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Escrito por José Joaquim

Não se pode separar o futebol da economia. A sua evolução depende da situação econômica de cada país.

O Brasil é o maior exemplo, com 12 milhões de desempregados, com um PIB ridículo para o seu tamanho, e obvio que isso iria arrastar o futebol para o fundo do poço.

O maior exemplo que temos é da Alemanha, que no inicio da década de 2000 atravessava uma grande crise e o seu futebol era incipiente em relação ao do resto da Europa.

As reformas procedidas entre 2003 e 2005 deram um novo alento ao país. O desemprego foi reduzido, o crescimento da competitividade da indústria foi gigantesco. Hoje a Alemanha é dona de uma saúde financeira inigualável.

Pelos estudos que fizemos sobre o tema, o futebol também começou a ser repensado após o desastre na Eurocopa de 2000, e por conta da Copa de 2006, os seus dirigentes resolveram tratar do problema de forma radical, criando um programa nacional inédito no mundo, de formação de jovens craques.

A economia alemã já permitia investimentos nesse processo. Os centros de formação foram implantados, milhões de euros foram investidos, e hoje existem cerca de 300 centros ligados aos clubes, supervisionados pela Federação Alemã de Futebol, e distribuídos em diversas cidades.

Os 36 times que formavam as duas divisões maiores foram obrigados à construírem esses equipamentos. Obvio que os resultados não foram imediatos, mas dez anos após a primeira fornada de talentos foi colocada nos gramados.

A Bundesliga é aquela que tem a maior média de público do mundo, e é o campeonato mais rentável entre os demais.

Os seus 18 participantes apresentam lucros no final da temporada.

Os clubes são sociedades anônimas, mas a legislação obriga que esses tenham pelo menos 51% de participação dos sócios no capital, com direito a voto.

Um capitulo à parte é a distribuição dos direitos televisivos, que ocorre de forma muito mais equitativa na Alemanha que em algumas grandes ligas europeias.

A Bundesliga administra os direitos de forma central, repartindo os rendimentos entre os clubes profissionais, possibilitando que os times medianos também participem de forma justa. Na Alemanha a diferença entre ricos e pobres não é tão escandalosa.

Enquanto no Brasil, os maiores recebem quatro vezes mais do que os menores, no futebol alemão essa diferença não passa de duas.

O problema nosso é que temos uma imprensa que não analisa as raízes do futebol, e que finge que tudo está bem nesse mundo da fantasia, mas a realidade é bem outra e só vai melhorar com o crescimento econômico do país, e sobretudo com dirigentes sérios e não corruptos.

* Dados obtidos no site alemão DW

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O QUINTETO NA 27ª RODADA

* A 27ª rodada do Brasileirinho começa nesse sábado com três jogos, sendo que dois desses envolvem clubes que estão no quinteto dos que brigam pelo título.

O Fluminense recebe no Engenhão o time reserva do Grêmio, que vem se portando bem na competição. Deverá ser um jogo equilibrado com chances maiores para o empate.

No outro encontro o Bahia recebe o Flamengo, que vem de um desastre após ser derrotado pelo Corinthians. Há um empate técnico entre ambos.

Os demais componentes desse quinteto mágico jogarão no dia de amanhã, inclusive um desses no horário da matinal, com o Palmeiras recebendo o time Cruzeiro após a sua derrota no Mineirão acoplada a briga entre os jogadores.

O alviverde deverá somar três pontos nessa partida e se fortalecer mais ainda na luta pela liderança.

No período da tarde, o quarto componente desse grupo, o São Paulo que necessita de uma vitória, irá enfrentar no Engenhão o Botafogo, cujo resultado pende para um empate.

O quinto jogo será entre o Internacional e Vitória no Beira-Rio com 70% de chances de vitória para o Colorado.

No final da rodada certamente teremos um novo líder na tabela, que deverá ser o Palmeiras.

NOTA 2- O SEXTETO E A 27ª RODADA

* Enquanto a parte de cima luta pelo título, seis clubes formam o sexteto dos que desejam fugir da Caetana.

No dia de hoje teremos um jogo que já analisamos, entre o Bahia que corre perigo, e o time do Flamengo, que de tudo pode acontecer.

Amanhã teremos mais três partidas envolvendo os fugitivos da foice.

O Vitória jogará no Beira-Rio contra a equipe do Internacional, e que já analisamos na nota anterior. A vitória deverá ser do Colorado.

Em Belo Horizonte o Atlético-MG com a sua defesa furada, recebe o segundo pior time da competição, o Sport, em um jogo que o Galo tem 75% de chances de uma vitória, e o rubro-negro apenas 7%.

A terceira partida do sexteto será a do Ceará contra a Chapecoense.

O alvinegro cearense como mandante tem um excelente retrospecto, e leva para esse jogo 53% de possibilidades de uma vitória.

Na segunda-feira dois clubes que estão lutando contra a degola irão se enfrentar, o carioca Vasco da Gama visita Curitiba para jogar contra o saco de pancadas da competição, Paraná, e com chances de ter a sua primeira vitória como mandante.

No encerramento dessa rodada o Z4 poderá ser modificada com a presença de um time do futebol baiano, juntando-se a Chapecoense, Sport e Paraná.

Agora é só esperar e rezar. 

NOTA 3- A DANÇA DAS CADEIRAS À PLENO VAPOR

*O que acontece no futebol brasileiro faz parte do sistema de que o impossível acontece.

A dança das cadeiras é pornográfica e em plena 27ª rodada mais um treinador dançou,  perdeu a cadeira completando a 23ª mudança.

A última aconteceu no dia de ontem, e quem perdeu o cargo foi Mauricio Barbieri, pela derrota do Flamengo para o Corinthians, em mais um mata-mata.

A sua dança já estava programada há um bom tempo e depois da queda na Copa do Brasil para o Cruzeiro, a diretoria do rubro-negro da Gávea não teve como segura-lo.

Além dessa derrota, a performance no Brasileirinho após a Copa do Mundo, fez com que a cartolagem liberasse o jovem treinador, que é mais um da nova geração que até agora não deu frutos.

Barbieri comandou o time rubro-negro em um total de 39 partidas, somando 19 vitórias, 12 empates e 8 derrotas, um aproveitamento razoável de 57,9%, mas no momento das decisões falhou. 

O Flamengo irá encerrar a competição com um terceiro técnico, e a bola da vez foi Dorival Junior, que estava sem clube desde a dança no São Paulo. Com poucas opções no mercado, a diretoria do clube resolveu fazer essa aposta.

O mais interessante é que esse técnico ainda recebe do clube por conta de sua passagem em 2012/2013, quando esse atrasou os seus salários. Depois de acionar a Justiça, teve ganho de causa com o direito de receber R$ 10 milhões, que foi dividido em parcelas.

Que futebol é esse, recordista mundial na dança das cadeiras.

NOTA 4-A ARBITRÁRIA DECISÃO DA CONMEBOL

* Um dos dirigentes do Cruzeiro falando sobre o cartão anulado de Dedé, deixou bem claro que a pressão externa que foi realizada junto ao Tribunal de Disciplina da Conmebol foi grande, inclusive com a ajuda de Brasília.

Pobre futebol que permite influencias externas nas decisões dos seus órgãos.

O que Brasília tinha com essa expulsão, e qual a razão da decisão ser monocrática, quando deveria vir do coletivo pela importância do fato.

O futebol sul-americano é uma resultante do próprio Continente e de suas Repúblicas Bananeiras, com procedimentos de um vale tudo.

As regras da FIFA com relação as decisões dos árbitros são bem claras, quando determina que: ¨as decisões tomadas pelos árbitros em campo são finais e não suscetíveis de revisões pelos órgãos judiciais das entidades¨.

A Conmebol em seu Código Disciplinar, no artigo 23, acompanha as determinações da entidade maior do futebol mundial.

Na realidade só casos de corrupção ou de advertência ao jogador errado, podem ser modificados. O caso de Dedé não se enquadra nas normas.

Abriram uma porteira bem larga, e que irá avacalhar o futebol sul-americano, desde que foi criada uma jurisprudência.

O Boca Juniors vai recorrer da anulação do cartão vermelho aplicado a Dedé, desde que não existe nada no Regulamento para que isso aconteça. Pela experiência que temos com o futebol, essa decisão foi arbitrária. 

É uma zorra total.

NOTA 5- A FIFA E OS AGENTES DO FUTEBOL

* A FIFA, está propondo alterações no sistema de transferências de jogadores, entre as quais a criação de uma agencia central que irá funcionar como um banco, em que obrigatoriamente os clubes teriam que depositar o dinheiro pago por transações realizadas, para que esta posteriormente encaminhasse aos destinatários.

Na verdade uma medida como essa irá oficializar todos os valores dos negócio, assim como o comissionamento aos intermediários.

Esse sistema já acontece em boa parte do esporte norte-americano, e foi sugerido pelo FBI, que assessora a FIFA na implementação.

Quem não está gostando são alguns cartolas e empresários, inclusive brasileiros, que estão acostumados com um sistema podre e que provoca buracos nos cofres dos clubes.

São negociações que muitas vezes se tornam em muitas lavanderias de dinheiro.

NOTA 6- DOS VINTE CLUBES DA SÉRIE A, APENAS CINCO NÃO TROCARAM DE TÉCNICO

* A troca de técnicos dos times que disputam o Brasileirinho é uma comprovação da falta de gestão no futebol brasileiro.

Dos 20 clubes que estão nessa disputa, apenas cinco não mudaram de comando desde o inicio da competição. São Paulo, Internacional, Grêmio, Atlético-MG e Cruzeiro.

O mais curioso nesse processo é que aqueles que mantiveram os comandos estão entre os sete primeiros lugares do torneio, sendo que o Cruzeiro ainda está na disputa de mais duas competições, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil.

SÃO PAULO- DIEGO AGUIRRE- Líder,

INTERNACIONAL- Odair Hellmann- 3º,

GRÊMIO- Renato Gaúcho- 5º,

ATLÉTICO-MG- Thiago Largh- 6º lugar e,

CRUZEIRO- Mano Menezes- 7º lugar.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O SANATÓRIO GERAL

* A Série B entrou na sua 29ª rodada, o que corresponde a 76,3% do seu total, e no seu final restará apenas 23,7%, ou seja falta muito pouco para o encerramento.

Apesar disso, a dança das cadeiras vem batendo um recorde, com 25 degolados, fato esse que só poderia acontecer em um futebol mal planejado.

Na última quarta-feira quem dançou foi Marcelo Chamusca técnico da Ponte Preta, após a derrota de 1x0 perante o Brasil de Pelotas, em pleno Moises Lucarelli.

Por incrível que possa parecer o treinador foi contratado no dia 2 de setembro e não completou um mês à frente do elenco da Macaca.

Dirigiu o clube em cinco partidas sem vitorias, que foi somada ao jejum do treinador anterior João Brigatti de três partidas.

Na temporada a Ponte Preta teve cinco treinadores: Gilson Kleina, Eduardo Baptista, Doriva, João Brigatti e Marcelo Chamusca. Bateu um recorde, superando os quatro do Sport Recife.

Trocou de técnicos e nada modificou, e a sua colocação na Tabela de Classificação na Série B é no 11º lugar com 29 pontos.

Com tantos profissionais à frente do time de Campinas, e sem, modificações nos seus resultados nos leva a crer que os problemas não estão apenas no seu comando técnico, e que a responsabilidade maior é da sua diretoria.

O futebol precisa fazer uma nova experiência, ou seja, a de demitir o presidente do clube e permanecer com o técnico.

NOTA 2- O INSUCESSO DA NOVA GERAÇÃO DE TÉCNICOS

* Já postamos um artigo sobre as performances da nova geração dos técnicos do futebol brasileiro que ainda não conseguiu deslanchar, por conta de pífios resultados.

Na verdade o acesso de alguns profissionais jovens foi realizado sem uma ponte de ligação.

Chegaram de forma abrupta, endeusados, forçados pelas mídias, e os resultados não foram o que esperavam, daí a dança das cadeiras ser tão acentuada.

Obvio que alguns poderão ter um bom futuro, mas para que tal fato possa acontecer, torna-se necessário um maior aprendizagem dos novos conceitos táticos que são adotados pelos grandes clubes do mundo.

Um bom piloto começa em competições menores, vai amadurecendo até chegar a Fórmula 1 que é a principal do automobilismo.

Os jovens técnicos ainda não conseguiram aprender a dominar o ego dos vestiários, por falta de experiência.

Um bom exemplo é o de Roger Machado, que está pronto na parte tática, mas não consegue dominar o grupo. Felipe Scolari com a sua experiência, com o mesmo elenco conseguiu fazer do Palmeiras um grande time.

Taticamente Roger é bem melhor do que o seu substituto, mas esse domina o vestiário e isso é um fator importante para as conquistas. 

NOTA 3- OPERAÇÃO POLICIAL CONTRA CARTOLAS QUE MANIPULAM RESULTADOS

* Policiais da Delegacia de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro realizaram na manhã de ontem uma grande operação para cumprir mandados de busca e apreensão nas casas do presidente, gerente de futebol, tesoureira, gerente de administração e logística, do Barra Mansa Futebol Clube, time da Segunda Divisão do futebol carioca.

O grupo é acusado de negociar resultados dos jogos do clube para beneficiar uma máfia internacional de apostas. Os valores recebidos por eles variavam de R$ 35 mil a R$ 150 mil por partida.

Além disso, o presidente do clube, Anderson Martins Florentino, é acusado de ter retirado da conta da agremiação e repassado para a sua, um pouco mais de R$ 342  mil com a anuência da tesoureira do Barra Mansa, Mônica Rodrigues Rosa, que também é sua namorada.

O dinheiro é oriundo da venda de um jogador para o exterior, que serviu para encobrir os ganhos com a manipulação de resultados.

Na verdade fatos como esse roda pelo Brasil afora, sem o menor acompanhamento.

Quando um clube de uma segunda divisão de um estado brasileiro é escolhido por uma casa de apostas, em especial as asiáticas, é algo muito estranho. Trata-se de uma vaca no poste.

Embora proibidas por lei, as apostas do futebol são escancaradas no país, inclusive com publicidades nas televisões.

Uma zorra total. 

NOTA 4- O VOLEIBOL SENDO CONTAMINADO PELO FUTEBOL

* O futebol brasileiro perdeu o que tinha de mínimo do fair-play. A sua Confederação é sem duvidas um mal exemplo para todos.

Como um torcedor pode acreditar em algo que teve três presidentes defenestrados, um desses preso nos Estados Unidos, tudo por conta de corrupção. O poder que continua instalado na Barra da Tijuca não mudou, é a continuidade do antigo.

Isso se reflete dentro e fora do campo. O futebol tornou-se uma referência para o cinismo. O cai-cai e as simulações fazem parte do contexto. Em pleno século XXI as bolas ainda desaparecem quando os mandantes estão vencendo.

Os jogadores incentivam a violência quando durante uma partida resolvem torna-la em uma luta de UFC.

Na última quarta-feira no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, com um estádio lotado, o atacante Sassá do time Celeste deu um soco de um lutador de boxe no lateral alviverde, Maike, e a briga generalizou-se continuando nos vestiários.

Um péssimo exemplo para as arquibancadas. Em um país sério as punições seriam duras.

Infelizmente ao assistirmos também na mesma quarta-feira um belo jogo de voleibol, entre as seleções do Brasil e da Rússia, quando no tie-break decisivo, no ataque do sexteto russo uma bola apareceu rolando na quadra do time verde e amarelo com o único intuito de atrapalhar o adversário.

O autor não sabia que estava sendo filmado, e no vídeo aparece o técnico brasileiro Renan Dal Zotto jogando a bola. Foi suspenso de forma correta pela FIBA, mas nos deixou a impressão que o voleibol está perdendo a sua essência que era o Fair-Play, trocando-a pelo tudo ou nada.

A razão disso é sem duvida o vil metal.

Ficamos chocados com a grotesca cena por sermos de uma geração do voleibol que aprendeu a se acusar quando de um bloqueio a bola batia nas mãos, e a arbitragem não tinha observado.

Um fato lamentável que é um produto do próprio pais que atolou-se na corrupção.

NOTA 5- A DÍVIDA DO SPORT COM OS AGENTES DO FUTEBOL 

* O único ser humano que acha que o Sport vai bem nas finanças é o presidente do clube, Arnaldo Barros, de acordo com as suas últimas declarações. 

Certamente esse cartola não tem conhecimento da execução judicial contra o clube da Ilha do Retiro, no valor total de R$ 956.253,26 formulada pela empresa de Eduardo Uran, referente aos pagamentos que não foram realizados pela intermediação e comissionamento de vários jogadores.

SAMUEL XAVIER- R$ 187.549,53,

LUIZ MORALES- R$ 62.383,51,

PEDRO DE CASTRO- R$ 47.805,00,

DIEGO SOUZA (2016)- R$ 407.435,54,

DIEGO SOUZA (2017)- R$ 225.802,41 e,

EDSON CARLOS DE SILVA JUNIOR- R$ 25.277,18

Na verdade o Sport deve a Deus e o mundo.

NOTA 6- APESAR DO EMPATE CONTRA O SANTOS, O VASCO AINDA CONTINUA ABRAÇADO COM A CAETANA

* No Sanatório Geral somente na noite de ontem é que o turno foi encerrado na noite de ontem, com o jogo da terceira rodada, entre o Santos e Vasco, cujo resultado final foi de 1x1.

Não vamos analisa-lo, desde que não teve nada a se destacar.

Para o time da Cruz de Malta o resultado foi positivo já que o Santos saiu à frente do placar.

Somou mais 1 ponto, continuando na 16ª colocação abraçado com a Caetana. 

Escrito por José Joaquim

Já postamos tantos artigos sobre a falta de transparência no futebol brasileiro que daria para publicar um livro.

Na Confederação, nas Federações e nos clubes só conhecemos algo do que aconteceu durante um exercício através de um balanço, sem a analise dos documentos.

São aprovadas as folhas de papel  numa Assembléia vazia, e com as assinaturas colocadas vários dias após a reunião. Raramente existe um questionamento, a não ser que um candidato de oposição assuma o comando.

Voltamos ao tema após tomarmos conhecimento do teor do relatório da comissão especial designada pelo Inter para analisar possíveis atos de gestão irregular ou temerária no comando de Vitorio Piffero, no período de 2015/2016.

De forma exclusiva esse foi publicado pelo jornalista Hiltor Mombach em seu blog no jornal Correio do Povo.

Não vamos fazer juízo de valor sobre as denuncias, desde que todos os cartolas citados tem direito de defesa, mas a documentação é rica e mostra irregularidades grotescas e inacreditáveis.

Estranhamos que os auditores não as detectaram.

Foi constatada a responsabilidade do presidente do período, Vitorio Piffero e mais três diretores.

Anotamos alguns pontos que merecem uma boa apuração.

Entre esses, os 140 adiantamentos à vice-presidência de finanças no período entre os meses de fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, retirados pessoalmente em dinheiro no caixa da tesouraria do clube, no total de R$ 10 milhões.

Os documentos que comprovam os gastos são de empresas inativas e inexistentes, sem qualquer contrato por obras e vários serviços que nunca foram feitos.

Um outro está relacionado ao Cartão Corporativo, que durante os anos de 2015 e 2016, foi utilizado de forma indevida, inadequada e abusiva pelas vice-presidências de finanças e de administração, através de pagamentos sucessivos e reiterados de refeições em restaurantes da cidade de Porto Alegre, em valores exorbitantes que totalizaram cerca de R$ 180 mil, sem qualquer prestação de contas, ou apresentação de documentos comprobatórios de cada despesa, e sem indicação do motivo dos gastos e da relação dos beneficiários.

Foram mais de 400 refeições em cerca de dois anos. Uma farra e folia com o cartão.

Alguns adiantamentos feitos para diversos departamentos, inclusive a presidência não tiveram as devidas prestações de contas.

Esses foram os detalhes que separamos para a nossa postagem, que mostram o que acontece nos intramuros de um clube, que pode ser estendido para muitos pelo Brasil afora.

É uma demonstração da realidade do futebol brasileiro que vive no sanatório geral, com seu bloco dos Napoleões Retintos, e com uma cartolagem esperta.

Imagine no Circo.

Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro se programa contando com o ovo ainda dentro da galinha, quando não sabe se esse está estragado e já o vendeu no mercado. O planejamento é uma piada, os orçamentos são fictícios e não são obedecidos, a gastança é bem maior do que o Caixa é capaz de cobrir.

Esse exemplo se dá em 92% dos clubes brasileiros que gastam mais do que as suas receitas, e no final terminam com salários atrasados, os compromissos não pagos, e os resultados negativos.

Nada acontece por acaso, e sim por conta dos erros e acertos de uma gestão. Não se pode programar um orçamento anual com um sistema aleatório, do chute, do ovo dentro da galinha. Se a projeção de arrecadação é x, tem que se gastar menos, deixando uma reserva para as necessidades prementes.

Dirigir um clube de futebol não é uma brincadeira de criança, desde que mexe com milhões de pessoas que cobram os resultados, e por conta disso existe a necessidade da participação de profissionais.

Os cartolas querem promoção, querem as páginas de jornais, querem as telinhas das televisões, e para se projetarem entram numa roda viva e partem para as gastanças. São capazes de desfilarem nas ruas com uma melancia pendurada no pescoço.

Já cansamos de mostrar que existe um binômio importante para ser cumprido por uma gestão, o da receita e despesa, que deve ser respeitado. Todo dirigente deveria ter um placa em sua mesa com essas duas palavras, para que possam lembra-lo da realidade.

Com raras exceções os clubes brasileiros estão tecnicamente falidos por conta das insanidades dos seus dirigentes. Se tem um projeto, esse não é cumprido. Hoje as suas noticias estão relacionadas aos seus débitos, seus problemas, do que algo com sucesso.

Obvio que o dinheiro é bom, mas não é tudo, e os exemplos estão bem latentes. Uma agremiação bem planejada, mesmo com recursos menores pode ter uma melhor vida do que aquelas com maiores, e para tal basta uma boa aplicação.

Viver com empréstimos bancários com altos juros, muitas vezes sem condições de paga-los é um crime financeiro. Mais grave ainda são as antecipações de receitas. No final da gestão alguns cartolas saem execrados, e os clubes sem perspectivas de algo melhor.

O futebol é como o Brasil, que afundou por conta de uma politica errônea e sobretudo corrupta.

O sócio de uma agremiação quando do processo eleitoral não deveria votar por amizade e sim por aquele que mostra que tem condições de dirigi-lo.