport, quarto colocado.

O sobe e desce sem duvida irá continuar, posto que a diferença do décimo, Figueirense para o quarto é de 3 pontos.

Pelo menos nove clubes estão na luta pelo G4, e o que tiver uma maior regularidade terá sucesso. A 13ª rodada terá inicio amanhã com o jogo do Sport e Guarani.

NOTA 6- SÓ UMA BENZEDEIRA SALVA O FLUMINENSE

* É incrível a falta de sorte do Fluminense.

Apesar do bom jogo que fez com o São Paulo saiu derrotado por 2x1, com o desempate  nos minutos de acréscimos por conta da marcação de um pênalti pelo VAR.

Foi uma das melhores partidas do tricolor carioca, mas os Deuses do Futebol não o ajuda.

Tecnicamente o jogo foi razoável, mas pelo espirito de luta foi bom para quem o assistiu.

A diretoria do Fluminense deveria contratar uma benzendeira para benzer as Laranjeiras.

Nos demais jogos de ontem pela Série A, o Palmeiras com um time alternativo empatou com o Vasco por 1x1. O time vascaíno com Luxemburgo aos poucos vai melhorando. Fez uma boa partida.

No Beira Rio, o time reserva do Internacional derrotou o Ceará por 1x0, em um jogo com cara de pelada. 

Enquanto isso no Mineirão, o Athletico Paranaense derrotou o time alternativo do Cruzeiro por 2x0, voltando a ganhar fora de casa.

O Furacão se tornou um time grande.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A ÚLTIMA BALA DO SANTA CRUZ

* O Santa Cruz terá nesse sábado um encontro que deveria ser chamado de ¨A última bala na Série C do Brasileiro¨.

O time coral irá jogar como visitante em Natal contra o ABC com a necessidade de ganhar, desde que após esse jogo teremos apenas quatro rodadas a serem cumpridas para o final da competição, e as distancias estão sendo alargadas.

O tricolor soma 17 pontos, na 7ª colocação, enquanto o alvinegro de Natal está na zona da degola, no 9º lugar com 10, e para escapar não pode sequer empatar.

Nos últimos cinco jogos, o time do ABC somou 6 pontos, com uma vitória, três empates e uma derrota, um aproveitamento de 40%, enquanto o Santa Cruz somou com esse mesmo número de jogos 4 pontos, aproveitamento de 26%.

O time do Arruda completou quatro rodadas sem uma vitória, e com 3 derrotas e um empate. Uma campanha pífia para quem deseja um algo mais.

Um jogo difícil por conta da necessidade do rival, que está lutando para fugir da Caetana.

NOTA 2- UMA VITÓRIA IMPORTANTE PARA O NÁUTICO 

* Um gramado alagado, por conta das chuvas que estão caindo em nossa cidade, o Náutico com um segundo tempo de muita vontade derrotou o Confiança por 3x1.

As dificuldades foram grandes por conta do gramado que dificultava as jogadas, e a única maneira era a bola aérea.

Aos 18 minutos na cobrança de um escanteio, o Confiança abriu o placar. O time alvirrubro não jogava bem, desde que não tinha se adaptado ao alagado. Em uma jogada individual de Thiago aos 38 minutos empatou a partida.

Na segunda etapa o Náutico passou a jogar de acordo com o figurino, e contou com o gol do desempate aos cinco minutos. O jogo ficou paralisado por cerca de 8 minutos por falta de ambulância que foi atender um torcedor.

Uma partida como essa deveria ter pelo menos duas ambulâncias.

O Confiança tentou reagir, mas o Timbu jogando com  muita vontade, segurou os ataques do adversário e aos 38 minutos fechou o placar de 3x1.

Com essa vitória o alvirrubro assumiu a vice-liderança, e aumentou as suas chances para a classificação, e que certamente irá acontecer. Só uma tragédia poderá tirar-lhe da segunda fase.

NOTA 3- ENFIM O SPORT JOGOU COMO UM TIME DE SÉRIE B 

* Apesar do apito amigo que marcou um pênalti Mandrake favorável ao Sport, que determinou a sua vitória por 1x0 frente ao Paraná, o rubro-negro fez a sua melhor partida na competição.

No primeiro tempo não permitiu que o time paranista jogasse, com uma marcação correta, fazendo pressão no campo do adversário. Deu certo, desde que as chances de gol foram raras.

Na segunda fase para segurar o placar errou ao recuar dando espaço ao time adversário para procurar o empate, mas como esse estava desesperado não conseguia finalizar de forma correta.

Como já tínhamos afirmado em uma postagem, um jogo de Segunda Divisão é diferente. Requer entrega, vontade e sobretudo união do grupo com um só objetivo, a vitória e isso realmente aconteceu na Vila Capanema.

O Leão mais uma vez dormiu no G4, podendo ser superado pelo Londrina e Ponte Preta, mas pelo menos o time deu um alento ao seu torcedor, acabando com a empatite que tinha assolado na Ilha do Retiro.

Os rubro-negros agradeceram ao apito amigo. 

NOTA 4- UM MODELO ATABALHOADO DE GESTÃO

* Já cansamos de repetir que o futebol brasileiro é surreal, onde de tudo por acontecer.

A gestão do Santos faz parte do Sanatório Geral, e o que acontece nos seus intramuros são fatos grotescos.

Ontem tomamos conhecimento de uma critica pública feita por Jorge Sampaoli, técnico santista, aos procedimentos da diretoria do clube, que para esse cometeu um erro gravíssimo ao negociar a renovação do zagueiro Gustavo Henrique.

¨Foi um erro gravíssimo não renovar até o último momento com jogador tão importante. Tem crescimento enorme. Não decido, mas a história do Santos será bem diferente quando houver planejamento¨, afirmou.

O zagueiro tem contrato com o Santos até 31 de janeiro de 2020. Ou seja, a partir do fim de junho estará livre para assinar com qualquer outro clube de graça. A situação ainda não foi resolvida e parece estar longe de um desfecho. O técnico tem razão.

Outro problema que afetou Jorge Sampaoli foi o da contratação de Paulo Autuori como diretor de futebol. Não foi consultado, e o Santos tomou a decisão. Embora tenha dito que o respeitava, ficou chocado com a diretoria do clube por não ter falado, e não dizer o motivo.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 5- A REGULARIDADE NOS PONTOS CORRIDOS

* Um dos fatôres mais importantes no sistema de pontos corridos é sem duvida a regularidade dos clubes.

Vitórias salteadas prejudicam a classificação na tabela, desde que não se pode ganhar hoje, para voltar a ganhar só um tempo depois.

Nesse período aqueles com melhor regularidade disparam.

Procedemos com uma análise em diversas rodadas da Série A em alguns anos, e observamos que a partir da adoção dos três pontos, as vitórias em sequência empurram uma equipe para cima, e por conta disso o aspecto negativo de uma derrota ou de um empate é absorvido sem alterações.

A regularidade é a alma de uma boa competição para os clubes, e deve fazer parte dos seus projetos.

NOTA 6- A DANÇA DA CADEIRA NA SÉRIE C

* O Ferroviário que liderou o Grupo A da Série C por sete rodadas, estagnou e vem de uma série seguida de três derrotas, que deixaram o time com o sinal de alerta. Só não estar pior porque tinha uma boa gordura, mas as suas chances de classificação caíram muito.

Na última quinta-feira foi derrotado pelo Sampaio Correa, que deu origem a dança das cadeiras com a demissão de Leandro Campos.

O Ferrão já contratou o seu substituto, Marcelo Veiga, que era técnico do Bragantino antes da fusão com o Red Bulls.

Essa será a segunda passagem de Veiga pelo Ferrão na função de técnico, desde que já vestiu a sua camisa como jogador, entre 1987 e 1989. No seu currículo tem dois acessos pelo time de Bragança, em 2018 e 2007.

O que aconteceu com o Ferroviário é algo difícil de ser explicado. O time tinha mais de 90% de chances de passar para a segunda fase, e caiu para 58% em pouco tempo.

São coisas do futebol que ceifou mais uma cabeça.   

Escrito por José Joaquim

Lemos no dia de ontem uma noticia sobre a audiência do Programa Linha de Passe, da ESPN-Brasil, na última quarta-feira no pós jogos da Libertadores. Segundo o colunista essa foi o dobro da segunda colocada.

Tal fato demonstra que aqueles que acompanham o futebol, acolhem programas com maior qualidade.

Há  muito tempo que vem acontecendo a queda latente do jornalismo esportivo brasileiro, e um programa como o Linha de Passe é algo fora da curva.  

Aquelas mesas redondas de épocas anteriores deram seus lugares a programas que não tem nenhuma responsabilidade jornalística. A Rede Globo não promove nenhum programa de debate, a não ser em ocasiões especiais. Fica a cargo da TV fechada ligada ao grupo Globo, o Sport TV, fazê-lo, mas são encenações no sistema feijão com arroz, sem o menor comprometimento.

O Linha de Passe destacado, tem um bom conteúdo, e é um dos últimos sobrevivente de um jornalismo que está em coma numa UTI. Podemos até não gostar de alguns dos seus participantes, mas existe uma isenção nas suas análises.

Além disso, a Globo, depois sendo seguida pelas outras emissoras, adotaram a contração de convidados no lugar de jornalistas. Tanto na TV aberta como na fechada, os jogos transmitidos tem um ex-jogador fazendo comentários. Vendem audiência, mesmo falando do nada para o nada.

Cansamos de baixar o som da nossa televisão, por não suportarmos comentários sobre uma partida, tão diferentes de sua realidade.

Nada temos contra a participação desses convidados, desde que no meio aparece algumas boas cabeças, mas são poucas no contexto geral. Um Juninho Pernambucano quando estava comentando era um bom exemplo, mas se tornou uma agulha no palheiro.

Não sabemos para que servem as escolas de jornalismo que existem pelo Brasil afora. Estão preparando o que? Para atuarem em que e aonde? Os lugares estão sendo ocupados por aqueles que chamamos de mídia ilusória.

Lemos há muito tempo um artigo da jornalista Bianca Garcia sobre o jornalismo brasileiro, em que ela afirma: ¨Precisamos de algo mais inteligente. De uma televisão mais inteligente. De uma mídia que seja motor de transformação social e não uma fórmula eficaz de alienação¨.

Infelizmente isso está acontecendo no futebol nacional, e com a gravidade de existirem no meio bons profissionais que não estão sendo aproveitados.

Escrito por José Joaquim

Jorge. técnico do Flamengo, tem o sobrenome de Jesus e está sendo crucificado pelas mídias brasileiras depois da derrota do rubro-negro frente ao Emelec, do Equador. Tudo que aconteceu foi por sua culpa segundo os diversos analistas.

Na verdade observamos alguns erros, mas não se pode execrar um profissional com pouco tempo no Brasil, e que na semana anterior era aplaudido pelos executores de hoje, após a goleada de 6x1 contra o Goiás. A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Jorge Sampaoli técnico do Santos, apesar da sua performance até hoje sofre criticas.

Na realidade, o futebol brasileiro tem resistência aos treinadores de fora, e a maioria daqueles que aqui estiveram saíram por conta de cobranças exageradas dos torcedores, e da imprensa, que não via com bons olhos tais presenças. Existe um sentimento de xenofobia embutida.

Nos lembramos da perseguição ao tecnico argentino Ricardo Garega, demitido do Palmeiras com pouco tempo de comando, e após a sua saída os resultados pioraram.

Vivenciamos o sentimento do torcedor do Cruzeiro em um jogo no Mineirão em que estávamos presentes, com as vaias ao português Paulo Bento, que no outro dia foi demitido. Passou 75 dias no seu comando. Vários outros que aqui passaram sofreram com os mesmos problemas.

Se observarmos os técnicos nacionais, os melhores são medianos, apesar de que muitos desses pensarem que são estrelas, mas estão bem longe daqueles que habitam os grandes clubes do mundo. Esses tem muito a aprender.

O Brasil em épocas distantes teve excelentes técnicos estrangeiros, e todos bem recebidos. Vivíamos em outro mundo. O húngaro Nicolas Ladanyl, por exemplo foi importantíssimo para o futebol nacional nos anos de 30, quando dirigiu o Botafogo. Outro húngaro, Bela Guttman, fez uma revolução nesse esporte, em sua passagem pelo São Paulo.

O argentino Filpo Núñez, comandou a Academia do Palmeiras e também foi o único técnico estrangeiro a dirigir uma seleção que na época era ainda brasileira, numa partida em que os palmeirenses representaram o Brasil.

Pernambuco teve excelentes técnicos estrangeiros. Os uruguaios Ricardo Diez, que dirigiu os três clubes da capital, e os argentinos Dante Bianchi e Alfredo Gonzalez, que trabalharam também nos grandes do estado, sendo que esses dois últimos conhecemos de perto.

Na verdade, os que fazem o futebol brasileiro, em especial os seus técnicos tem receio com a presença de treinadores estrangeiros, o que é um grande erro, pois esses poderão contribuir para a melhora do esporte da chuteira no país.

Um bom exemplo aconteceu nos esportes olímpicos que evoluíram por conta de técnicos estrangeiros que fizeram escola no país.

Jorge de Jesus é um grande técnico, com mercado na Europa, e com toda a certeza irá fazer do Flamengo um time competitivo.