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Escrito por José Joaquim

O ano de 2017 foi o da incompetência em todos os seus segmentos, do Palácio do Planalto ao prédio da Barra da Tijuca.

Um ano sem legado e que deveria ser esquecido, mas não o será pelo novo que entra com a cara do velho.

Na verdade não existe Ano Novo, visto que é sempre a continuidade do Velho. O que muda é o calendário. O que se modifica são os números, tudo continua como dantes, mas como existe o sentimento entre todos de que a passagem de um ano traga novas esperanças, e que mudanças possam acontecer, vamos participar desse momento, muito embora seja difícil de que tal coisa possa se tornar realidade, sobretudo na política e nos esportes.

O ano de 2017 foi o da continuidade da Lava-Jato e das atividades daqueles que desejam destruí-la. O indulto de Natal do presidente Temer, e que foi suspenso pela presidente Carmem Lucia do STF é um dos exemplos, além das manobras parlamentares, e da soltura de presos por um dos Ministros do Superior Tribunal.

Foi também o ano do julgamento e condenação de José Maria Marin, ex-presidente do Circo do Futebol, e dos cartolas sul-americanos, da suspensão do nosso fugitivo Del Nero, por conta das denuncias no julgamento do FIFAGATE.

No futebol foi o ano da mediocridade, com um Brasileiro de péssima qualidade, com a derrota dos clubes na Sul-Americana, e com uma única conquista, a do Grêmio na Libertadores.

O ano de 2017 foi o dos sem craques, com jogos medíocres, estádios ociosos como sempre, repetindo os anteriores.

Foi o ano da prisão e do afastamento de Carlos Arthur Nuzman da presidência do COB- Comitê Olímpico Brasileiro, de presidentes de algumas Confederações, todos com a suspeitas de corrupção.

O futebol de Pernambuco continuou na pedra do IML esperando os seus simpatizantes para o reconhecimento.

Não teve pontos positivos, pelo contrário reinaram os negativos.

Santa Cruz e Náutico encaminhados para a Série C, o Sport fugiu da degola na bacia das almas, o futebol do interior destruído, sem times e sem campos. Tivemos um estadual estrambelhado, massacrando os clubes menores, que continuam sazonais e sem futuro promissor.

A Arena Pernambuco que poderia estar servindo ao nosso futebol, é um fantasma solitário, servindo como paisagem para quem chega de avião no Gilberto Freyre.

Uma sombra que assombra.

O Brasil entra em 2017 da mesma maneira como terminou o 2016.

Corrupção como bandeira, saúde destruída, o Rio de Janeiro com um ex-governador preso, com a educação de terceiro mundo, destruído pela bandidagem, onde as balas perdidas fazem parte do esporte estadual, dando diplomas a analfabetos, sem futuro, insegurança por falta de segurança, e o povo sofrendo mas feliz com a continuidade do Bolsa Família.

De nossa parte o blog evoluiu, cresceu e ganhou dimensão nacional, graças às participações dos amigos que são sofredores como nós que ainda sonham e lutam por um futuro melhor, e que está demorando a acontecer.

O 2017 foi o ano do ex-pais do futuro e em que não conseguimos ser o país do presente, foi um Brasil que envergonhou a todos por tudo aquilo que assistimos.

Aos nossos amigos visitantes pedimos desculpas pelo desabafo, e repetindo o que se diz nesse mundo fantasioso, desejamos um Feliz Ano Novo, extensivo a todos os seus familiares.

Em 2017 esperamos continuar na luta, trazendo preocupação para aqueles que não gostam dos caminhos retos e preferem os tortuosos.

A situação do Brasil tornou-se tão trágica que até Deus deixou de ser brasileiro. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UMA COLETIVA VAZIA

* Arnaldo Barros, presidente do Sport esperou o final do ano para conceder uma entrevista coletiva à nossa imprensa esportiva, que na verdade não soube aproveitar o momento.

A aparência é de que as perguntas foram trazidas pelo cartola, desde que a principal não foi feita à respeito dos salários dos jogadores.

Era uma resposta que gostaríamos de saber, desde que essa não iria corresponder a realidade.

Uma segunda pergunta também não fez parte da tal coletiva, a do débito real do clube.

Quanto as respondidas, duas nos chamaram a atenção: 

A primeira sobre Patrick cuja resposta passou ao largo da realidade.

O clube deu uma bela mancada ao não se garantir de forma correta sobre a preferencia dos direitos econômicos do jogador.

Como já afirmamos em uma outra postagem, os donos do Monte Azul foram espertos ao aproveitarem uma vitrine para a sua exposição e conseguiram, esse foi contratado no dia de ontem pelo Internacional sem nenhum agradecimento à barriga de aluguel da Ilha do Retiro.

A segundo é o relacionado ao caso de Diego Souza e o São Paulo.

Segundo todas as informações que temos o jogador acertou com o clube, e esbarrou nas solicitações do Sport.

Obvio que o rubro-negro não iria abrir mão do seu profissional por nada, mas deveria ter analisado o custo beneficio.

Em 2016 aconteceu tal fato com o Palmeiras, que foi emperrado também pelo clube. Depois disso o atleta desistiu de jogar, e fez um semestre do Brasileirão de mais baixos do que altos.

Quem poderá nos garantir que tal fato não será repetido com a sua permanência em 2018?

O seu custo até o final do ano irá representar R$ 5,2 milhões, que para o clube é uma alta quantia. 

O tricolor do Morumbi ofereceu R$ 6 milhões, mas o Sport pediu R$ 10 milhões. A oferta do time paulista foi  muito boa para a equipe pernambucana, mas os seus dirigentes irão pagar para ver se Diego Souza voltará a jogar um bom futebol.

No final terão um grande prejuízo, pois ficarão sem o mel nem a cabaça.

O mais hilário da coletiva, foi o cartola ter declarado que esse seria convocado para a seleção do Circo.

Isso é coisa para quem acredita em Papai Noel.

NOTA 2- O JOGADOR DAS IDAS E VINDAS

* O Sport anunciou a contratação por empréstimo ao Corinthians, de Marlone, que esteve bem no rubro-negro da Ilha do Retiro em 2015.

Passou por vários clubes após a sua saída do Vasco em 2013, com vários fiascos em sua carreira.

Aliás uma contratação como essa, é o mesmo que a possibilidade de um raio cair no mesmo lugar por duas vezes. 

O seu primeiro time foi o Vasco da Gama onde foi lapidado. Jogou em 2012 e 2013.

Nesse último ano foi o destaque na Copa do Brasil e  no Brasileirão atuando em 35 partidas com 4 gols.

Com o rebaixamento vascaíno para Série B, um grupo de investidores negociou os seus direitos econômicos, e alocando-o no Cruzeiro, onde foi um grande fiasco, e não teve chances de ser titular do time que seria bicampeão brasileiro em 2014.

Ficou o tempo todo no banco de reservas, e um gol.

No final da temporada aconteceu mais uma ida, dessa vez foi para o Fluminense.

Outro fiasco.

Jogou apenas 14 partidas, 13 no estadual e 1 no Brasileirão.

No meio do ano de 2015, uma nova ida, para o Sport, onde teve o seu melhor momento após o 2013 do Vasco.

O Corinthians gostou e adquiriu 50% dos seus direitos econômicos. Nesse time teve uma participação regular, sem conseguir se impor como titular absoluto.

No inicio de 2017, mais uma ida, dessa vez para o Atlético-MG, onde proporcionou mais um fiasco. No banco de reservas a maior parte dos jogos, marcou 3 gols.

Foi devolvido ao Corinthians, que afirmou que não teria espaço para esse, e o emprestou ao Sport em uma nova vinda.

Um risco calculado numa contratação como essa, de um jogador que está vivendo uma carreira de idas e vindas.

NOTA 3- UM MILAGRE DE FIM DE ANO

* Estávamos assistindo um jogo da Premier League quando ouvimos a noticia sobre a primeira vitória do Benevento, time que ascendeu nessa temporada para a Primeira Divisão italiana, e que estava se tornando o Íbis dessa competição.

O único ponto que tinha ganho foi um empate contra o Milan por 1x1.

A sua primeira vitima foi o Chievo com uma derrota por 1x0.

A tabela de classificação ficou inalterada já que esse clube continuou na lanterna, agora com quatro pontos, dos 57 que foram disputados.

Marcou 10 gols, com esse de ontem, e sofreu 41.

Existem muitos Íbis pelo mundo afora.

NOTA 4- APENAS 16 CLUBES GANHARAM O BRASILEIRÃO

* Como acontece em todo o mundo futebolístico, ganhar o título da Maior Divisão Nacional é coisa para poucos ungidos.

Uma vez perdida aparece uma zebra correndo nos gramados.

Na era dos pontos corridos tivemos 15 campeonatos, que foram conquistados por sete clubes. Corinthians (4), Cruzeiro (3), São Paulo (3), Fluminense (2), Santos (1), Palmeiras e Flamengo um cada.

Por outro lado, antes dos pontos corridos de 1971 a 2002, em 32 disputas, somente nove times que não estão entre esses da nova era, ganharam o título.

Vasco da Gama (4), Grêmio (2), Botafogo (1), Bahia (1), Sport (1), Coritiba (1), Inter (3), Guarani (1) e Atlético-MG (1).

Os clubes emergentes que não estão na relação dos vitoriosos entre 2003/2017, Atletico-PR (2001), Bahia (1988), Sport (1987), Coritiba (1985) e Guarani (1978) conseguiram tal conquista.

A vitória do Furacão paranaense é a mais próxima, com 16 anos. 

O Atlético-MG completou 46 anos sem titulo. O Internacional que foi o único campeão invicto (1979), conquistou o troféu há 38 anos.

Por outro lado, o Botafogo completou 22 anos o Grêmio (21) e o Vasco com 17 são outros bem longevos em conquistas.

Essa é a realidade do nosso futebol, com poucos clubes conquistando o troféu nacional, e os emergentes consumidos pelo tempo. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM GOLPE NA LAVANDERIA

* O chamado escândalo FIFAGATE nos mostrou que uma das fontes da branqueadura de dinheiro no futebol, era relacionada aos diversos amistosos das seleções dos países.  

No Brasil isso ficou comprovado.

Por conta disso a FIFA vem preparando modificações que irão alterar o Calendário do Futebol Mundial.

O que está sendo analisado é o fim dos amistosos entre seleções europeias, com uma nova realidade que irá começar à partir de 2018.

Segundo o jornalista Jamil Chade, correspondente do jornal Estado de São Paulo na Suíça, a expectativa é que essa boa novidade seja aprovada no Congresso da entidade que comanda o futebol mundial, entre os dias 15 e 16 de março, em Bogotá, Colômbia.

No lugar dos amistosos a UEFA irá criar uma Liga das Nações, com jogos das seleções da Europa com a duração de um ano.

O Brasil e outros não terão mais as possibilidades de disputar jogos contra os europeus, e tal fato só irar acontecer durante a Copa do Mundo.

O projeto prevê que os outros Continentes, poderão participar daqui há dois anos, dando assim um caráter mundial á nova Liga.

A lavagem de dinheiro receberá um duro golpe.

NOTA 2- A FALTA DE CONSIDERAÇÃO

* A cartolagem brasileira não gosta quando um jogador arruma as malas e segue o seu destino sem a menor satisfação, entretanto atuam da mesma forma quando liberam profissionais com contratos em vigor, através de uma mensagem de WhatsApp.

O Fluminense encontra-se numa grave situação financeira, com um atraso de um mês dos salários que constam das carteiras, três meses dos direitos de imagem, e o 13º de 2016 e 2017.

Na preparação do seu orçamento para a temporada de 2018, o clube ceifou oito profissionais, todos com contratos em vigor, inclusive o goleiro Diego Cavalieri, que termina o seu vínculo no ano de 2019, e com 300 jogos com a camisa do clube. O zagueiro Henrique que também tem um alto salário foi a outra cabeça decepada.

Todos foram comunicados por mensagens eletrônicas, a nova arma dos cartolas.

A economia prevista com a saída dos oito atletas está prevista em R$ 20 milhões, o que na verdade poderá fazer com que o clube volte a normalidade com relação aos seus compromissos.

O problema não está nas demissões, e sim no procedimento, desde que os dirigentes do tricolor das Laranjeiras poderiam ter chamado os escolhidos, mostrando-lhes que o clube não tinha condições de pagamento dos seus salários, e que esses procurassem um novo caminho.

Um pouco de consideração para cada um desses.

Não sabemos se o Departamento Jurídico do Fluminense opinou, mas todos os que tem contratos à vencer poderão ingressar na Justiça solicitando tais pagamentos.

Nesse caso a emenda ficará pior do que o soneto. Um diálogo nesse caso seria salutar.

O mais grotesco é que o técnico do clube, Abel Braga que está de férias na Bahia não sabia de nada.

Esse é o modelo de gestão do futebol brasileiro. 

NOTA 3- ¨EM CASOS EXCEPCIONAIS¨ 

* Nós vivemos no país dos casos excepcionais.

Uma Lei é aprovada, mas dentro dela está embutido algo que poderá altera-la de forma excepcional.

É o famoso jeitinho brasileiro.

O Circo Brasileiro do Futebol incluiu em seu regulamento geral de competições o aumento do intervalo mínimo obrigatório entre jogos, de conformidade do acordo de 2017 com o Sindicato dos Jogadores de Futebol.

Pela nova regra, o tempo entre um jogo e outro passou de 60 horas para 66 horas.

O novo limite deverá afetar jogadores convocados que retomem da seleção e não poderão jogar por seus times sem atenderem o prazo determinado.

A medida também afeta os convocados para a seleção do Circo. Esses só poderão jogar 66 horas depois do jogo internacional. 

Tudo de forma correta, de volta aos anos sessenta e setenta, quando os espaços eram limitados pelo extinto CND- Conselho Nacional do Desportos, e que servirão para minorar as lesões.

Mas como vivemos em um país chamado de Brasil, que é conhecido pelas excepcionalidades, o Circo manteve o antigo parágrafo que lhe permite exceções às regras que foram estabelecidas no regulamento, quando a diretoria da entidade poderá permitir jogos com intervalo menor, desde que com autorização médica.

Na realidade o espaço anterior era de 60 horas, mas se jogou através das excepcionalidades que foram muitas, com até 44 horas.

A regra é excelente, embora o prazo ideal seja 72 horas, mas isso jamais será adotado pelo futebol brasileiro.

* Dados do blog de rodrigomattos. 

NOTA 4- ACREDITE SE QUISER

* O ex-jogador Adriano participou de uma dessas peladas de fim de ano entre amigos de fulano, contra amigos de beltrano.

As mídias que não tem nada o que fazer dão as devidas coberturas.

Nesse jogo com uma grande maioria dos participantes acima dos cinquenta anos, esse marcou um gol e colocou duas bolas na trave do adversário.

A torcida flamenguista que estava no estádio gritou o seu nome. Uma festa.

No dia seguinte, os meios de comunicação já estavam empregando o jogador, ao afirmarem que Renato Portaluppi queria leva-lo para o Grêmio.

O técnico desmentiu de forma simples ao dizer: ¨Que ele não sabe o que quer¨, e nunca pensou em leva-lo para o seu time.

Depois disso as noticias ficaram focadas no Flamengo, que poderia ser um outro clube que olhava com bons olhos a volta de Adriano.

O clube da Gávea não deu nenhum pronunciamento.

Vamos e venhamos, um fato como esse mostra de forma bem clara como anda o nosso futebol, quando um ex-jogador, complicado em sua vida, e que desde de 2016 não joga uma partida profissional, com 35 anos de idade, ainda é desejado.

Adriano foi sem duvida um atleta bem acima da média, mas hoje para retornar a forma demandaria um longo tempo, e no meio desse intervalo as suas famosas baladas na Vila Cruzeiro.

Que futebol é esse?

NOTA 5- DE BRUYNE É O MESSI DO CITY

* Numa entrevista ao jornal inglês ¨The Mirror¨, Xabi Hernandes ao analisar a campanha do Manchester City na presente temporada, elogiou o trabalho de Pep Guardiola, seu ex-técnico no Barcelona.

Para isso, o ex-jogador do time catalão, afirmou que o City também tem o seu ¨Messi¨, o belga Kelvin De Bruyne, e que o jovem é um ¨Jogador Mágico¨, tal como Messi no Barcelona.

¨As equipes de Pep vencem por ser frutos do trabalho dos times, mas até equipes especiais precisam de um jogador que é capaz de fazer algo especial de um momento para o outro.

No Barcelona era Messi, no City é De Bruyne, porque cada vez que esse toca na bola parece que vai fazer algo especial¨ disse Xavi Hernandez.

Nada mais, nada menos, do que sempre estamos afirmando sobre esse jogador, que em pouco tempo estará disputando com Mbappé, o título de melhor do mundo.

Escrito por José Joaquim

Existe uma omissão quando do debate sobre a péssima distribuição de receitas do futebol brasileiro, e que está relacionada aos direitos de transmissão dos estaduais, cujos métodos são iguais aos que acontecem na área nacional.

Para que se tenha uma ideia, em São Paulo, os chamados grandes recebem quase cinco vezes a mais do que os menores, e tal fato repete-se nos demais estados.

Por conta disso no Paraná, o Atlético-PR e Coritiba não aceitaram o modelo imposto e resolveram transmitir os seus jogos pela internet, nos canais do YouTube.

Na realidade nenhum clube é obrigado a concordar com as regras determinadas, mas como vivem na penúria o que entra serve para cobrir alguns buracos.

Ano entra, ano sai, e nada muda pela falta de coragem para um desafio, quando preferem assumir uma posição masoquista. Existem clubes apenas para fingirem que fazem futebol. Um eterno jogo de mentirinhas.

Cada dia perdemos a esperança na transformação desse esporte, visto que essa poderia ser feita através de dois pontos: um dos grandes clubes, detentores de maiores torcidas e demanda, que poderiam se insurgir contra o momento atual de nosso futebol, e o segundo através do Congresso Nacional com uma modificação geral na legislação esportiva.

No que tange ao parlamento existe um projeto de lei em tramitação que segue de gaveta em gaveta, que procede várias mudanças no setor chamada Lei Geral dos Esportes, mas a bancada da bola mesmo com os fatos nefastos que ocorreram no Circo do Futebol consegue barrar o seu caminho.

O governo que poderia atuar junto aos seus aliados, não o faz.

Aliás esse sequer governa há muito tempo, e não mostra o interesse em participar no processo transformador do futebol brasileiro.

O silêncio e a entrega são visíveis, posto que, dos quase 600 clubes profissionais do Brasil, não ouvimos nenhum sinal de protesto contra o sistema implantado, contrário a corrupção entranhada no setor, cobrando mudanças no perverso modelo de distribuição de receitas, contra o grave e indecente monopólio dos direitos de transmissão, ou, ainda, contra a atual sazonalidade que afeta 80% desses, que são transformados em ursos polares.

Infelizmente o futebol brasileiro não tem voz, e uma boa parte de seus clubes faz parte de um sistema de mortos vivos, submissos ao poder.

Os grandes clubes do futebol nacional tem uma visão equivocada, ao pensarem que sobreviverão com a situação atual, desde que em um futuro não muito longínquo estarão morrendo afogados abraçados aos menores, com o naufrágio do barco que os conduzem, pois não se pode viver sem organização por muito tempo.

Essa é a lei da natureza.

Até na Idade da Pedra havia um sistema organizacional, que originou as diversas passagens para as novas eras.

A do futebol atual é a da imbecilidade.

Escrito por José Joaquim

O ano de 2017 está finalizando com um legado muito negativo para o futebol brasileiro.

Nada que se possa comemorar.

O mais estranho é o silêncio de todos os segmentos que norteiam esse esporte, com relação as denuncias contra o mandatário maior, que teve o seu ápice no afastamento determinado pela FIFA.

A mídia está amortecida, como se esse fato fosse algo simples e que não merecia uma maior repercussão.

Clubes entalados, sem nenhuma manifestação, inclusive aqueles que tem direito de votar no colégio eleitoral da entidade que foram golpeados com a mudança do seu estatuto para o aumento do peso dos votos das federações, que continuaram sendo a maioria.

Com relação as Federações, obvio que os seus longevos cartolas que somam 500 anos de poder não iriam falar sobre um sistema que os mantém no comando do futebol brasileiro.

Ficaram mudos com a bandalheira do ex-presidente Ricardo Teixeira, continuaram emudecidos quando da condenação de Marin nos Estados Unidos, e agora estão aceitando o que vem acontecendo com o presidente do Circo, que não irá retornar, mas trabalha para fazer o seu sucessor, a fim de que o status quo continue reinando.

Com a maioria na Assembleia Geral, as Federações que não servem para nada, irão tomar para si a posse de resolver a questão.

É uma imoralidade.

O futebol tem múltiplos segmentos no seu entorno, com mais de 500 clubes profissionais, mais de 12 mil atletas registrados no Circo, centenas de técnicos, profissionais da saúde, entre tantos outros, que são deixados de lado, para que um pequeno grupo de ungidos resolva em seus nomes o destino do futebol.

Pelo que consta, nenhum desses assinou procuração para alguém representa-los.

O regime do futebol brasileiro é igual o das Capitanias Hereditárias, com as suas entidades sendo dirigidas por um Capitão-Mó.

As Federações são apenas cartórios, cobram por todos os serviços necessários para as suas atividades. Até para ir aos banheiros de suas sedes tem que pagar o ingresso.

Os seus presidentes levam uma vida de nababos.

Um belo automóvel, com um competente motorista, sala, secretaria particular, telefone pago pela entidade, almoço, jantar, e além disso uma boa mesada do Circo.

Somando-se a tudo isso, as viagens com acompanhante, e os cartões coorporativos.

Alguns empregam parentes, amigos, aderentes e vão levando uma vida que pediram a Deus. Os cartolas são adeptos do nepotismo.

Como e quando esses longevos dirigentes irão se rebelar por conta das denuncias que derrubaram dois presidentes e irão derrubar mais um? 

Jamais.

Quando o ex-presidente Marin foi preso pelo FBI, continuaram defendendo-o, e hoje, após a sua condenação pelos jurados da Corte de Justiça de Brooklin, Nova York, adotaram um  silêncio sepulcral.

O Brasil todo sabe que o Circo do Futebol está envolvido com os escândalos do FIFAGATE, e continuam convivendo com esses como nada tivesse acontecido.

Os protagonistas do futebol brasileiro são os clubes, os jogadores, os profissionais que atuam no sistema, e em especial os torcedores que se tornaram figurantes no processo, sem que as suas opiniões sejam ouvidas.

Não cabe mais o conserto de uma meia sola, e sim que essa seja substituída, e para que isso possa acontecer será necessário a união de todas as forças do bem, que unidas poderão dar uma limpeza geral no Circo do Futebol, estendendo-se às Federações, e para que a varredura possa acontecer no sistema, com o apoio necessário do Ministério Público que é primordial. 

O esporte da chuteira no país só irá melhorar com a mudança do poder, saindo de uma minoria para ser entregue a uma maioria.

A sociedade esportiva tem que acordar antes que seja tarde.