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Escrito por José Joaquim

Ao assistirmos na última quarta-feira o jogo pela Copa Sul-Americana envolvendo as equipes do Fluminense e LDU do Equador, vimos uma cena teatral que repete-se em todos os eventos realizados no Brasil, quando o atacante do tricolor, Henrique Dourado, sofreu uma falta e caiu batendo no chão como fosse uma vítima de um atropelamento.

Segundos após já estava na área do adversário cabeceando uma bola lançada na cobrança de um escanteio.

Um milagre. 

Hoje um torcedor paga por um ingresso caro para assistir 90 minutos de jogo, mas só consegue receber apenas 47, ou seja foi ludibriado e merecia ter o seu dinheiro devolvido. 

As novas táticas que foram criadas no futebol de nosso país, tem três personagens importantes para o sucesso: malabaristas, piscineiros  e os adeptos do mimimi. São os maiores responsáveis pelos números pífios de bola rolando nos gramados.

Os malabaristas são aqueles que fingem contusões graves, quando na verdade foram de pequeno porte. Esses já tem um modus operandi nas suas atuações: caem no gramado, rolam fantasiando uma grande dor, e a última novidade, socam o piso. Outros massageiam o local da pancada. São Grotescos. 

Uma encenação para ganhar tempo, e induzir o árbitro a uma punição ao adversário. O interessante é que retornam serelepes como se nada tivesse acontecido.

Quanto aos famosos piscineiros, o futebol está repleto desses, fingem que sofreram uma falta, tem um gestual próprio de cair, na espera da marcação do árbitro de um pênalti. Um dos maiores nadadores está no futebol de nosso estado, Diego Souza, atacante do Sport Recife. Aliás esse é duplo, posto que também é malabarista.

Enfim o mimimi, que é aquele segmento mais prejudicial ao jogo. É formado por atletas treinados especificamente para a contestação da arbitragem.

Protestam contra tudo, cercam os árbitros, e conseguem ganhar um bom tempo de jogo parado. Tudo isso acontece por conta da leniência da maioria dos apitadores, que permitem que tais fatos aconteçam durante a partida, fazendo que um espetáculo que seria do futebol, se torne uma representação circense.

Quem nos inspirou esse artigo foi o árbitro venezuelano Jose Ramon Árgoto, que apitou o jogo Botafogo e Grêmio pela Copa Libertadores, que não deu o menor cabimento a atuação desses personagens.

Quando um atleta desabava, esse percebia que estava diante de uma simulação deixava o jogo correr. Os piscineiros não tiveram sucesso, e os seus ouvidos ficaram tapados para os adeptos do mimimi.

Por conta disso foram mais de 67% de bola correndo, para a alegria dos torcedores.

Enquanto a nossa arbitragem for conivente com tais procedimentos, o futebol brasileiro continuará sendo o mais faltoso do mundo, posto que os árbitros apitam qualquer simulação como falta e permitem as reclamações dos jogadores como forma de pressão.

Precisamos de atuações como essa do venezuelano Árgoto, para que possamos a ter um futebol de verdade, e não uma peça teatral de um circo mambembe.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- SANTA VENCE, MAS NÃO CONVENCE

* Após oito rodadas sem vitória, o Santa Cruz goleou o Goiás por 3x0.

Um placar enganoso, embora a conquista tenha sido importante por tirar o time da zona da degola.

Na verdade o fraco time goiano dominou uma boa parte da partida, mesmo levando um gol com menos de dois minutos de bola correndo.

No segundo tempo ao tentar de todas as maneiras o gol de empate, abriu a sua defesa e aconteceu mais dois do tricolor.

Um jogo sem a menor qualidade, com muitos erros de passes, faltas em excesso, e um bonito gol do atacante Bruno Paulo.

O time do Santa Cruz pelo que apresentou no gramado, terá que melhorar muito a sua performance para sair dessa situação perigosa.

Quanto ao Goiás, esse se afunda cada vez mais.

Na verdade é péssimo.

Em Fortaleza um jogo bem diferente do realizado no Arruda, entre o Ceará e o líder América-MG.

O time cearense saiu na frente, e o mineiro conseguiu empatar no final do segundo tempo.

Para quem gosta de futebol foi uma partida boa de ser assistida, com os dois clubes buscando o gol, mesmo o alvinegro que não fechou a casinha por estar com a vantagem no marcador.

O placar de 1x1 foi justo pelo que os dois contendores apresentaram. 

 NOTA 2- UM JOGO IMPORTANTE PARA O NÁUTICO

* O Clube Náutico nos seus últimos jogos na Série B, conseguiu ter uma sensível melhora na sua performance, embora continue na 19ª colocação, na chamada zona da degola.

O alvirrubro terá  na tarde de hoje um confronto difícil, e que poderá ser um passo importante na sua luta contra o rebaixamento, atuando como visitante contra o Oeste, clube surpresa da competição, que em conjunto com o Internacional tem o menor número de derrotas (5), e que não perde há três rodadas.

O Náutico tem 20 pontos, 5 vitórias, 5 empates e 13 derrotas, com um aproveitamento de 29%, enquanto o rubro-negro de Itápolis, hoje jogando em Barueri, está na 8ª posição, 34 pontos, 8 vitórias, 10 empates e 5 derrotas, aproveitamento de 49%.

Nos últimos cinco jogos as campanhas dos dois times são parecidas, com uma pequena vantagem para a equipe paulista que somou 7 pontos (58,33%), e a pernambucana conquistou 6 (50%).

O mesmo equilíbrio se deu nos últimos dez jogos, com o alvirrubro somando 13 pontos (48,1%), e o Oeste com 15 (55,6%).

O grande problema para o time do Náutico está focado no seu atual aproveitamento como time visitante, com apenas 21,2%, enquanto o adversário é um excelente mandante com 66,67% dos pontos que foram disputados.

Obvio que por conta dos números a equipe do interior de São Paulo é favorita para uma vitória, mas para o clube da Rosa e Silva um bom resultado é fundamental para melhorar o seu caminho.

Um fato que se deve destacar que nesse jogo não teremos um árbitro amigo.

Uma tarde de sofrencia para os torcedores do Náutico.

NOTA 3- MUITO DINHEIRO PARA POUCO RETORNO

*As três maiores folhas salariais entre os vinte clubes que disputam o Brasileirão pertencem ao Palmeiras (R$ 11 milhões), Atlético-MG (R$ 10,2 milhões) e São Paulo (R$ 9,5 milhões).

Com tantos dispêndios e pouco a se comemorar, desde que apenas o time mineiro conquistou algo que na realidade não tem muito valor no contexto geral, o estadual, enquanto o alviverde e o tricolor estão no bloco daqueles dos sem conquistas.  

O São Paulo com a segunda folha mais alta, continua alocado na zona da degola.

O custo beneficio desses salários são negativos.

Dinheiro jogado fora.

No inverso dessa situação, dois clubes estão comemorando o retorno dos seus investimentos por conta de suas boas campanhas. Santos e Botafogo continuam na disputa da Libertadores, e bem classificados  no Brasileirão.

O Peixe gasta R$ 4,5 milhões com os salários do seu futebol, e o time da Estrela Solitária, é o 12º no ranking de folhas salariais com R$ 3,8 milhões, ou seja dinheiro mal aplicado é um vendaval.

O Flamengo que está disputando a Copa Sul-Americana e a final da Copa do Brasil, também tem um alto custo no total de R$ 9 milhões, mas ainda busca um título.

O ranking das despesas com salários mostra a insanidade que tomou conta dos clubes.

Haja dinheiro e pouco futebol.

1- Palmeiras- R$ 11,0 milhões,

2- Atlético-MG- R$ 10,2 milhões,

3- São Paulo- R$ 9,5 milhões,

4- Flamengo- R$ 9 milhões,

5- Corinthians- R$ 8,1 milhões,

6- Cruzeiro- R$ 7,2 milhões,

7-Grêmio- R$ 7,2 milhões,

8- Fluminense- R$ 4,9 milhões,

9- Santos- R$ 4.5 milhões,

10- Vitória- R$ 4,1 milhões,

11- Vasco- R$ 3,9 milhões,

12-Botafogo-R$ 3,5 milhões,

13- SPORT R$ 3,7 milhões,

14- Atlético-PR- R$ 3,5 milhões,

15- Coritiba- R$ 3,2 milhões,

16- Bahia- R$ 3 milhões,

17- Chapecoense- R$ 2,8 milhões,

18- Ponte Preta- R$ 2 milhões,

19- Avai- R$ 1,5 milhões e,

20- Atlético-GO- R$ 1,4 milhões.

O Avaí que tem a 19ª folha salarial está na frente do Bahia, Coritiba, Vitória e São Paulo, na classificação da tabela geral.

São coisas de um futebol sem planejamento com salários inflados, e resultados pífios.

NOTA 4- HAJA JOGO

* A temporada de 2017 do futebol brasileiro irá entrar no livro dos recordes, no tocante ao número de jogos de alguns clubes.

O Sport poderá ser recordista, caso continue na Copa Sul-Americana, com 84 partidas em 10 meses, o que representa 8,4 jogos por mês.

O Flamengo se conseguir chegar à fase final dessa Copa Continental, completará 83, (8,3 jogos por mês).

A seguir:

Chapecoense- 82 partidas, Grêmio, 79, Fluminense, 79, Corinthians, 74, Cruzeiro, 74, Santos, 72, Atlético-PR- 71, Atletico-MG-71, Ponte Preta- 70, Palmeiras, 66-, Bahia, 65, Vitória,64, Avaí, 63, São Paulo, 62, Botafogo, 62, Coritiba, 57, Vasco, 57, Atlético-GO, 58.

O ideal seria a participação no máximo de 60 partidas na temporada, com seis por mês.

O calendário do Circo contemplou uma overdose de competições, que provocaram o desgaste do futebol brasileiro, com muitos jogos sem a qualidade necessária.

São coisas do nosso Circo.

NOTA 5- ACREDITE SE QUISER

* O clube português Vitória de Guimarães abusou da globalização no seu jogo contra o Salzburg da Alemanha, pela Liga Europa.

Colocou em campo um time sem nenhum jogador europeu.

Dos onze titulares 4 eram brasileiros, 2 colombianos, 1 venezuelano, 1 marfinense, 1 ganês, 1 peruano e 1 uruguaio.

Uma seleção do mundo que excluiu a Europa.

No banco de reservas estavam 4 portugueses, 2 brasileiros e 1 cabo-verdense.

O resultado da partida foi 1x1.

Acredite se quiser, mas o fato realmente existiu.

São coisas do futebol de Portugal.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM CONFRONTO DIRETO CONTRA A DEGOLA

* Santa Cruz e Goiás são passageiros de um mesmo barco que está à deriva no mar do Brasileirão.

Dois times com campanhas fracas, mal posicionados na tabela de classificação, que terão na noite de hoje um confronto direto na luta contra a degola em continuidade a 24ª rodada da competição.

Quando essa encerrar no dia de amanhã ficarão faltando apenas 14 jogos para o final do campeonato, representando 42 pontos a serem disputados, que serão definidores para os que subirão para a Série A, e os que irão beber a água amarga da Série C.

O tricolor do Arruda é o 18º colocado na tabela geral da classificação, com 24 pontos, aproveitamento de 35%. O adversário goiano é o 16º, com 25 pontos (36%).

Nos últimos cinco jogos o Santa Cruz somou apenas 1 ponto, com 4 derrotas (8,33%), e o Goiás 2 pontos, com 3 derrotas (16,67%).

Nas dez últimas rodadas, a equipe tricolor apresentou um pífio aproveitamento de 18,52% (5 pontos), enquanto o verdão teve 29,63% (8 pontos).

Como mandante o time do Arruda tem um razoável aproveitamento de 45,4%, enquanto a equipe goiana como visitante tem 33,3%.

São números que mostram as trágicas performances  dessas equipes, que terão uma confronto direto para ou afundar um, ou consertar o leme para o outro.

Não temos probabilidades, desde que ambos estão deserdados pelo bom futebol.

Será uma noite de sofrencia para o torcedor tricolor.

Logo após o jogo dos desesperados, teremos um encontro importante na disputa do G4, quando o Ceará receberá o líder América-MG.

Vale a pena assisti-lo.

NOTA 2- NOTICIAS DO FUTEBOL BRASILEIRO

* As notícias que correm sobre o futebol brasileiro mostram de forma expressiva a cara desse esporte, que tinha tudo para ser grande, mas os seus gestores não desejam que isso possa acontecer.

Pela manhã ao lermos o que está publicado nas mídias brasileiras, ficamos com a convicção de que mesmo a vaca tossindo o esporte da chuteira não irá melhorar.

O buraco é mais profundo que imaginávamos.

NOTÍCIA 1- Receita autua o Corinthians por crime fiscal, apropriação indébita no valor de R$ 13 milhões.

NOTÍCIA 2- Justiça bloqueia o montante de R$ 18,2 milhões do Santos para a quitação de uma divida com a Doyen Sports.

NOTÍCIA 3- Mais de mil nomes do futebol estão sendo processados pelo governo por crimes tributários.

NOTÍCIA 4- MP-RJ quer Eurico Miranda afastado da presidência do Vasco- por acobertar a violência.

NOTICIA 5- Dirigente do Santa Cruz afirma que o problema maior do clube não está relacionado apenas aos meses de salários atrasados,  e sim os jogadores emprestados que recebem em dia dos seus clubes.

Vamos e convenhamos, qual o futuro de um esporte com fatos como esses sendo divulgados? 

Os clubes continuam gastando mais do que recebem, e no final as cobranças batem às suas portas.

Por outro lado encontramos um outro tipo de noticiário que faz parte da era da imbecilidade que o Brasil vive no atual momento.

São grotescas:

¨O imperador Adriano está solteiro¨, 

Ronaldinho com a fantasia de um personagem de ¨Star Wars¨.

Tudo isso está localizado nas páginas esportivas, que deveriam estar analisando o sistema suicida adotado por nossos clubes, que continuam fazendo dividas, mesmo após o Profut. 

Não tem solução.

NOTA 3- A CARAVANA DA MISÉRIA

* A Série D Nacional de 2017 que foi conquistada pelo Operário do Paraná,  está participando da Caravana da Miséria no item média de público.

Nesse temporada  foram realizados um total de 264 partidas, com um número de pagantes de 295.494, o que ensejou uma média de 1.159 torcedores por jogo.

Para que se tenha uma ideia real, e para efeito comparação, em um pouco mais de 10 jogos, Corinthians teve uma média e 461.833 pagantes por jogo, São Paulo (351.526) e Palmeiras (352.383).

Tais números são bem superiores a soma de todos os jogos dessa quarta divisão nacional.

Um detalhe preocupante está na queda do público que ocasionou o desfile da Caravana da Miséria no país.

A competição no seu primeiro ano (2009), teve uma média de 2.580 pagantes. Permaneceu estável em 2010 (2.730), em 2011 aconteceu o maior público com 3.280 pagantes, graças ao Santa Cruz que participou dessa divisão.

Em 2012 voltou para o patamar de 2.338 pagantes, e daí em diante começou a queda, com uma pequena recuperação em 2015 por conta do Remo do Pará.

2013- 1.832,

2014- 1.897,

2015- 2.682,

2016- 1.631 e

2017- 1.159.

Na verdade trata-se de uma média de jogos de bairros.

NOTA 4- O MP-RJ E EURICO MIRANDA

* O Ministério Público do Rio de Janeiro ingressou na Justiça com uma representação contra Eurico Miranda, solicitando que o cartola seja definitivamente afastado do comando do Vasco da Gama.

A alegação da promotoria é de que esse seria o principal responsável pela violência dos torcedores no pós jogo do seu clube contra o Flamengo.

Com um material rico em informações, fotos, detalhes que provam a sinergia de Miranda com a torcida Força Jovem que é sustentada em boa parte pelo clube, a solicitação está bem embasada.

De acordo com o Ministério Público do Rio, são vários os funcionários do clube que fazem parte dessa organizada, inclusive trabalhando como porteiros em dias de jogos, um deles pela foto anexada ao processo tomava conta da entrada reservada para essa torcida, que ingressava com o material para ser utilizado em atos de vandalismo. Justamente no dia da batalha campal. 

Na realidade fatos como esses não acontecem apenas no clube da Cruz de Malta, desde que existem muitas agremiações que acobertam esse tipo de torcedor, sendo que o Vasco e o São Paulo são os que dão a maior cobertura.

Pelo farto e esclarecedor material que foi anexado aos autos, o Juiz  poderia ter atendido a representação, mas preferiu dar dez dias de prazo para a defesa de Miranda que é um gato com sete vidas, e certamente irá conseguir escapar de outra denúncia, que deseja tirar-lhe do comando do time vascaíno.

A oposição está festejando e irá aguardar os dez dias dado pela Justiça, para que o cartola faça a sua defesa.

A iniciativa foi boa e deveria ser estendida para todos os dirigentes que vivem atrelados aos torcedores organizados.

No Sport sempre fomos críticos do ex-presidente João Martorelli, que na verdade não fez uma boa gestão, mas devemos sempre ressaltar que foi o único com coragem para barrar de vez a Torcida Jovem da vida do clube.

Isso não pode ser esquecido.

NOTA 5- O SANTOS É O PATINHO FEIO DA GLOBO

* O torcedor santista que mora em São Paulo, e são milhares, não teve a alegria de assistir o seu time jogar contra o Guayaquil de Barcelona pela Copa Libertadores, através da TV aberta, já que a Globo optou por abrir o canal para a partida do Corinthians contra a equipe do Racing, numa competição de menor expressão.

De acordo com o jornalista Jorge Nicola da ESPN Brasil, essa foi a nona transmissão da emissora com jogos do alvinegro.

Os santistas moradores da cidade de Santos puderam assistir pela TV Tribuna que é afiliada da platinada.

O Santos é o Patinho Feio para a Globo, desde que em 23 rodadas do atual Brasileirão só teve duas partidas transmitidas pela TV aberta, e isso só aconteceu por conta dos seus adversários, Palmeiras e Corinthians.

Os números que separam o Peixe dos três clubes da capital são de fazer vergonha.

Enquanto o Corinthians atuou em 9 jogos transmitidos em canal aberto, o Palmeiras foi beneficiado com 8, São Paulo, 9 e o Santos com apenas 2.

São coisas do monopólio dos direitos de transmissão.

Escrito por José Joaquim

* Por JOSE CRUZ 

Depois de faturarem muitos milhões com os megaeventos esportivos, a Globo e dezenas de jornais chegam tarde, desgraçadamente tarde, à verdadeira cobertura dos Jogos de 2016. Foram todos omissos por interesses financeiros de ocasião.

A ESPN salvou-se por algum tempo, enquanto Jose Trajano, Roberto Salim, Marcelo Gomes, Juca Kfoury, Lucio de Castro, principalmente alertavam para a farsa olímpica.

Pouco antes da Copa de 2014, jornalista que não se alinhava ao COB, dançava. Trajano dançou.

As denúncias- agora comprovadamente reais- e críticas que ele fazia não interessava a emissora. Eu também perdi valioso espaço no UOL Esporte, onde publicava sobre a farra com o dinheiro público por conta dos Jogos da farsa.

Mas, para muitos jornalistas era mais cômodo e emocionante carregar a tocha e se ajoelhar diante do poder olímpico do que se alinhar à indignação de estarmos financiando um esporte amparado por amplo cinismo e farta corrupção.

Os trambiques olímpicos são conhecidos desde 1992, quando os jornalistas ingleses Andrew Jennings e Vyv Simson lançaram 'Os Senhores dos Anéis', pioneiro livro sobre os bastidores dos Jogos e as práticas corruptas dos cartolas.

Eles contavam que o esporte fora violentado pela cobiça, drogas, hipocrisia, desvio de verbas públicas e enriquecimento ilícitos, tudo muito bem abençoado e recompensado pelos poderes da República, os políticos, principalmente, como se viu por aqui, recentemente.

E nessa realidade revelada há um quarto de século que tem Nuzman, enfim investigado. Mas as investigações não podem se limitar à compra de votos. Um dos maiores escândalos dos Jogos do Rio 2016 é a construção do campo de golfe em área de proteção ambiental e em terreno em disputa judicial.

Essa decisão envolve decisão do ex-prefeito Eduardo Paes. Naquele campo de grama baixa e bem cuidada a bola rolou à vontade. Bola de golfe, bem entendido.

Com o tempo, o esporte tornou-se negócios e braço da corrupção. Apelo não falta: o alto rendimento provoca emoções que ajudam a esconder a prática dos malandros e o roubo dos espertos.

Os anéis olímpicos estão podres. E num Brasil falido, qual foi a vantagem receber a farsa olímpica?

* NOTA DO BLOG

José Cruz é um jornalista corajoso, que sempre esteve à frente da luta contra a corrupção nos esportes, no desperdício do dinheiro público, e por conta disso está alijado dos veículos de comunicação, que por interesses escondem as verdades da podridão dos esporte brasileiros.

Escrito por José Joaquim

O Brasil vive a era das incertezas em todos os seus segmentos.

Uma politica apodrecida, uma economia frágil, bêbada no arame, um presidente investigado, os seus lideres sob suspeição de corrupção, uma educação caótica inferior a de alguns países subdesenvolvidos, e a violência tomando conta do pedaço pela fragilidade do poder.

Os esportes e em particular o futebol não poderia deixar de receber essas nefastas influencias desde que faz parte do contexto, e o que observamos no seu cotidiano, é um retorno do que acontece de modo global no país.

Com relação ao nosso estado, assistir os jogos dos clubes locais nas competições nacionais representa hoje uma sessão de tortura em um pau de arara. Os três que eram chamados de grandes, perderam essa condição.

É incrível observarmos, como uma decadência tão acentuada não seja analisada pelos envolvidos na busca de um novo caminho.

O apequenamento do futebol local só não é visto pelos dirigentes dos clubes, e por boa parte de nossas mídias, que ainda não conseguiram detectar que o modelo atual esgotou-se e necessita urgentemente de um processo renovador e salutar.

Quando presenciamos o Sport, o único representante no Brasileirão, contemplado com boas receitas, rolando a ladeira em alta velocidade, não conseguimos entender como esse conseguiu penetrar numa rota perigosa com tanta passividade.

O modelo de gestão que foi adotado pelo rubro-negro pernambucano mais uma vez falhou, ao não planejar a temporada, continuando com o que aconteceu na anterior, que foi um fracasso. 

Santa Cruz e Náutico são os exemplos dessa decadência aprofundada.

Participando de uma Série B Nacional, não conseguiram pelo menos impor as suas tradições contra equipes de menor porte, sem a devida projeção no futebol do país. Estão unidos na zona do rebaixamento esperando o carrasco da degola

A maioria dos cubes é sazonal, e brinca de disputar um campeonato estadual e depois segue para o processo de hibernação.

Há algum tempo que chamamos a atenção para a grande necessidade de mudarmos os parâmetros que são adotados, sobretudo na ênfase do processo de formação, com um maior investimento no setor, que representa o futuro do futebol, posto que é impossível lutar contra os milhões que são gastos pelos chamado grandes clubes.

A falta de um planejamento é tão visível, que o tricolor do Arruda e o alvirrubro da Rosa e Silva ainda estão contratando jogadores para uma competição que está na sua reta final.

Não adianta a disputa de uma competição estadual do nada para o nada, e a conquista do titulo, que seis meses depois pela dinâmica do futebol já está esquecido.

Os clubes são imediatistas, não trabalham com o longo prazo, só conhecem o curto, e para o futebol essa escolha é negativa, pois os frutos só serão colhidos após o período entre o plantio e sua colheita.

Não se pode fazer qualquer modalidade esportiva de forma aleatória, e sim bem pensada, dentro de um contexto que possa aprofundar as suas raízes e garantir uma boa permanência no futuro.

Vivemos uma era das incertezas, onde os ilusionistas e os iludidos continuam levando para o fundo do poço um esporte que sempre foi importante para o estado, que trouxe alegrias para os consumidores. 

O momento atual exige um amplo debate sobre o tema na busca de fórmulas novas e racionais para tentar curar a doença que afetou os seus setores, mas os dirigentes escolheram o isolamento, nadando contra a maré, na certeza de que ou cedo ou mais tarde irão morrer afogados.

Ou mudam o sistema ou morrem.