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Escrito por José Joaquim

O trabalho da Sports Value que apresentamos na postagem de ontem é muito valioso para que se possa entender a realidade do futebol do Brasil.

Algo nesse estudo que mais nos chamou atenção foi o da estagnação do marketing esportivo dos diversos clubes, que foi bem ressaltado na exposição. Os dirigentes brasileiros deveriam tirar uns minutos de seu tempo que muitas vezes é desperdiçado com abobrinhas, para analisar esse bom trabalho.

Os patrocínios em 2018 tiveram uma queda de 18% nas receitas, que foi o pior resultado da história, o que representou uma perda efetiva de R$ 115 milhões de um ano para o outro. Vivemos o pior cenário mercadológico e ainda perdemos os patrocínios da Caixa, que representavam 20% do mercado.

Enquanto isso, o mercado global de patrocínio esportivo cresce, o mercado brasileiro não acompanha essa tendência. Atualmente os patrocínios globais movimentaram US$ 66 bilhões no ano passado. Para que se tenha uma ideia, uma cota de patrocínio de um grande clube europeu equivale a todo o nosso mercado.

O crescimento médio anual do mercado de patrocínio de clubes nos últimos 16 anos foi de 15% ao ano. Entre 2012 e 2018 esse foi mais fraco e foi interrompido em 2018. Poucos foram os anos que as receitas com patrocínio não cresceram.

Segundo a Spots Value trata-se de um mercado subaproveitado, mas concentrado em visibilidade de marcas unicamente. Uniformes, placas e backdrops estão bem longe de ser o melhor retorno para os investimentos nesse segmento.

No momento os patrocínios representam apenas 10% da receita total dos clubes, o menor patamar desde 2003. Um retrocesso profundo. A construção de marcas no esporte se faz com ações integradas ao patrocínio. A visibilidade é a porta de entrada para novas estratégias. No Brasl infelizmente sempre foi o objetivo final.

Os clubes se acostumaram a lotar uniformes com marcas, buscando mais e mais patrocinadores, mas esse modelo está defasado. A poluição visual dos uniformes não está sendo positiva para as suas receitas. O marketing de patrocínios está estagnado.

Dos vinte times da Série A Nacional, apenas quatro tiveram evolução em 2018: Internacional (13%), Cruzeiro (23%), Athletico-PR (51%) e Chapecoense (25%). 

Sabemos que poucos dirigentes irão ler esse artigo, mas tínhamos a obrigação de posta-lo para que enfim alguém entenda que o futebol brasileiro em todos os seus setores está numa UTI e necessita de uma revolução geral. Consultorias existem para isso, mas não são convocadas.

São coisas do futebol brasileiro que está entregue aos cartolas que só gostam de coletivas.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- NÁUTICO EMPATA E O SANTA CRUZ VENCE

* O Náutico jogando como visitante jogou melhor do que o Confiança que apostou nos contra-ataques durante a primeira fase.

O alvirrubro procurou o ataque, com a maior posse de bola criou condições de abrir o marcador com pelo menos três finalizações. Em uma dessas a bola chegou a ultrapassar a linha da meta e o árbitro não observou.

O Confiança teve a sua primeira finalização aos 16 minutos.

No segundo tempo o Náutico continuou melhor do que o adversário, e aos 15 minutos em um lance de bola parada abriu o marcador. Tudo corria para uma vitória, mas aos 21 minutos aconteceu uma lambança da defesa do time dos Aflitos, em um arremesso de um lateral, o Confiança empatou.

Daí em diante a equipe sergipana dominou o resto da partida e teve algumas chances para desempatar. O resultado foi bom para o time pernambucano, por conta do segundo tempo do time sergipano.

No Arruda os Deuses do Futebol ajudaram o Santa Cruz, quando nos minutos finais conseguiu o gol da vitória numa lambança que ficará na cabeça do goleiro Edson, que deu uma assistência para Misael desempatar.

O goleiro Anderson do tricolor garantiu o placar, em um jogo em que o ABC foi melhor do que o tricolor, saiu na frente do placar, sofreu o empate através de um pênalti, e no final foi vitima de uma cena grotesca patrocinada pelo seu goleiro.

Com a sorta ao seu lado o Santa Cruz conseguiu enfim a sua primeira vitória na competição. 

NOTA 2- O APITO AMIGO NA MATINAL DA SÉRIE B

* Coritiba e Cuiabá fizeram um bom jogo na matinal da Série B, mas o apito amigo de Gilberto Castro Junior prejudicou a equipe do Mato Grosso ao não marcar um pênalti escandaloso de mão na bola.

O Cuiabá não merecia ter sido derrotado por 2x1 por conta do que apresentou principalmente na segunda fase, onde dominou a partida.

O Sport TV patrocinou um mico, ao chamar a Central de Vídeo, que segundo o narrador era Sandro Meira Ricci, para analisar o lance, e que até hoje esse não apareceu.

Não deram nenhuma satisfação aos telespectadores. Onde estava o árbitro?

Com relação ao jogo, esse foi bom de se ver, com os dois times procurando jogar futebol, sem câimbras ou goleiros caindo.

O Coxa continua na dependência de Rodrigão que marcou dois gols. 

O time mandante com a estreia de Rafinha melhorou a qualidade no toque de bola, e fez um bom primeiro tempo. O segundo foi do Cuiabá que empatou a partida, e foi prejudicado pelo árbitro amigo, que por coincidência é de Pernambuco.

A equipe do Mato Grosso vinha de uma série invicta de 14 partidas, mas pelo que está jogando continua como candidata ao acesso. Um bom time.

Mais uma vez por conta da promoção de R$ 5 pelos ingressos, o Couto Pereira recebeu um pouco mais de 39 mil torcedores.

Nos demais jogos da Segunda Divisão, o Botafogo-SP assumiu a liderança ao derrotar o Operário-PR por 2x0, o Brasil de Pelotas teve a sua primeira vitória ao vencer o saco de pancadas, América-MG por 2x1, a Ponte Preta encostou no grupo de cima com uma vitória contra o Paraná por 4x2 e o São Bento chegou a sua segunda vitória ao derrotar o Oeste por 1x0.

NOTA 3- O PRECONCEITO NO FUTEBOL BRASILEIRO

* A entrevista de Roger Machado, técnico do Bahia, ao jornal Folha de São Paulo escancarou a realidade do preconceito existente no futebol brasileiro com relação aos treinadores.

Machado é uma exceção na divisão principal do Brasil.

¨O preconceito no futebol é como o preconceito no Brasil, ele existe, mas é velado. E é tanto relacionado à questão de raça como de classe social¨ declarou.

O técnico defende que um dos caminhos para combater o preconceito racial e social é justamente investir na formação de ex-jogadores.

Temos um triste exemplo com Lula Pereira, que chegou a comandar o Flamengo mas foi derrubado pela cor.

Quantos técnicos negros estão sentados nos bancos dos times das duas divisões principais? Raros, e Roger é um desses.

O Instituto Ethos procedeu com uma pesquisa, que foi divulgada em 2016, após ouvir as 500 maiores empresas do país, com 87,9% dos cargos em conselhos, quadros executivos, gerências e supervisões são ocupados por brancos. Pessoas que se declararam negras ou pardas representam apenas 10,45% do total desses executivos.

Como reflexo disso temos o próprio Campeonato Brasileiro que teve até hoje somente um time campeão sob o comando de um técnico negro, o Flamengo, em 2009 com Andrade, e que não prosseguiu a sua carreira por falta de oportunidades.

Para finalizarmos essa postagem iremos deixar uma pergunta no ar: Qual a razão de um técnico do nível de Roger Machado ter passado um bom tempo sem times, embora as vagas tivessem sido abertas?

NOTA 4- NEWMAR CHEGOU! 

* A mídia está emocionada com a chegada de Newmar à Granja Comary. O Encantador de Jornalistas já beijou os seus pés.

A coletiva foi realizada e certamente deixou o Aurélio se virando no túmulo.

Vamos e venhamos, só nos países chamados de bananeiros é que dão tanta cobertura para uma seleção de futebol, que na verdade não tem nada com o Brasil e é repleta de jogadores que estão pelo mundo afora.

Os jornalistas ficam plantados na Granja com muita emoção. Ouvir as entrevistas do Encantador é algo que deveria fazer parte de um programa de humor. Foi criado o Titês, que já faz parte da linguagem de todos.

As convocações nos dias de hoje fazem parte de uma solenidade.

Somos do tempo que João Saldanha pegou um pedaço de papel e divulgou o seu time. Nessa época o Brasil tinha um bom futebol, e não marketing.

Há quatro Copas que não ganha nada apesar de estrelas forjadas na internet.

Existe uma pesquisa realizada há alguns anos sobre as maiores equipes da história, quando foram escolhidas 50, e entre as cinco, duas seleções que na época eram brasileiras, a de 1970 (1º lugar) e 1958 (3º). Essas só tinham craques, enquanto hoje nós temos só celebridades.

A segunda mais votada foi a Seleção Americana de Basquetebol, campeã olímpica de 1992, em Barcelona e que foi chamada de Dream Team.

A quarta foi a MacLaren de Sena e Piquet, e a 5ª a Laranja Mecânica da Holanda da Copa de 1974.

Comparar essas equipes, em especial as do futebol com as de hoje é algo que faz parte do impossível, por conta dos talentos dos seus participantes.

Newmar está na Granja, deixando muita gente embasbacada.

Pobre Brasil.

NOTA 5- O PALMEIRAS CONTINUA GALOPANDO

* Embora não tenha repetido o seu jogo anterior, o Palmeiras foi muito melhor do que o Botafogo, e conseguiu uma vitória por 1x0 graças ao VAR amigo, que marcou um pênalti que não existiu. 

Os Zé-Regrinhas ficaram em duvidas se o toque foi suficiente para deslocar Deyverson, mas como foi favorável ao time de Scolari, a decisão sempre pesa para o seu lado. 

O alvinegro carioca está reclamando com razão, mas também a sua torcida deveria protestar pela venda do mando de campo, em que o estádio só tinha palmeirense. O time jogou como estivesse na Allianz Parque.

Por trinta moedas os cartolas alvinegros deram mais pólvora para o time adversário.

O alviverde paulista ganhou mais uma partida sem jogar bom futebol e continua galopando na raia, e contando com a ajuda do árbitro de vídeo amigo. 

O mais importante nesse jogo foi o da torcida mista, sem nenhum arranhão. O Mané Garrincha comprovou que o mal do futebol brasileiro está nas torcidas organizadas. Ontem vimos nas cadeiras o antigo futebol de raiz, com a mistura de duas camisas. 

No segundo jogo da noite, o Grêmio conquistou a primeira vitória pelo placar de 1x0 contra o Atlético-MG.

No primeiro tempo foi melhor, enquanto no segundo a bola  esteve mais para o Galo.

Renato Gaúcho respirou.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- ENFIM UM BOM JOGO DO SPORT

* Na noite de ontem tivemos duas partidas pela 5ª rodada da Série B.

A primeira envolvendo o CRB e Vila Nova tecnicamente foi fraca, mas no contexto geral foi bem movimentada, uma correria sem limite, e o empate de 1x1 foi justo.

A segunda partida aconteceu na Ilha do Retiro, e foi o que chamamos de um ¨jogo bom de se ver¨.

Sport e Londrina foram iguais. Nos 30 minutos iniciais o rubro-negro dominou a partida com 76% de posse de bola, e abriu o marcador. Nos 10 minutos finais dessa fase a equipe do Paraná melhorou saiu da sua defesa e equilibrou a partida.

No segundo tempo o Londrina veio bem melhor pressionando o Leão, que conseguiu aumentar o placar para 2x0. A equipe da terra do Café em 3 minutos empatou a partida, e logo após Brocador fazia o seu terceiro gol encerrando o placar.

Uma partida disputada palmo a palmo, a melhor do rubro-negro nessa competição, com o Londrina mostrando que é um dos favoritos ao acesso, e que sentiu a ausência de Dagoberto.

Os números estatísticos mostraram a realidade do jogo, que foi um dos melhores do campeonato.

É o futebol sem estrelas mas com vontade de jogar. 

NOTA 2- TARDE/NOITE DE SOFRÊNCIA NA SÉRIE C

* Nesse sábado teremos uma sessão dupla de sofrência por conta dos jogos envolvendo o Santa Cruz e Náutico na Série C.

O tricolor terá a estreia do seu treinador, Milton Mendes, que fez um contrato que representa 32% da folha salarial do clube e por conta disso terá que apresentar resultados positivos.

O adversário será o ABC de Natal, que é um morador perpétuo dessa divisão.

O tricolor vem de um empate jogando em casa contra o vice-líder Sampaio Corrêa, enquanto a equipe potiguar era derrotada fora de casa atuando contra o Botafogo-PB, pelo placar de 2x1.

O Santa Cruz é o lanterna com 3 pontos, e o adversário está no 6º lugar com 4.

Um jogo em que a equipe Coral poderá ter a sua primeira vitória.

Enquanto isso, o time do Náutico irá visitar Aracajú para um jogo contra o Confiança. O alvirrubro vem de uma vitória por 1x0 contra o Treze jogando em Campina Grande. Está no 3º lugar com 6 pontos.

A equipe sergipana empatou fora de casa com o Imperatriz-MA por 0x0, está na 7ª colocação da tabela com 4 pontos.

Dois jogos equilibrados e que poderão ter resultados positivos para os nossos times, que necessitam ganhar.

A rodada significa 27,7% do total dessa fase da competição.

NOTA 3- JOÃO PEDRO E A POBREZA DO FUTEBOL DO BRASIL 

* João Pedro é um jovem de 17 anos, que trouxe a vida ao pobre futebol brasileiro tão carente de craques.

Um prodígio da bola, e os seus números no início da carreira são na realidade espetaculares.

Na última quinta-feira, o atacante do Fluminense, precisou de apenas 33 minutos para marcar três gols, (e ainda deu o passe para  outro neste intervalo).

Esse disputou apenas 10 jogos como profissional, sendo que o da quinta-feira foi o seu primeiro como titular. Somou o  sétimo gol. A média é de um gol a cada trinta minutos jogados e foram seis nos últimos três jogos, em um intervalo de 117 minutos.

João Pedro era tudo que o futebol do Brasil precisava, um craque como referência, mas a necessidade do seu time por recursos, desde o ano passado esse pertence ao Watford da Inglaterra, em uma negociação que começou em setembro quando o Fluminense andava na sua maior crise.

No mês de dezembro recebeu a primeira parcela de 2,5 milhões de euros, que foi utilizada para os pagamentos de salários atrasados, fornecedores, entre outras coisas.

O jogador irá se apresentar no próximo ano em janeiro de 2020. A Federação inglesa deu o aval para a sua inscrição.

A necessidade faz o sapo pular é um antigo ditado português, e foi por conta disso que o tricolor negociou um jogador que pelo que está apresentando em pouco tempo valerá varias vezes acima do que foi pago.

Pobre futebol brasileiro que é obrigado a se desfazer dos seus jovens talentos por migalhas para que possa matar a sua fome.

Lamentável.

NOTA 4- INSÓLITO

* O treinador Henk de Jong tem um dilema nas mãos: se perder o próximo jogo terá sérias hipóteses de sentar no banco da Primeira Divisão Holandesa na temporada de 2019/2020, mas se o ganhar é garantido que estará na Segunda.

A questão é simples de explicar: De Jong comanda atualmente o De Graafschap, clube que ficou na 17ª colocação na tabela do principal campeonato e que se viu por isso obrigado a jogar um play-off com um time da Segunda.

Por ironia do destino, no sorteio que foi realizado, caiu como seu adversário o Cambuur, clube o qual esse técnico já tinha acertado contrato para a próxima temporada.

O primeiro jogo terminou empatado em 1x1,  e agora o segundo  irá definir qual deles segue para a final que dará um lugar na Primeira Divisão Holandesa.

De Jong sabe que a situação é curiosa mas reage com naturalidade: ¨Sou empregado do Graafschap até 1 de julho, que não haja duvidas quanto a isso. Só tenho um coração e esse está aqui nesse clube¨, declarou.

Trata-se e um fato insólito no futebol.

NOTA 5- CLUBES DESPEDAÇADOS

* O Real Madrid terminou o Campeonato Espanhol de maneira muito melancólica, sendo derrotado por times bem inferiores.

O mesmo aconteceu com o Paris Saint Germain que conquistou o título francês de forma antecipada, e dai em diante saiu rolando pela ladeira.

Assistimos na tarde de ontem o seu jogo contra o Stade Reims, para observamos a luta de Mbappé para alcançar Messi na pontuação da Chuteira de Ouro.

Obvio que era uma meta difícil para esse jogador, o de marcar pelo menos quatro gols para empatar e dividir o prêmio.

Embora tenha anotado o único gol do seu time, Mbappé assistiu um baile do adversário que fechou o placar por 3x1. O Reims mandou e desmandou no gramado.

Dois grandes clubes, um o mais rico do mundo (Real), terminaram a temporada despedaçados e com a necessidade de uma reconstrução.

No final da partida, Lionel Messi agradeceu por ter conquistado a Chuteira de Ouro como o maior goleador das competições nacionais da Europa.

Na verdade de forma merecida.

O futebol dá muitas voltas, e jamais para aqueles que o acompanham poderiam vislumbrar o que aconteceu com esses dois times dos mais importantes do mundo.

NOTA 6- A ERA DA IMBECILIDADE CADA VEZ MAIS INTENSA

* A Enciclopédia sobre a Era da Imbecilidade está ficando cada vez mais intensa. Os capítulos estão se avolumando.

O mais novo é grotesco, e totalmente ridículo, da parte de quem não tem nada o que fazer.

A Comissão de Legislação Participativa da Câmara de Deputados propôs na última quinta-feira o ¨Dia Nacional das Organizadas¨, para o dia 3 de dezembro.

O projeto é de autoria do deputado federal Nilto Tatto, do PT do São Paulo.

Marcaram presença no encontro os representantes das torcidas do Corinthians, Palmeiras, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Vitória, Criciúma, Brasiliense e Sergipe.

Um dia para os destruidores do nosso futebol mostra bem para que serve a nossa Casa Legislativa. 

Uma vergonha. 

Escrito por José Joaquim

A Sports Value especialista em marketing esportivo acabou de publicar sua analise anual sobre as finanças dos clubes brasileiros, utilizando a mais longa série histórica desse mercado, criando  uma maior validade ao trabalho.

A empresa avaliou o tamanho do mercado do futebol no Brasil, considerando as receitas dos clubes, das 27 Federações e do Circo. Não tem nada a ser comemorado.

O volume total gerado do mercado atualmente é de R$ 6,5 bilhões, sendo que os clubes de futebol são responsáveis por 88% do total. Isso representa R$ 5,7 bilhões.

Os 20 maiores times em receitas cresceram 2,4% em 2018.

O volume gerado por esses foi de R$ 5,26 bilhões no ano passado, frente aos R$ 5,14 bilhões de 2017. O crescimento foi muito afetado pelas receitas com transferências de jogadores que atingiram R$ 1,3 bilhão em 2018, o maior da história.

Sem essas o buraco seria profundo.

As receitas de TV caíram 0,2% e estão no patamar de 2017. As transferências cresceram 32%. Em dois anos essas evoluíram mais de 70%. A bilheteria cresceu 3% e atingiu R$ 421 milhões. As receitas com os sócios torcedores caíram 3,7%, somando R$ 632 milhões em 2018.

O mais grave foi a queda com patrocínios que caíram 18%, e estão no mesmo patamar de 2015. Foi o pior resultado da história. Uma perda efetiva de mais de R$ 115 milhões de um ano para o outro. Vamos imaginar o que irá acontecer em 2019 sem o patrocínio da Caixa.

O Palmeiras se tornou o clube com as maiores receitas do futebol brasileiro, com R$ 654 milhões, crescimento de 30%. Na sequência aparecem o Flamengo, R$ 453 milhões, Corinthians, R$ 470 milhões, São Paulo, R$ 424 milhões e Grêmio, R$ 42O milhões.

As perdas dos times em oito anos seguidos foram de R$-699 milhões (superávits - déficits).

As dividas dos 20 clubes atingiram R$ 6,9 bilhões em 2018, frente aos R$ 6,6 bilhões de 2017, alta de 5,7%. Nos últimos oito anos essas subiram 86%, enquanto a inflação acumulada no período foi de 60%.

Os cartolas deveriam analisar os dados oferecidos pela empresa, e certamente irão verificar algo que já mostramos por um bom tempo, sobre a regressão do futebol brasileiro que só ira evoluir em termos econômicos  se os seus dirigentes colocarem em prática as modernas técnicas de uma gestão corporativa, criarem uma Liga profissional e deixarem o seu modelo politico atrasado para trás.

Sem isso teremos a continuidade do caos.

Escrito por José Joaquim

Por conta da Era da Imbecilidade que assolou o país, nos lembramos de um livro da autoria do jornalista Sergio Arapuã de Andrade, que era conhecido como Arapuã, com o título ¨O Futebol dos Imbecis e os Imbecis do Futebol.

Arapuã, que faleceu em 2010, era conhecido por suas tiradas rápidas e pelo humor sutil, mas, ao mesmo tempo, demolidor. Escreveu esse livro em 2002, e suas analises permanecem atualizadas nos dias de hoje. Tinha realmente uma visão global dos esportes.

O livro faz várias criticas engraçadas dos cartolas, dos treinadores retranqueiros e da mídia conivente, quando conta histórias e casos sobre esse esporte. Sua coluna no jornal ¨Última Hora¨ era uma referência no jornalismo brasileiro na década de 60 e 70.

Como é o futebol dos imbecis? Quem são os imbecis do futebol? Era o tema do livro. Já em 2002, Arapuã definia como futebol dos imbecis, o sistema de jogo ultrapassado, paralitico e sonâmbulo. E os imbecis algumas pessoas que dirigiam diversos clubes, com fama de levarem a desgraça para os times que lideravam. Grande parte da mídia que não discute, não se arrisca a ser subversiva e  que elege as retrancas como um bom caminho para se chegar a um bom resultado.

No livro o autor já achava o futebol brasileiro, como terminal, lento e sonolento, e que sempre paralelo ao gol adversário. Afirmava que não foram os outros que se igualaram a nós, e sim nós que nos rebaixamos ao nível deles.

Embora a obra seja muito critica, existem algumas passagens bem importantes com relação ao esporte praticado no Brasil, quando cita alguns personagens que deram e continuam dando uma grande contribuição à esse, tal como Telê Santana, que o considerava de forma poética, como ¨um incansável jogador que honra a nobreza do futebol ao praticá-lo como uma borboleta flutuante¨.

Para Arapuã, o futebol deve ser alegria de jogar, prazer de trocar as bolas correndo e driblando. Não deve existir a dicotomia de futebol arte x futebol resultado. ¨A duplicidade antagônica se estabelece na medida em que o resultado se coloca como oposto à arte, escreveu Arapuã.

Dezessete anos após o lançamento do livro o futebol dos imbecis continua, com o pragmatismo de resultados, de bolas alçadas na área, jogo aéreo, brucutus no meio do campo.

Por outro lado, os imbecis do futebol ainda continuam a proliferar, quando transformaram programas esportivos em humorísticos, ou quando continuam achando que tudo vai bem e que somos ainda uma potência nesse esporte. Nada mudou, só mais um degrau para baixo de nosso futebol.

Trata-se de um bom livro, que tece duras criticas aos imbecis, que na verdade ainda proliferam em nossos dias, e que precisamos exclui-los do processo, para que o futebol possa ser arejado.