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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O LEMA DA DIRETORIA DO SPORT É O DE RASGAR AS TRADIÇÕES

* A diretoria do Sport Recife detesta as tradições.

As cores rubro-negras estão desaparecendo do clube. As camisas do time de futebol imitam as dos europeus. O fabricante não tem trabalho. Como são patrocinadores de grandes clubes do Velho Continente, fazem uma gambiarra e introduzem nos uniformes do rubro-negro de Pernambuco.

O vermelho e preto está sendo substituído pelo amarelo, cinza, preto e outras cores.

A última novidade será apresentada hoje, no jogo contra o Atlético-MG, com um uniforme dourado como um mico leão.

Do jeito que as coisas caminham nas hostes do Sport, brevemente o Leão, símbolo do clube, será trocado por uma zebra.

Enquanto isso os rubro-negros assistem essa destruição de forma passiva.

NOTA 2- COMO É BOM SER FEDERAÇÃO

Os números impressionam.

As federações estaduais que tem filiados disputando o Brasileirão, mesmo sem jogadores, sem os custos do futebol, cada vez arrecadam mais.

A Paulista, com as boas arrecadações de Palmeiras e Corinthians, com a cobrança da taxa de 5% sobre a renda bruta, até a 24ª rodada, arrecadou R$ 1,9 milhões.  

A seguir vem a Carioca, com R$ 948,4 mil.

A Pernambucana também tem seus momentos de fartura. Os filiados Sport e Santa Cruz já deixaram nos cofres da mentora R$ 279,7 mil. Muito dinheiro sem retorno.

A Federação de São Paulo ganha de 8 clubes disputantes no item Renda Bruta, inclusive um seu filiado, a Ponte Preta.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 3- POBRE FUTEBOL BRASILEIRO  

* Em nosso poder uma Resolução da Federação Maranhense de Futebol, que representa a realidade do abandonado futebol brasileiro, em especial dos estados do Nordeste e Norte.

A citada resolução cancela o Estadual local da Série B, que iria começar no final do mês de setembro. A competição seria disputada por quatro times, sendo dois do interior, Sabiá, de Caxias, e o Pinheiros Atlético Clube, de Pinheiros, e outros dois da capital, Boa Vontade e Americano.

As equipes interioranas não cumpriram o que determina o Estatuto do Torcedor e foram afastadas, e como o Regulamento Geral do Circo Brasileiro de Futebol (CBF) não permite competições oficiais com menos de quatro clubes, a única saída foi o cancelamento do evento, e a realização de dois jogos dos times de São Luiz, para a classificação na tabela do Campeonato da Primeira Divisão.

Isso é sem dúvidas, o retrato do futebol brasileiro.

NOTA 4- ¨YO NECESSITO¨

* O Brasil vive a era da imbecilidade em todos os seus segmentos. O futebol é um prato cheio.

A bola da vez é um vídeo de Neymar tocando piano, e lançando a sua música, com o título em espanhol ¨Yo Necessito¨. Com tantos assuntos importantes, as mídias fazem uma festa com algo grotesco e ridículo. O mais grave de tudo, que estão promovendo de graça um trabalho de marketing de uma fábrica de chocolate.

Nós merecemos.

NOTA 5- LUCIANO DO VALE E A VISÃO DOS JOGOS ÀS SEGUNDAS

* Descobriram a pólvora quando essa já tinha sido descoberta no final década de 90.

Hoje estão festejando o sucesso dos jogos das segundas-feiras que apresenta a melhor média de público do campeonato, com 21 mil pagantes por jogo, 45% maior do que a média geral da competição.

O horário das 20h tornou-se o ideal para jogos de futebol durante a semana.

O falecido Luciano do Vale vislumbrou tal fato em Pernambuco, e através da TV Pernambuco adquiriu os direitos de transmissão, e quando estávamos preparando a tabela nos pediu um jogo no interior, com um time grande, nas segundas.

Foi um tiro na mosca, e conseguiu o impossível trazer para a emissora uma liderança no horário. Os estádios sempre lotados e as cidades participando com a maior intensidade e movimentação. Luciano tinha um visão diferente dos esportes, e hoje estamos vivenciando uma ideia sua dando mais uma vez certo, e mostrando aos que enterram o nosso futebol que o horário das 22h é indecente e pornográfico.

Escrito por José Joaquim

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, depois de sugerir a pena de morte para os torcedores que brigarem nos estádios ou nas ruas, fato esse que serviu de chacota nos diversos programas esportivos brasileiros, convocou uma coletiva que contou com a presença de quatro ouvintes para falar sobre a violência no futebol de Pernambuco, e mais uma ideia ¨original¨, a de oferecer um prêmio para o ¨Disque Denúncia¨.
Na verdade ideias como essa mostram o desconhecimento do tema, que é muito mais profundo do que uma delação por dinheiro. Aliás no caso de domingo as imagens que circularam em nossa cidade foram ao vivo e a cores. Nós recebemos na mesma hora, e trata-se de um farto material para a Policia local, que faz um trabalho de enxuga gelo, já que os bandidos não são condenados.
Cansamos de escrever e falar sobre a violência no futebol, e tudo continua a acontecer, com a gravidade de um maior acirramento entre as partes. Conversamos com amigos torcedores que nos disseram que ficam com medo de irem ao estádios por conta da impunidade reinante. Todos os problemas que acontecem fora dos gramados estão relacionados às torcidas organizadas. Dentro desses praticamente não existe, graças ao trabalho articulado com todos os poderes realizado pelo Juizado do Torcedor. O palco agora está na rua, onde os encontros programados nas redes sociais se transformam em lutas campais.
Os clubes são culpados. Com exceção do Sport, que rompeu os seus laços com tais torcedores, uma das poucas coisas boas da atual gestão, os demais acobertam as suas organizadas, inclusive no lado financeiro. No momento da agressão de domingo, recebemos uma foto do agredido, que é presidente da Inferno Coral, festejando o lançamento dos novos uniformes com dirigentes do Santa Cruz. Criaram a cobra e essa está engolindo-os. Sabemos que no meio dessas torcidas, existem pessoas envolvidas com o crime organizado, além do acesso às drogas.
O combate deve ser feito através da asfixia financeira, e com a proibição de utilização de símbolos dos clubes em seus materiais. Com os cofres vazios, vem a inanição, desde que não terão mais recursos para a captação de seus ¨soldados¨.
Na verdade, a maioria é de jovens sem perspectiva que se unem a tribos que lhes dão identidade, valor e sentido que a sociedade lhes nega, sobretudo algo mais importante para o ser humano a educação. Torcedores organizados não somam nada no contexto, e servem para afugentar os que desejam frequentar os estádios e consumir os produtos de seus clubes. 
Quantos amigos nossos que usavam camisas dos seus times em dias de jogos relutam hoje em fazê-lo, por ficarem passíveis de uma agressão? Pena de morte ou Disque Denúncia não irá resolver o problema, e para tal basta atender o que determina o Estatuto do Torcedor, e entender que o problema é social, e que deve ser tratado como tal, com a participação de diversos segmentos, e em especial dos órgãos de segurança com o auxilio de seus setores de inteligência.
O torcedor precisa perder o medo de ir a um jogo, e para que isso aconteça existe a necessidade da participação de toda a sociedade.

 

Escrito por José Joaquim

No último domingo ao observarmos o vazio do estádio Adelmar da Costa Carvalho, pertencente ao Sport Club do Recife, com apenas 12.682 torcedores, ficamos convictos de que o futebol brasileiro perdeu uma geração, e tem que se preparar para mudanças radicais visando um futuro mais promissor.
Um grande período foi jogado fora, o futebol perdeu os seus torcedores, sobretudo os mais jovens que acompanham cada vez menos essa atividade, e com o agravante tornaram-se seguidores dos campeonatos europeus, por conta de suas organizações. Como em 1973 numa Ilha do Retiro sem reformas, o Sport conseguiu levar em dois jogos contra o rival Santa Cruz, 68.090 torcedores, sendo 31.631 no primeiro e 36.459 no segundo? Em 1999 o antigo Clássico das Multidões foi acolhido por 77.682 pagantes, superando o ano de 1993, com 74.280.
Outros grandes públicos aconteceram em outros anos, e o abandono começou a ser sentido na segunda década do Século XXI, quando os torcedores sumiram, apesar do aumento da população.
Como explicar tal fato?
Na realidade o problema não está localizado em nosso estado, é nacional. Existe uma acomodação no sistema que administra o futebol nacional. A entidade maior só pensa nos lucros com a seleção, e pouco se importa com o que acontece em suas competições. Precisamos de uma revolução, de uma Operação Lava Bola, com uma grande investigação em todos os segmentos e com isso, uma varredura geral, e a formação de uma Liga dirigida por pessoas sérias e profissionais.
Nós temos uma pirâmide invertida, quando o Circo e as suas Federações filiadas são maiores do que os clubes, quando isso deveria ser o contrário. O maior campeonato realizado no Brasil tem uma média de público de 14.544 pagantes, menor do que a apresentada pela Championship, a segunda divisão inglesa, com mais de 10 times tendo mais de 20 mil torcedores de média em seus jogos. A taxa atual de ocupação do estádios brasileiros é ridícula com 38%, e uma ociosidade de 62%, enquanto nessa divisão inglesa é de 74%.
O que mais estranha é o conformismo dos que fazem esse esporte em nosso país. Uns por incompetência e outros por esperteza. Na verdade o rio de erros chegou ao seu maior nível, e se não houver uma revolução no setor, organizando um calendário digno, uma melhor distribuição de recursos, um atendimento para todas as divisões, inclusive com a criação de mais uma. e de Ligas Municipais, uma arbitragem profissional que não modifique os resultados dos jogos, certamente os 12.682 torcedores do antigo Clássico das Multidões em breve serão 6 mil.
Trata-se de uma questão de vida ou morte. É pegar ou largar.
Escrito por José Joaquim

O estado tem o dever de monitorar as gestões das Confederações, Federações e clubes, com o objetivo de fixar as normas de responsabilidades, não somente no lado da transparência, controle financeiro, mas também contra a perpetuação de poderes, que é um dos nossos maiores problemas.
O Profut foi um bom início, mas no caso do futebol está sendo cozinhado em banho maria por sua entidade maior, inclusive no tocante a realidade financeira de seus filiados. Ontem foi dado mais um golpe pelo Conselho Nacional do Esporte, que adiou o rebaixamento dos clubes por falta de pagamento dos salários, para o ano de 2018. A APFUT, Agencia Reguladora ainda não funciona, existindo apenas no papel, graças a um Ministério do Esporte omisso e incompetente, ou seja a continuidade da gestão anterior.
Por outro lado embora à passos de tartaruga o programa através do parcelamento das dívidas tem deixado o seu efeito. O maior exemplo é o futebol do Rio de Janeiro, e o cotidiano dos seus clubes. Os três que disputam o Brasileirão estão no TOP 10, com o Flamengo na vice-liderança distando apenas um ponto do líder Palmeiras. Tal fato não acontecia desde 2012, e é sem dúvidas a novidade da atual competição.
Nos ano de 2015, na 24ª rodada, o melhor classificado era o Flamengo (4º), com 38 pontos, 13 a menos do que o líder Corinthians, com a mesma pontuação de São Paulo e Atlético-PR (38 pontos), o Fluminense era o 9º, com 34 pontos, e o Vasco da Gama, lanterna da competição, sendo rebaixado no final. O Rio de Janeiro de 2013 para cá sempre teve um clube na zona de rebaixamento.
Como os clubes do Sul e Sudeste são mais transparentes do que os nossos, podemos acompanhar os seus balancetes publicados no decorrer do ano, e verificamos algo bem importante, a influência do Profut nas suas vidas financeiras. As receitas subiram por conta das cotas da televisão e vendas de jogadores para alguns, os débitos reduziram, e o resultado dessa operação financeira de mais receitas e menos dívidas fizeram uma parte bem importante para os cariocas, uma nova vida no Brasileiro.
Trata-se da vitória do planejamento correto, com visão à longo prazo e que já vinha acontecendo desde a temporada anterior, e 2016 está sendo o reflexo das boas gestões financeiras. Como defendemos o planejamento estratégico para os clubes brasileiros não poderíamos deixar passar algo tão  importante como esse fato, embora seja despercebido pela grande mídia, que está mais preocupada com a nova profissão de Neymar, como cantor nas paradas de sucesso.
O controle das finanças está bem retratado inclusive na relação das receitas com os custos do futebol, que estão em um excelente patamar de 54%, quando em anos anteriores estava entre 65 a 70%. Todos os clubes estão pagando os seus salários em dia, que é uma obrigação não atendida por muitras agremiações brasileiras. O importante é que Flamengo, Fluminense e Botafogo são administrados de forma bem profissional e como gestores competentes e modernos, que souberam aproveitar os bônus do Profut.
Com relação ao equilíbrio do Brasileirão, a mídia brasileira não deve ter atentado para a realidade se compararmos os anos de 2015 e 2016, no encerramento da 24ª rodada. No primeiro o líder (Corinthians), tinha 3 pontos à frente do 2º (Atlético-MG), na atual tabela é de 1 ponto. No ano anterior do 4º colocado (Flamengo), para o 10º (Internacional), essa era de 4 pontos, hoje é de 5, ou seja tudo igual sem grandes mudanças. O Sport em 2015 era o 11º (33 pontos), hoje está na 13ª (30 pontos).  Tudo como dantes na casa de Abrantes.
O fato novo está focado no Rio de Janeiro e mostra que estamos certos na insistência por gestões profissionais, bem longe do amadorismo de arquibancadas como acontece em nosso estado.
Escrito por José Joaquim

O bom senso nos leva a absolver Doriva, técnico do futebol profissional do Santa Cruz, por conta da campanha do clube no Brasileirão, desde que esse assumiu o leme de um barco que tinha furos por todos os lados, e que seria quase impossível tapa-los. A tendência obvia seria o de afundar.
De forma estranha, o técnico deu uma pisada na bola ao solicitar da diretoria três novas contratações para compor o elenco, fato esse impossível de ser concretizado, desde que os bons jogadores já estão empregados e os que poderiam chegar certamente não seriam melhores do que aqueles que compõem o atual elenco.
Entendemos tal pleito como um ¨habeas corpus¨ preventivo para o que deverá acontecer no final da competição, com o possível rebaixamento do tricolor pernambucano. Se a diretoria atendesse e não desse certo, pelo menos tentou, e caso contrário não poderia ser culpabilizado desde que não foi atendido em seus desejos.
Na realidade o Santa Cruz tem que cozinhar com os ingredientes à sua disposição, e o técnico deverá separa-los para que o prato saia com um melhor sabor. A lógica mostra de forma bem cristalina, que reforços nesse momento não teriam um efeito positivo, a não ser que tivesse nomes como Messi, Suarez, Cristiano Ronaldo, Muller, ou outros que desequilibram uma competição. O que temos atualmente no mercado são atletas de medianos para baixo, e que pouco teriam para contribuir.
A situação do Santa Cruz é bem difícil. Sonhar não é proibido, e seria bom para o futebol de Pernambuco que isso pudesse acontecer, mas hoje o clube tem 96% de chances para a degola, restando apenas 4% para ser atingido em 14 rodadas que serão ainda realizadas.
Para que se tenha uma ideia real das dificuldades, o tricolor necessita de 8 vitórias e um empate para fugir do carrasco, 25 pontos em 42 a serem disputados, o que representaria 59% de aproveitamento, bem maior do que os 26% atuais. Além disso esse somou apenas 5 vitórias nas 24 rodadas.
Por outro lado, a distância para o Internacional, o primeiro de fora da zona de rebaixamento é de 7 pontos, o que demandaria 2 vitórias e um empate, e a necessidade de mais derrotas do Colorado gaúcho, e daqueles que estão à sua frente. Além disso a tabela é impiedosa para o Santa Cruz, desde que joga fora com quatro clubes que lutam pela permanência na competição, Figueirense, Internacional, Coritiba e São Paulo, e com um que luta pelo título, o Flamengo, e o Santos que almeja pelo menos a Copa Libertadores.
Como mandante tem adversários como o lider Palmeiras, Corinthians, Botafogo, Atlético-MG e Grêmio, equipes que lutam pelo G4. Sem dúvidas uma tarefa difícil para quem necessita de 8 vitórias e um empate. O momento é da razão, e não de sonhos, o planejamento que não aconteceu no início da competição deverá ser feito jogo a jogo, na busca do impossível que é bem difícil de acontecer.
O clube de Pernambuco luta também com todas as estatísticas, baseadas nos Brasileiros de outros anos, que rebaixou os clubes que estavam na mesma situação. O momento é de competir com dignidade, e terminar a competição de cabeça erguida. Não é por acaso, que tres dos quatro clubes ocupantes da zona de rebaixamento foram aqueles que tiveram o acesso em 2015, e não tinham a estrutura financeira para competir com os demais. Os resultados eram bem previsíveis.
São coisas do futebol brasileiro e de sua estrutura perversa.