NOTA 1- UMA VÁRZEA GERAL
* A maior alegria dos cartolas brasileiros é brincar na famosa dança das cadeiras.
Demitir treinador é um verdadeiro êxtase.
Nas 26 rodadas realizadas aconteceram vinte modificações em clubes que disputam o Brasileirão, que é sem duvida uma total insanidade.
Troca-se de treinadores como de roupa.
O Bahia demitiu Pedro Casagrande após um mês de o tornar efetivo.
O empate contra o Coritiba foi o sinal para que a musica tocasse, e o técnico dançasse.
Como titular conquistou uma vitória, dois empates e uma derrota.
O tricolor baiano irá ter o quarto técnico na temporada, e o nome de Milton Mendes é o mais cotado.
Se tais mudanças resolvessem o futebol brasileiro não era palco de tantos jogos ruins, sem qualidade e que espantam o torcedor.
Um verdadeiro circo de horrores.
Assistir alguns jogos em nosso país, é uma violenta tortura por tudo que esses apresentam.
Estamos vivenciando um péssimo momento de um futebol de Várzea, onde peladeiros profissionais exercem a sua profissão.
Nunca vimos tanta mediocridade reunida numa mesma competição.
Jogos que servem do nada para o nada, dinheiro torrado, e o torcedor deprimido por assistir cenas diárias de um esporte que em nosso país é tratado numa estação de tratamento de esgoto sanitário.
Mudança de treinador pouco resolve desde que o buraco ainda é mais profundo, que foi cavado por gestores atabalhoadas, sem o menor tratamento gerencial.
O problema chegou a um ponto, em que os pais como castigo para seus filhos, os obrigam a assistirem partidas de nossos campeonatos, e cujos resultados tem sido positivos.
Melhoram muito os seus comportamentos para não serem castigados.
Ainda faltam 12 rodadas para o encerramento da competição, e nesse período certamente iremos ter algumas danças.
São coisas do futebol brasileiro.
NOTA 2- A SÍNDROME DOS MINUTOS FINAIS
* A partida contra o Vitória foi a quarta em que o Botafogo levou um gol nos últimos cinco minutos finais.
Nesse encontro contra o time baiano a equipe carioca estava à frente do placar por 2x1, quando esse virou no período citado, terminando o jogo com o placar de 3x2, com os gols sendo marcados aos 45 e 50 minutos.
O mais grave dessa síndrome é que essas mudanças nos resultados tiraram preciosos pontos que poderiam ter levado o alvinegro para o G4.
O lado físico deve ter pesado para tantas coincidências.
No jogo contra o Santos, o placar estava 0x0, quando aos 51 minutos do 2º tempo, a equipe santista marcou o seu gol da vitória.
No confronto contra o São Paulo, a virada dos tricolores para o placar de 4x3, aconteceu aos 41 e 46 minutos.
O Botafogo no seu encontro contra o Palmeiras estava com o empate garantido, mas aos 41 minutos da segunda fase o alviverde marcou o seu gol de desempate.
A síndrome continuou no jogo contra a Ponte Preta, que desempatou aos 43 minutos do 2º tempo.
São tantas coincidências que somente os Deuses do Futebol poderão explicar.
NOTA 3- SINAL AMARELO NO FUTEBOL DA ALEMANHA
* Como no Brasil, a seleção da Alemanha vai bem, mas os clubes nas competições europeias vão mal.
Na última rodada das maiores Ligas europeias, os seis representantes da Alemanha foram derrotados.
Pela Liga dos Campeões o Bayern de Munique foi derrotado pelo PSG por 3x0, que motivou a queda de Carlo Ancelotti do comando técnico do time, o Borussia Dortmund foi atropelado pelo Real Madrid (3x1).
Pela Liga Europa, as equipes do Cólonia, Hoffenheim e Hertha Berlim, não conseguiram uma única vitória.
Na temporada passada nenhum clube alemão chegou as semifinais, fato esse que não acontecia desde a temporada de 2004/2005.
Enquanto isso a Seleção Alemã continua muito bem nas eliminatórias da Copa do Mundo, mas os clubes são atropelados nas competições do Velho Continente.
O sinal amarelo começou a piscar no futebol da Alemanha.
São coisas do futebol.
NOTA 4- RETROSPECTO POSITIVO
* O Paraná terminou o turno na 9ª colocação, 27 pontos, com uma campanha instável.
A metamorfose iniciou no returno, onde o time paranista o lidera com um ponto a mais do que o Internacional.
Em nove rodadas somou 22 pontos, 7 vitórias, 1 empate e uma única derrota.
Marcou 14 gols, sofreu apenas 2.
Uma performance perfeita.
Além desse retrospecto positivo, tem algo nas estatísticas que dão mais força ao tricolor de Curitiba, desde que todos os times que ganharam o returno na Série B desde 2006, conseguiram o acesso.
Por outro lado o América-MG foi o vencedor do turno, e segundo as estatísticas apenas três clubes que estiveram à frente da tabela nessa fase, não tiveram o acesso, Coritiba (2006), Criciúma (2007) e Ceará (2014).
Na vitória sobre o Internacional, o estádio lotado (39.414 pagantes), o time paranista recebeu das arquibancadas um banho de civilidade e sobretudo de alegria.
Há muitos que não assistíamos algo tão bonito em nosso futebol. Um verdadeiro festival de cores.
No final foi recompensado com o placar do jogo.
Carlos Drummond de Andrade em um de seus poemas citou algo que assistimos nesse jogo: ¨Futebol se joga no estádio? Futebol se joga na praia, futebol se joga na rua, futebol se joga na alma¨.
Foi o que aconteceu, e que poderá servir de exemplo para os demais clubes.
Futebol realmente se joga na alma, mas no Brasil isso não acontece
NOTA 5- NA HORA DE UMA PROMOÇÃO O SANTA CRUZ AUMENTA O VALOR DO INGRESSO
* O futebol de Pernambuco é irrecuperável por conta da cartolagem.
O Santa Cruz está no inferno da Série B que é representado pela Zona da degola.
No próximo final de semana enfrentará um adversário difícil, dono de uma excepcional campanha na competição e que é favorito para uma vitória, o América-MG.
O tricolor necessita do seu torcedor, e para tê-lo no estádio deveria ter feito uma promoção com relação aos preços dos ingressos, mas a inteligência dos seus dirigentes se equipara a de Einstein, e por conta disso resolveram aumentar os valores para R$ 30 e R$ 15 (meia).
Certamente irá reduzir o publico.
Enquanto isso o Paraná colocou quase 40 mil torcedores na Arena da Baixada, através de uma promoção para aqueles que fossem ao jogo com a camisa do clube. Foi uma festa.
O América-MG no seu último jogo também teve ingresso promocional e o seu maior publico.
O mesmo se deu com a Ponte Preta pela Serie A, no seu jogo contra o Flamengo, quando recebeu mais de 11 mil pagantes.
Mas apesar de tantos exemplos, o Santa Cruz prefere incrementar os preços.
Nem Freud poderia explicar.
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