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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A ALMA CONTRA UMA GERAÇÃO DE OURO

* O jogo que inicia as quartas de final da Copinha do Mundo tem todos os ingredientes para muitas emoções.

A alma, a vibração do Uruguai, irá confrontar-se com uma geração de ouro com uma boa parte dessa formada no Centro de Formação de Clairefontaine, que é dirigido hoje pelo brasileiro Francisco Filho.

Sete dos atletas titulares foram preparados nesse local.

A seleção do Uruguai ainda tenta curar a lesão de Cavani, que é a sua maior referencia. Ontem o atleta treinou em separado, e ainda não foi confirmada a sua escala.

A ausência desse profissional será um duro golpe para a Celeste, como foi a de James Rodrigues para a Colômbia.

A sua defesa levou um gol, e tem como ponto alto, a zaga do Atlético de Madrid, Diego Godin e Jose Gimenez.

A dupla de área que poderá ser desfeita, tem Cavani e Luis Suarez, é a responsável pelos gols uruguaios. 

Do lado francês, a seleção deixou muitas duvidas na primeira fase. Em nenhum dos três jogos conseguiu mostrar a cara de sua geração dourada.

O encontro contra a Argentina pelas oitavas de final, transformou o panorama por conta de uma vitória de 4x3, com um futebol de alta velocidade, com destaque para Kylian Mbappé, jovem de 19 anos que foi autor de dois gols.

O seu meio de campo é excelente, e consegue dar o apoio tanto à defesa como para ataque.

Na realidade essa partida envolve duas seleções que estão crescendo na competição e que sonham chegar mais alto. Será um bom jogo.

O melhor de tudo é que essa Copinha está encerrando, e que tudo voltará ao normal em nosso país, em que a sua população adora um feriado.

NOTA 2- O QUE FEZ O SPORT NO PERÍODO DE COPA?

* Enquanto os clubes da Série A estão complementando o seu elenco para a fase do pós Copa, o Sport dormiu em berço esplendido, e cuidou apenas de uma pequena desova.

Aliás deveriam dizer qual foi o gênio que contratou Felipe Rodrigues, que nada mostrou quando vestiu a camisa do rubro-negro.

Vai embora e não deixará nenhuma saudade.

O zagueiro Oswaldo Henriquez que entrou na desova tinha contrato até o final desse ano. Embora tenha jogado como titular por um bom tempo, jamais firmou-se na posição.

Que seja feliz.

Como o clube tem um trabalho de formação capenga, os jovens que são alçados ao profissional tem sérios problemas de fundamentos, e esse é o caso de Fabiano que vai para o Guarani de Campinas por empréstimo.

Foi muito mal aproveitado.

Na verdade não está errado o enxugamento da folha salarial, principalmente para um clube que tem sérios problemas financeiros, mas é obvio que o elenco atual não terá uma boa continuidade na competição.

A única contratação foi de Jean, que apesar dos 23 anos já vestiu várias camisas de times pequenos.

O meio de campo do time da Ilha do Retiro é fraco, precisa de um meia de qualidade que pense o jogo, assim como o ataque que não tem um homem de referencia.

Se a diretoria do clube estiver pensando que o Sport irá repetir o que fez nessas 12 partidas, vamos dar um conselho para tirar o cavalinho da chuva, senão esse irá morrer de resfriado.

Enquanto isso, o presidente do clube participa no voo da alegria no mundo da Rússia, mas parece que está no mundo da lua.

NOTA 3- AUMENTAR O TAMANHO DO GRAMADO É A SALVAÇÃO

* Quantos jogos de qualidade foram vistos nessa Copinha do Mundo de Putin?

São contados nos dedos.

Esse torneio está sendo um mal exemplo para o que resta do futebol, ao incentivar as retrancas, e em especial as bolas paradas.

Os gols provenientes da troca de passes desapareceram e tornaram-se uma raridade.

Na última terça- feira em um jogo da Serie B, assistimos a feitura de um gol do Goías contra o Avaí, que saiu do seu campo de defesa até a área do adversário trocando passes, e no final com direito a drible no goleiro.

Isso é o que chamamos de futebol de raiz que já aconteceu em nosso país.

O sucesso da Copa é jogar a bola para o alto no sistema bumba-meu-boi, e colocar um muro de concreto frente às defesas.

O professor Neymar, a paixão dos ufanistas, está dando aulas em sua escolinha e a matéria mais importante é a que trata dos modelos de simulações. Muitas seleções inscreveram os seus atletas. 

A da Inglaterra já está diplomada, desde que no seu jogo contra a Colômbia deu um show de simulações sob às vistas generosas do árbitro da terra de Donald Trump.

As partidas que estão sendo realizadas na Copinha são espremidas mostrando que o campo de jogo ficou pequeno, e não tem espaços sobrando para os jogadores bons de bola.

Só tem uma saída, a de aumentar o tamanho do gramado voltando para as antigas dimensões de 110x75 metros, abrindo assim novos espaços.

Se esse vírus que contaminou a Copinha penetrar com força nos eventos nacionais, o nosso futebol que já é péssimo será  enterrado.

Uma herança maldita.

NOTA 4- NEYMAR DE FORA DA SELEÇÃO DAS OITAVAS

* A mais importante revista esportiva da França, France Football, publicou a sua seleção das oitavas de final, e deixou Neymar de fora para tristeza dos seus ¨parças¨ e da Marquezine.

Dois jogadores brasileiros foram escolhidos, Willian e Paulinho. Na verdade as escolhas foram boas.

O jogador do Chelsea foi o melhor em campo, mas as influências externas escolheram o brasileiro do Paris Saint Germain.

Uruguai e França foram as que colocaram mais jogadores na seleção.

Os uruguaios com Godin, Cavani e Bentancur, e os franceses com Pavard, Kanté e Mbappé.

Dois jogadores eliminados, mas que foram destaques em seus jogos, foram escolhidos: Schmeichel, goleiro da Dinamarca, e Mina zagueiro da Colômbia.

A lista foi completada por Hazard que deveria também ser escolhido como craque dessa fase.

A seleçao foi montada da seguinte forma: Schmeichel, Pavard, Mina, Godin, Kanté, Bentancur, Paulinho e Wiliian, Harzard, Mbappé e Cavani.

Uma boa e seleta escolha.

NOTA 5- UMA VERGONHA BRASILEIRA

* O Brasil é um país que perdeu a vergonha há muito tempo.

Os fatos comprovam, inclusive com um ministro no dia de ontem sendo afastado do seu Ministério (Trabalho) pela Justiça.

O motivo de tal fato: as suspeitas de corrupção.

O mais grotesco se dá com a paralização dos serviços públicos da maior relevância por conta de um jogo da seleção.

As dificuldades para a marcação de exames especiais como os de ultrassom e diversos procedimentos de tal porte, tem uma lista de espera de alguns meses.

O cidadão ou cidadã, consegue marcar, e no dia do exame o hospital está fechado para que os funcionários, inclusive os médicos possam assistir uma partida de futebol que no contexto geral não vale nada.

O mais grave é que esses serão remarcados para dias muitas vezes bem distantes, como se a doença fosse esperar.

Isso aconteceu pelo Brasil afora e irá repetir-se no dia de hoje.

Um profissional jamais deveria sucumbir perante esse chamamento, desde que o povo com mais necessidades está bem acima de um time de futebol. Uma questão de saúde.

Não assistir um jogo para esses tem a aparência do fim do mundo.

Fim do mundo é sem duvida deixar um paciente sair de casa para um atendimento que foi marcado, e encontrar um cartaz de papelão com os dizeres: ¨FECHADO PARA A COPA¨.

Deixar de assistir uma Copa não mata ninguém.

É uma vergonha.

NOTA 6- BOLA QUADRADA

* A pena do jornalista Alan Neto, do jornal ¨O POVO¨, do Ceará é mais afiada de que um punhal.

Na edição que foi publicada no dia de ontem, a sua coluna tratou de ex-jogadores como comentaristas dos canais de televisão.

O texto é de uma ironia fina e vale a pena mostra-lo aos nossos visitantes:

Inventaram de jogador tornar-se comentarista.

Nada contra.

Exceções à regra são mínimas, quase nenhuma.

Bola quadrada quando falam.

- Júnior ainda é o melhor deles. Deveria estar no lugar de Casa Grande, que só bodeja. Você acaso entende o que ele diz?

- Fenômeno, um balseiro, deve ter sido invenção do chato Galvão. Fala baixo, nem no último volume se entende.

- Não seja por isso. Rei Pelé foi péssimo analista. Romário durou pouco com a sua língua pregada.

Restou também o Roger, tão insosso como pudim de isopor.

Comentários   

0 #1 Rádio é Diferente de TVBeto Castro 06-07-2018 12:07
Nota 4 - Minha seleção tem pontos em comum, mas seria muito melhor. Schmeichel - Pavard e Mina - Matuidi e Kanté - Pogba - De Bruyne e Hazard - Cristiano Ronaldo - Mbappé e Neymar. Nota 6 - Os monstros sagrados do rádio são diferentes dos craques da TV. Fazem comentários no intervalo e no final do segundo tempo, com uma ampla visão de toda a partida. Como exemplo das maiores feras do Nordeste gostaria de citar quatro imbatíveis que escutei por toda a vida - Ralph de Carvalho (hors concours), conhece de futebol mais do que 80% dos treinadores, José Ribeiro, Antônio de Pádua e Luis Cavalcante (in memorian), só para citar alguns entre os melhores, que tinham profundos conhecimentos holísticos do futebol. Entres os grandes do futebol, Júnior, Edinho, Juninho Pernambucano, Caio Ribeiro e Falcão são excelentes e comentam como as almas que já estiveram nos gramados. Outros estão em crescimento evidente e alguns são mais torcedores regionalistas. Murici sempre será um fora de série - jogador e treinador já é demais. Tostão fora de série. Até Grafite está se destacando muito bem. Jornalistas com profundos conhecimentos cito Juca Kfouri, apesar de conspirador, Mauro Pereira e Rodrigo Mattos (excepcionais) e Roberto Avallone. Narradores excelentes se contam às centenas em ambos os veículos - evidente apenas uma amostragem. O Brasil ainda é um grande celeiro de craques e jornalistas esportivos, apesar do desastre na organização do futebol. Os cooptados e bajuladores são horríveis e muitos, mas por conta do desemprego e do subemprego. Discriminação e racismo são sempre um tipo de concorrência desleal no mercado de trabalho.
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