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Escrito por José Joaquim

Os dirigentes do futebol brasileiro não pouparam os seus recursos em 2017, com contratações e salários vultosos.

Todos tiveram um sonho alentador que estavam milionários, quando a realidade era bem outra.

Estavam iniciando uma nova bolha financeira por conta das luvas recebidas no ano de 2016 pela renovação dos contratos dos direitos de transmissão de 2019 à 2024, e que certamente iria estourar.

Não demorou, e a temporada de 2018 irá sentir o reflexo do estouro que aconteceu no final de 2017.

O sonho dos milhões acabou.

De acordo com o levantamento do consultor Amir Somoggi, R$ 1 bilhão extra ingressou nos cofres dos clubes, que torraram de forma irresponsável, desde que luvas representam de um certo modo uma antecipação de receitas, e não poderiam ter sido gastas com tanta avidez. 

A realidade está sendo sentida na proximidade com o ano de 2018, com raras exceções, os clubes estão tentando negociações através de trocas, ou de atletas que estão encerrando os seus contratos.

As vacas gordas comeram toda a ração que estava no celeiro, e esse secou para a próxima temporada. Algo que para nós não representa nenhuma novidade em relação a cartolagem nacional.

Obvio que a redução de R$ 1 bilhão nos diversos orçamentos iria pesar no planejamento e isso já começa a se destacar, inclusive com a maioria dos clubes apresentando os prejuízos em seus balancetes financeiros.

Todos pensaram que estavam ricos com as luvas recebidas, que na verdade era nada mais, nada menos do que uma mera ilusão, desde que recursos fora dos orçamentos teriam que ser bem aplicados, com retorno previsto.

Por conta dessa injeção, os vinte maiores clubes brasileiros tiveram em 2016 uma receita de R$ 5,40 bilhões, que segundo o consultor tais números representaram um aumento em relação ao ano anterior de 30,2%, e com uma séria dependência  através da participação dos direitos de transmissão que representou 51% do seu total, fato esse jamais acontecido.

Foi uma farra e folia com um dinheiro fictício, que era e não era, e o final de 2017 será a demonstração mais uma vez da ausência de planejamento dos clubes, que irão fechar os seus balanços com prejuízos, mostrando a incompetência de suas gestões, mesmo com alguns negociando jogadores para o exterior. 

O ano de 2018 será o das vacas magras, e contratos alucinantes, feitos por alucinados sem visão serão raros, a não ser que tenha uma Crefisa como suporte.

Mais uma vez vamos repetir o que sempre estamos afirmando, ou seja, o futebol não é para amadores e sim para profissionais sérios e competentes. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- OS DIREITOS DE TV NO MUNDO

* Os valores que as maiores Ligas esportivas do mundo recebem dos contratos dos direitos de transmissão de seus jogos, mostram que vivemos em outro planeta, por conta das diferenças gigantescas com relação ao nosso futebol.

A mais contemplada e que já foi objeto de uma nossa postagem, é a NFL, Liga do Futebol Americano, com R$ 24,0 bilhões.

A seguir:

Premier League- R$ 15 bilhões,

NBA-(Liga do Basketball dos EUA)- R$ 12,5 bilhões,

MLB (Liga de Baseball dos EUA)- R$ 12,1 bilhões,

Esportes Universitários- EUA- R$ 10,1 bilhões,

Champions League- R$ 5,3 bilhões,

Bundesliga- R$ 5,2 bilhões,

NHL (Liga do Hockey-EUA)- R$ 4,5 milhões-

Serie A Italiana- R$ 4,2 bilhões,

La Liga-Espanha- R$ 4,2 bilhões,

Ligue 1- França- R$ 3,0 bilhões.

O que nos impressiona é o valor recebido pela Premier League, como também para Esportes Universitários dos Estados Unidos.

Esse último sem duvida tem uma grande importância nos esportes norte-americanos por ser o celeiro de todas as modalidades.

Quanto a Liga Inglesa o fato é justificável, desde que essa é assistida por 188 países, com um bilhão de residências acompanhando os seus jogos.

As vendas dos direitos de transmissão dessa Liga para outros países representam hoje 49% do total.

NOTA 2- INSANIDADE FUTEBOL CLUBE?

* Um clube brasileiro no atual contexto pode pagar R$ 1 milhão por mês para um jogador?

Essa é uma pergunta que está sendo apresentada nas mídias do Sudeste, pelo tamanho da repercussão do fato.

Nós temos um entendimento que o futebol brasileiro não comporta um salário que não é pago nem de perto aos melhores executivos do país.

Trata-se de um dispêndio bem maior do que alguns jogadores que atuam em clubes europeus recebem. Obvio que esses são bem mais sólidos financeiramente do que os brasileiros.

Essa proposta foi feita pelo Flamengo ao atacante Fred, que ainda está no Atlético-MG, com a idade de 34 anos, e com um 2017 de altos e baixos.

Será que haverá um retorno do investimento nesses dois anos de contrato?

Nos últimos anos, o dirigente mais sensato do nosso futebol foi Paulo Nobre do Palmeiras, que introduziu uma cláusula  diferente nos contratos dos jogadores, quando o item produtividade era a peça principal para o pagamento dos salários, que eram normais, e com bonificações pelas performances.

Deu resultado.

Nenhum clube do Brasil, nem o próprio Flamengo que está bem equilibrado pode pagar um valor salarial dessa magnitude, a não ser que Fred venha a marcar 80 gols na temporada, sem contar os do estadual que não valem nada.

Trata-se de um modelo inflacionário, e que pode originar o chamado efeito cascata, quando os outros componentes do grupo irão também clamar por melhores salários.

O clube da Gávea tem um orçamento aprovado, que não permite aquisições de direitos econômicos de jogadores, desde que está no limite, e não sabemos como conseguirá aumentar a sua folha em R$ 1 milhão com um único atleta, e mesmo assim em fase de final de carreira.

Trata-a da INSANIDADE FUTEBOL CLUBE.

NOTA 3- PÚBLICO NAS PRINCIPAIS LIGAS DO MUNDO

* A Bundesliga encerrou a sua primeira fase, e só retornará no dia 12 de janeiro por conta do inverno rigoroso.

Nessa, foram realizadas 153 partidas, com 6.783.967 pagantes, e uma média de 44.340 torcedores.

Um número gigantesco se comparado com o do Brasileirão, que em 380 jogos, somou 6.020.076 pagantes, com uma média de 15.968.

Imagine o banho de 7x1 quando essa competição chegar ao seu final com os seus 316 encontros. 

O que chama mais a atenção é que a Bundesliga nos últimos anos está sendo praticamente uma competição de um só clube, o Bayern de Munique, que está à frente do segundo colocado, o Schalke, com uma diferença de 11 pontos.

O torcedor alemão gosta do futebol e não apenas dos resultados.

Para uma análise mais consistente, fizemos um levantamento dos públicos de algumas ligas que estão na metade de suas temporadas e os números são acachapantes para o futebol brasileiro.

A Premier League realizou 180 jogos, com um total de pagantes de 6.840.015, com uma média de 38.000 por jogo.

Não chegou à metade e já supera o total brasileiro.

A La Liga da Espanha, realizou 160 jogos, e colocou nos estádios 4.383.220 pagantes, uma média de 27.567 por jogo.

A Liga Série A da Itália, promoveu 168 partidas, com um publico total de 4.986.671, média de 24.937.

A Liga Francesa, que sem duvida é uma das mais fracas entre essas citadas, concretizou 180 jogos de sua temporada, com 3.963.132 torcedores, com uma média de 22.017 pagantes/jogo.

As médias apresentadas por essas Ligas representam de forma bem clara que pertencemos ao segundo escalão do futebol mundial.

O resto é conversa fiada.

NOTA 4- JUSTIÇA CÉLERE

* Enquanto os torcedores organizados dos clubes brasileiros pintam e bordam e raramente são punidos, e continuam a frequentar os nossos estádios de futebol, na Inglaterra um fato que aconteceu há uma semana atrás já foi resolvido com a condenação do agressor.

O homem que proferiu ataques pessoais ao atacante Raheen Sterling do Manchester City, foi condenado no dia de ontem a 16 semanas de prisão, e uma multa de 100 libras, o que equivale a R$ 440,00.

O agressor- Karl Anderson, torcedor do clube rival, Manchester United- admitiu ter cometido um ataque de ódio contra o jogador.

O réu já foi penalizado 26 vezes por outras ofensas, inclusive está proibido de frequentar o Old Trafford por cinco anos devido a uma briga entre torcedores do United e Sheffield em janeiro de 2016. 

Anderson na terça-feira da semana passada, esperou por Sterling na porta do Centro de Treinamentos do City, e o agrediu com quatro pontapés e insultos racistas.

Isso é o que chamamos de Justiça célere, sem foro privilegiado.

São coisas do primeiro mundo. 

NOTA 5- REDUÇÃO DAS FOLHAS SALARIAIS

* Enfim o executivo do futebol do Sport falou.

Um fato tão raro que merece uma comemoração, desde que no período que esse está no cargo poucas vezes tratou dos temas do clube, desde que o presidente não permite.

Na sua entrevista afirmou que o clube iria reduzir em 25% a folha salarial do futebol, fato esse que teria que acontecer desde que o clube não terá o suporte das luvas que foram pagas no ano anterior, por conta do novo contrato do direitos de transmissão.

Em 2018 as cotas voltaram ao patamar anterior, e só em 2019 o modelo de distribuição será alterado, quando 40% do total será dividido de forma igual para todos, 30% pelas performances e 30% pela audiência.

Na verdade pouco  ou nada irá mudar, desde que a maior parte dos recursos serão para os clubes de maior porte que ficam no TOP 10, e sobretudo aqueles que tem maior audiência, desde que os jogos dos menores são transmitidos apenas para os seus locais, e não podem concorrer com os estados com maiores densidades demográficas.

Na temporada que se avizinha, o Sport receberá 35 milhões, em conjunto com o Atlético-PR, Bahia e Vitória.

A Chapecoense terá R$ 32 milhões, e América-MG, Ceará e Paraná, R$ 23 milhões.

Enquanto isso, Flamengo e Corinthians receberão R$ 170 milhões.

A seguir:

São Paulo- R$ 110 milhões,

Palmeiras e Vasco- R$ 100 milhões, 

Santos- R$ 80 milhões,

Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio e Internacional- R$ 60 milhões.

As distorções ajudaram a acabar com o futebol brasileiro.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- ¨VEM PRA JOVEM, VEM ROUBAR¨ 

* Falta a Everton Felipe, jogador do Sport Recife um orientação mais adequada para que sua carreira não seja prejudicada no futuro.

Esse utiliza algumas vezes as redes sociais de forma errada e com provocações dirigidas aos clubes rivais.  

O mais grave aconteceu com esse profissional no último domingo (17), quando participou de forma efusiva da comemoração dos 22 anos da Torcida Jovem que está banida dos estádios pernambucanos.

O hino dessa facção que foi cantado na festa, tem uma estrofe que mostra a sua periculosidade: ¨VEM PRA JOVEM, VEM ROUBAR¨.

Everton tirou fotos com os membros da organização, ouviu os seus cânticos, não sabemos se cantou o hino que chama para o roubo, mas de qualquer forma jamais poderia estar no local, sobretudo por conta da atitude do ex-presidente do Sport, João Martorelli, que proibiu o ingresso desses torcedores no estádio da Ilha do Retiro.

Os clubes brasileiros não acompanham devidamente os seus atletas jovens, e muitas vezes esses se empolgam com o sucesso, e acham-se acima de lei de da ordem.

Um conselho ao atleta  que não custa nada.

Quanto menos se expor, melhor para sua carreira, desde que a sua foto com pessoas que são proibidas no clube foi muito constrangedor para toda a sociedade esportiva do estado, e em especial dos rubro-negros.

NOTA 2- O REAL E A DISTÂNCIA ENTRE NÓS

* O jornalista Hiltor Mombach do jornal Correio do Povo de Porto Alegre, publicou uma parte de um trabalho realizado pelo BBA-Itaú, ¨Análise Econômico-Finaceiro dos Clubes Brasileiros de Futebol-2017, sob a liderança de Cesar Grafietti, que analisou a distância do Real Madrid para os nossos clubes, fato esse que estamos discutindo há alguns dias com os nossos visitantes.

Trecho:

¨Fizemos o seguinte exercício: considerando a relação Receita/PIB dos clubes europeus e aplicando-se ao PIB brasileiro de 2016 (R$ 6,26 trilhões), qual seria a receita que o clube brasileiro teria no ano?

Qual o crescimento em relação à receita do Palmeiras, maior do país em 2016?

Veja que para atingir 10ª relação Receita/PIB, que pertenceu ao Galatasaray, de 0,0195%, a maior receita do Brasil deveria ser de R$ 999 milhões, ou 2,1 vezes maior que a auferida pelo Palmeiras em 2016.

Isso é bastante difícil, e esta dificuldade ajuda a explicar o porquê da distância entre o futebol europeu e o brasileiro.

Por mais esforços aplicados no aumento das receitas dos clubes brasileiros, um crescimento dessa magnitude leva tanto tempo para ocorrer que o torna improvável, ao menos a curto e médio prazos¨.

Mais: No Brasil, a venda de atletas é um componente importante, mas diferentemente dos europeus que trabalham com receitas mais estáveis, os brasileiros ficam à mercê da demanda dos coirmãos do Velho Mundo.

Enquanto o Barcelona e o Real Madrid faturaram R$ 2,4 bilhões na última temporada, o Palmeiras ficou com R$ 476 milhões.

São detalhes importantes para que se possa entender a realidade do abismo que separa os dois Continentes no mundo futebolístico.

NOTA 3- O BONDE DA HISTÓRIA SÓ PASSA UMA VEZ

* O bonde da história irá passar à frente dos clubes da Série A e B do Nacional, e isso só irá acontecer uma única vez.

Marco Polo Del Nero não voltará mais para o cargo de presidente do Circo, e disso temos convicção.

A suspensão foi um tiro de misericórdia no cartola.

Aliás esse nos últimos dias andava muito angustiado nos corredores do Circo, tudo por conta da entrevista do presidente da FIFA, Gianni Infantino, quando do sorteio dos grupos da Copa do Mundo, que nas entrelinhas mandou um recado ao brasileiro.

Em seu pronunciamento o dirigente do órgão máximo do futebol mundial sem citar nomes, deixou claro que não engole figuras como Del Nero, ao dizer: ¨No passado, houve algo especial, no sentido negativo, um ecossistema que atingiu eventos de futebol. É importante colocar uma linha de limpeza para separar o passado, do presente e do futuro¨.

Esse foi o mote dado aos clubes que deveriam procurar o promotor Rodrigo Terra, do Rio de Janeiro, para que a sua liminar anulando as mudanças do Estatuto do Circo, que alterou a pontuação para o seu colégio eleitoral aumentando o poder das Federações seja acelerada.

Se não apanharem o bonde da história, irá aparecer um ¨Caboclo¨ da vida para assumir o poder.

Que os dirigentes deixem de lado o medo, ou mesmo a covardia e partam para o confronto, antes que seja tarde.

NOTA 4- ONDE ESTÁ O TRABALHO DE FORMAÇÃO?

* O Náutico promete quebrar o seu próprio recorde na contratação de jogadores.

No ano passado foram 38, e em pleno mês de dezembro já foram realizadas 18 contratações, que até o final da semana poderá chegar a 20.

Por outro lado, o Santa Cruz marcha por esse mesmo caminho, e certamente irá rivalizar com o alvirrubro na briga para sabermos quem contratará mais. Já contratou o primeiro de uma possível leva.

São fatos como esses que mostram a causa de estarem na Terceira Divisão Nacional, desde que não tem um trabalho sério de formação, e a cada ano tem que compor as suas equipes com atletas de fora, muitos desses sem a menor qualidade.

Há anos que batemos numa mesma tecla,  de que o futebol de Pernambuco só foi bem quando tinha as suas bases, depois disso quando essas foram abandonadas aconteceu a debacle, e o que vem se apresentando para o futuro é sem duvida uma morte anunciada.

É uma verdadeira insanidade.

NOTA 5- PERNAMBUCO NA SÉRIE A NACIONAL

* De 1971 a 2017, quatro clubes de Pernambuco jogaram o Brasileirão.

O Sport participou por 35 vezes nos 46 anos de competição.

Foram 466 jogos, com uma média de público de 16.220 torcedores por jogo.

O Santa Cruz nesse período teve 23 participações com 267 jogos.

A média do público foi de 14.281.

O Náutico, com 27 campeonatos, 328 jogos.

A média do público foi de 11.086. 

Enfim o Central com 2 participações, e 16 jogos. 

A média do seu público foi de 9.912 pagantes.

NOTA 6- OS DEUSES DO FUTEBOL E GUARDIOLA

* Os Deuses do Futebol protegem Pep Guardiola.

Na noite de ontem tal fato foi confirmado com a classificação do Manchester City para as semifinais da Copa da Liga Inglesa, ao derrotar na cobrança de pênaltis, o time do Leicester, após o 1x1 no tempo normal e na prorrogação.

O Manchester apostou em jogadores jovens, alguns que sequer jogaram nessa temporada, misturando-os com alguns que não são efetivos, mas sempre atuam no time titular, como Gabriel de Jesus.

Foi um ótimo jogo, com momentos diversos para cada lado, com a equipe de Guardiola sendo prejudicada pelo pênalti marcado pela arbitragem nos acréscimos do segundo tempo, que na verdade não existiu, e que foi o responsável pelo empate.

Pelo andar da carruagem o City com o apoio dos Deuses do Futebol deverá conquistar todas as taças que serão disputadas na temporada inglesa, desde que até os reservas estão obtendo bons resultados. 

Escrito por José Joaquim

Quem acompanha o nosso blog teve a oportunidade de ler diversos artigos sobre a estagnação do público do futebol brasileiro. 

Os estádios (contando-se com as novas arenas) em 2017, tiveram uma ocupação de 39% de suas capacidades, ficando com 61% de ociosidade, o que demonstra de forma cristalina que existe algo de errado na formatação desse esporte, e que os nossos anestesiados não conseguem ou não desejam enxergar.

Não vamos proceder com comparações com o futebol da Inglaterra (90% dos assentos ocupados), e da Alemanha, com um pouco mais em seus percentuais, desde que os nossos dirigentes não conseguem analisar as razões para as lotações dos estádios desses países, e  pelo menos tentar aplicar algo parecido nos eventos brasileiros.

Desde o início do Campeonato Brasileiro no ano de 1971, só tivemos quatro médias acima de 20 mil, 20.360 nesse primeiro ano (1971), 20.792, no ano de  1980, 22.953, em 1983 e, 20.872, em 1987 (Copa União).

Trinta anos após esse evento (1987), o nosso futebol não conseguiu chegar a tal patamar, mesmo com novos estádios e com as melhoras nos antigos.

No período da era dos pontos corridos, à partir de 2003, a oscilação ficou entre os 10 mil a, no máximo 17 mil torcedores. 

O que acontece no futebol brasileiro?

A população aumentou, o poder aquisitivo melhorou, e os estádios com 61% de ociosidade.

Existem alguns fatores que poderão explicar o problema, e entre esses a falta de credibilidade do seu comando, que está mais para as páginas policiais do que esportivas, e o discutido calendário, que trabalha com quantidade de jogos sem uma visão da qualidade do produto futebol.

O Brasileirão que é sem nenhuma duvida o seu maior evento, mas sofre uma concorrência interna com a sobreposição de competições.

Mistura-se Libertadores, Copa do Brasil, Sul-Americana e no final os clubes tem que optar por uma dessas, abrindo mão dos seus titulares e colocando reservas, ou times mistos em alguns jogos.

Certamente isso se reflete na presença de público.

Por outro lado  sabemos muito bem que o torcedor não deixou de gostar do futebol, mas a violência urbana, hoje muito ligada ao esporte, foi incrementada, e esse pensa por duas vezes se deve ir a um estádio acompanhar o seu clube.

A selvageria que foi mostrada ao mundo, no jogo entre Flamengo e Independiente é sem dúvida uma amostra do perigo que ronda o futebol. Mesmo com as novas arenas, os torcedores continuam sendo tratados como gado de corte, pronto para ir para o abate.

Os próprios órgãos de segurança os tratam como marginais, com uma repressão exorbitante, com cavalos, cassetetes, cachorros, além das bombas de efeito moral. Misturam no mesmo saco, os bandidos e os bons torcedores.

Falta um bom transporte publico para a ida ao jogo, um melhor atendimento nas dependências dos estádios, para que possa sensibilizar os seguidores.

A desorganização das diversas competições, aliada aos diversos problemas com a segurança, motivam a escolha das poltronas, deixando de lado os assentos dos estádios.

Esse esporte tem demanda, mas falta-lhe o principal, a competência na formatação das competições, inclusive da seriedade, para que sejam evitadas as desistências de alguns clubes como aconteceu na temporada que acabou de encerrar.

O futebol brasileiro precisa o quanto antes se reciclar, para que o futuro possa ter uma participação pelo menos próxima aos eventos dos países desenvolvidos.

Para que isso possa acontecer, certamente haverá uma necessidade de uma operação Lava Bola, que é fundamental para que possamos voltar a ter um esporte da chuteira com melhor qualidade. 

A realidade de hoje é que o torcedor vive acuado, preferindo outras opções de entretenimento, ou então, as poltronas de suas casas, ou de bares e restaurantes.

Escrito por José Joaquim

Como o nosso futebol está em queda livre, o futebol americano está fincando as suas raízes no país, e a sua  Liga foi a que mais evoluiu em 2017.

Alguns jogos já estão sendo transmitidos pela televisão, e há pouco tivemos o primeiro encontro de seleções, entre Brasil e Argentina, com a vitória acachapante do time brasileiro por 38 a 0.

Nos Estados Unidos é o esporte com mais torcedores, e a sua Liga é a mais importante do mundo, batendo inclusive a NBA, a MLS, MLB e NHL, que são também expressivas.

O futebol americano tem 11 jogadores em campo como no soccer, os resultados são elásticos, e por isso tornou-se o esporte preferido dos norte-americanos.

Estivemos assistindo diversos jogos da NFL, e conseguimos ter uma ideia de suas regras, e em especial na pontuação.

O mais importante é o Touchdown que vale 6 pontos. O Field Goal, vale 3, Conversão de 2 pontos: 2 pontos, Safety- 2 pontos e Extra Point, 1 ponto.

A Liga é um bom exemplo de profissionalismo nos esportes.

Os times são franquias como acontece no Basquetebol, no Baseboll e no Soccer. Tem donos, e o objetivo maior é o de dar resultados.

A Liga é administrada por profissionais.

Um fato bem interessante é que essa não tem tribunal, um jogador se errar é punido de forma sumária, de acordo com o que a entidade achar conveniente. 

A NFL preserva a sua imagem, e qualquer deslize de um atleta fora do gramado, esse será punido.

Para que um time fique mais competitivo, o último colocado (não tem rebaixamento), tem o direito de escolher no Draft o  primeiro atleta ranqueado, entre aqueles que vem da Universidade, que é o celeiro das franquias. 

O melhor de tudo, é que todos os recursos, inclusive os direitos de transmissão, são divididos de forma igualitária.

Um modelo socialista dentro do maior país capitalista do planeta.

A NFL tem o maior contrato de TV entre todos os esportes do mundo, no total de US$ 7 bilhões, maior número de telespectadores, a maior média de público.

O seu marketing vende muito bem o produto.

Na verdade tais fatos não são de sua propriedade exclusiva, desde que as demais também apresentam os mesmos detalhes no contexto geral, sendo que essa é aquela que tem a maior participação dos torcedores, e por isso a mais rica.

O modelo esportivo americano é sem nenhuma duvida um exemplo para o mundo, e não apenas no futebol americano, como em todas as suas Ligas.

Não tem torcidas organizadas profissionais.

Os torcedores apoiam os seus times de forma civilizada, ao contrário do que acontece no Brasil. 

Enquanto isso, aquele que era chamado antigamente do país do futebol, está afundando cada vez mais, por conta do seu modelo de gestão, e sobretudo pelo sistema apodrecido e corrupto que impera. 

Aproveitando-se desse momento, o futebol americano vem captando seguidores numa curva ascendente.