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Escrito por José Joaquim

Falar sobre o Calendário Nacional do nosso futebol é o mesmo que chover no molhado. Já postamos vários artigos sobre o tema, e a sua relação com as lesões nos jogadores, e de nada adiantou.

Na quinta rodada do Brasileiro que terminou no último domingo, em seis dos dez jogos tivemos vários jogadores lesionados, sem jogadas violentas. O início precoce da temporada com os estaduais, sem uma preparação adequada, quando os atletas são jogados às feras por seus dirigentes, é um dos motivos principais.

Com quase quatro meses de futebol a maioria dos times já jogaram mais de 30 partidas, com apenas 13,1% dos jogos do Brasileiro, além de outras competições em que alguns desses estão atuando. Na Europa não se chega a 55 jogos no ano, uma diferença gritante.

Até 2017, essas lesões sempre começaram no segundo semestre, tendo em vista o esgotamento de alguns atletas, pelos números de jogos realizados. A atual temporada começou muito cedo, e os casos estão aparecendo.

Na realidade, sem uma pré-temporada adequada, os profissionais voltam de suas férias e em menos de 10 dias já estão disputando os jurássicos estaduais. Logo após começa a jornada desproporcional dos campeonatos das quatro divisões nacionais, em paralelo com as Copas, Libertadores, Sul-Americana e a do Brasil. Uma overdose que enche os departamentos médicos dos clubes.

Em nossos artigos sobre o assunto, sempre cobramos uma maior racionalidade, pois está acontecendo um massacre aos atletas de futebol em nosso país, com um grande número de jogos seguidos, que são permeados com viagens.

É certo que o futebol brasileiro precisa mudar os seus conceitos, principalmente quanto ao seu atual calendário, por se tornar insano quando começamos uma temporada sem que os atletas estejam preparados para tal.

Em toda a história desse esporte no Brasil, sempre existiu uma pré-temporada para que os profissionais tivessem uma boa preparação, com o objetivo de enfrentar um calendário anual entre 60 e 65 jogos, e com o curto espaço de tempo logicamente não haverá tal coisa.

O início açodado das competições motivou o que vem acontecendo com relação as lesões. Não entendemos como os nossos cartolas ainda não atentaram para os prejuízos que estão trazendo para os seus clubes, quando se submetem a um calendário ridículo sem que os seus atletas estejam preparados.

Uma sucessão de jogos, viagens cansativas, e a falta de preparo adequado para enfrentar esses problemas. Por conta disso o Campeonato mais importante do país fica abandonado quando times alternativos estão nos gramados.

Qualquer leigo no assunto sabe muito bem que esse número de jogos com pouco intervalo leva a muitas lesões e dificulta o tempo de suas recuperações.

Os cartolas não tem a coragem de dar um basta, inclusive com relação aos estaduais que são os maiores vilões desse problema, e que não deixam nenhuma saudade quando encerram.

No final, atletas lesionados, prejuízos para todos os clubes que irão arcar com salários e tratamento, sem o beneficio de vê-los atuar.

São coisas de nosso futebol.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM GALOPE ALVIVERDE NA SÉRIE A

* A 5ª rodada da Série A deixou a impressão que o Palmeiras está na primeira turma, correndo contra times que estão na segunda, terceira e quarta turmas.

Apesar de sua performance brilhante ainda não tínhamos assistido um jogo desse clube no alto nível, sem retranca e bolas aéreas, e o contra Santos nos mostrou um excelente futebol, que deixou o time santista atabalhoado.

Ontem ouvimos uma pergunta: Quem vai parar o Palmeiras? Obvio que é cedo, mas pelo que estamos acompanhando esse irá continuar galopando de forma tranquila até a chegada ao disco final.

Completou 28 jogos sem derrota no Brasileiro, e com uma largada bem superior a dos seus últimos dois títulos. No atual campeonato somou 13 pontos, quatro vitórias e um empate. Marcou 12 gols e sofreu apenas 1.

Para que se tenha uma ideia, o time do Parque Antarctica tem 11 pontos de diferença para o Grêmio que era considerado como um dos favoritos.

Os números da 5ª rodada continuaram mostrando a força total dos mandantes com 6 vitórias (60%), 2 empates (20%) e 2 vitórias dos visitantes (20%).

O público total foi de 192.929, com uma média de 19.293 pagantes por jogo. O maior foi da partida entre São Paulo e Bahia, com 44.640 torcedores, e o pior foi o da Chapecoense e Fortaleza (6.745).

Foram marcados 26 gols, com uma média de 2,60 por jogo.

Nas 50 partidas realizadas, os times mandantes somaram 29 vitórias (58%), os visitantes tiveram 11 conquistas (22%) e 10 empates (20%).

O público total da competição é de 984.976 pagantes, com uma média de 19.640 por jogo.

Na realidade o Brasileiro pode ser chamado de Abarrancados Futebol Clube.

NOTA 2- MESSI MAIS UMA VEZ CHEGA A MARCA DOS 50 GOLS POR TEMPORADA

* Apesar de não ter conquistado a Liga dos Campeões que era a sua maior meta, Lionel Messi termina a temporada com o título espanhol e na final da Copa do Rei.

Foi um 2018/2019 em alto nível, com 50 gols ao marcar duas vezes contra o Eibar.

O Barcelona é um time dependente do seu melhor jogador, e isso foi visto no segundo jogo contra o Liverpool quando tinha uma boa vantagem, sofreu uma virada por conta do argentino não ter repetido a performance da partida anterior.

O número de gols na temporada comprova a boa fase. Foram 50, em 49 jogos, Lionel Messi terminou o Espanhol como artilheiro com 36 gols, e dificilmente perderá a artilharia na Liga dos Campeões, com 12 gols. Os outros dois foram marcados na Copa do Rei, competição em que muitas vezes foi poupado.

A Chuteira de Ouro da Europa deverá ser de Messi, a não ser que Mbappé marque cinco gols no jogo que falta com o PSG no campeonato francês. O recorde é de 73.

Em toda a história não é possível ver algo igual, e o único atleta com números semelhantes em jogos oficiais é Cristiano Ronaldo, que por seis vezes atingiu esse patamar.

* Números do site O GOL.

NOTA 3- MAIS UMA DANÇA DAS CADEIRAS

* O futebol mais esculhambado do mundo é o do Brasil em todas as suas divisões, e que faz escola nas demissões de treinadores.

Aliás sempre afirmamos que os técnicos são iguais aos mordomos do livros policiais ingleses que são sempre culpados pelos crimes.

Os que os contratam passam ilesos.

Claudo Tencati técnico do Vitória estava dançando um Axê quando a música parou e ficou sem a sua cadeira. Não resistiu a mais uma derrota do rubro-negro contra o São Bento no último sábado pela quarta rodada da Série B. Foi o segundo treinador do clube na temporada.

Ele chegou ao Vitória em março para substituir Marcelo Chamusca, demitido após eliminação precoce na Copa do Brasil e Campeonato Baiano.

O seu desempenho contudo, não foi satisfatório: foram sete jogos no comando da equipe, somando quatro derrotas, dois empates e uma vitória: aproveitamento de 23,8%.

Vamos e venhamos, como pode se culpar o técnico que tem em suas mãos um elenco fraco, sem expressão, que não tem a mínima chance de conseguir algo de positivo. É o pior da história do Vitória, e Paulo Carneiro pode contratar Pep Guardiola que não vai adiantar.

Técnico não é milagroso para fazer um time como esse chegar a algum lugar.

Daqui até o final dessa temporada outras cabeças irão rolar, menos as dos cartolas que são os responsáveis pelas debacles dos clubes.

NOTA 4- NA LUTA PARA LARGAR COCAINA, REGIS FEZ UM GOL CONTRA O VITÓRIA PELA SÉRIE B

* Uma bela lição do São Bento de Sorocaba, através do presidente Marcio Rogério Dias ao apoiar o trabalho de recuperação do vicio da cocaína do lateral Roger, que é um excelente atleta e que estava jogando fora uma carreira brilhante por conta das drogas.

Depois de ter sido preso por três vezes o clube onde começou a sua carreira resolveu ajuda-lo estendendo-lhe as mãos, bancando os custos numa entidade de reabilitação em Sorocaba.

Estávamos assistindo o jogo entre o São Bento e Vitoria quando esse marcou um gol que garantiu a vitória do time na Série B.

Segundo o Estadão, o Circo está muito preocupado com o aumento do número dos casos de doping  com cocaína no futebol em 2019. Só até abril foram quatro casos, o que significa o dobro do que foi registrado em 2018.

Régis usou cocaína por três anos e consumiu álcool de maneira abusiva por oito. Aos 29 anos, esse atleta acabou sendo dispensado do São Paulo por faltas a treinos e por alternar bons jogos e atuações sofríveis. Seu casamento acabou.

Por conta disso, para evitar que a sua carreira e sua vida fossem para a lata de lixo, como o próprio jogador afirmou, ele foi morar na Casa Supera, local de reabilitação que fica na própria cidade de Sorocaba que adota uma nova tecnologia. O dependente mora ali, não toma medicamentos e segue vida normal.

Régis dorme na casa espaçosa, mas pode sair para treinar. Sempre acompanhado por um funcionário do clube ele vai, treina e volta. O mesmo se dá durante os jogos. Completou dois meses sem o vicio, atuou em quatro jogos, e no último foi autor de um gol.

Uma mão amiga é importante em casos como esse.

NOTA 5- DUAS PELADAS NOTURNAS

* Os times da Série B Nacional no máximo jogariam na 3ª Divisão da Inglaterra. Esses formam a radiografia de um futebol que faliu nos seus mais diversos setores.

Na noite de ontem o CRB recebeu a visita do Coritiba e o derrotou por 1x0, em uma pelada noturna cara por conta da iluminação. Dois times fracos, mas o alagoano um pouco melhor e o resultado foi justo.

O Coxa é uma sombra do que foi em outros tempos.

Um grupo desorganizado, sem uma única jogada e esperando por um gol de Rodrigão que maltrata a bola.

O futebol do Brasil lançou um SOS pedindo socorro, mas ninguém chegou para ajuda-lo, e aos poucos vai sumindo de forma lenta e gradual, sendo engolido por um tsunami.

O Coritiba, foi Campeão Brasileiro e hoje é um espectro vagando pelos gramados. É lamentável.

Como a tabela está imprensada, o CRB com esses três pontos pulou para o sexto lugar.

No Castelão com um gramado castigado por conta da overdose de jogos e das chuvas que caíram em Fortaleza, o time do Ferroviário que poderia jogar no Presidente Vargas escolheu uma grande arena para abrigar menos de 500 torcedores, enfrentou o Globo do Ceará Mirim, Rio Grande do Norte.

Outra pelada sem nada a acrescentar.

O Ferrim venceu por 1x0 com um gol no final do jogo, quando o adversário tinha 10 jogadores, e voltou a liderança do grupo com 10 pontos em quatro rodadas.

Que futebol é esse?

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM SHOW DE HORRORES

* O Sport venceu o seu jogo contra o América-MG, mas tal fato não pode esconder a fraca atuação do time.

O que assistimos no Independência foi um show de horrores, onde a melhor coisa foi a arbitragem impecável de Edna Alves Batista que escapou do assassinato da bola.

Um futebol muito desorganizado, estilo bumba-meu-boi e uma avalanche de passes errados. Chutão para cá, chutão para lá, e nenhum jogada estudada acontecia de ambas as partes.

O Coelho saiu à frente, e cometeu um erro grave, o de recuar para sustentar o placar, e o Leão aproveitou e partiu para o tudo ou nada, e no período de cinco minutos finais virou o marcador graças as lambanças da zaga PP do adversário.

Todo castigo é muito pouco para os técnicos retranqueiros.

O Sport com os três pontos subiu na tabela, mas se não melhorar irá ter dificuldades de ficar entre os quatro melhores, numa competição que os menos ruins irão chegar.

A cabeça de Guto Ferreira iria ser degolada ontem, mas Paulão e Pedrão lhe salvaram.

O placar pelo nível do jogo deveria ser -0x-O, mas a covardia teria que ser punida e foi o que aconteceu.

Uma das piores partidas que assistimos, de fazer chorar, mas como diz a mídia juvenil, o que vale é o resultado.

NOTA 2- O SONOLENTO SÃO PAULO E BAHIA

* O horário das 11h é massacrante e prejudica as performances dos atletas. O time do São Paulo parecia que tinha tomado um remédio para sono, e que fez o seu efeito no Morumbi com 44 mil torcedores.

Não deu um chute ao gol do adversário no primeiro tempo. Por outro lado o Bahia que veio para se defender e pela única bola terminou sendo melhor do que o seu rival também tricolor. Foi mais perigoso e aproveitou os erros da defesa da equipe comandada por Cuca.

O segundo tempo foi pior, movido pelo sono, a retranca de Roger Machado e a expulsão de Toró do São Paulo, e a partida tornou-se uma pelada de nossos bairros.

Quem esteve mais perto de ganhar a partida foi o time baiano, com duas chances nas chuteiras de Fernandão.

No final, o encontro ou o desencontro do futebol serviu para mostrar a diferença da equipe do Morumbi para o Palmeiras que promete um galope na competição.

O OX0 foi justo.

Um jogo ruim, péssimo para o São Paulo que atuou em casa, e bom para o Bahia que tinha programado o empate. 

NOTA 3- O SER OU NÃO SER DO SANTA CRUZ

* A dança das cadeiras continua a todo vapor no futebol brasileiro. Ontem mais uma música parou e um técnico dançou. A bola da vez foi Leston Junior do Santa Cruz, que não resistiu a fraca campanha do time Coral e perdeu a sua cadeira.

O empate com o Sampaio Corrêa no sábado foi o pingo d'água que fez transbordar o copo da diretoria. Em 12 pontos disputados só conseguiu somar três.

Em quase sete meses no comando do time Coral, Leston disputou 29 jogos, com onze vitórias, dez empates e oito derrotas, aproveitamentos de 49,2%.

Vamos e venhamos a culpa será somente do técnico, ou de quem o contratou?

Antes dessa demissão, o Santa Cruz no período de 2011 para cá, teve no seu banco 16 profissionais, e o único que ficou uma temporada completa foi Zé Teodoro em 2011/2012, com 714 dias no comando do clube.

Obvio que a bomba não pode cair no colo de tantos profissionais, e a presidência do clube não ter a sua responsabilidade.

Uma frase de  Wiliam Shakespeare em uma das suas obras mais importantes, Hamlet, o príncipe da Dinamarca, ¨Ser ou não Ser¨, caberia muito bem na vida do Santa Cruz, ou seja qual a razão de que os técnicos são demitidos, e os cartolas continuam no poder. Esses também deveriam ser demitidos.

Só Hamlet poderia explicar. 

NOTA 4- A SELETA LISTA DE HEPTACAMPEÕES

* O Bayern de Munique ao superar o Eitracht Frankfurt por 5x1, conquistou o sétimo título consecutivo da Bundesliga, e entrou para a seleta lista de heptacampeões da Europa.

O primeiro a atingir essa marca foi o Lyon, que na Ligue 1 faturou o campeonato francês seguidamente entre as temporadas 2001/2001 e 2007/2008. Depois disso não ganhou nenhum titulo Nacional da França.

A sua marca só foi igualada na temporada passada, quando a Juventus completou sete conquistas seguidas na Itália à partir de 2011/2012, e nessa temporada confirmou o octa. 

Agora chegou a vez do Bayern de Munique.

A campanha do titulo teve 24 vitórias, seis empates e quatro derrotas, 88 gols a favor e 32 contra, aproveitamento de 76,5%.

Sobre o assunto de conquistas seguidas, o jornalista Luís André Rosas, do jornal Folha de São Paulo nos mostrou que hegemonias como as do Bayerm e Juventus são atreladas aos cofres cheios, e que clubes ricos dominam as Ligas Europeias, como na Itália, Inglaterra, Alemanha, França e Espanha.

Em Ligas menores os campeões somam títulos seguidos também  por conta da força do dinheiro.

Um exemplo é o da empresa de bebidas Red Bull que comprou o Áustria de Salzburg e criou o Red Bull Salzburg, que conquistou 13 títulos seguidos.

Investimentos altos, os clubes atuando nas competições maiores, fazem uma larga diferença para os demais.

No Brasil o sistema funciona de forma igual, e só os clubes mais ricos conquistam o título do Brasileiro.

NOTA 5- O DOMINGO DE SIDÃO E DO FUTEBOL CEARENSE

* O jogador que a Globo quase destrói foi o melhor jogador em campo no empate do Vasco com o Avaí pelo placar de 1x1. As defesas de Sidão, goleiro vascaíno, fizeram que a torcida gritasse o seu nome pelos milagres realizados.

Nada melhor do que um dia atrás do outro.

O jogo foi fraco tecnicamente, uma pelada varzeana, com o time catarinense bem melhor do que o carioca, que abriu o placar com um gol originado de um escanteio inexistente.

Os Deuses do futebol viram que o árbitro foi amigo para o Vasco, e colocaram uma bola na cabeça do atacante do Avaí que no último minuto empatou.

A equipe de São Januário é horrível.

Na Arena da Baixada o time do Athletico teve a sua primeira derrota em casa enfrentando o Corinthians por 2x0. O jogo não existiu, foi monstruoso, com o time paulista jogando pouco.

No Beira Rio o que era previsível aconteceu com a derrota de 2x0 do CSA jogando contra o Internacional. Embora estejamos no início da competição, o time alagoano só não será rebaixado por conta de um milagre.

Em Goiânia, o Goiás em um jogo bem equilibrado acabou com a invencibilidade do Botafogo pelo placar de 1x0, e somando mais três pontos para a luta pela permanência.

O domingo foi de Sidão e dos times cearenses.

O Fortaleza jogando em Chapecó teve um susto inicial com um gol da Chapecoense, o que levou Rogério Ceni a mexer na equipe ainda na primeira fase, ao tirar do jogo o atacante Junior Santos e colocando Romarinho. Poucos minutos após, o Leão empatou com um gol de Marcinho, que teve uma atuação de gala.

No segundo tempo, mais uma vez com Marcinho em um belo gol, desempatou e no final com uma passe do nome do jogo, Oswaldo aumentou para 3x1.

Enquanto isso no Castelão, o Ceará venceu o Grêmio por 2x1, e deixou o tricolor gaúcho na zona da Caetana. O primeiro tempo terminou em 2x1 para o alvinegro, placar esse que foi até o final da partida. Teve grande intensidade e soube aproveitar as falhas gremistas para fazer o placar.

Na segunda fase o Grêmio tomou conta do campo do adversário que soube resistir a pressão e somar três pontos em um jogo em que era franco atirador. 

Escrito por José Joaquim

A Sociologia nos explica que a sociedade precisa de ídolos, assim como esses precisam da sociedade. O ídolo é um outro que todos gostariam de ser. Ele representa o ideal para uma pessoa, e a sua imagem e os produtos que esse divulga atende aos interesses do mercado e da mídia.

O ídolo em qualquer segmento, desperta o interesse. No caso dos esportes, incrementa o público nos eventos, e ajuda a aumentar o índice de audiência das emissoras de televisão. Para conhece-lo, as revistas e jornais investem nesse, e as suas vendas sobem, assim como a audiência das rádios.

Hoje especificamente no futebol brasileiro, existe uma carência de tais personagens, desde que já não se encontra tantos craques em nossos clubes. É uma pobreza franciscana, e a partir disso muitas vezes se foca um atleta, cria-se um marketing pessoal e é instruído para dar uma frase de efeito ou um gesto de beijar o escudo do clube. As redes sociais ajudam, e nesse momento começa a tentativa de se criar um ídolo.

Um fato bem importante ocorrido nos esportes, foi a morte de Ayrton Senna, que deixou o mercado e a mídia em desespero, e tentaram criar um substituto, Rubem Barichello, que ficou com a obrigação de se tornar um novo ídolo desse esporte. Deu no  que deu.

Tentaram com Massa e os resultados não foram os esperados, e a Fórmula 1 agoniza no Brasil, com pouca audiência.

Neymar tornou-se a esperança do mercado, e assumiu o papel de único ídolo do futebol e que poderia atender as suas necessidades. Hoje o jogador está mais exposto nas prateleiras comerciais, no que no próprio campo de jogo. É mais celebridade do que atleta.

Nos tempos atuais existe uma banalização do ídolo, por se tornar individual, e cada um escolhe o seu.

No futebol do passado, conquistava o torcedor dentro do campo, hoje é pela identificação com a torcida, que o elege por suas frases, pelos seus gestuais, e pelo que a mídia publica.

Estão criando personagens com pedestal de barro, quebram, e esses caem e desaparecem.

Certa vez assistimos a um programa do falecido jornalista Alberto Dines, quando ouvimos de um dos participantes cujo nome nãos nos lembramos, que deu uma excelente definição sobre o assunto, ao dizer que a mídia precisa de ídolos para sobreviver e ao mesmo tempo os ídolos precisam da mídia para crescer nos seus respectivos esportes, ganhar dinheiro e satisfazer a sua sede de fama.

Concordamos em parte, mas a mídia tem a obrigação jornalística, ética e moral de dar mais um instrumento para o público avaliar os ídolos e não assumir a avaliação. O errado é quando se procura dourar a pílula, e apresentar um produto que na realidade é pura pirataria.

Tivemos grandes ídolos e esses se perpetuaram, e Pelé é o maior exemplo. A criação forçada visa apenas a atender a uma necessidade do mercado, e isso não está correto.

Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro teve um passado brilhante, um presente sofrível e sem uma perspectiva de um futuro promissor.

Nenhum segmento consegue evoluir se não contar com a presença de pessoas competentes e honestas.

O maior exemplo está na politica que foi entregue ao que de pior existia e deu no deu, uma corrupção bem administrada pelo crime organizado que estava no poder.

O maior avanço no futebol não foi a melhoria das gestões dos clubes, nem as suas finanças, menos ainda as instalações esportivas ou a formação de jogadores, e com isso o avanço da qualidade dos jogos realizados no país. A principal mudança foi a passagem do reinado dos clubes para os empresários.

Esse pequeno texto não é de um estudioso do setor e sim do cientista Emil Sader, que há anos atrás analisou a realidade do novo futebol nacional.

Na verdade a mercantilização tomou conta desse esporte de forma desproporcional, onde jogadores e treinadores só dão entrevistas com bonés dos patrocinadores ou, ainda deixam os seus clubes no meio dos campeonatos para atender propostas da China e do Leste Europeu, numa demonstração de que esses hoje nada representam.

Os jogadores se livraram da lei do passe, para se transformarem em mercadorias nas mãos dos empresários e de alguns cartolas. A liberdade adquirida foi passada para esses, que compram e vendem mercadorias, não seres humanos.

Os clubes vivem de empréstimos concedidos por esses personagens. Os números são escandalosos.

Na verdade, temos um pensamento a respeito dessa mercantilização, e que privou a democratização do futebol, quando tiraram dos clubes os direitos de serem públicos e administrados como tal. Esses hoje são fechados e com raras exceções sem a mínima transparência. Os rombos só aparecem quando os balanços anuais são publicados.

Os jogadores perderam o apego que tinham às camisas, pois vivem num constante vai-e-vem.

A necessidade latente para a democratização do futebol brasileiro passa também pela preservação de seus patrimônios, que são os direitos econômicos dos jogadores, usurpados por terceiros, sem cores nem amor às suas camisas, e sim ao lucro.

Quando as agremiações se abrirem mais, tornarem-se transparentes em todas as suas atividades, certamente outros rumos poderão ser tomados, principalmente com a participação de todos os segmentos que passarão a pressionar para a busca de uma melhor gestão e escolher positivamente os seus dirigentes.

Para que se possa cuidar dos destinos de um clube, tem que ser considerado como uma função pública e democrática, pois atinge a identidade, o estado de espirito produz a devida alegria e, muitas vezes, sofrimento em milhões de pessoas.

O resto é ¨sabedoria¨.

De uma coisa temos a certeza, de que se continuarmos com o modelo vigente, o futebol do país não tem futuro.