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Escrito por José Joaquim

Passeamos ontem nos seis gramados que abrigaram os jogos da Série A Nacional. Vimos de tudo um pouco.

Na sessão da matinê, o Atlético-MG não conseguiu a sua primeira vitória na competição, ao terminar empatado com a Ponte Preta, no Independência, o famoso Horto dos alvinegros, pelo placar de 2x2. O time da Campinas muito bem formatado dificultou a vida dos mineiros, e por pouco não saiu vitorioso.

Com dois gols em dois minutos, a Macaca segurou o empate, e ficou claro os mesmos defeitos do Galo, que já tinham acontecido nos seus últimos jogos com gols de virada em um pouco espaço de tempo. 

Um gol de Rafael Moura salvou o time de um vexame, no momento em que a torcida estava impaciente e não aceitava nenhum erro. A cada lance errado gritos de irritação. Como sempre acontece em nosso futebol, o técnico Roger Machado já começa a ser contestado. 

O jogo foi bom, bem movimentado, mostrando uma Ponte Preta que vem amadurecendo cada vez mais na competição.  

Mais tarde a bola voltou a rolar, com mais três jogos.

Santos e Cruzeiro se enfrentaram na Vila Belmiro, em um encontro com o maior tempo de bola correndo nesse atual Brasileirão, com 63%, que é um dado bem relevante.

Na realidade a partida teve como fundamento a troca de passes. Os goleiros trabalharam pouco, mas o time Celeste esteve melhor e sua vitória por 1x0 foi justa.

Na Arena da Baixada, o Atlético-PR sob o comando de Eduardo Baptista recebeu o Flamengo, que saiu à frente do marcador, mas o time da casa conseguiu empatar, fazendo o resultado final de 1x1.

Ambos ficaram devendo um bom futebol aos seus torcedores, muito embora o Furacão tenha sido melhor do que o do adversário. O time da Gávea ainda não assimilou a queda na Libertadores. 

No terceiro jogo da tarde, o Corinthians como visitante enfrentou o Atlético-GO, em um jogo com o padrão corintiano, com o resultado de 1x0, que é uma goleada para a equipe alvinegra.

A partida foi fraca, de pouca qualidade, e teve um lance inusitado, com o atacante Jô perdendo um gol embaixo da trave. Com esse resultado, o Corinthians assumiu a liderança da competição, e só poderá ser ultrapassado pela Chapecoense, se essa ganhar o seu jogo de hoje contra o Avaí.

No início da noite, em pleno temporal o Grêmio ressuscitou o Sport que conseguiu uma vitória de 4x3, e por incrível que pareça com 3 gols de André, que será convocado por Tite.

O primeiro tempo foi deprimente no modelo rubro-negro, quando o time gremista marcou dois gols em poucos minutos. Já no final da primeira fase a equipe da Ilha do Retiro diminuiu o marcador.

Na segunda etapa o rubro-negro marcou mais três gols, virando o placar, que terminou com o resultado de 4x3.

Não vamos nos iludir com essa vitória, que nada representou, e levar três gols de um time com jogadores que sequer ficam no banco de reservas é grotesco. 

Um pouco mais de 4 mil torcedores estiveram na Ilha do Retiro enfrentando uma natureza raivosa, que está inundando várias cidades do interior com os seus rios transbordando.

O Sport agradeceu ao Grêmio por tira-lo da zona da degola. 

No último jogo da noite, o Botafogo derrotou o Bahia por 1x0, melhorando a sua posição na tabela, subindo para o 7º lugar. O goleiro Gatito Fernández do time da Estrela Solitária, garantiu o resultado com defesas milagrosas.

Muitos jogos, e a maioria com pouco futebol.

Escrito por José Joaquim

Obvio que ainda é cedo para uma análise consistente da Série B Nacional, desde que a competição ainda está na terceira rodada, mas as estatísticas já mostram um fato concreto, os poucos gols e as ociosidades dos estádios nos 31 jogos realizados.

O total de pagantes somou 106.603, com uma media de 3.438 por jogo. Duas partidas foram realizadas com portões fechados, e o movimento de Boa x Oeste, não foi divulgado.

Foram anotados 55 gols, com uma média de 1,77 por jogo. O placar de 1x0 é uma goleada na Serie B.

No tocante a parte técnica, nessas três rodadas nada mudou, tudo continua nos mesmos conformes das anteriores, com um futebol fraco, totalmente nivelado por baixo, e com diversos clubes com condições ao acesso, não por suas qualidades e sim por serem menos ruins entre os ruins.

Assistir uma partida dessa Divisão, com raras exceções é um sofrimento.

A bola vem sendo maltratada, enquanto os narradores e  comentaristas ficam procurando algo de bom para justificarem os valores que são pagos pelos assinantes da TV fechada.

Quando a competição foi iniciada não havia uma única voz ou pena que não afirmasse que o Internacional iria disparar, e depois de três rodadas o time gaúcho é o 10º colocado na competição.

Quem iria imaginar que Paysandu, Juventude, CRB e o Guarani que veio da Série C. estariam liderando a tabela de classificação, enquanto que os clubes mais cotados como Figueirense, Santa Cruz, América-MG, Paraná, Goiás e Criciúma estão abaixo desses?

Não podemos afirmar que essas lideranças irão continuar nos seus lugares, mas vamos lembrar que em 2016, no mesmo número de jogos, o Vasco liderava com 9 pontos, seguido pelo Atlético-GO (9), Criciúma (7) e Bahia 7, e no final do Campeonato, com exceção do time catarinense os demais conquistaram o acesso.

Numa competição com um nivelamento por baixo, somar pontos nos jogos iniciais é importante, não apenas para a luta pelo G4, mas para pelo menos garantir a permanência no próximo ano. 

Com relação aos nossos dois representantes, o Santa Cruz está bem situado, na 6ª posição, com a mesma pontuação do Guarani (6 pontos) que é o 4º colocado, e que em apenas uma rodada a situação poderá ser revertida.

Com relação ao Náutico, que somou apenas um ponto entre os nove disputados, o seu caminho pelo que estamos presenciando será tortuoso, desde que em seus jogos não tem mostrado nada de positivo que possa sugerir uma possível recuperação. A sua colocação na zona de rebaixamento, no 19º lugar é o reflexo do que está acontecendo no seu dia a dia. 

O caminho ainda é longo, mas existe a necessidade de uma boa pavimentação, e isso só irar acontecer com bons jogos, bom futebol, mesmo nos seus limites.

Um fato importante está focado em dois itens, mandantes e visitantes.

Nos 31 jogos realizados, o percentual de vitórias dos que atuaram em casa foi de 45%, dos que visitaram apenas 16% e 39% de empates.

A consistência em casa, e pontos na do adversário é o segredo de sucesso para a conquista de algo mais no Campeonato. 

Com os dados de hoje, e com as simulações para o futuro, o Internacional que tinha 98% de chances do acesso, caiu para 94%, o Paysandu tem 40%, Figueirense (38%), Santa Cruz (25%), Paraná (23%), CRB e América MG (21%).

Por conta dos maus resultados, os técnicos começaram a dança das cadeiras, e no pós jogo do Goiás x Brasil de Pelotas, Sergio Soares do time goiano foi demitido.

O mesmo aconteceu  com Antônio Carlos Zago do Internacional, que dançou quando da volta para Porto Alegre, e a próxima vítima será Deivid de Souza, do Criciúma, que será degolado na primeira derrota do seu time.

O carrasco da degola sempre está presente aos jogos, esperando para dar o seu golpe final.

Na próxima terça-feira já começa tudo de novo.

Haja jogo.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O CALVÁRIO DO NÁUTICO 

* O Clube Náutico continua na marcha para o calvário.

Na tarde de ontem completou mais uma rodada sem vitória, ao ser derrotado pelo fraco time do Ceará pelo placar de 2x0. Foi uma conquista do menos ruim, contra o mais ruim, e que só foi decidida no segundo tempo.

A maré do clube da Rosa e Silva anda tão baixa, que esse perdeu um pênalti quando o jogo estava 0x0.

Não vale a pena realizar uma análise da partida, já que essa não existiu, e esteve mais para uma pelada de bairro, do que de um futebol profissional.

A equipe do alvirrubro de Pernambuco é frágil, tem boa vontade mas ninguém vive apenas disso no futebol, ou seja necessita um algo mais, que essa não tem.

Com a derrota o Náutico foi bater na 19ª colocação, à frente apenas do Criciúma que é outro que está flertando com a Série C de 2018. 

Mais uma vez a Arena Pernambuco estava vazia, e só teve público por conta da torcida do Ceará.

Nos outros jogos, o favorito absoluto no papel, mais uma vez tropeçou, dessa vez com uma derrota em Belém contra o Paysandu pelo placar de 1x0.

O Internacional em três rodadas somou quatro pontos e está na 10ª colocação na tabela de classificação. A cabeça do treinador Zago vai ser decepada.

Em Natal, o ABC derrotou o Vila Nova por 1x0, o Londrina teve um bom resultado no seu encontro contra o Luverdense por 3x1.

No período da noite o Juventude enfrentou o Paraná, encerrando a rodada, e de virada venceu com o placar de 2x1.

NOTA 2- O DESAFIO DO SPORT SERÁ O DE GANHAR DO SUB-23 DO GRÊMIO

* O ¨inteligente¨ Calendário do futebol brasileiro, serve para avacalhar a mais importante competição interna do país, que é o Brasileirão.

Por conta disso, o torcedor de Pernambuco irá deixar de assistir a apresentação do time que jogou o melhor futebol nas duas primeiras rodadas da competição, o Grêmio de Porto Alegre.

O time gaúcho atuou na última quinta-feira contra o Zamora pela Copa Libertadores, aplicando inclusive uma goleada, e na próxima quarta-feira terá um encontro contra o Fluminense pela Copa do Brasil, no Maracanã. 

Obvio que não iria fazer uma longa viagem para jogar em Pernambuco contra o Sport, e o técnico Renato fez a sua opção, mandando um Sub-23, com a presença de Fernandinho que é o único que tem jogado com mais intensidade na equipe titular.

Na realidade o time da Ilha do Retiro entra como favorito, mas não pode desprezar a equipe gremista que tem jogadores de qualidade alta, e que estão sendo preparados para o futuro.

O Sport está igual a cantiga da perua, de pior a pior, e terá a oportunidade de recuperação, mas com cautela para não ser apanhado de surpresa pelo adversário, que está na liderança do Brasileirão, com 100% de aproveitamento.

O mais interessante de tudo, é que iremos ter mais uma tarde de domingo sem jogos em nossos estádios, e com a certeza de que iremos aguentar Atlético-PR x Flamengo.

O encontro que será realizado na Ilha do Retiro foi antecipado da segunda para o domingo, será realizado às 18h00.

Nada mais, nada menos, de que o tratamento desigual que é dado ao nosso futebol.

Na verdade bem que merecemos por conta de nossa subserviência.

NOTA 3- A REDUÇÃO DOS PAISES NAS OITAVAS DA LIBERTADORES

* O ano de 2008 foi o único que tinha classificado apenas seis clubes para as oitavas de final da Copa Libertadores, fato esse que acabou de repetir-se nessa temporada. 

A fase de grupos começou com oito brasileiros, e no final dessa seis ficaram para a etapa seguinte, Flamengo e Chapecoense foram degolados, sendo que esse último foi por conta da perda de pontos do jogo contra o Lanús-ARG.

Dos seis argentinos, quatro continuaram. Os dois países juntos ficaram com um percentual de presença de 62,3% na competição.

O único 100% foi o Equador, que classificou os seus dois times, ambos na segunda colocação. Dos três representantes da Bolívia, dois irão participar das oitavas de final. Uruguai e Paraguai começaram com dois clubes, e terminaram com um.

A Colômbia que desde 2012 participava seguidamente dessa fase, teve os seus três times eliminados, o mesmo acontecendo com a Venezuela (2), Peru (2) e Chile (2).

Sem dúvida a maior decepção foi a do time chileno, cujo futebol entrou em uma fase de queda. 

Tudo indica que a competição irá acabar com a disputa entre Brasil e Argentina. Do lado brasileiro teremos o Atlético-MG, Palmeiras, Grêmio. Santos, Atlético-PR e Botafogo, e da Argentina, o River Plate, San Lorenzo, Godoy Cruz e Lanús.

Entre esses teremos o campeão.

NOTA 4- O VASCO CHEGA DE TÁXI E DERROTA O FLUMINENSE

* Quebrar ônibus no caminho do estádio não é coisa apenas do Atlético Pernambucano. Tal fato aconteceu na tarde de ontem com o Vasco, um time da Série A Nacional, quando da sua vinda do hotel para São Januário, local do jogo contra o Fluminense.

A solução não foi um transporte escolar, e sim os táxis cariocas. que deram sorte. 

O interessante é que também aconteceu uma virada no placar e o time da Colina derrotou o tricolor das Laranjeiras por 3x2.

Foi um bom jogo, bem movimentado, aberto, com os dois times com vontade de vencer, e em especial uma arbitragem perfeita de Raphael Claus que marcou dois pênaltis contra o dono da casa, que resultaram nos gols do Fluminense, sem nenhuma reclamação.

O Vasco da Gama vem apresentando sinais de melhora sob o comando de Milton Mendes, e essa vitória mostra que o time está no caminho certo.

Um belo jogo como diz Ricardo Rocha comentarista do Sport TV, que repetiu ¨belo¨ e ¨bela¨ 48 vezes durante os 96 minutos da transmissão. Haja paciência.

Vamos dar um conselho a Rocha, que ele leve o vídeo da partida para casa, e veja essa repetição das palavras, que chama a atenção de todos pelo seu lado grotesco. 

A seguir, o segundo jogo da rodada foi realizado no Morumbi, com um pouco mais de 33 mil pagantes, que foram ao estádio para assistir um bom jogo do São Paulo contra o Palmeiras.

O milionário do Parque Antarctica manteve o tabu de 15 anos sem ganhar na casa do tricolor paulista, que mais uma vez conseguiu uma vitória pelo placar de 2x0. A segunda derrota seguida do técnico Cuca.

Foi um jogo equilibrado no primeiro tempo, sem emoção, e muito trancado nas defesas. 

Na fase posterior, o São Paulo melhorou a sua performance, principalmente pela atuação de Lucas Pratto, que foi autor de um gol, e assistente no segundo, tendo saído de campo como o melhor jogador da partida.

Um outro jogador que  destacou-se foi Marquinhos, contratação feita no São Bernardo após o Campeonato Paulista.

O Palmeiras vive numa ilusão que tem um grande elenco, mas na verdade esse está no papel, desde que no gramado a realidade é bem outra.

Na verdade, o São Paulo aos poucos está mudando de cara, na forma de jogar, e o trabalho de Rogerio Ceni começa a aparecer.

No último jogo da rodada, na Fonte Nova, o Vitória recebeu o Coritiba, e foi derrotado pelo visitante com o placar de 1x0, ingressando na zona de rebaixamento.

O rubro-negro baiano tem um elenco pronto para ser rebaixado, com a ajuda do técnico Petkovic, que ficou bem próximo de ser demitido. Pelas vaias dos torcedores, certamente não haverá salvação para esse.

NOTA 5- UMA SEMANA RUIM PARA O FUTEBOL DE PERNAMBUCO

* Só falta a derrota do Sport para fechar com chave de lata a semana do futebol de Pernambuco.

Na última terça-feira o Santa Cruz foi derrotado pelo  CRB na abertura da terceira rodada da Série B.

Ontem foi a vez do Náutico perder do Ceará jogando como mandante, também por essa divisão.

Continuando a debacle de nosso futebol, o Salgueiro manteve o tabu de 11 jogos sem ganhar do Fortaleza, que o derrotou por 2x1. O público foi bem reduzido.

O Leão da Ilha do Retiro será a última bala para salvar o que resta de um esporte que já teve bons momentos em nosso estado.

Lamentável.

Escrito por José Joaquim

O modelo do futebol brasileiro é ditatorial, com as suas resoluções sendo tomadas de forma unilateral, sem uma consulta aos segmentos interessados. O maior exemplo é o Calendário do Senhor Flores, que tem um nome bem latino-americano.

O escritor Gabriel Garcia Marquez, em sua volumosa obra traçou o perfíl de nosso Continente, que serviu para nos ajudar a entender o que acontece hoje.

O culto à personalidade sempre fez parte dos seus governantes. Um general mexicano, que era o chefe do país, Antônio López de Santana, promoveu um enterro magnífico para sepultar a perna direita que perdeu em uma guerra.

Um outro general, Garcia Moreno, governou o Equador por dezesseis anos como monarca absoluto, e seu cadáver foi velado com o uniforme de gala e sua couraça de condecorações, sentado na poltrona do gabinete presidencial.

Esse espírito da América Latina está bem perto de nós, com o getulismo, a ditadura militar pós 1964, de um Brasil do Ame-o ou Deixe-o, quando até um presidente general demitiu um técnico da seleção, e convocou jogadores.

No Continente tivemos o peronismo na Argentina, nesse mesmo país uma ditadura militar, com extensão para o Uruguai, Bolívia, Peru e a do Chile, que foi uma das mais duras e sangrentas. Uma geração foi forjada no sentimento do personalismo e das forças das armas. O Bolivarismo atual é o maior exemplo de uma continuidade, e a Venezuela é o retrato.

Alguns dos atuais dirigentes do nosso futebol são os remanescentes da ditadura, não gostam do sistema democrático e atuam de forma ditatorial.

Quais as filiadas do Circo que conhecem os contratos firmados por seus cartolas? Quais os clubes filiados a diversas Federações já conseguiram ler os seus documentos contábeis e contratos? Qual o sócio de um clube tem conhecimento dos seus contratos, das negociações com jogadores?

São segredos de Justiça que ficam trancafiados nas mãos de poucos ungidos, numa ausência total de algo tão importante para todos os segmentos, que atende pelo nome de transparência.

Quando se esconde documentos, certamente esses devem embutir algo de errado, que deve ser o caso do Circo quando da última CPI que recorreu ao STF para não exibir os seus contratos, assim como os valores encaminhados as Federações estaduais.

Se esses papéis tivessem chegado às mãos de alguns senadores, certamente seria descoberto o esquema de Ricardo Teixeira e da própria entidade que veio à tona por conta da Justiça Espanhola.

Tudo isso que está sendo apresentado consta dos referidos contratos, como os assinados com a ISE, ou então o da Kentaro, cuja solicitação ficou nas gavetas do Senador Lava-Jato, Romero Jucá, por mando dos cartolas do Circo.

Numa entidade séria tudo isso seria publicado em seu site, mas como vivemos em uma ditadura esportiva isso fica guardado a sete chaves.

O Brasil ainda vive com ditadores e adoradores de um culto à personalidade, e o futebol é o seu maior exemplo.

Escrito por José Joaquim

O que já escrevemos sobre os direitos de transmissão do Brasileirão daria para a formatação de um livro, muito embora a situação continue da mesma forma, com a leniência dos clubes que tem nesses recursos a sua tábua de salvação.

Na realidade o monopólio existente é grave, desde que tira a possibilidade de opções através de uma licitação, ou mesmo a divisão em blocos que poderia atender a todos os envolvidos.

Na última quarta-feira, o especialista em finanças e gestão esportiva, Amir Somoggi, publicou uma análise sobre o tema, que veio ao encontro de tudo que discutimos com os nossos visitantes, e com dados que iremos mostrar nessa postagem.

Quantas vezes já citamos o futebol inglês como um bom exemplo na relação dos direitos de transmissão, que deu um melhor equilíbrio na Premier League. Somoggi nos chamou a atenção para algo importante, de que na Inglaterra a cada novo contrato as diferenças entre os times ficam menores.

O futebol desse país mostrou que é possível criar um modelo que pudesse ser a cada ano, mais equilibrado, pelo menos no que tange aos direitos de transmissão.

Como bem foi ressaltado, as diferenças financeiras irão continuar, desde que os clubes maiores como acontece nos Estados Unidos, tem altos valores oriundos dos seus estádios, além de contratos comerciais individuais, entre outras coisas.

Segundo o analista, o atual contrato do Campeonato Inglês, dividiu 2,5 bilhões de euros entre os vinte clubes, ou seja R$ 10 bilhões por ano. Como bem sabemos, existe uma cota fixa para cada um, o que representou R$ 84,4 milhões de euros.

Temos como exemplo o campeão Chelsea, que recebeu 153,3 milhões de euros. Além do valor fixo garantido, recebeu outros 30,4 milhões de euros correspondentes ao número de jogos transmitidos, e mais 38,4 milhões de euros por conta do seu desempenho.

Por outro lado, o Suderland, último colocado recebeu R$ 99,9 milhões de euros. Desse total tivemos a parte do valor fixo, acrescida de 13 milhões de euros pelo número de jogos transmitidos, e 1,9 milhões de euros pelo seu desempenho na competição.

Quando cotejamos os dois números, verificamos que do primeiro colocado para o último, a diferença das cotas foi de apenas 1,5 vezes. Segundo Somoggi, essa diferença em contratos anteriores era de 2 vezes, e está sendo reduzida aos poucos.

No outro lado da moeda, o sistema adotado em nosso país é autofágico.

Mesmo com o incremento dos valores dos direitos de transmissão, que passou para R$ 2,5 bilhões para os 20 clubes, o Flamengo sem o pay-per-view e outros itens, contemplou uma cota fixa R$ 170 milhões, enquanto a Chapecoense que teve a menor parte, foi contemplada com R$ 30 milhões, ou seja 5,66 vezes a menos.

São números que mostram que o futebol brasileiro com esse sistema de distribuição de recursos não irá evoluir, e sim continuar com um abismo que reduz a capacidade de competitividade entre os clubes disputantes.

Para os cartolas essas análises pouco importam, desde que esses vivem em uma bolha, e fora desse nada acontece. Na verdade esses vivem no mundo da lua.

Lamentável.