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Escrito por José Joaquim

Quando observamos os clubes e os diversos locais que irão abriga-los durante o campeonato da Segunda Divisão estadual, ficamos na certeza de que não existe mais solução para o nosso futebol.

Embora o estado de Pernambuco tenha uma excelente Arena que foi construída para a Copa do Mundo, que é pouco utilizado por conta da localização, o seu futebol continua penalizado pela ausência de bons palcos de jogos.

O Arruda há um longo tempo vem necessitando de melhoras na sua estrutura. Está quase obsoleto por não ter a boa qualidade necessária para atender os torcedores.

A Ilha do Retiro continua com os mesmos problemas de sempre. A falta de acesso, estacionamento precário, vestiários sem o devido conforto, em especial para os visitantes e árbitragem, um sistema de túneis que não mais existe no mundo, e com o agravante de ficarem inundados durante boa parte do ano.

Os últimos dirigentes do rubro-negro passaram um bom tempo com a ¨história¨ da construção de um novo, trazendo como investidor um sócio que ficou famoso na Operação Lava-Jato, quando poderiam ter elaborado um projeto para a sua modernização, mas isso certamente não atenderia alguns interesses.

Em Caruaru, o Luiz Lacerda está abandonado, necessitando também de reformas para torna-lo mais acessível.

Trata-se de um fato real bem visível, e que produziu uma estagnação no desenvolvimento futebolístico local. A maioria desses estádios, não oferece condições mínimas para a realização de eventos.

Os campos do interior pararam no tempo e no espaço, e por isso afugentaram a demanda, desde que não oferecem conforto para atende-la. São locais de uma pobreza franciscana, muito acanhados, superados totalmente fora de uma realidade de um futebol moderno, e que hoje tolhem as possibilidades de um crescimento do esporte local.

Tais ¨estádios¨ são contemplados com poucos assentos, e isso afeta a capacidade de absorção dos torcedores, com as suas acomodações precárias, alguns com arquibancadas provisórias, iluminação de boate, gramados de várzea, formando um somatório de tudo que não pode ou deve acontecer no segmento.

Obvio que não estamos aqui pregando por novas arenas, porque não existe espaço para tal, mas pelo menos que sejam feitas reformas e ampliações que possam trazer o conforto para os torcedores que gostam de futebol e não exigem muito para assisti-lo, ou seja que tenham apenas dignidade para recebe-los.

Sem bons estádios não existe o bom futebol, sendo sem duvida um dos fatores que matou esse esporte em nosso estado, desde que o consumidor procura outras alternativas que os recebem bem, pois não são masoquistas de plantão.

Sempre citamos o exemplo da Inglaterra, quando o seu governo implantou o Report Taylor, com a reforma do futebol para combater a violência nos estádios, e um dos pontos fundamentais foi no tocante às recuperações nos estádios, sendo aberta uma linha de crédito a todos os clubes para que pudessem realizar os investimentos.

Em nosso caso, a maioria é municipal, e os recursos seriam entregues às Prefeituras que estão quebradas, mas sempre tem alguns milhares de reais para a contratação de um cantor famoso para dar o Circo aos seus eleitores.

O consumidor merece respeito, e com o que temos nos equipamentos esportivos locais, é sem duvida uma agressão.

Lamentável.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- SO FALTA O CIRCO 

* Marco Polo Del Nero é um cartola de muita sorte por ainda não ser investigado no Brasil, desde que o seu  processo encontra-se no STF por conta de um dos denunciados ter o maldito foro especial, e assim arrastou consigo os demais.

Seria mais simples e rápido se tivessem separado o cartola deputado, dos outros, ficando esse na Corte maior, e o restante nas mãos de Marcelo Bretas, Juiz da Primeira Instância, o mesmo que mandou intimar o presidente do COB, Carlos Arhur Nuzman na manhã de ontem, com o fim de prestar um depoimento sobre as investigações da compra de votos para a aprovação do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas.  

Na mesma operação foi decretada a prisão de Arthur Cesar Menezes Soares Filho, o famoso ¨Rei Arthur¨, ligado ao ex-governador Sergio Cabral na roubalheira do Rio de Janeiro.

Essa foi batizada de ¨Unfairplay¨ (Jogo Sujo) e foi determinado pela Justiça Federal, pela primeira vez em cooperação internacional com as autoridades da França e de Antiqua e Barbuda.

Nuzman viajou por 15 vezes para os Estados Unidos e outros países, em tais companhias, para as tratativas dos jogos.  

Essas participação internacional foi produtiva, e se fez sentir com a presença dos investigadores franceses, além do envio de importantes documentos, inclusive um que comprova um pagamento feito ao filho de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, feito pelo Rei Arthur.

Trata-se de um fato relevante, e que mostra que aos poucos a luta contra a corrupção está chegando aos esportes, e assim ficamos na esperança de que cedo ou tarde essa irá bater na Barra da Tijuca.

É só ter paciência e aguardar, que um dia a casa irá cair.

NOTA 2- CARTA BRANCA

* O Sport Recife tem um novo dirigente à partir da última segunda-feira, por conta de uma carta muito branca dada a Luxemburgo pelo até então presidente Arnaldo Barros.

Um poder como esse a um técnico, mostra o nível de comando ao que o clube chegou.

Nunca na história da agremiação da Ilha do Retiro, com seus 112 anos, aconteceu algo tão absurdo, o da entrega do comando a um funcionário, que poderá casar e batizar.

Nem o presidente que foi eleito tem tal poder para dirigi-la, posto que existem outros, que na verdade são fictícios, mas que constam do seu estatuto.

Vivenciamos o Sport há mais de 50 anos.

Só de sócio patrimonial são 51 anos, mais quatro como atleta, muitos anos como dirigente, e nunca assistimos uma terceirização como essa que está acontecendo no clube.

Todos os seus segmentos estão entregues à terceiros, e só faltava o futebol que foi entregue a Luxemburgo.

Infelizmente os rubro-negros calam-se perante uma atitude como essa, que mostra de forma bem clara que o Sport foi deixado de lado por aqueles que sempre estiveram juntos na sua defesa.

Uma atitude que irá entrar pela porta dos fundos na história do Leão.

NOTA 3- NOITE DE SOFRÊNCIA

* Hoje é dia de sofrência para a torcida do Náutico, fato esse que acontece com os torcedores de outros clubes quando esses jogam.

Há um bom tempo que não comemoram suas vitórias. O alvirrubro de presidente novo, irá enfrentar o Brasil de Pelotas, sonhando com a fuga da zona da degola, que não depende apenas de seus jogos, mas necessita também das derrotas dos rivais que estão tentando dar um drible no carrasco da foice.

A equipe gaúcha teve uma boa recuperação, e deu uma fuga da zona perigosa, estando na 12ª colocação na tabela de classificação, com 30 pontos ganhos e 45% de aproveitamento.

Enquanto isso o alvirrubro é o morador mais antigo do Z4. Deixou a lanterna de Diogenes para o ABC, e pulou para a 19ª posição, com 17 pontos (26%).

Nas últimas cinco rodadas, o Brasil somou 10 pontos, entre os 15 disputados (66,0%), enquanto o Náutico somou 9 (60%), ou seja performances bem parelhas.

Como mandante o time da Rosa e Silva tem 33% de aproveitamento, e o de Pelotas como visitante também tem os mesmos números.

Pela melhora dos dois times, teremos um jogo muito equilibrado e de muita sofrência.  

NOTA 4- O SÓCIO CAMBISTA

* Quando afirmamos que o Brasil é o único país do mundo em que o rabo balança o cachorro, é sem duvida a afirmação de uma realidade.

A pilantragem já foi institucionalizada, e descobrimos mais uma com a implantação do sócio cambista.

Torcedores oferecem nas páginas da internet e em bilheterias de troca de entradas, seus cartões de acesso ao estádio pelo valor do ingresso, com ágio de 300%.

Isso também vem acontecendo com relação ao primeiro jogo da final da Copa do Brasil, entre Flamengo x Cruzeiro, cuja carga foi toda vendida de forma antecipada.

O interessado pega o cartão emprestado, entra sem ter documento de identidade exigido pelo clube, que não fiscaliza direito, e o devolve no final do jogo.

Tal fato foi comprovado por um jornalista do Extra-RJ, que recebeu uma oferta de venda pelo preço de R$ 500.

Segundo o profissional da comunicação, nas bilheterias tal fato corre solto, com oferecimentos feitos de forma escancarada.

Esse é o nosso Brasil, que vem perdendo o que restava da dignidade.

NOTA 5- UM DRIBLE NO FAIR-PLAY DA UEFA

* Só quem acredita que Papai Noel existe poderia cair no conto do ¨empréstimo¨ do jovem jogador Mpappe do Monaco, para o Paris Saint Germain.

Como um clube que não aceitou a negociação com pagamento em dinheiro pelo mesmo jogador proposta pelo Barcelona, iria empresta-lo com uma clausula contratual de que após um ano o valor de R$ 180 milhões seria pago na aquisição dos seus direitos econômicos?

Obvio que foi uma manobra, um drible no Fair Play da Uefa, que está investigando-a mas sem uma prova cabal irá terminar em pizza.

Uma pergunta deveria ser feita aos dois clubes: Se o jogador de R$ 180 milhões de euros tiver uma lesão que poderá afasta-lo dos gramados, o que aconteceria?

Esse empréstimo foi sem duvida uma derrota para a ética que tinha sido implantada no futebol europeu.

NOTA 6- AS CHANCES DE REBAIXAMENTO NA SÉRIE B

* Pela primeira vez o site Infobola apresenta o quadro de chances de rebaixamento da Série B. O ABC lidera com 95%.

A seguir:

Náutico (88%),

Santa Cruz (61%),

Figueirense (51%),

Goiás (36%),

Luverdense (19%),

Paysandu (20%),

Londrina (7%) e,

Brasil de Pelotas (4%).

NOTA 7- O MELHOR FOI A CADELA 

* Normalmente não assistimos ao vivo os jogos da seleção do Circo, desde que é necessário ter muito estômago e paciência para aguentar Galvão Bueno ou Luiz Carlos Junior.

Nos vídeos sempre desligamos o som, e interpretamos o que estamos observando.

É bem melhor.

O narrador do Sport TV passou o tempo todo falando de um jogador que não atuou, no caso Neymar, que esteve no campo apenas para cumprir a tabela, como o fez no jogo anterior.

Era Neymar de um lado, Neymar do outro e até no final, Neymar fazendo selfies com os gandulas. Haja Neymar.

Muricy Ramalho foi um bom técnico, mas como comentarista é um bom físico nuclear.

Como não temos nem cão, nem gato e os direitos de transmissão tem um único dono, não podemos fazer uma substituição de canal.

O jogo foi morno, sem graça, o placar reflete bem, e o melhor desse foi a charmosa cadela que invadiu o gramado para protestar contra o que estava acontecendo.

Foi aplaudida. 

Tite perdeu os seus 100%, mas já classificou a sua seleção, o que aliás sempre aconteceu com outros treinadores, e irá para mais uma Copa com uma certeza de que no meio do caminho estará de volta, desde que basta assistir as eliminatórias da Europa para entender a realidade.

Uma coisa me deixa abismado, ou seja, como o Barcelona contratou por tantos milhões, um jogador mediano como Paulinho?

Só Freud poderia explicar.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A DERROTA DO SALGUEIRO

* O Salgueiro tinha chances de chegar ao grupo de classificação para a segunda fase da Série C Nacional, por conta das derrotas do Remo e Fortaleza, mas não soube aproveitar, e foi derrotado ontem à noite pelo CSA com o placar de 2x0, sendo dominado, e escapando de um resultado mais dilatado.

O time do Sertão Central de Pernambuco entra na última rodada com pequenas chances de conseguir esse objetivo, e com chances de ser rebaixado.

O futebol de pernambucano é deprimente em todas as divisões.

Pela Serie B, tivemos a abertura da 23ª rodada com a partida entre Guarani e Vila Nova que terminou empatada em 0x0, garantindo ao time goiano a sua continuidade no G4, que já está consolidada.

NOTA 2- NO BRASILEIRÃO NOVE CLUBES LUTAM CONTRA O REBAIXAMENTO

* Nove clubes entre os vinte disputantes do Brasileirão tem chances de rebaixamento.

Sem dúvida um número elevado, que representa 45% do total.

Os que hoje vivem situações mais graves são: Atlético-GO- (97%), Avaí (78%), São Paulo (35%), Vitória (34%).

A seguir: Coritiba (32%), Chapecoense (31%) e Vasco (29%).

Os mais afastados são o Bahia (20%) e SPORT (13%).

Com relação ao rubro-negro pernambucano só um tsunami o levaria para tal setor, embora esse necessite de cuidados desde que a sua performance nos últimos jogos é de quem está marchando para a degola.

O Leão tem 29 pontos conquistados, necessitando de mais 15 entre os 48 a serem disputados, ou seja, cinco vitórias, que na normalidade poderão acontecer.

Como diz um antigo ditado brasileiro, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

NOTA 3- O FUTEBOL DO INTERIOR ESTÁ FALIDO

* Lemos um artigo de autoria de Carlos Corrêa que foi publicado no blog do jornalista Hiltor Mombach, do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, sobre a falência do futebol do interior do Rio Grande do Sul, cuja imagem é igual a do restante do Brasil.

Sem duvida uma colaboração muito consistente às nossas postagens sobre o tema.

Corrêa citou como exemplo, o jogo que foi realizado no domingo 27 de agosto, entre os times do Nova Prata e Internacional, pela Copa Paulo Sant'Ana em Veranópolis.

Apesar do bom horário para uma cidade do interior, 11h, havia mais gente no gramado do que nas arquibancadas do estádio, visto que apenas 17 ingressos foram vendidos.

Dos 14 borderôs que foram divulgados no site da Federação Gaúcha até o momento, em apenas quatro jogos o público foi superior a 100 pagantes.

O presidente dessa entidade deu uma declaração que traduz essa realidade: ¨O país todo está em crise. O país quebrado, o Estado quebrado, com salário parcelado.

Tu sai para ir a um jogo e pode ser assaltado. Chega ao estádio e não pode tomar uma cervejinha.

Por outro lado, se fica em casa, há uma série de jogos passando na televisão¨, observou o cartola.

A sua entidade não recebe um centavo das partidas desse torneio, e tem um custo de R$ 1,6 mil para cada uma, por conta da arbitragem.

São coisas do futebol brasileiro, cujo interior que era o grande celeiro desse esporte, foi literalmente destruído.

NOTA 4- CONTESTANDO RENATO PORTALUPPI

* Ouvimos com muita atenção a entrevista coletiva do treinador do Grêmio, Renato Portaluppi, logo após o jogo contra o Sport, em que esse ao responder uma pergunta sobre a escalação do time reserva em alguns jogos do Brasileirão se tinha prejudicado o clube na luta pelo título, esse respondeu que faria tudo de novo e que não houve prejuízo.

No momento o repórter que fez a pergunta pertinente não tinha os números estatísticos nas mãos para contesta-lo, e engoliu calado a resposta do profissional gremista.

Na realidade, pelos números apresentados pela equipe principal, essa escolha de Renato tirou o seu time da liderança da competição.

A equipe reserva jogou por quatro vezes e somou apenas 1 ponto, com três derrotas como visitante, Sport, Palmeiras e Botafogo, e um empate em casa contra o Atlético-PR.

Enquanto isso em 18 jogos coma a presença do time principal, ou um misto com a maioria de titulares, o Grêmio teve 13 vitória, 3 empates e duas derrotas, um aproveitamento de 77%, maior do que o atual do líder Corinthians, que é de 75,8%.

Contra os números não existem argumentos, e Renato com seu modo arrogante de ser está escondendo a realidade.

NOTA 5- OS NÚMEROS DE VANDERLEI LUXEMBURGO

* A nossa mídia engole com muita facilidade as colocações que são feitas nas famosas, ridículas e improdutivas entrevistas coletivas.

O técnico Vanderlei Luxemburgo quando fala, o silêncio é total, e até para fazer uma pergunta pede-se licença.

O Aurélio treme na sua sepultura. 

Estivemos analisando os números desse treinador no comando do time do Sport no Brasileirão, e esses deixam muito a desejar.

Foram 19 jogos, com 7 vitórias, 7 derrotas e 5 empates, soma de 26 pontos, e um aproveitamento de 42,1%, que não é grande coisa.

O primeiro ciclo com 5 rodadas foi iniciado contra o Avaí (4ª). Dos 15 pontos que foram disputados conquistou apenas 5 (33,3%).

O segundo ciclo que começou com o jogo contra o Atlético-MG foi o melhor, quando somou 13 pontos, aproveitamento de 86%, à nível de título. Foram quatro vitórias e um empate.

O terceiro teve o seu  inicio na partida realizada contra o Botafogo, somando no total 7 pontos, um aproveitamento de 46%, quase a metade do anterior. Sinal de retrocesso.

Finalmente no quarto ciclo, com 4 jogos, começou com o Corinthians a queda livre do time rubro-negro, quando conquistou apenas 1 único ponto dos 12 que foram disputados, e um aproveitamento pífio de 6,6%.

No geral as estatísticas de Luxemburgo estão mais para baixo, do que para cima, e os nove últimos jogos mostram que esse perdeu o rumo.

NOTA 6- AVACALHAÇÃO TOTAL

* O Palmeiras para não perder na Justiça os direitos econômicos do atleta Felipe Melo que tinha sido afastado do time por ofensas ao treinador Cuca, concordou na sua reintegração ao elenco, após uma reunião com a presença do comandante do futebol alviverde.

Na entrevista coletiva o atleta mostrou que o ambiente irá continuar bem conturbado, e com a sua arrogância natural ao ser perguntado se iria pedir desculpas a Cuca, esse respondeu que não devia tal coisa a ninguém.

Só que o motivo de todo o problema entre o clube e o profissional está relacionado ao ataque agressivo contra o treinador, inclusive com um áudio gravado e que foi divulgado nas mídias, onde avacalha os seus conhecimentos.

Existem momentos na vida de uma entidade que perder dinheiro é mais lucrativo, do que continuar com um cupim no meio do elenco.

O Palmeiras foi avacalhado totalmente por Felipe Melo, e como um avestruz enfiou a cabeça na terra.

São coisas do futebol brasileiro.

Escrito por José Joaquim

O Brasil é um pais tão surreal, e isso é atestado, quando o presidente da República é chamado de ¨Ladrão Geral¨ por um delator, que é um corrupto tanto quanto os delatados, e nada acontece.

Tudo continua como dantes.

O surrealismo abraçou o futebol que é um dos segmentos que ainda não entenderam a transformação do mundo, que de redondo tornou-se plano.

A globalização que tomou conta do planeta Terra é tão grande, que um cidadão nos Estados Unidos solicita uma prestação de serviços pelo ¨call center¨, e está sendo atendido na Índia ou no Paquistão. No Brasil somos atendidos por outros estados.

Os jogos que são realizados na Europa repercutem em todo o mundo. As grandes Ligas americanas são assistidas como os campeonatos locais. Grandes eventos são acompanhados por milhões de pessoas.

O futebol brasileiro não assimilou tais mudanças, permanecendo em seu mundo interno com uma grotesca reserva de mercado, e hoje sente o abalo dessa concorrência.

Na realidade esse esporte ficou para os torcedores acomodados, que não reagem aos acontecimentos, e que para esses uma simples contratação, um joguinho aqui, outro ali, com vitórias dos seus times, representam o ápice, embora os clubes estejam à beira do abismo.

Acreditam em Papai Noel, no que a imprensa juvenil repercute, e do que é dito pela cartolagem.

O atleta do século XXI é globalizado, e tem pouca afinidade com o clube que defende, pois hoje está nesse, como amanhã vestirá a camisa de outro, inclusive um rival local. O seu relacionamento é idêntico a uma mercadoria de uma loja.

Enquanto o mundo promove competições visando lucros financeiros, no Brasil permanece o romantismo, e o estadual é o maior exemplo. Na verdade ainda não perceberam que esse terminou, e hoje quem determina a realidade é o mercado.

O jogador tornou-se uma mercadoria que é negociada para o mundo globalizado, e numa característica diferenciada, por tratar-se de uma profissão que sofre poucas restrições, bem diferentes de outras que enfrentam barreiras no exterior.

No planeta Brasil esse produto não pertence de forma integral aos clubes, são fatiados, e com uma boa fatia para os empresários. São verdadeiras pizzas. Esses lucram com as negociações de mais de mil atletas por ano (média) que são negociados para fora do país.

As transferências na maioria das vezes são remuneradas à preço de banana. Anos após das idas, no exterior os profissionais brasileiros são negociados por milhões. O assunto é tão surreal, que os clubes recebem valores maiores quando dessas mudanças através do mecanismo de solidariedade da FIFA.

Os nossos dirigentes não enxergaram que o mundo transformou-se, tornou-se uno, ligado pela internet, e não prepararam seus clubes para atender um novo mercado aberto, continuando no século anterior, ainda na época da caderneta das vendas de bairros, e onde a paixão supera os interesses comerciais e globais.

O futebol brasileiro tem sua demanda estagnada.

A população aumentou e o número de torcedores não acompanhou esse crescimento, pelo contrário reduziu-se, quando os que não gostam desse esporte já representam entre 25% a 30% da população acima dos 16 anos. Cansaram e partiram para outras formas de lazer.

A globalização afetou também na parte interna, em especial na concentração de renda, que se localizou em determinadas regiões, incrementando o abismo que separa os clubes, que sentiram o impacto quando perderam o poder de competitividade.

A rotação do eixo do futebol mudou, mas no Brasil ainda continua no antigo, rodando do nada para o nada, com dirigentes e torcedores desfocados e alienados com  relação a tais mudanças.

Escrito por José Joaquim

O Esporte Interativo não é o melhor canal esportivo do mundo, mas sem dúvida para o futebol do Nordeste tem sido bem generoso, posto que está nos ofertando aquilo que vem acontecendo nos gramados, transmitindo alguns dos seus estaduais e jogos das divisões menores do Brasileiro, que contemplam diversos clubes da região.

Na última sexta-feira assistimos o jogo do Botafogo-PB e ASA de Arapiraca pela Série C, e vimos o quanto andamos no quesito futebol, com o estádio ocioso, e a bola sendo maltradada pelos jogadores.

Nos lembramos do alvinegro paraibano rivalizando com os nossos clubes nos tempos mais antigos. Nem a sombra.

O futebol Nordestino definha.

Os clubes regionais perderam as suas demandas para os do Sudeste, e esse é sem duvida o maior trabalho a ser efetuado pelos dirigentes da região, através de um projeto que poderia ser chamado de ¨Nordestinação do Futebol Nordestino¨.

Para que possamos atender a globalização e chegarmos realmente à nível nacional, teremos que passar por tal processo, ou seja, o de retomar o espaço perdido para o mundo plano que fincou os clubes de fora da região.

Para que isso possa acontecer, necessário se faz um expurgo na maioria das federações regionais, que representam o atraso.

O retorno dessa demanda e a absorção de uma nova geração é o único caminho que tem que ser percorrido por todos os clubes do Nordeste, que tem uma Copa que poderia ter tido um efeito de redenção, mas que foi prejudicada pelas vaidades da cartolagem.

Poderíamos pensar no sistema de duas divisões desse torneio, mas que contemple clubes que tenham as estruturas necessárias para tal. A rivalidade regional com uma competição mais longa no lugar dos estaduais, certamente traria um novo ânimo ao torcedor de cada unidade da região que teria jogos importantes em suas cidades.

Estivemos revendo as pesquisas realizadas sobre a penetração do eixo Rio-São Paulo no Nordeste, e na realidade essa é avassaladora, desde que dos 15 clubes de maiores torcidas, 7 são de times da própria região, que somados representam um pouco mais de 25% do total.

Pernambuco, Bahia e Ceará dominam, e os demais pertencem a times dos estados do Sudeste. Mais da metade dos torcedores do Nordeste torcem para clubes desse eixo, sendo que 32,2% de cariocas e 19,1% de paulistas. Isso demonstra que somos os donos da casa, mas não mandamos nela.

Como o futebol poderá evoluir nesses nove estados, se os torcedores não usam as camisas dos clubes locais, preferem em maior proporção as de outros fora do contexto. No Ceará, Bahia e hoje no estado de Pernambuco os clubes da casa mantem a preferencia do torcedor na sua área metropolitana, e perdem de forma expressiva no interior.

Em nosso estado a debandada começa à partir da cidade de Caruaru.

A globalização é uma realidade sem retorno, mas na verdade os que fazem o futebol dessa região, não tiveram a mínima competência de observarem o que estava acontecendo no mundo e especial em nosso país, e pudessem formatar um projeto esportivo para recuperar essa demanda tomada por clubes de outros estados.

Essa é uma realidade latente que massacra o futebol regional, que para voltar a ter um crescimento sustentável, terá que proceder com a ¨Nordestinação¨, trazendo de volta os seus torcedores.

Uma Copa do Nordeste mais profissional, menos romântica, é o principal caminho da abertura para essa projeto, que para o sucesso irá necessitar de gestores competentes.

Esse é o nosso maior problema.