NOTA 1- O TUBARÃO COMEU A COBRA
* O estádio do Arruda recebeu um bom público na esperança de uma reabilitação do Santa Cruz. Os torcedores ajudaram, mas o time que vem rolando a ladeira nos últimos jogos foi engolido pelo Tubarão, verdadeiro dono do jogo. O placar favorável de 2x0 foi justo.
O tricolor pernambucano no primeiro tempo não deu praticamente um chute ao gol, enquanto os contra golpes do Ferrão fizeram de Anderson o nome dessa fase com as suas defesas.
No segundo tempo quando se esperava uma melhora da equipe de Milton Mendes, nada aconteceu, e o Ferroviário aproveitou-se dos erros do adversário para marcar os gols que foram produtos de contra-ataques bem sucedidos.
Com a vitória o time cearense fugiu na liderança com 23 pontos, precisando apenas de sete em 21 a serem disputados para que possa passar para a segunda fase da competição.
O Santa Cruz há algum tempo está dando um recado que irá sair do G4 na reta final, e dependendo dos resultados dos jogos do fim de semana tal fato poderá acontecer.
Na verdade o jogo teve um dono e esse foi o Ferroviário.
NOTA 2- ÁRBITRO DA FINAL DA COPA AMÉRICA JÁ FOI PUNIDO POR CORRUPÇÃO
* O árbitro chileno Roberto Tobar, que foi escolhido pelo responsável da arbitragem da Conmebol, que por coincidência é brasileiro, já foi suspenso por oito meses em 2012 por ter se envolvido em corrupção.
Tobar ascendeu ao quadro da FIFA em 2011 e era considerado uma das grandes promessas da arbitragem chilena, mas um ano depois viu a sua carreira quase desabar.
Em 2012, o diretor do Comitê de Árbitros do Chile, Mario Sanchez, acabou perdendo o seu cargo por conta de um esquema que ficou conhecido como o ¨Clube do Poker¨. Junto com ele, outros quatro árbitros foram suspensos, por oito meses, e entre eles, Tobar que perdeu a licença da FIFA.
Mario Sanchez e diversos árbitros chilenos se reuniam todas as semanas no apartamento de um deles para jogar poker, beber e decidir a dedo quem iria comandar cada partida no final de semana. O escândalo foi considerado o maior da história da arbitragem chilena.
Tobar cumpriu a suspensão de forma integral e teve que recomeçar a carreira. Em 2018, ganhou a chance de apitar o jogo de ida da final da Libertadores entre Boca e River.
Terá agora a grande chance de deixar seu triste passado para trás, e mostrar que é um bom árbitro. O Peru servirá para essa experiência, mas parece que começou a morrer de véspera.
NOTA 3- CHILE E PERU TEM RIVALIDADES HISTÓRICAS
* O responsável pelo quadro de árbitros da Conmebol deveria ter um pouco de noção da história, quando escalou um árbitro chileno para apitar o jogo final da Copa América entre a Selecirco e a seleção do Peru.
Chile e Peru desde 1879 vivem em conflitos. Nesse período teve uma guerra com o governo peruano aliado a Bolívia contra o Chile, por conta do deserto de Atacama que foi ganha pelas forças chilenas, e fechando as portas do Oceano para a Bolívia.
As disputas históricas entre os dois países continuam até hoje sendo tratadas pela diplomacia.
Por outro lado a seleção do Chile foi eliminada pela do Peru, outro ponto que merece um debate sobre o erro da escala do árbitro responsável pelo jogo final.
Esse já entra em campo eivado de duvidas, e qualquer erro será fatal para a sua carreira.
Bom senso não faz mal a ninguém, mas a Conmebol e sua diretoria de arbitragem deram uma grande pisada na bola.
NOTA 4- AS VACAS NOS POSTES
* Já nos perguntaram alguma vezes como a vaca sobe no poste, e a resposta é simples, alguém a colocou.
Um estudo realizado pela BDO Brasil, publicado pelo jornal o Globo, mostrou que Palmeiras e Flamengo somados no pagamento de comissão para agentes de atletas durante a temporada passada perdem para o Corinthians que lidera disparado nesse item.
O time do Parque São Jorge lidera o ranking de pagamento desse tipo de despesa entre as 20 equipes que disputaram o Campeonato Brasileiro da Série A em 2018.
Segundo a Consultoria, os clubes gastaram o equivalente a 3,59% de suas receitas ao longo do ano com empresários de jogadores. No alvinegro paulista, o percentual chegou a 7%. Em números absolutos o Corinthians desembolsou R$ 33 milhões para remunerar agentes na temporada passada. Esse montante equivale a mais do dobro do que gastaram Palmeiras e Flamengo, times com maior faturamento do país.
O alviverde pagou R$ 9 milhões para agentes. Já o Flamengo gastou só R$ 4,32 milhões em comissões para empresários de atletas, mesmo fazendo a maior contratação de 2018 no país, o atacante Vitinho, por R$ 44 milhões.
No total, os 20 clubes da Série A do Brasileiro gastaram R$ 185.998 milhões para remunerar os agentes. Na verdade, R$ 33 milhões para empresários dariam para a contratação de jogadores de alto nível.
Algumas vacas subiram nos postes.
NOTA 5- A MAIOR TRANSFERÊNCIA DO FUTEBOL PORTUGUÊS
* A venda de João Felix ao Atlético de Madrid, foi a maior negociação do futebol português, que rendeu 120 milhões de euros ao Benfica.
Portugal tem hoje uma escola de desenvolvimento de talento como ninguém, tem um sistema de scouting como ninguém, e sobretudo os grandes investimentos nas academias que foram realizados pelos clubes.
João Felix é o resultado final desse trabalho, e outros jogadores já começam a aparecer nesse mesmo patamar.
Um futebol que não pode concorrer de forma direta com as grandes Ligas, tem que realizar um modelo de negócio como esse. Recrutar, formar e desenvolver os jovens jogadores para depois os alienar para os mercados primários, criando receitas.
Um exemplo para o futebol do Brasil.
NOTA 6- SELEÇÕES NACIONAIS ESTRANGEIRAS
* Dos 22 jogadores que iniciaram a semifinal entre a Selecirco e a Seleção da Argentina, no Mineirão, apenas dois atuam por clubes da América do Sul. Um é Everton, do Grêmio, e o outro é o goleiro Franco Armani, do River Plate.
Por outro lado dos 46 convocados pelos dois técnicos desses países, apenas sete não atuam no futebol europeu- três deles em ação em clubes mexicanos. Ou seja, somente quatro (dois brasileiros e dois argentinos) jogam no futebol sul-americano.
E com um detalhe, dois destes sete são goleiros, o corintiano Cássio e o argentino Augustin Marchesin, do América do México.
Sem dúvida é muito pouco para uma competição que deveria estar mostrando ao mundo o estilo que se joga no Novo Continente.
Na verdade a Copa América é uma Copa Europa.
* Dados da coluna de Gilmar Ferreira, do jornal EXTRA RJ.
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