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Escrito por José Joaquim

A repercussão do artigo sobre a distribuição dos direitos de transmissão do Brasileirão foi bem acima do que esperávamos, inclusive causando surpresa para muitos por conta das diferenças apresentadas entre o antigo modelo coletivo e o novo individual.

Resolvemos voltar ao tema para mostrarmos os valores que os clubes iriam receber em 2017, caso adotassem os percentuais utilizados pelo Clube dos 13. Os números são inacreditáveis.

A Globo que é dona do futebol brasileiro quando começou a tratar com cada clube, passou a utilizar procedimentos que são condenados, ou seja concedendo aumentos maiores para os que recebiam mais, e menores para aqueles que recebiam menos. Um erro grotesco.

Em qualquer atividade do setor econômico, inclusive para aumentos salariais o modelo é inverso, ou seja com percentuais mais altos para aqueles com vencimentos reduzidos, para evitar o alongamento das distorções.

No caso das cotas, Flamengo e Corinthians que receberam em 2015 R$ 110 milhões, tiveram um aumento de 54%, enquanto o grupo menor, do qual o Sport faz parte, o reajuste foi de 29%, quase a metade. Saíram de R$ 29 milhões para R$ 35 milhões. O buraco se aprofundou.

No último ano do Clube dos 13, Corinthians, Flamengo, Vasco, São Paulo e Palmeiras tinham uma participação de 8,33% sobre o valor total. O Santos de 6,0%, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Fluminense, Grêmio e Internacional com 5,3%, enquanto Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás, tinham um percentual de 4,17%. Em 2017, os dois maiores participam com 13% cada um do bolo total, o São Paulo com 8,4%, Vasco e Palmeiras, 7,7%, Santos, 6,1%, o Grupo 5 onde consta o Botafogo, com 4,6%, e o último que tem o Sport, com apenas 2,7%. Um modelo autofágico.

Quando utilizamos os percentuais do acordo coletivo sobre o valor global das cotas de 2017, os valores que deveriam ser distribuídos seriam os seguintes: 

Flamengo, Corinthians, Vasco, São Paulo e Palmeiras- R$ 107,9 milhões (-R$ 62,1 milhões),

Santos- R$ 78,0 milhões (- R$ 2,0 milhões),

Botafogo, Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional- R$ 68,9 milhões (+ 8,9 milhões) e,

Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás- R$ 52,0 milhões (+ 17 milhões).

Sem duvida uma relação mais democrática, e para que se tenha o retrato da realidade, a diferença do último grupo para os dois ungidos nesse sistema é de R$ 55,9 milhões, e no modelo atual essa representa R$ 135,0 milhões.

O que mais nos preocupa é a passividade de todos os envolvidos, que sentem o prazer de serem dizimados com uma cotinha nos seus bolsos.

Contra números não existem argumentos.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A MÃO QUE AFAGA É A MESMA QUE APEDREJA

* ¨A mão que afaga é a mesma que apedreja¨, é um dos ditados mais antigos entre os milhares que existem em nosso Brasil, e que tem no futebol o maior exemplo.

O torcedor é volátil, um dia aplaude, no outro vaia. Festeja a vitória do seu time, e um tropeço mais adiante torna-se um crítico ferrenho.

Tivemos um exemplo no dia de ontem no retorno do Flamengo após a sua eliminação da Copa Libertadores, quando os seus torcedores foram ao aeroporto protestar, o fizeram de forma agressiva, e tendo como vitima maior o treinador Zé Ricardo.

Esses mesmos personagens no embarque da equipe para a Argentina, lá estavam fazendo uma festa, da mesma forma quando da conquista do titulo carioca. 

O técnico era um herói, o melhor do mundo, o presidente Bandeira que foi agredido verbalmente era o melhor gestor do nosso futebol.

O jornalismo esportivo que considerava o rubro-negro favorito, esquecendo que esse iria enfrentar uma equipe tradicional que vinha de evolução e que pela lógica do futebol poderia sair vencedor, no outro dia estava tecendo criticas fortes, inclusive achando que houve covardia na maneira de jogar, culpando o treinador.

O futebol é passional ao extremo, e um dia tudo são flores, no outro espinhos.

Respeitamos o torcedor do futebol que é a parte principal do sistema, mas no contexto o seu comportamental não representa muito, desde que é  movido pela paixão, deixando sempre a razão em casa.

Acreditamos que os dirigentes do clube da Gávea não irão cair no conto da sereia e demitir o seu treinador.

Seria um retrocesso.

NOTA 2- O FRACASSO DE PÚBLICO DA COPA VERDE

* O Luverdense ao derrotar o Paysandu sagrou-se pela primeira vez Campeão da Copa Verde. Com méritos desde que foi o de melhor campanha.

Apesar dessa novidade, a competição teve uma queda de público anormal, quando os seus 34 jogos fecharam com 86.925 torcedores presentes aos estádios, com uma média por jogo de 2.716.

Entre as 34 partidas realizadas na competição, dez dessas não conseguiram superar a casa dos 100 pagantes. O encontro entre o Rio Branco e Luverdense, teve a presença de 70 testemunhas.

O maior público, e isso sempre acontece, foi o do primeiro jogo da final, entre o campeão e o Paysandu realizado no Mangueirão, que recebeu 26.653 torcedores. 

No jogo da volta na Arena Pantanal, o público pagante foi de 1.859 torcedores.

A queda de público nessa competição vem se acentuando ano após ano, como um recado do torcedor de que não está abraçando-a como deveria.

Em 2014 a média de 5.427 pagantes, em 2015, a Copa Verde recebeu 4.351 torcedores por jogo, e em 2016, 4.178 e nessa temporada caiu de forma vertiginosa para 2.716.

Para que se tenha uma ideia exata do problema, o campeão Luverdense teve uma média em seus jogos de 888 gatos pingados.

Trata-se de uma boa competição que serve para movimentar duas regiões sacrificadas no futebol brasileiro e que necessita de um maior incentivo.

NOTA 3- A SÍNDROME DO REBAIXADO

* O Internacional é um clube privilegiado. Foi rebaixado e continua recebendo a mesma cota como estivesse na Série A.

Isso cria uma disparidade entre os competidores.

Por outro lado o Goiás, que estará mais uma vez na Série B, tem direito aos mesmos valores de um clube da maior divisão.

Poderia ser justo mas não é, e quando sentimos a situação do Santa Cruz, Figueirense e América-MG que irão receber apenas 6,4 milhões no ano de 2017, graças a um pedido que foi atendido pela Rede Globo, ficamos certos que o sistema é falho. 

Os demais participantes receberão R$ 5 milhões.

Na competição anterior os três clubes receberam da televisão um pouco mais de R$ 25 milhões, que fizeram parte dos seus orçamentos.

De repente no ano seguinte por conta da gangorra irão receber apenas 1/4 do valor anterior.

O balanço do Figueirense mostra contas à  pagar de curto prazo no valor de R$ 22 milhões, o que torna a sua situação insustentável.

Os rebaixados tem que reduzir os custos dos seus elencos para que possam competir, e se por acaso voltarem a subir não terão a devida estrutura para a permanência, iniciando o processo da gangorra.

No futebol inglês os clubes que são degolados tem uma salvaguarda financeira, para que possa ser reduzido a debacle financeira.

Tal modelo poderia ser estudado pelo futebol nacional, desde que vem dando certo em um país onde o futebol é tratado como um produto da maior valia.

NOTA 4- A DURA VIDA DO PARANÁ

* O Paraná vem mostrando sinais de recuperação, mas continua com dificuldades financeiras.

Com o cancelamento do leilão da Sub-Sede do Boqueirão cujo comprador passou dois cheques sem fundos, a situação do clube agravou-se, e por conta disso vendeu o seu jogo pela Copa do Brasil contra o Atlético-MG para um empresário, que o levará para o Couto Pereira.

O clube paranista tem R$ 8,3 milhões penhorados por conta de cobranças judiciais, sendo R$ 3,3 milhões  das cotas da Copa do Brasil, e R$ 5 milhões daa cota dos direitos de transmissão da Série B.

O que manteve os salários em dia foram as receitas provenientes do televisionamento do campeonato estadual, as cotas da Primeira Liga, bilheteria e arrecadação social.

A fonte secou e a partir de junho a situação tende a piorar. A de maio será paga com o dinheiro da venda do jogo.

Na verdade trata-se da vida dura de um clube que já foi dono do maior patrimônio do Brasil, inclusive com três estádios de futebol.

São coisas de gestões desastradas e do modelo autofágico do futebol brasileiro.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O APITO AMIGO AJUDA O SPORT

* Sport e Bahia fizeram um jogo bem movimentado, com dois tempos distintos. O primeiro do time rubro-negro, e o segundo do tricolor baiano.

O Sport teve duas boas chances na fase inicial para deixar o placar bem confortável, não o fez. O Bahia conseguiu o seu gol que foi anulado de forma errada pelo auxiliar que foi atendido pelo árbitro amigo, ao marcar o impedimento de um jogador que não participou do lance. Uma melada amiga. 

No segundo tempo o tricolor baiano cresceu na partida, começou a domina-la e conseguiu marcar o seu gol, abrindo o placar.

O Sport errando muitos passes, insistindo em bolas aéreas não conseguia empatar a partida, apesar de ter melhorado após os trinta minutos finais. De bola parada, finalmente marcou o seu gol, fazendo o placar de 1x1, que foi justo para os dois times pelo que apresentaram.

Como tínhamos afirmado o 6x2 do Bahia no Atlético-PR não o tornou favorito, e o jogo de ontem foi de igual para igual, dois times medianos, e com poucos jogadores de qualidade.

O empate foi um excelente resultado para o time da Boa Terra, que joga em casa na volta, completo e com maiores chances de vitória.

NOTA 2- O ADEUS DO FLAMENGO

* Na tarde de ontem no Brasil, e noite na Europa, o Monaco derrotou o Saint Étienne por 2x0 conquistando o título de Campeão Francês após 17 anos de espera.

Uma conquista bem merecida, sob o comando do técnico luso Leonardo Jardim, e apresentando a maior revelação da temporada, o garoto prodígio Mbappe, com milhões de euros estão voando sobre o principado para a aquisição dos seus direitos.

Pelo Campeonato Espanhol, o Real Madrid está com o troféu nas mãos, bastando apenas um empate no seu último jogo para a conquista do título.

Derrotou o Celta de Vigo por 4x1, com dois gols de Cristiano Ronaldo, jogando um futebol coletivo da maior qualidade, inclusive com a participação do seu astro maior que joga não apenas para si, e sim para todos.

No final da semana certamente a conquista será consumada.

Retornando ao nosso futebol, a noite de ontem foi rica em jogos, tanto no Brasil como no exterior pela Copa Libertadores.

O primeiro aconteceu em La Paz, com o encontro do The Strongest e Santos. O time santista ficou com um jogador a menos na primeira fase, viu o time boliviano sair na frente, e no segundo tempo tomou um sufoco esperando uma bola fatal, que aconteceu originando o seu gol de empate.

O adversário ainda perdeu um pênalti. No final o placar de 1x1 deu a classificação para a segunda fase ao time santista.

O Chapecoense jogando na Argentina contra o Lanús, conseguiu uma boa vitória por 2x1, criando condições bem plausíveis para a sua continuação na competição. O time catarinense continua muito afoito, mas pode ter cometido um erro grave ao escalar Luiz Otávio que estava suspenso, e com isso perder os pontos. 

Enquanto isso, a cidade de Santiago foi palco de um jogo estranho e maluco, entre a Universidad Católica e Atlético-PR.

O time rubro-negro que foi goleado pelo Bahia no Brasileirão por conta da opção de um elenco reserva, viu o adversário sair à frente no placar, empatou de imediato, desempatou, um minuto após o Universidad voltou a igualar, e logo após saiu a vitória atleticana por 3x2, garantindo a sua passagem para a fase de mata-mata.

A grande decepção veio do Flamengo em seu jogo contra o argentino San Lorenzo, que conseguiu uma vitória por 2x1, aos 48 minutos do segundo tempo no momento em que estava eliminado por conta do jogo do Chile.

Com essa derrota o rubro-negro da Gávea que era um dos favoritos ao título da competição foi degolado.

São coisas do futebol, e de Paulo Autuori que foi apedrejado pela imprensa paranaense e irá retornar como herói.

Pela Copa do Brasil, o Grêmio derrotou o Fluminense por 3x1, e Palmeiras passou pelo Internacional com o placar de 1x0.

NOTA 3- UM BOM NEGÓCIO PARA QUEM?

* Em uma palestra no Conafut- 1ª Conferência Nacional de Futebol que foi realizada em São Paulo, Fernando Manuel, Diretor do setor dos Direitos Esportivos da Globo ao ser inquirido sobre o horário pornográfico das 21h45, respondeu de forma simples, ¨que esse é um bom negócio¨.

Obvio que é uma resposta atrelada aos interesses da empresa em que esse presta serviço, mas do lado do torcedor é um péssimo negócio.

Há algum tempo que estamos debatendo os modelos de horários adotados pela dona do futebol brasileiro, que na realidade vende bem os patrocínios e tanto faz se os jogos terão público ou não nos estádios.

O que importa é o faturamento garantido, com uma boa lucratividade.

Perguntem ao torcedor se esse apoia tal horário.

Os jogos terminam no outro dia, o metrô não funciona, o transporte coletivo é precário, e a violência que tomou conta do Brasil é um fator de risco.

O mesmo se dá para quem vai em condução própria que sofre os mesmos problemas, desde que também são trabalhadores.  

Alguns cartolas estavam participando do evento e o único a afirmar que não aceitava tal horário, foi Modesto Roma, presidente do Santos.

Os demais silenciaram, inclusive o presidente do Sport. Quem cala consente.

Obvio se as partidas fossem as 20h30 a movimentação seria muito maior. A emissora para compensar, abre o seu canal aberto para as transmissões dirigidas aos próprios estados.

Os das poltronas agradecem, e o futebol chora. 

NOTA 4- UMA PUNIÇÃO DESCABIDA

* A Segunda Comissão Disciplinar do TJDF-CE- Tribunal  de Justiça Desportiva de Futebol do Ceará, puniu o Fortaleza com mão de ferro em sua reunião na última terça-feira, para julgar os incidentes que ocorreram no jogo contra o Ferroviário pelo Estadual de 2017.

O clube foi multado em R$ 32 mil, perda de cinco mandos de campo, e no final uma punição descabida, uma suspensão pelo período de 30 dias.

Foi aplicado o artigo 219 do STJD, que permite uma punição como essa, mas as demais penas já tinham sido aplicadas e que estavam de bom tamanho.

Qual a culpa que a entidade teve com as brigas que aconteceram? Os responsáveis foram os jogadores e torcedores, assim como os dirigentes, e por conta disso foi aplicada a multa e a perda do mando de campo que já estava de bom tamanho.

Foi uma decisão aloprada. 

Com isso o clube não poderia jogar pelo Brasileiro da Série C na próxima sexta-feira contra o Botafogo-PB, fato esse que não vai acontecer por conta do recurso formulado. 

Esperamos que o bom senso prevaleça.

NOTA 5- O QUE ACHAS DE NERIS?

* No dia de ontem fomos questionados por vários rubro-negros através de uma pergunta pronta: O QUE VOCÊ ACHA SOBRE A CONTRATAÇÃO DE NERIS?

A nossa resposta para todos foi muito simples, através de uma pergunta: Qual Néris, o do Santa Cruz ou o do Internacional?

Se fosse o jogador do tricolor no ano de 2016, na Série A, diríamos que seria uma boa contratação. No inverso, o  do Internacional ninguém sabe explicar o que aconteceu.

Foi o primeiro jogador a ser contratado pelo clube nessa temporada, e segundo um amigo gaúcho, residente em Porto Alegre, esse ¨foi aquele que veio, viu e está indo embora sem ninguém saber do seu futebol¨.

Nesses cinco meses de clube jogou apenas duas partidas participando do time reserva, na Copa do Brasil, contra o Sampaio Correa, quando foi substituído, e uma outra contra o Criciúma. Depois disso sumiu.

Na verdade trata-se de uma contratação que deve ser bem avaliada, e em especial em saber o que aconteceu no Internacional, que é sem dúvidas bem estranho.

NOTA 6- NO RIO GRANDE SO SUL A CHAPECOENSE É O TIME DE FORA COM MAIS TORCEDORES

* Uma pesquisa do Instituto Paraná mostrou algo bem interessante, mas de fácil explicação.

O foco do trabalho foi o de dimensionar o número de pessoas  que torcem por clubes de fora do Rio Grande do Sul.

Como sempre acontece, 71,56% dos entrevistados disseram que não torcem por nenhum clube de outros estados.

A surpresa foi a presença da Chapecoense em primeiro lugar com 6,3% de torcedores, à frente do Corinthians (4,6%), Flamengo (4,5%). São Paulo (3,3%), Palmeiras (2,28%), Santos (1,09%). Botafogo (0,9%), Vasco (0,9%), Fluminense (0,8%), Atlético-MG (0,8%) e Outros (1,6%).

Na realidade o time de Chapecó criou uma empatia com os torcedores do nosso pais, por conta da tragédia aérea que vitimou a sua delegação, e como trata-se do Rio Grande do Sul, a influência aumenta pela proximidade da cidade paranaense com esse estado.

Escrito por José Joaquim

O futebol não é apenas dois times no gramado correndo atrás de uma bola, com um apito muitas vezes amigo no meio. Existem vários segmentos que fazem um clube campeão, e entre esses as estatísticas que servem de mote para as suas campanhas e as projeções para os jogos a serem realizados.

Um fato que nos chamou a atenção, aconteceu na primeira rodada do Brasileirão quando não tivemos uma única vitória dos visitantes. 

Os números mostram de forma clara que um clube vencedor no sistema de pontos corridos está atrelado as suas vitórias como visitante, e isso está traduzido nos últimos onze anos. 

Um time tem na tabela 19 partidas como mandante, e nos estudos que realizamos não constatamos nenhum que tenha conquistado os 57 pontos correspondentes a tais jogos. Mesmo tendo invencibilidade, alguns empates foram somados  as suas campanhas.

Muitos empates também prejudicam desde que a cada partida sem vencedor, os clubes perdem 66,6% dos pontos disputados, que no final irão influenciar na soma geral da classificação.

Um cálculo bem simples mostra tal influência negativa, quando um clube empata seis vezes soma 6 pontos e perde 12. Cinco empates valem menos de que três derrotas e duas vitórias. O empate dentro do limite é o complemento daquilo que falta para a obtenção dos objetivos.

Os dados a seguir mostram a realidade dos clubes que conquistaram o Brasileirão, na era de 20 disputantes: 

2006- SÃO PAULO- 1º melhor mandante- 2º melhor visitante,

2007- SÃO PAULO- 1º melhor mandante- 2º Melhor visitante,

2008- SÃO PAULO- 1º melhor mandante- 1º melhor visitante, 

2009- FLAMENGO- 4º melhor mandante- 2º melhor visitante,

2010- FLUMINENSE- 3º melhor mandante- 2º melhor visitante,

2011- CORINTHIANS- 2º melhor mandante- 1º melhor visitante,

2012- FLUMINENSE- 5º melhor mandante- 1º melhor visitante,

2013- CRUZEIRO- 1º melhor mandante- 1º melhor visitante,

2014- CRUZEIRO- 1º melhor mandante- 1º melhor visitante,

2015- CORINTHIANS- 1º melhor mandante- 1º melhor visitante e,

2016- PALMEIRAS- 3º melhor mandante- 1º melhor visitante. 

Verifica-se que nos mesmos onze anos de competição somente o Palmeiras (2016) esteve abaixo do segundo lugar como clube visitante, embora tenha chegado em terceiro, bem próximo.

Os estudos dos números são importantes para todos envolvidos no sistema do futebol, e mais ainda para as previsões dos analistas, que não podem deixar de lado as certezas que esses trazem.

Como sempre temos afirmado, contra números não existem argumentos.

Escrito por José Joaquim

Ao analisarmos os jogos da rodada de abertura do Brasileirão observamos o contraste que existe entre os clubes participantes. São crateras que os separam.

Após o Golpe de Mestre que foi dado para a extinção do Clube dos 13, o efeito financeiro criou um abismo profundo nas relações, em especial na distribuição dos direitos de televisão. A opção pelo individual prevaleceu, e com isso as distorções foram incrementadas.

O futebol brasileiro pela necessidade de alguns clubes que se curvaram perante aos poderosos, ficou com a cara de nossos antigos carnavais, com os seus Blocos de Sujos desfilando nas ruas das cidades. Era cada um por si, não existia a organização.

Isso passou a acontecer nesse esporte, quando a união desapareceu, e cada clube passou usar uma fantasia diferente em um desfile que representa as contradições nacionais, de um lado a miséria e do outro a riqueza.

Procuramos compêndios escritos por Freud para sabermos qual a doença que tomou conta do futebol nacional, quando os clubes não conseguem observar que estão em um processo de autofagia ao se  contentarem com a atual distribuição dos direitos de transmissão.

No tempo do Clube dos 13 a divisão das cotas de televisão tinha a seguinte distribuição: R$ 25 milhões para o Corinthians, Flamengo, Vasco, São Paulo e Palmeiras, R$ 18 milhões para o Santos, R$ 16 milhões para Fluminense, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional, R$ 13 milhões para o último grupo que era formado por Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás.

A diferença do Grupo 1 para o 2 era de R$ 7 milhões, para o 3 de R$ 9 milhões e para o 4 essa era de R$ 12 milhões.

A partir de 2016, Flamengo e Corinthians passaram a receber R$ 170 milhões, ou seja R$ 60 milhões a mais do que o São Paulo que no início ganhava igual a esses.

Para o Vasco e Palmeiras a diferença é de R$ 70 milhões, Ambos recebiam de forma igualitária aos dois rivais. O Santos que recebia R$ 7 milhões a menos, tem hoje um abismo de R$ 90 milhões, ou seja, 13 vezes a mais.  

Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo, Fluminense e Grêmio, tinham uma diferença em suas cotas para os dois ungidos de R$ 9 milhões. Hoje essa representa R$ 110 milhões, um pouco mais de 12 vezes.

Para os que representam o último grupo, onde encontra-se o Sport, a diferença na época do Clube dos 13 era de R$ 12 milhões, e na nossa fórmula essa subiu para R$ 135 milhões, 11 vezes a mais.

Os clubes se submeteram por conta do sistema vigente de um monopólio escancarado, em um país que o torna proibitivo, por conta da ausência de uma concorrência, e sobretudo por uma cláusula de que não pode haver uma transmissão sem que os dois litigantes assim o permitam.

Isso afetou em muito a penetração do Esporte Interativo na TV fechada que seria uma boa solução, mas aqueles que assinaram o contrato a vigorar a partir de 2019, só terão seus jogos transmitidos quando enfrentarem adversários que com que fazem parte desse canal.

A Globo verificou que o perigo começava a morar do seu lado, e renovou um contrato que ainda não tinha começado por mais três anos, e para contentar os clubes fez um adiantamento de luvas. Foi uma festa e os balanços dos clubes refletiram tal ¨benesse¨.

Com tais números fica bem claro que o futebol brasileiro irá continuar marchando bem devagar, por conta de um Golpe de Mestre que contemplou dois clubes e reduziu os demais ao nada, ou quase nada.

Obvio que não irá acontecer jamais uma reação, desde que qualquer cabeça que ficar fora da terra será decepada.