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Escrito por José Joaquim

Os estaduais estão chegando, e junto com esses o atraso do futebol brasileiro que ainda vive no tempo dos bondes elétricos.

Temos uma opinião firmada há muito tempo sobre o assunto, mas por outro lado existe um consenso de que as mudanças nesse esporte são necessárias, mas falta um debate sério que possa abrir as portas para que um novo caminho seja traçado.

O calendário do futebol nacional é insano, com excesso de jogos, com clubes passando da casa dos oitenta numa temporada de 10 meses, mas nada se faz para modifica-lo.

Acabar simplesmente os estaduais como medida salvadora é irreal, desde que necessita-se de um projeto para substitui-lo, e como esse não é formatado vão continuando como bêbados em um arame, posto que os clubes menores precisam de algo para as suas sobrevivências.

O futebol nacional necessita de um choque de realidade. Vive na era das ilusões, com a maioria de clubes no sistema sazonal, e que hoje pouco produzem na revelação de novos talentos.

Em alguns estados, o estadual serve de alicerce financeiro, como é o caso de São Paulo, com os clubes recebendo boas cotas da televisão.

Como poderão abandonar essas receitas sem um grande projeto mais consistente e renovador?

Esse é um debate bem importante que tem que ser promovido, mas o Circo está mais preocupado com coisas não institucionais que todos nós sabemos.

Criou-se um paradigma falso de que uma equipe pequena sobrevive por conta dos estaduais, o que não é a realidade, porque a maioria absoluta fecha as suas portas após os torneios e volta apenas no ano seguinte. 

São os ursos polares do futebol em seu processo de hibernação.

Quando se discute o calendário nacional observa-se uma miopia com relação aos menores clubes e só olham para os maiores. Existe uma sinergia entre esses, e que poderia sofrer uma ruptura com a simples extinção dos eventos locais, sem uma novo modelo para atende-los.

Na realidade precisa-se de coragem, seriedade para atacar o assunto, e não é apenas mexendo no calendário e retirar através de uma canetada os estaduais, que o problema será resolvido.

Uma analise profunda sobre o tema é importante, que tem que ser feita de região a região, clube a clube, para se separar aqueles que tem condições de sobreviverem ao capitalismo do futebol e os demais possam tomar um novo caminho.

Existem no país equipes sem estrutura ideal para o profissionalismo, e entendemos que deverão partir para o municipalismo a fim de se fortalecerem para o futuro, e sobretudo conseguirem agregar valores à sua demanda.

Os clubes aprovados deveriam participar de uma nova Série Nacional regionalizada, com acesso e descenso.

Trata-se de uma discussão que não pode ser feita de forma açodada, sobre o risco de quebra de uma importante cadeia produtiva, que é composta de grandes e pequenos, mas que contribuem para o esporte.

Não podemos ficar com a atual situação, fingindo que se faz futebol no Brasil, e por conta disso torna-se necessário que os caminhos sejam tomados com um único objetivo, o da perenização daqueles clubes que tem condições estruturais para o profissionalismo, e que esses joguem ao menos 10 meses ao ano.

Sendo assim, os novos talentos que hoje estão fazendo falta ao nosso futebol irão surgir, e a cara desse esporte irá mudar.

Enquanto a cartolagem não tomar uma atitude sobre o tema, que garanta as mudanças, os estaduais irão continuar chegando por  uma necessidade. e sobretudo pelo vazio que existe no processo.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O NÁUTICO E A DURA REALIDADE

* Pela matemática ainda existem pontos a serem disputados na Série B, que motivam esperanças ao torcedor do Náutico.

Mas a realidade é bem outra.

As chances de que isso possa acontecer é de apenas 2,5%, e somente um milagre dos Deuses do Futebol poderia ajudar.

Vamos e venhamos, os números são implacáveis para o alvirrubro.

Na era dos pontos corridos 19 derrotas sempre levaram os clubes ao descenso. O time da Rosa e Silva completou a sua 17ª com a queda de ontem frente ao Goiás.

Na verdade a equipe é limitada, e a cada rodada vai se distanciando dos concorrentes que estão mais próximos, enquanto o campeonato vai encurtando.

Quando encerrar a 28ª rodada na noite de hoje, teremos apenas 10 para o seu encerramento, e o time do Náutico tem uma distância para o primeiro de fora da zona perigosa de 9 pontos, que irá aumentar por conta dos resultados dos demais jogos que serão realizados.

São trinta pontos a serem disputados, e o time alvirrubro necessita de 21, o que é totalmente fora da realidade.

Não se pode mais iludir o seu torcedor, e sim mostrar que a situação é irreversível, desde que apesar da boa vontade do elenco, esse não tem mais condições de mudar o destino do clube.

O jogo contra o Goiás teve um resultado normal e previsível, embora o time goiano não tenha apresentado um futebol de boa qualidade, mas pelo menos tem dois jogadores, como Elyeser e Carlos Eduardo que podem desequilibrar uma partida.

O Náutico nos 47 minutos  jogados no primeiro tempo chutou uma única bola ao gol adversário, enquanto o alviverde goiano no seu final abriu o placar.

Na segunda fase a situação foi repetida, e com mais um gol, o Goiás fechou o resultado do jogo com o placar de 2x0, escapando um pouco do carrasco da degola.

Nas demais partidas os seus resultados não foram bem favoráveis ao Santa Cruz, que mesmo vencendo o América-MG que não será fácil não irá sair da zona do rebaixamento.

O Paysandu de virada nos minutos finais da partida conseguiu um bom resultado como visitante, ao derrotar o time do BOA (2x1), e o CRB venceu o finado ABC por 1x0.

Pobre futebol de Pernambuco.

NOTA 2- MAIS UMA NOITE DE SOFRENCIA

* A 28ª rodada da Série B Nacional será finalizada nesse sábado com a realização de quatro partidas, e entre essas a do Santa Cruz que irá enfrentar o América-MG.

Sem duvida será uma noite de sofrencia para a torcida tricolor.

A tabela de classificação da Série B apresenta uma diferença de 19 pontos do time mineiro para o pernambucano.

Um abismo profundo.

O Coelho está na 4º colocação, 48 pontos, aproveitamento de 59%, enquanto a Cobra Coral é a 18ª, com 29 (36%). O time está morando na zona da degola.

Nas últimas cinco rodadas, o América-MG deu uma cambaleada e teve duas derrotas seguidas. Dos 15 pontos que foram disputados esse somou 7 (46%), enquanto o Santa Cruz obteve 6 (40%).

Performances parecidas.

No returno, a equipe mineira está na 9ª colocação, com 12 pontos, aproveitamento de 50%, enquanto o tricolor do Arruda é o 17º, com apenas 6 pontos (25%).

Como mandante. o Santa Cruz tem um aproveitamento bem razoável com 51,2% (15º).

Por outro lado, o Coelho é o terceiro melhor visitante da competiçao, com 50% de aproveitamento.

Uma partida bem difícil para o tricolor, por conta de sua performance na tabela da competição, e com a tendência para um empate.

Só resta aguardar e rezar.

NOTA 3- GOVERNO SEGUROU EM 2013 AS DENÚNCIAS CONTRA NUZMAN

* Tudo que hoje está acontecendo com relação ao COB, que culminou com a prisão do seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, poderia ter sido resolvido há pelo menos quatro anos atrás quando da denuncia do ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Maleson à Policia Federal, conforme uma entrevista concedida a ESPN, e publicada no dia de ontem.

Segundo o cartola ¨tudo começou anos atrás quando eu me dirigi voluntariamente às autoridades da Policia Federal do Rio de Janeiro.

Com isso foi iniciada a ¨Operação Cabo de Guerra¨.

Só que na época Dilma Rousseff era presidente, e o governador do Rio era Sergio Cabral.

Então, apesar de que a Policia Federal ter feito o trabalho dela e muito bem feito, a operação foi terminada (....)

A única coisa que posso falar, que eu sei, é que a ordem veio de Brasília para não continuar ¨.

Realmente essa operação aconteceu e desapareceu de repente, e só agora estamos tomando conhecimento do abafa patrocinado pelo governo federal. 

Uma vergonha.

NOTA 4- O FUTEBOL SULAMERICANO DÁ PENA

* Não tínhamos assistido ao vivo nenhum jogo da seleção do Circo, e mesmo com a tal da altitude, o futebol que vimos é a cara do atual jogado no Brasil, fraco, desorganizado e com o dono da bola, Neymar, que parece aquele menino que levava esse material para as peladas e se escalava.

Se não jogasse não tinha jogo.

A equipe boliviana é grotesca, pobre de técnica, e por conta disso é a lanterna da competição.

Os ufanistas brasileiros já observaram que nos últimos cinco jogos dessa seleção, só aconteceram duas vitórias, uma contra o Equador e outra no amistoso com a mequetrefe Austrália?

Um sinal da realidade.

Não temos nenhuma duvida que o Circo irá ter um novo vexame no Mundial, desde que pelo que observamos na qualidade do seu elenco não existe motivação para pensar em algo maior. 

Ser líder nessas eliminatórias atuando contra competidores de baixo nível não é algo para comemorar.

Aliás, deveriam dar uma bola para Neymar dormir com essa.

Por outro lado o momento da Argentina é o reflexo de um país em que o futebol foi avacalhado por muito anos, dirigido por uma gestão temerária e corrupta.

Um time medíocre, contando apenas com a genialidade de Messi, e com jogadores superados, alguns em fim de carreira.

Um verdadeiro bumba-meu-boi em campo, enfrentando o fraco Peru que mostrou-se mais organizado no jogo.  

Como habitamos no Novo Continente, não temos a menos duvida de que essa irá se classificar para a Copa do Mundo da Rússia, por bem ou por mal.

Gostamos bastante da seleção da Venezuela, praticamente uma sub-23, com jogadores de boa qualidade, e que poderão levar o país pela primeira vez a uma Copa do Mundo, no ano de 2022.

O trabalho de base no futebol desse país conturbado, está mostrando os seus efeitos.

NOTA 5- RÚSSIA NÃO QUER IMAGINAR UM MUNDIAL SEM MESSI

* A situação da Argentina nas eliminatórias da Copa do Mundo que será realizada na Rússia no próximo ano, está trazendo preocupação para os dirigentes do país.

O Vice-Primeiro Ministro e atual presidente da Federação Russa, Vital Mutko, disse no dia de ontem que não imagina um Mundial sem a presença de Lionel Messi.

¨Não quero imaginar. Vi o jogo de ontem (quinta-feira), e Messi até acertou no poste, com um dos seus chutes¨, referiu à imprensa russa o dirigente, em alusão ao encontro do time portenho contra o Peru.

Mutko assinalou que a equipe treinada por Jorge Sampaoli ainda tem a oportunidade de se qualificar diretamente, mas que precisa vencer o Equador em Quito.

Na verdade um Mundial sem Messi, é o mesmo que um bacalhau sem vinho para quem come esse prato.

Os russos estão preocupados com o sucesso do seu Mundial, que tem o jogador do Barcelona como seu carro chefe.

NOTA 6- O BOM FUTEBOL DA ISLÂNDIA

* Assistimos na tarde de ontem o jogo entre Turquia e Islândia pelas eliminatórias da Copa do Mundo, e tivemos uma surpresa agradável com o futebol jogado pelo time nórdico.

Aliás desde as eliminatórias da Copa de 2014 que essa seleção vem mostrando evolução, ao chegar na repescagem.

Na Eurocopa de 2016 eliminou a forte Inglaterra.

Agora os vikings lideram o seu grupo e com chances de classificação direta, bastando uma vitória contra o Kosovo.

Um modelo de futebol moderno, verticalizado, bons jogadores, e com uma velocidade que deixou a seleção Turca estonteada.

A postura dos islandeses quando roubavam a bola do adversário era fulminante, e chegavam rápido ao seu gol. 

Um pequeno país, com 334 mil habitantes consegue formar um grupo de alto nível para compor uma seleção, é algo para ser estudado.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O ABRAÇO DE AFOGADOS

* Dando continuidade a 28ª rodada da Série B do Brasileiro que foi iniciada na última terça feira, serão realizados três jogos na noite de hoje, entre esses Goiás e Náutico, um verdadeiro abraço de afogados, quando um tentará empurrar o outro para o fundo do mar.

Ambos estão sem situação delicada.

O time goiano está um pouco melhor, encontrando-se na 16ª posição, o primeiro de fora da zona do rebaixamento, enquanto a equipe de Pernambuco continua agarrado à vice-lanterna com uma distância de 8 pontos para o adversário desse confronto.

O Goiás tem 31 pontos, 38% de aproveitamento, e o Náutico 23, 28% de aproveitamento.

No returno, o alvirrubro tem uma campanha um pouco melhor, o 14º lugar, 9 pontos conquistados (37,50%), enquanto o verdão de Goiás está na 16ª posição, com 8 pontos (3,33%).

Campanhas mais ou menos parelhas.

Nos últimos cinco jogos os dois times tiveram a mesma pontuação, 6 pontos (40%), com 2 vitórias e 3 derrotas.

Como mandante a equipe goiana tem 41,6% de aproveitamento, e o alvirrubro da Rosa e Silva tem apenas 17,95%.

Um jogo muito complicado, bem igual com relação as performances dos dois disputantes, mas com uma vantagem para o dono da casa por conta da tragédia numérica do rival como visitante.

O Goiás é favorito.

Será mais uma noite de sofrencia para o torcedor do Náutico.

NOTA 2- A EVOLUÇÃO DO PATRIMONIO DE NUZMAN

* Após décadas no comando do COB, enfim Carlos Arthur Nuzman foi preso, mesmo de forma temporária, que poderá se tornar preventiva por conta de diversos documentos que o incriminam com relação aos pagamentos de diversas propinas para que o Rio de Janeiro fosse aprovado como sede das Olímpiadas de 2016.

O cartola fazia parte do esquema do ex-governador Sergio Cabral.

A Justiça determinou também a prisão de Leandro Gryner que foi o diretor geral do Comitê Rio-2016, o braço direito do cartola no COB.

Vários email's de um dirigente senegalês que fazia parte do Comitê Olímpico Internacional, que foram remetidos para Nuzman, cobravam os pagamentos dos saldos das propinas prometidas.

Essa prisão serve como ponto de partida para enquadrar dois outros personagens do esporte brasileiro, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, que fazem parte do sistema apodrecido do nosso futebol, e que cedo ou tarde irão ter o mesmo destino do cartola do COB.

Para que se tenha uma ideia exata da pilantragem existente nos esportes em nosso país, Carlos Nuzman teve um crescimento em seu patrimônio de 457%, no período de 2006/2016, quando sequer tinha emprego, e vivia dos salários pagos por essa entidade.

O mais interessante de tudo é que R$ 3.857,490,00 pertencentes ao cartola estavam aplicados em ações de várias companhias nas Ilhas Virgens Britânicas, famosa por ser um paraíso fiscal.

Aliás esse pequeno país nunca conseguiu ganahar uma medalha nas Olimpíadas, mas tem medalha de ouro em acobertar os lavadores de dinheiro.

Por outro lado a Policia Federal encontrou na residência do cartola, a chave de um cofre que está em um armazém na Suíça, em Genebra, que  guarda 16 barras de ouro de um quilo cada.

Nesse mesmo local, Sergio Cabral também depositou muitos quilos de medalhas olímpicas.

Na certa era para a fabricação de medalhas.

Indecência. 

Isso demonstra o quanto é muito produtivo ser dirigente esportivo em nosso país, quando o dinheiro cresce ao sabor dos ventos.

Haja corrupção. 

NOTA 3- AS COMBALIDAS FINANÇAS DO SPORT

* Temos um sonho de que um dia os balancetes mensais dos nossos clubes serão publicados nos seus sites. Sonhar não tem custo, mas a certeza de que isso irá demorar a acontecer é algo real.

Enquanto o sonho não acontece, desde que os nossos dirigentes são inimigos da transparência, vamos procurando através de boas fontes o que acontece nos seus intramuros.

Por conta de uma boa informação tomamos conhecimento que a vida financeira do Sport Recife está tão atrapalhada como o seu futebol.

Segundo a fonte que é uma raposa velha do clube, o déficit financeiro vem aumentando mês a mês, e com possibilidades de terminar o ano com um prejuízo estimado entre R$ 25 e R$ 30 milhões, que para uma entidade cuja receita está estimada para R$ 110 milhões, sem duvida é muito alto e por demais preocupante.

Obvio que o Sport iria ter esse problema.

Investiram de forma bem equivocada no futebol, com contratações bem acima da sua capacidade financeira, e o final seria de uma morte anunciada, com um grande buraco em suas contas.

Será o atestado de uma péssima gestão, e que poderá afetar o futuro do clube.

A fuga da degola será a sua salvação.

NOTA 4- O BLOCO DO SANATÓRIO GERAL

* Os números que serão apresentados são bem reais, e mostram que o Bloco do Sanatório Geral está em plena atividade em nosso futebol.

A dança das cadeiras é grotesca, passa dos limites, e é um atestado da falta de gestão nos clubes brasileiros.

O Bahia é o recordista, com quatro trocas durante o Brasileirão.

Seis clubes trocaram de treinadores por três vezes. Atletico-GO, Coritiba, Chapecoense, Vitória, Attlético-PR e Atlético-MG.

São 18 mudanças.

Outros três  fizeram duas trocas, São Paulo, Ponte Preta e Vasco.

Mais seis danças das cadeiras.

O Santos e Flamengo trocaram apenas uma vez cada um.

RESUMINDO OS DESFILANTES DO SANATÓRIO GERAL

7 clubes e 22 mudanças,

3 clubes com 6,

2 clubes com 4.

TOTAL em 26 rodadas: 32 danças em 12 clubes.

Enquanto essa farra acontecia, oito times conseguiram manter os mesmos técnicos que iniciaram a competição. 

Fluminense, Corinthians, Avaí, Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro, Botafogo e Sport, são os heróis da resistência.

NOTA 5- A FESTA DO INTERIOR

* O Londrina ao vencer nas cobranças de penalidades o Atlético-MG tornou-se o vencedor da segunda edição da Copa da Primeira Liga.

Um fato importante que mostra a evolução dessa equipe do interior do Paraná, que aos poucos vai reconquistando o seu espaço que tinha perdido no futebol nacional.

Terminou invicto a competição, ao derrotar na fase de grupos Paraná, Figueirense e Avaí, nas quartas de final, o Fluminense, na semifinal o Cruzeiro, e na decisão da última quarta-feira, o Atlético-MG.

Três dos chamados grandes clubes brasileiros.

O técnico do Tubarão é o mais longevo do Brasil.

Claudio Tencali está há seis anos no seu comando (desde 2011), que é algo bem estanho no país das danças das cadeiras.

Apesar dos erros que foram cometidos na formatação da segunda Copa da Primeira Liga, com a elevação do número de participantes de 12 para 16, obrigando ao acréscimo de datas de 21 para 31, a média de público foi bem inferior a de 2016, com 7.588 pagantes por jogo, contra 12.086 do ano anterior, mas apesar de tudo deu uma goleada na Copa do Nordeste que teve 5.973 torcedores por jogo, e na Copa Verde com 2.716.

A importância da vitória do Londrina foi bem maior do que esta sendo propagado, desde que trata-se de um clube do interior cujo futebol é desprezado pelos cartolas.

Foi uma festa do interior com direito à foguetes e comemorações.

Escrito por José Joaquim

Apesar da corrupção generalizada, o Brasil é um país democrático, onde bem ou mal os poderes continuam vivos e atuantes.

Obvio que alguns necessitam de mudanças radicais nos seus quadros, especialmente os do Executivo e Legislativo que apodreceram nesses últimos anos.

Com relação ao futebol, o sistema democrático passa ao largo, dando lugar ao oligárquico, que observamos em todos os seus segmentos.

As divergências são fundamentais para uma democracia.

O silencio é maléfico, não permite que se apresente os lados errados e indiquem os caminhos a serem percorridos.

Nesse esporte, vivemos um samba de uma nota só.

Não existe democracia.

Os dirigentes com o poder nas mãos manipulam os seus estatutos, pisoteiam em qualquer sentimento de oposição, dirigem as entidades de maneira ditatorial sem transparência, contando para tal fim com um séquito que balança a cabeça para tudo.

Nas Confederações não há espaço para que oposição possa assumir o poder. Com colégios eleitorais reduzidos, esses são manipulados e muitas vezes cooptados com benesses e outros mimos.

No caso do Circo tendo em vista as mudanças efetuadas na legislação determinando a presença dos clubes da Série B Nacional, nas caladas da noite criaram um mecanismo que alterou o peso dos votos das Federações, que passaram a ter um maior número daqueles somados pelos outros eleitores.

São uns cínicos de plantão. 

Nas Federações estaduais os colégios tem maioria absoluta de Ligas e clubes amadores, que são constituídos para garantir a presença dos cartolas por longos anos, com a gravidade de que alguns dos filiados apenas existem no papel.

Quando passamos para os clubes, o fato se torna mais negativo, já que ninguém toma conhecimento do verdadeiro quadro social, inflado muitas vezes no período eleitoral, com os casuísmos de perdão de dividas, que sempre são oferecidos para aqueles que os que apoiam o poder.

Nenhum sócio quer se aventurar a disputar uma eleição, quando essa é totalmente viciada, e as entidades continuam sendo dirigidas para atender muitas vezes aos interesses pessoais deixando o coletivo.

Os associados dos clubes se omitem, na maioria das vezes com receio de represálias da parte das organizadas, que são financiadas pelos cartolas para servirem de tropas de intimidação contra aqueles que desejam mudanças.

O exemplo do Vasco da Gama é bem recente, e teve a interferência da Justiça para a realização de uma auditoria na lista dos associados aptos a participarem do processo eleitoral do clube que ocorrerá no próximo mês de novembro.

Os estatutos de alguns clubes das regiões Sul/Sudeste contemplam um percentual de conselheiros para as chapas derrotadas. É um avanço ter pelo menos uma minoria cobrando e fiscalizando os atos dos dirigentes.

Precisamos, na verdade, de homens de coragem e sobretudo ilibados, que somando as suas forças possam passar por cima de todas as dificuldades, participando de movimentos que apontem os erros que acontecem, e com propostas para um novo rumo.

Os clubes de nosso estado não publicam os seus balancetes mensais, os escondem para que os buracos financeiros não sejam conhecidos.

Enquanto as vozes oposicionistas não são ouvidas, as entidades vão se apequenando, desde que sem as cobranças os dirigentes tornam-se ditadores e os dirigem como tal.

Os laços dessa continuidade nefasta deveriam ser rompidos, com a união dos associados que desejam mudanças e  que se comprometam a lutar para esse fim.

Enquanto isso não acontece, as entidades vão sucumbindo e servindo apenas para os que estão no poder e seus áulicos.

Sem uma forte democracia, sem a transparência, o futuro do futebol brasileiro continuará incerto.

Ou muda ou morre.

Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro tem algo que o prejudica e que está relacionado à importância que se dá a sua seleção, com uma dimensão maior do que a dos clubes que são a essência desse esporte.

Trata-se de algo totalmente distorcido.

A força motriz do Circo é a seleção, enquanto os filiados que fazem o jogo ser jogado são produtos de segunda categoria.

Na Europa acontece totalmente o inverso, quando os clubes são mais importantes do que os diversos selecionados, que são comentados apenas durante uma Copa, mesmo assim a Eurocopa para os países do Velho Continente é um torneio mais importante do que o Mundial.

Essa inversão de valores se dá por conta da ausência nos gramados brasileiros de bons jogadores.

Os melhores estão na Europa ou outros continentes, só atuam juntos quando estão no time do Circo, enquanto os clubes europeus são seleções mundiais, com atletas de todas as nacionalidades, formando equipes universais, e que contemplam milhões de seguidores.

Hoje, com o mundo totalmente globalizado, mesmo atuando longe do país, são muito mais conhecidos do que os nossos, por força das transmissões dos grandes campeonatos. Um exemplo bem claro foi o da descoberta do fraco Campeonato Francês, que passou a contar com a presença do brasileiro Neymar, acordando os nossos veículos de comunicação.

Por conta disso existe um apego tão grande a uma seleção, como fosse a salvação da lavoura e a garantia de um futuro melhor para o futebol brasileiro, o que na realidade não trata-se de um fato real e de fácil comprovação.

Clubes fortes, com bons jogadores atraem a demanda, e com um aditivo bem elaborado, a paixão dos seus torcedores.

Na realidade, o modelo do sistema que está implantado no Brasil foi o de empobrecer aqueles que fazem o futebol, e fortalecer algo que assegura os altos salários e as indecentes mordomias dos cartolas do Circo, como uma boa vaca leiteira.

Clubes fortalecidos tonam-se independentes, e isso não é de bom alvitre para a cartolagem tanto do Circo, como das federações, desde que são medievais, suseranos e os tratam como vassalos.

A história registra que a Idade Média foi atropelada pela burguesia, que foi sendo formada aos poucos, e finalmente assumiu o poder por estar fortalecida financeiramente, e para o Circo fato como esse não interessa, porque para os seus cartolas é mais conveniente lidar com necessitados, do que com os independentes.

O ufanismo de nossas mídias com essa seleção é o retrato do sistema que corre de maneira bipolar. De um lado algo que é pontual se torna perene e, do outro, os clubes perenes estão se tornando pontuais.

A modificação do sistema só irá acontecer quando tivermos bons jogadores em nossos clubes, e que a exportação de pé de obra seja reduzida, que será algo difícil de acontecer em curto prazo por conta das suas finanças, e em especial pelas dificuldades que passa o país.

Seleção não pode ser o tempo todo como o fator mais importante, e sim os clubes que fazem parte do dia a dia dos torcedores.

O ideal seria que a Copa do Mundo fosse de clubes e não de seleções.

Somos um país dos equívocos e dos equivocados.

De uma coisa temos a certeza, de que sem CLUBE NÃO HÁ FUTEBOL.