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Escrito por José Joaquim

Tivemos uma grande surpresa por conta do reaparecimento de Dona Lucia, aquela da carta de Parreira na Copa do Mundo, e que sempre nos enviava  missivas que foram publicadas no antigo blog, e que voltou a nos procurar para tratar de assuntos bem diversos que acontecem em nosso país. 

Os nossos visitantes mais antigos a conhecem bem.

A velhinha continua antenada e agora entrou na era da globalização utilizando o Whats App.

A sua primeira pergunta foi sobre o encerramento dos estaduais com bons públicos, e se estávamos ainda defendendo as suas extinções.

A nossa resposta foi simples, de que tais públicos sempre acontecem em decisões no Brasil, e que tornam-se uma propaganda enganosa para quem defende esse modelo de competição.

No final do ano o torcedor focado nas outras competições, terá esquecido o nome do clube que foi campeão em seu estado.

Lembramos a Dona Lucia que a partir do último domingo, com exceção de Pernambuco e Amapá, 25 estados da Federação encerraram os seus estaduais, representando cerca de 300 clubes e 9 mil atletas, que na sua maioria absoluta irão hibernar até o próximo ano.

As quatro divisões nacionais somam 108 clubes, sendo que os 48 da Série D só começam as suas atividades em julho, ou seja os clubes que os contratarem terão duas folhas salariais à serem pagas, sem receitas.

Explicamos a Dona Lucia que sem a perenização que lutamos há anos não existe saída para o futebol brasileiro, e a criação de uma quinta divisão é fundamental para mudar o roteiro de um futebol sazonal.

Logo após recebemos uma outra mensagem nos perguntando sobre o Náutico, desde que tem ouvido muitas coisas sobre esse clube, inclusive nas mídias de sua pequena cidade do interior.

Mais uma vez vimos que a velhinha está por dentro do futebol brasileiro.

Respondemos que o alvirrubro de Pernambuco está à deriva em um mar revolto, com o leme quebrado em pleno temporal. As suas dificuldades são gigantescas.

Explicamos que conversamos com um amigo de Milton Cruz, técnico demitido, e ficamos sabendo que esse trabalhou sem receber um real dos seus salários.

Por outro lado mostramos que de forma inédita os jogadores pediram para sair, sendo que um deles já foi contratado pelo América-MG.

Dona Lucia mandou de volta mais uma mensagem, dizendo que o Náutico está marchando para viver na Série B de forma eterna, e se não tiver cuidado, irá se transformar em um time pequeno.

Na verdade a velhinha está correta, o  risco existe  e não conseguimos observar algo no horizonte que possa trazer o barco alvirrubro para um porto seguro.

Mostrando o seu conhecimento sobre o futebol de Pernambuco, Dona Lucia nos informou de algo relacionado ao Central, que na verdade apesar de nossas fontes não sabíamos, tampouco as nossas mídias juvenis.

Segundo essa o técnico Álvaro Gaia que treinou um time de sua cidade, Taubaté, e que foi trazido pelo empresário Marcio Granado para o clube caruaruense, está muito descontente com esse.

Trouxe por sua contra três jogadores do interior de São Paulo, de ônibus, e até hoje não foi ressarcido dos valores gastos.

Segundo a velhinha, teve jogador que chegou a dormir no chão, e que Granado está programando um amistoso com o seu Las Vegas totalmente brasileiro, não fala inglês, com a presença de veteranos famosos que abandonaram a bola há bom tempo, como Amaral, Sergio do Palmeiras, Flavio Conceição, entre outros, que moram no Brasil.

Respondemos a mensagem dizendo que isso é a venda de um gato por lebre, e que na verdade o Central pelo que vem acontecendo nos últimos anos tornou-se um doente internado na UTI.

O mais interessante sobre o time de Caruaru, e que nossa velhinha não nos informou, foi o impeachment dado ao atual presidente Lício Almeida, pelo Conselho Deliberativo, que foi revogado pelo próprio órgão, que concedeu dez dias para que esse falasse sobre o assunto.

Algo tão grotesco que foi difícil de acreditar.

Dona Lucia nos respondeu de imediato, dizendo que depois disso só o diluvio.

A nossa velhinha que também é de Taubaté, como a do escritor Luiz Fernando Verissimo encerrou a conversa, afirmando que ira retornar com novas mensagens, logo que tomar conhecimento das novidades.

Mandou um abraço para os nossos visitantes.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- INTOLERÂNCIA

* A intolerância é o escudo dos imbecis, e a mais nova vitima foi o treinador Milton Mendes, do Vasco da Gama, logo após o jogo Flamengo x Fluminense.

O técnico assistiu a partida final do Campeonato Carioca no setor destinado a torcedores do time rubro-negro no Maracanã. Na verdade se não fosse a desse time, teria sido a do tricolor das Laranjeiras.

Foi bem recebido por todos, que chegaram inclusive a tirar selfies com esses.

Por conta disso os bastidores vascaínos estremeceram. Eurico Miranda não gostou, e irá ter uma conversa com o seu treinador.

Por outro lado, os intolerantes de sempre usaram as redes sociais pedindo a sua cabeça por considera-lo como um traidor.

Que tipo de sociedade é essa em que estamos vivendo?

O que Milton Mendes fez de errado?

Roubou alguém? Enganou alguém? Se o fizesse estaria sendo idolatrado.

Obvio que não. 

O seu único pecado de conformidade com essa gente que pensa pequeno foi o de estar junto dos torcedores de um time adversário, que pela lógica da imbecilidade é tratado como inimigo.

O Brasil a cada dia se apequena mais por conta de atitudes como essa.

Dentro desse espirito um profissional de um clube, não pode ter amigos que torçam por um outro.

Mais um produto da Era da Imbecilidade.

NOTA 2- OS PECADOS DO SPORT

* Não somos professor da cadeira de futebol, apenas temos a vivencia de milhares de jogos que assistimos no decorrer do tempo, o que nos dá a percepção do certo ou do errado.

O Sport Recife resolveu bancar quatro competições ao mesmo tempo, e ainda algumas rodadas de uma quinta(Brasileiro), já que o Campeonato Pimpão só termina no mês de junho.

Obvio que para que tivesse condições de abraçar o mundo com as mãos necessitava de um grande elenco, tanto em número como em qualidade. Não tem nenhum nem outro. A quantidade não tem qualidade.

Em 31 partidas realizadas o rubro-negro só atuou de forma razoável em cinco, ou seja 26 foram abaixo desse nível. O time não tem uma zaga firme que mereça confiança, e o técnico tem que colocar dois volantes defensores para ajuda-la, e com isso reduz a capacidade da armação do time. Ficam na defesa e não ajuda ao ataque.

Rithely depois das conversas que seria convocado para a seleção do Circo, fato esse que nunca aconteceu, deixou de jogar, mudou a sua função e fica perdido no meio de campo, e o mais grave, ficou brabo. 

Sem armadores o ataque não recebe a bola, como vimos no jogo contra o Salgueiro com André perdido esperando que essa chegasse, algo que não aconteceu.

Rogerio depois que foi contratado em definitivo, desapareceu, fica correndo feito um boi brabo, com a cabeça baixa, e insiste em chutar ao gol de todas as maneiras, e não consegue nada. Falta-lhe um lateral para formar o seu par, mas o Sport não tem esse jogador.

Quando Diego Souza joga, a qualidade do passe melhora, mas sem esse o jogo torna-se um bumba-meu-boi, onde até Durval é passador.

São detalhes observados por um torcedor normal como nós, e que o treinador não consegue detecta-los, com um agravante nas substituições, que na maioria das vezes não dão resultados.

No último domingo, Rithely era o pior em campo, mas Ney Franco resolveu tirar o único jogador que estava pensando o jogo, Everton Felipe. Depois que viu a sua mancada tentou consertar tirando o meia do jogo.

Não precisa ser um gênio em futebol para saber que o clube da Ilha do Retiro vende um bagre no lugar de um salmão, e os seus resultados confirmam a realidade

O resto é blá, blá, blá.

NOTA 3- MUITOS JOGOS E POUCO FUTEBOL

* O time europeu que terá maior número de jogos na temporada é o Manchester United, que poderá chegar a 61.

O Barcelona, PSG, Manchester City, Roma e Leicester irão chegar a 54 jogos.

O Real Madrid que está na disputa da Liga dos Campeões poderá atingir 57 partidas na temporada de 2016/2017.

O campeão alemão Bayern de Munique fechará o seu ano futebolístico com 48 jogos, assim como o Borussia Dortmund.

O Liverpool só irá jogar por 43 vezes nesse período.

Enquanto isso no Brasil, bem brasileiro, o costume é o de se ter muitos jogos e pouco futebol.

O Sport Recife em apenas quatro meses jogou 31 partidas, e poderá completar 76, caso continue nas competições que está atuando, em um país continental com longas viagens.

Hoje o rubro-negro de Pernambuco lidera o ranking de clubes que mais atuaram. O segundo colocado é outro time Nordestino, o Vitória com 30 jogos, e no final 68.

O Chapecoense já atuou 29 vezes, finalizará a temporada com 74 partidas. Com exceção do Vasco da Gama e Coritiba, nenhum clube brasileiro irá jogar menos de 60 vezes no ano de 2017.

Tais números mostram de forma clara a existência de um calendário pernicioso onde os clubes jogam no mínimo 4 jogos por mês, e no meio desses longas viagens que pesam em muito na situação física dos jogadores.

NOTA 4- NEGOCIANDO AS RAÍZES

* O futebol brasileiro não consegue segurar as suas raízes na terra. Quando essas começam a aparecer o cultivo precoce é feito e  a Europa transporta-as em um avião e começam a aduba-las para o futuro.

A nossa pobre economia não permite a concorrência com os gigantes europeus.

Vinicius Junior é um atleta de 16 anos que pertence ao Flamengo, e uma das promessas de nosso futebol.

Mesmo sem jogar uma única partida pela equipe profissional, segundo o jornal Marca da Espanha, está sendo negociado com o Real Madrid por R$ 157 milhões.

A preferencia pelo clube merengue foi do próprio jogador que também tinha proposta do Barcelona, inclusive com a interferência de Neymar.

Segundo o periódico, Vinicius só vai se apresentar em julho de 2018, com 18 anos, para atender a legislação espanhola.

A sina do futebol brasileiro é essa, pintou um bom jogador, de imediato esse é cooptado para plagas maiores, e os nossos gramados tem que se contentar com os sul-americanos que estão se destacando nas competições realizadas.

São coisas do futebol, e de países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

NOTA 5- VIBROU OU NÃO VIBROU?

* Wagner Magalhães árbitro do jogo Flamengo vs Fluminense, além de ser o apito amigo por não marcar uma falta de Rever em um defensor do tricolor, que resultou no gol de empate do rubro-negro, tornou-se a figura mais comentada no dia de ontem, tudo por conta de um vídeo que correu nas redes sociais, em que esse aparece com um gestual de vibração do gol de Guerrero.

A impressão que o lance dá é que a mão do árbitro fica torcendo para que a bola entrasse nas redes do Fluminense. Talvez fosse uma interferência do seu subconsciente. Aconteceu sem que esse sentisse.

Magalhães afirmou a um familiar que não torceu, e o gesto foi casual, e já foi defendido pela FERJ, mas na realidade foi algo bem estranho, mas que não pode servir para execra-lo perante os torcedores, desde que poderá ter sido uma mera coincidência. 

Torceu ou não torceu? Eis a questão.

NOTA 6- BRASIL TERIA COMPRADO AS OLIMPÍADAS

* Procuradores franceses investigam suspeitas de que o Brasil pagou suborno para sediar as Olimpíadas de 2016.

Para nós nenhuma novidade.

Os personagens que estavam à frente do pleito, hoje estão sendo investigados pela Operação Lava Jato.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A BICADA DO CARCARÁ NO LEÃO

* O Carcará deu uma bicada no Leão no primeiro jogo da final do Estadual Pimpão.

O Rei da Selva está domesticado e não é mais aquele dos velhos tempos, quando engolia os seus caçadores. Aposentou-se com receio da reforma da Previdência.

Na tarde de ontem o Salgueiro deixou bem claro que está sonhando com o título estadual, e o empate de 1x1 nesse primeiro jogo foi um aviso de que algo maior poderá acontecer no Sertão Central.

O jogo foi fraco tecnicamente, o Sport no primeiro tempo teve a posse de bola, com apenas dois chutes ao gol do adversário. André que pouco jogou, marcou o gol leonino ainda nessa fase.  

Quando todos esperavam que o rubro-negro da Ilha do Retiro iria ampliar o marcador, o time mais uma vez amofinou-se, deu espaço ao Salgueiro, que tomou gosto, e aproveitando-se da Avenida Durval, e da Rua Matheus Ferraz conseguiu chegar algumas vezes ao gol de Magrão.

No final um pênalti claro, que não precisava do árbitro de vídeo fez justiça ao Carcará, que empatou a partida, e tentará em casa arrancar uma vitória e abocanhar o titulo.

O Sport pode ser rico, mas o seu futebol é pobre e esfarrapado. 

Uma pergunta como conclusão: Quem indicou esse jogador Reinaldo Lenis, e qual a razão do alto valor pago? Essa é uma negociação bem difícil de engolir. 

NOTA 2- O DOMINGO DO NOVO HAMBURGO 

* Os estaduais findaram com exceção do nosso Pimpão, e os resultados foram os previsíveis, inclusive o do Novo Hamburgo que foi dono do domingo do futebol.

Desde o ano de 2000 que um clube do interior não ganhava o título do estadual Gaúcho, e 17 anos após o Noia na cobrança dos pênaltis derrubou o segundo grande da competição, o Internacional, desde que o Grêmio foi atropelado na semifinal.

O time do interior teve os melhores números em todo o campeonato, com uma pontuação bem acima dos adversários, e saiu engolindo todos os que passavam à sua frente.

Trata-se de um fato importante para um futebol que tem como dogma a mesmice patológica, o que aliás aconteceu nos outros jogos das finais dos estaduais.

O Novo Hamburgo escreveu um capitulo na história do futebol dos Pampas.

Nos demais jogos nenhuma novidade aconteceu.

O Flamengo enfim conquistou o título carioca ao derrotar o Fluminense por 2x1, com o Maracanã lotado. 

No Mineirão o apito de vídeo fez falta, por conta de um gol do Atlético que entrou na trave por mais de meio metro, mas a arbitragem deixou passar inventando um impedimento.

No final o Galo derrotou o Cruzeiro por 2x1, dando ao seu treinador Roger Machado o primeiro título de sua carreira.

Em Itaquera com um público excelente, a Ponte Preta foi bem diferente daquela do primeiro jogo e conseguiu um empate de 1x1 contra o Corinthians que festejou a conquista do campeonato, e deixou de ser o quarto clube de São Paulo.

Na República de Curitiba cada vez mais famosa por caçar bandidos do colarinho branco, o Coritiba empatou com o Atlético (0x0), e os torcedores gritaram ¨É Campeão¨.

Uma vitória do técnico Pachequinho que mais uma vez remendou os cacos do clube, e conseguiu superar o seu maior rival.

Na Bahia o empate de 0x0 do Vitória contra o Bahia, deu o título ao rubro-negro baiano.

Por último outra conquista importante, o primeiro campeonato do Chapecoense após a sua tragédia, mesmo sendo derrotado pelo Avaí (0x1). 

Fim de festa, e no sábado começa o Brasileirão na certeza de que as conquistas de ontem não irão influenciar nessa competição.

Em Pernambuco vamos tirar um período de 40 dias para conhecermos o campeão estadual. Só mesmo aqui isso poderia acontecer.

NOTA 3- O VOLEIBOL DANDO AULA DE CIVILIDADE

* O domingo foi de decisões no futebol, mas o melhor evento desse dia foi sem dúvida a final da Superliga Masculina de Voleibol, que nos deu uma lição de civilidade e de um esporte do mais alto nível.

Enquanto no esporte da chuteira assistimos cenas degradantes, inclusive com jogador mostrando o que não devia para os torcedores adversários, no Mineirinho com 14 mil pagantes, os atletas do Sada Cruzeiro e Funvic Taubaté mostraram que o esporte pode ser feito de forma civilizada, além do alto nível técnico.

O time celeste conquistou o penta campeonato, com um placar de 3 sets a 1, sob aplausos de uma arquibancada lotada, inclusive com torcedores do time paulista, sem que tivesse sido cometido um pequeno arranhão. O árbitro não apresentou nenhum cartão amarelo. 

Dentro da quadra um jogo emocionante, atletas de bom nível cultural, nos deram uma boa lição de como o esporte pode ser tratado.

No final da partida um bonito congraçamento entre vencedores e vencidos, dando um recado que o esporte não é uma guerra, e sim um encontro de times que desejam a vitória, mas não a qualquer preço.

Somos apaixonados por esportes, e a cada dia ficamos mais distantes  do futebol brasileiro, que degradou-se, seguindo o rumo do país, onde os corruptos querem prender aqueles que os estão investigando.

Pelo menos vimos que existe uma luz no fundo do túnel para todos nós.

Vamos segui-la.

NOTA 4- PERGUNTAR NÃO OFENDE

* O Náutico sob o comando de Givanildo Oliveira teve uma boa participação na Série B de 2016, não tendo o acesso por muito pouco, inclusive por conta de problemas financeiros.

Não renovaram o seu contrato por conta do salário que foi solicitado. 

O estranho foi a contratação de Milton Cruz que nunca tinha sido um treinador efetivo em um clube, com um valor salarial bem próximo da pedida do ex-treinador. Deu no que deu.

Enquanto o Náutico era alijado das competições que disputava, Givanildo conquistava mais um título de sua carreira, dirigindo o Ceará Sporting.

A pergunta que não vai ofender ninguém é a seguinte: Se o clube o tivesse mantido à frente do elenco, a sua performance teria sido como a de Cruz?

Só os dirigentes alvirrubros poderão responder?

NOTA 5- A GUERRA CAMPAL ANTES DE ATLÉTICO-MG E CRUZEIRO

* Já afirmamos várias vezes que o futebol brasileiro é um doente terminal. Os maloqueiros tomaram conta do pedaço e fazem de tudo para destruí-lo.

No jogo final do Campeonato Mineiro que foi realizado no Independência na tarde de ontem, entre Atlético-MG e Cruzeiro, horas antes do seu inicio, os torcedores dos dois clubes entraram em uma guerra campal.

Começaram agredindo um seguidor do Galo, com pedaços de pau, que terminou sendo encaminhado para o hospital.

Um pouco mais à frente, na Av. Afonso Pena, junto ao 41º Batalhão da PM, aconteceu um confronto que resultou em 19 prisões.

Em dois carros foram apreendidos objetos para a guerra, como pedaços de pau, barras de ferro e um soco inglês.

Sem duvidas o retrato do futebol brasileiro, que perdeu a guerra para a bandidagem.

Para que se tenha uma ideia do que representa a violência nesse esporte, o policiamento que esteve presente no estádio que abrigou a partida foi maior do que a torcida do Cruzeiro.

Enquanto isso, dois torcedores do Vitória-BA que dirigiam-se para o Barradão a fim de assistirem o jogo do seu time contra o Bahia, foram baleados, repetindo o que aconteceu com o carro que levava três atletas do rubro-negro baiano após o primeiro jogo da final. Virou rotina.

São coisas de um esporte que sempre foi bem acolhido pela população, que hoje está fugindo das praças de jogos por conta da violência.

Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro poderia ser muito melhor, mas a sua evolução esbarra na cartolagem que não está preparada para tal.

Tivemos um final de semana com estádios lotados, comprovando que existe demanda, mas essa não é bem aproveitada. O que poderia ser permanente tornou-se pontual.

O cartola do nosso futebol é uma figura enigmática, principalmente nos novos tempos. Surge do nada e de repente ocupa as noticias, fazendo pose de sabichão. Se fizessem o ENEM de Gestão Esportiva seriam reprovados.

Existem alguns que estão nas diretorias do clube, mas não torcem por suas camisas. Viraram casaca por conta das amizades, e fazem cara de sofredores quando os ¨seus times são derrotados¨.

Em outras épocas o dirigente esportivo tinha uma escola que era o seu clube. Muitas vezes começava praticando esportes, aos poucos subia de escala, e terminava muitas vezes como presidente. Era um circuito de aprendizado.

Hoje tudo mudou, e o paraquedas é o equipamento mais utilizado pelo cartola neófito, que pousa no clube e em pouco tempo já está dando ordens. Deveria haver um Enem para que isso acontecesse, com diversas provas para a computação de suas notas.

Teriam que responder alguns quesitos importantes, a começar pela história do clube, para mostrar se tem o devido conhecimento de sua vida desde a fundação.

Por outro lado uma matéria imprescindível para a formatação dessas provas, é o setor de governança coorporativa.

Dirigente que se preza, sabe muito bem que o presidente não poderá ser a figura centralizadora, como acontece na grande maioria dos clubes, e por isso tem que aprender que o profissionalismo é fundamental e a distribuição de tarefas é importante para o sucesso.

Uma pergunta importante nesse exame de admissão é a necessidade de algum conhecimento de finanças, e nesse setor a formação necessária para entender um orçamento anual.

Cartola que se preza deveria saber da relação entre receitas e despesas, e que o orçamento não pode ter pedaladas como aconteceu em nosso país, que deu origem ao impeachment da presidente, que gostava muito de Bike.

No futebol as provas deveriam ter perguntas sobre o trabalho de formação, de como esse deveria ser procedido, e o retorno que trará aos investimentos realizados.

Cartola que é cartola de canudo na mão, sabe muito bem que o futuro de seu clube está atrelado a esse trabalho.

Se houvesse a obrigação do ENEM futebolístico, muitos cartolas seriam reprovados, desde que de clube pouco entendem, e de futebol pensam que é um jogo onde a bola é chutada e alguns iludidos ficam nas arquibancadas dando gritos por algo que mereceria uma vaia.

Deveria haver uma legislação que obrigasse a realização de um exame nacional para os cartolas, nos moldes da OAB, para que pudessem receber os seus alvarás de atuação.

Mas, como isso não acontece, continuamos com o amadorismo explícito, e todos caminhando de mãos dadas para os quintos do inferno.

O maior exemplo foi o nosso Estadual Pimpão.

Escrito por José Joaquim

O Salgueiro poderá fazer história em Pernambuco, como o único clube do interior a conquistar um título de campeão. Por isso o jogo de hoje contra o Sport na primeira partida da fase final do Campeonato Pimpão será sem dúvida o ponto de partida para tal conquista.

Obvio que o time da Ilha do Retiro é favorito para a obtenção de mais um campeonato, principalmente pelas diferenças financeiras, quando um jogador seu tem salário maior do que todas as despesas do time do Sertão Central com o futebol.

Embora o estadual de Pernambuco tenha sido o pior da história, com uma decisão a granel, o Salgueiro realizou uma excelente campanha na fase de classificação, quando terminou em primeiro lugar com 23 pontos, sete vitórias, dois empates e uma derrota, para o Santa Cruz, que foi o único clube a derrota-lo por duas vezes (a segunda no primeiro jogo da semifinal). Nessa superou o tricolor por conta de uma vitória no segundo jogo.

O seu adversário de hoje ficou na terceira colocação, com 17 pontos, 4 vitórias, 5 empates e 1 derrota. Os dois clubes jogaram por duas vezes na competição, e o empate prevaleceu, sem vencedores.

O Salgueiro embora ainda não seja o modelo ideal, desde que falta muito para uma consolidação no cenário do futebol nacional, é um bom exemplo de um interior que deu certo, inclusive chegando a Série B Nacional, e que poderia servir de espelho para os demais clubes, em especial o Central.

O clube chega na tarde de hoje fortalecido por uma bela campanha que deixou dois clubes que são chamados de grandes, no caso Náutico e Santa Cruz fora da disputa, e com um time maduro, que entra em campo sabendo o que deseja, mesmo tendo à sua frente camisas pesadas como as dos adversários da capital.

A sua hora e vez chegou, e mesmo sabendo da maior qualidade do rubro-negro da Ilha do Retiro poderá lutar por algo maior, muito difícil de acontecer, mas de qualquer forma seja qual for o resultado final, o Carcará marcou a sua presença mais uma vez numa competição estadual e pode ser considerado um vitorioso.

Um clube do Sertão Central que soube manter a maioria do elenco por longo prazo, é a referência de que o futebol do interior existe, embora a Federação local tenha feito de tudo para destruí-lo, deixando claro que faltam gestores nos seus clubes para que possam mudar a cara do sistema.

Nunca lemos ou ouvimos algo com relação a débitos do Salgueiro, atrasos salariais entre outras coisas, o que demonstra a existência de uma gestão pé no chão.

Não tem débitos fiscais, diferente do Sport, que está na relação dos devedores com R$ 64 milhões.

São detalhes que mostram que a estrada que está sendo construída é focada em um futuro promissor para o clube.

As probabilidades de vitória do rubro-negro são bem maiores, e não se pode negar, mas a equipe do Salgueiro tem que ser respeitada por tudo que fez na competição, embora muito esquecida por nossa mídia juvenil.

Só desejamos que  não apareça nenhum jogador fora do normal, para melar o jogo com sua diarreia mental. 

A Ilha do Retiro deverá apanhar um bom público, e que o apito amigo não apareça para que tudo termine bem, embora os torcedores irão ter que esperar por 42 dias para gritar ¨É Campeão¨.

São coisas de um ¨Campeonato Pimpão¨.