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Escrito por José Joaquim

Pregamos no deserto quando mostramos o golpe preparado pela Rede Globo em conjunto com Circo do Futebol Brasileiro, na ocasião das mudanças na formatação da Copa do Brasil, criando um grupo seleto que só ingressaria na sua fase de oitavas, matando o sonho de alguns clubes de chegarem a uma disputa final.

Como sempre os interessados calaram-se, por conta de uma subserviência patológica, em especial os do Norte e Nordeste. O projeto vislumbrava quartas de final apenas com clubes chamados de elite. Enfim estão chegando perto.

A Copa do Brasil tem no seu histórico a presença de equipes médias chegando às fases finais, disputando as decisões e conquistando o título. Criciúma (1991), Juventude (1999), Santo André (2004), Paulista (2005) e Sport (2008), são os maiores exemplos. Essa competição sempre foi considerada como a mais democrática do país, quando clubes menores chegavam a patamares mais elevados.

Em um levantamento feito pelo jornal Hoje Em Dia-MG, sobre os confrontos nas quartas de final da competição no século XXI, mostra de forma clara que sempre tivemos dois ou mais intrusos na disputa, o que é importante não apenas na parte financeira, como na visibilidade dos que participam.

Com as mudanças, o ano de 2015 ficou reduzido ao Figueirense, os demais foram degolados nas oitavas. Em 2001 foram 4 entre os oito, 2002 (3), 2004 (4), 2005 (5), 2006 (2), 2007 (4), 2008 (3), 2009 (3), 2010 (2), 2011 (4), 2012 (5), 2013 (2), 2014 (2).

Na presente temporada mais uma vez teremos nas quartas de final um único representante dos menores, o Juventude que foi derrotado pelo São Paulo por 1x0, resistiu bravamente e obteve a sua passagem, desde que o time paulista necessitava de dois gols.

Os cartolas do Circo desejavam que todos os classificados fizessem parte do que chamam de Grupo dos 12, para o grande banquete nas finais. Por uma ironia dos Deuses do Futebol, os clubes cariocas ficaram de fora, e o estado de São Paulo que pretendia classificar cinco clubes teve de contentar-se com três.

Chamamos a atenção por várias vezes, em especial dos clubes de nossa região, sobre a entrada dos classificados para a Libertadores diretamente nas oitavas de finais, que isso iria destruir a democracia, instalando uma plutocracia danosa para o futebol brasileiro.

Na verdade o Nordeste, que já foi palco de revoluções libertárias, tornou-se hoje como o último reduto, de políticos corruptos, que ainda são ouvidos por uma parte da população. Somos os cordeirinhos que esperam tranquilamente a imolação no altar.

Enquanto isso perdurar, no futebol a plutocracia continuará a mandar, e sempre seremos pequenos, e o torcedor continuará a abandonar os estádios. 

A média de público da atual Copa do Brasil é de 4.977 pagantes por jogo, que na realidade é medíocre.

Pelo menos o Juventude existe.

São coisas de um futebol estrambelhado.

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