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Escrito por José Joaquim

A diferença entre o presidente Michel Temer e Del Nero é que o primeiro pode sair do país, e o segundo não sai da Barra da Tijuca por conta do FBI.

Não entendemos como os dirigentes dos clubes permitem a humilhação do poder maior do seu futebol, quando de joelhos estão tentando convencer a FIFA a liberar U$S 100 milhões (cerca de R$ 330 milhões), para o futebol brasileiro, prometido em 2014, durante a Copa do Mundo no Brasil. 

Segundo o jornalista Jamil Chade, correspondente na Suíça do jornal Estado de São Paulo, o Circo do Futebol fez uma proposta a entidade maior do futebol mundial, para que o dinheiro seja remetido para o Brasil, sem passar pelas mãos de Marco Polo Del Nero, e para tal estão tentando marcar uma reunião com a Secretaria Geral, Fatima Samora.

Não existe uma humilhação maior para o esporte por conta dessa proposta, que mostra de forma bem clara que o cartola não tem credibilidade, e por isso o que poderá ser enviado pela FIFA será direcionado aos projetos apresentados, ou seja o presidente não pode ver a cor do dinheiro.

Qual a razão? 

Na verdade um embuste, desde que os projetos que foram enviados são de aliados do cartola, ou seja tudo fica como dantes.

A FIFA descartou ontem essa reunião, afirmando que antes de repassar o dinheiro ao Brasil, haverá um caderno de exigências para um maior controle.

Na verdade estamos no fundo do poço, tanto na politica brasileira, como no futebol.

Quando existe uma desconfiança com relação ao seu mentor maior, certamente não tem a possibilidade de uma recuperação desse esporte. O mais grave é a omissão das mídias e dos patrocinadores do Circo, que tomaram conhecimento dos fatos e, ficaram mudos e surdos, sem a mínima reação.

O maior obstáculo para a liberação do dinheiro prometido é a situação de Del Nero, indiciado nos EUA por suspeitas de corrupção.

Nesse processo a FIFA ainda tem que se defender nos tribunais americanos e, diante da situação, advogados aconselharam a entidade a romper relações com qualquer pessoa implicada na investigação.

Repassar US$ 100 milhões para o Brasil, poderia ter consequências negativas.

Vamos e venhamos o Brasil é um país surreal, onde as coisas acontecem e todos se calam.

Enquanto isso, apesar de ficar de joelhos  perante a entidade que não acredita na sua credibilidade, Marco Polo Del Nero com dois anos de antecedência já começou a trabalhar para a sua reeleição, algo que vai além do grotesco, e entra no caminho da insanidade.

Na realidade o Brasil é uma das maiores repúblicas bananeiras do mundo, onde os corruptos proliferam como cupins na madeira.

Triste futebol.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UMA VITÓRIA TRANQUILA

* O Santa Cruz que estava há algum tempo sem obter uma vitória na Serie B, enfim voltou a ganhar e com um bom resultado de 3x0 sobre o Brasil de Pelotas.

O time gaúcho sofreu  a terceira derrota seguida, e está cada vez mais perto da zona da degola.

O jogo foi tranquilo para o tricolor pernambucano, sem sofrer a menor reação do adversário que em todo o jogo chutou apenas duas bolas contra a sua  meta.

Com essa conquista o Santa Cruz subiu oito degraus e de forma provisória passou a ocupar a 5ª posição na tabela de classificação.

Nesse campeonato nivelado por baixo uma vitória faz um time subir de forma vertiginosa, e uma derrota produz o inverso.

Nos demais jogos, o Goiás também deu um salto provisório para a 6ª posição ao derrotar o Luverdense por 3x1, e o Paraná mesmo como mandante empatou no seu jogo contra o América-MG por 1x1, deixando o time mineiro na mesma terceira colocação.

NOTA 2- ERRO DE FATO E ERRO DE DIREITO

* O recurso procedido pelo goleiro Luciano do Salgueiro, movimentou o futebol de Pernambuco no debate sobre o erro de fato e o erro de direito em uma partida.

Pela posição tomada pelo TJD-PE acreditamos que as justificativas foram plausíveis, desde que o Presidente do órgão poderia arquiva-lo. A legislação esportiva em seu artigo 285 trata desse tema.

O erro de fato é quando o árbitro interpreta de forma equivocada um lance do jogo, e não pode ser objeto de um exame posterior por parte dos Tribunais, pois faz parte da falibilidade inerente ao esporte, ao qual estão sujeitos os membros da arbitragem.

O erro de direito é aquele que vai de encontro as regras do jogo. Um exemplo é quando a bola entre pelo lado de fora da rede, e o árbitro marca o gol.

No caso do jogo entre Salgueiro e Sport aconteceu um erro de direito quando o árbitro anulou um gol por conta de um suporte externo ilegal, desde que era uma experiência, desrespeitando uma das regras mais importantes do futebol, que veda a interferência externa nas decisões da arbitragem.

O árbitro de vídeo não fazia parte do jogo, era apenas um estudo para a sua aplicação no futuro. Seria a mesma coisa  do que atender uma informação da televisão que transmitia o jogo.

No momento em que não validou o gol do Salgueiro, Wilton Sampaio cometeu um erro de direito, e que poderá anular o resultado e o Tribunal mandar realizar uma nova partida.

NOTA 3- A DANÇA DAS CADEIRAS NAS DIVISÕES INFERIORES

* Na Série A 8 clubes já trocaram de comando técnico, com apenas 11 rodadas realizadas. 

Duas rodadas sem vitória, o profissional balança, e na terceira, a música começa a tocar e quando essa para fica sem a cadeira. 

O sistema também funciona nas divisões inferiores, com uma dança das cadeiras intensa.

Na Série B foram dez mudanças em 11 rodadas, e na C, sete em 8.

Nas 19 rodadas das duas divisões foram demitidos 18 profissionais, somando-se aos do Brasileirão, a dança contemplou 27 que perderam as suas cadeiras.

Que futebol é esse?

NOTA 4- AÇÕES NA JUSTIÇA MOSTRAM O MODELO DE GESTÃO DOS CLUBES

* Ronaldinho Gaúcho fez um acordo com o Atlético-MG para o recebimento dos valores que esse tinha direito e que o clube não quitou quando de sua saída. Ingressou na Justiça e ganhou.

Anos após o Galo resolveu fazer o acordo que foi firmado, e o atleta irá receber de forma parcelada.

Embora não tenham revelado os valores, segundo a imprensa mineira esse está acima dos R$ 10 milhões. Há pouco o mesmo personagem assinou um acordo com o Flamengo.

O Internacional de Porto Alegre passa pelos mesmos problemas, com vinte ações de seus ex-jogadores, que juntas somam cerca de R$ 30 milhões. Diego Forlán tinha direito a R$ 13 milhões, e o atual presidente acertou o pagamento que será realizado em parcelas, e reduzido para R$ 8 milhões.

O Corinthians passa pelos mesmos problemas, com vários débitos à quitar.

A maioria dos clubes estão trabalhando com duas folhas salariais, uma dos que estão na ativa, e uma outra dos que foram demitidos e nada receberam.

São fatos como esses que mostram a ausência de um planejamento nos clubes, quando contratam mesmo sabendo que os seus caixas não darão o suporte para os pagamentos dessa mão de obra.

No Brasil, existem técnicos e jogadores que mesmo sem trabalho tem a garantia de bons salários que não foram pagos pelos seus clubes.

Esse é o verdadeiro futebol brasileiro, insano e sem perspectivas de uma melhora, por conta da ausência de bons gestores.

NOTA 5- TJDF DA PARAIBA CONVOCA FALECIDO

* O futebol da Paraíba vem sucumbindo há um bom tempo por conta de um sistema medieval implantado em sua Federação, e aceito por todos os clubes que o levaram para uma UTI com um diagnóstico de doença incurável.

Por conta disso o estado sumiu do mapa futebolístico, e hoje vive do passado bem longe quando tinha bons clubes e rivalizava com o nosso.

Existe uma briga pelo poder na entidade local, entre o presidente e seu vice, que culminou com uma invasão desse na sua sede para ocupar a cadeira que estava vaga com a viagem do primeiro, que foi contemplado com um presente como chefe de uma delegação de futebol do Circo.

Por conta dessa atitude, o TJDF paraibano abriu um inquérito para apurar as denúncias que foram feitas pelo presidente da Federação, Amadeu Rodrigues, contra o vice Nosman Barreiro, que vão do desaparecimento de um carro da entidade, passando pela falsificação de documentos entre outras coisas.

Uma briga com cunho político que prejudica o futebol da Paraíba que há anos está agonizante.

O Tribunal convocou clubes e ligas desportivas como testemunhas, e cometeu um erro grotesco, de como representante do Treze, intimar o seu ex-presidente Petrônio Gadelha, que faleceu em março desse ano.

Essa falha correu o país no dia de ontem nas redes sociais, e o órgão publicou posteriormente uma nota pedindo desculpas pelo erro.

São disputas como essa que servem para colocar uma pá de terra no caixão do futebol Nordestino, que tinha a Paraíba como um dos seus expoentes.

Lamentável.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- RESULTADO ESPERADO

* O Sport venceu o Arsenal de Sarandi por 2x0, o que já era esperado, desde que o time argentino que não é grande coisa, perdeu a maior parte dos seus atletas no final do Campeonato Nacional.

Não se pode analisar a partida, desde que o gramado da Ilha do Retiro não dá condições para um jogo de futebol, e sim para uma pelada de rua.

Com esse resultado, o rubro-negro ficou com todas as condições de garantir no jogo de volta a sua passagem para outra fase. 

Pela Libertadores, o Botafogo continuou a surpreender ao conseguir uma vitória em Montevidéu, pelo placar de 1x0, em jogo contra o Nacional.

O time da Estrela Solitária é o que tem a menor folha salarial entre os brasileiros que estão disputando essa competição, e a cada jogo se supera com um futebol coletivo e com o desejo de ganhar.

Até onde vai, não sabemos, mas pelo menos temos um representante que não se entrega, como aconteceu na noite de ontem quando conseguiu segurar a pressão da equipe uruguaia.

NOTA 2- UM JOGO PARA A REABILITAÇÃO

* De treinador novo, o competente Givanildo Oliveira, o Santa Cruz que não vence a quatro jogos, tentará frente ao Brasil de Pelotas a sua reabilitação.

O tricolor do Arruda nos últimos 15 pontos disputados ganhou cinco, ou seja 33,3% de aproveitamento.

Está no 13º lugar com 14 pontos, a mesma pontuação do adversário, distando de dois pontos do Figueirense, 17º, e de cinco para o Vila Nova, o último do grupo de acesso. O seu aproveitamento como mandante é de 53,33%.

O time gaúcho perde para o Santa Cruz no critério saldo de gols, mas a campanha é igual. Está na 15ª posição, e como visitante tem um aproveitamento de 38,89%.

O Brasil nos últimos 15 pontos disputados somou seis (40%).

São campanhas bem iguais numa competição nivelada, quando uma vitória ou uma derrota balança a tabela de classificação.

Para o Santa Cruz somente a vitória interessa, desde que tem se aproximar da zona do acesso.

NOTA 3- CENAS DE INSANIDADE

* O que assistimos na noite da última quarta-feira no jogo entre Atlético-PR e Santos beirou a insanidade.

As vaias dirigidas a Eduardo Baptista mostraram de forma clara que o torcedor de futebol não raciocina, não enxerga a realidade e quer uma vitória do seu clube à qualquer preço.

Os gritos pedindo a demissão do treinador tomaram conta do estádio. Era o ¨Fora Eduardo¨, ¨burro¨, entre outras coisas.

Na nossa ótica o rubro-negro do Paraná fazia um bom jogo, mas encontrou um time que fez a sua melhor apresentação no ano, com Lucas Lima com vontade de jogar.

Mesmo assim o Atlético teve chances até de ganhar, desde que teve o domínio da partida nos vinte e cinco minutos finais, com o adversário na defesa.

A lógica é bem simples, se jogasse mal teria levado uma goleada.

Qual a culpa do técnico dos dois gols que o seu goleiro Weverton deixou passar? Um deles foi grotesco.

Qual a culpa do técnico de ter como opção de gol o jogador Grafite, que não tem mais condições de correr atrás da bola? Já o encontrou no elenco.

O Atletico-PR estava na zona da degola, ganhou com Baptista quatro jogos, com um bom salto na tabela de classificação.

Vamos e venhamos, e como sempre afirmamos que na lógica do futebol, o melhor sempre ganha, que foi o caso do Santos, mas contra um bom adversário.

Na realidade a maior frustação da torcida atléticana foi a de jogar no Dorival de Brito e não na sua Arena, que foi alugada para as finais do Mundial de Voleibol.

As vaias eram para Mario Celso Petraglia, mas os torcedores como não tem a coragem de enfrenta-lo, escolheram uma vitima mis fraca, na pele de Eduardo Baptista.

São uns aloprados.

NOTA 4- O FUTEBOL BOLIVIANO E O CALENDÁRIO EUROPEU

* O futebol boliviano adotou o Calendário Europeu, e o seu campeonato foi encerrado no primeiro semestre.

O interessante é que o Brasil ainda insiste com o seu modelo autofágico, com os clubes jogando diversas competições ao mesmo tempo, e os departamentos médicos lotados de atletas.

O Fluminense é o maior exemplo, com 27% do seu elenco sem jogar por conta das lesões, e uma boa parte graves, com meses fora do gramado.

O Atlético-MG jogou na última quarta-feira na Bolívia com um time que está de férias, o Jorge Wilstermann, e que retornará no período de dez dias para os treinamentos visando a segunda partida que será realizada em agosto.

Enquanto o adversário descansa, o Galo Mineiro irá atuar em 9 partidas no período de 29 dias, ou seja, em 3,3 dias um jogo. 

No final, no caso de uma derrota, a culpa é do técnico, e a carta de demissão será entregue. 

Por isso é que o futebol brasileiro é um lixo. 

NOTA 5- A NOTA DO FORTALEZA DE APOIO À LIGA DO NORDESTE

* Mesmo fora da Copa do Nordeste do próximo ano, a diretoria do Fortaleza publicou uma Nota de apoio à Liga do Nordeste.

Foi referenciado no documento que essa competição tem mostrado a Região para todo o país, que existe futebol, rivalidade e tradição fora do eixo sul-sudeste. Existe público consumidor e existe produto de qualidade.

Segundo a Nota o Fortaleza entendeu que as decisões tomadas em Assembleia Geral, de 24 de março deste ano, atendem ao melhoramento da competição.

No final o clube reafirmou a sua condição de filiado à Liga do Nordeste e favorável à plena continuidade da Copa, nos moldes definidos em Assembléia Geral.

Enquanto isso o Sport que foi fundador da Liga quer destruí-la, e com um agravante um seu ex-presidente, Luciano Bivar, a presidiu. 

Aliás o atual presidente está sendo chamado de Trump Tupiniquim por conta de um vídeo que corre nas mídias sociais, em que destrata alguns blogs de Pernambuco.

Lamentável.

NOTA 6- A VITÓRIA DOS MARGINAIS

* Hoje pessoas do bem correm do futebol como o diabo da cruz.

Dirigir um clube esportivo era uma honra, uma alegria para quem assumia, mas no dia de hoje sem dúvida é um sofrimento e que desperta fuga dos bons gestores, dando os seus lugares a pessoas sem capacidade para tal.

Marginais com a camisa de torcedores proliferam pelo Brasil afora, invadindo os treinamentos, ameaçando os jogadores e dirigentes.

No dia de ontem, Sergio Serra, presidente do Paysandu renunciou o cargo após seis meses de gestão.

O motivo foi a ameaça sofrida em plena praça pública quando passeava com a família, inclusive com um filho autista.

Dois bandidos com os rostos cobertos desceram de uma moto, armados, ameaçando matar a todos se o time for rebaixado para a Série C.

O Paysandu completou oito rodadas sem uma vitória.

Depois disso resolveu renunciar para não deixar seus familiares sofrerem algum tipo de agressão.

Nada mais nada menos de que um fato do atual Brasil, onde os bandidos proliferam em todos os setores, e as pessoas do bem tem que procurar refúgio.

Dirigir um clube de futebol é sem duvida procurar sarna para se coçar.

NOTA 7- O INACREDITÁVEL FUTEBOL DE PERNAMBUCO

* O estadual de Pernambuco ainda não acabou.

Depois de uma espera de 52 dias para a realização do seu jogo decisivo, o TJD-PE acatou um recurso encaminhado pelo goleiro do Salgueiro com a alegação de um erro de direito com referência ao gol anulado pelo apito de vídeo amigo.

Na decisão foi determinado que a Federação local não homologue o título do Sport.

O processo irá correr no órgão da Justiça Desportiva de Pernambuco, e que poderá terminar no STJD, e com isso não iremos conhecer o campeão nem tão cedo.

A bola irá rolar no tapetão.

Só mesmo nesse futebol  desorganizado que um fato como esse poderia acontecer.

É o Inacreditável Futebol Clube

Escrito por José Joaquim

Qual a razão dos lojistas brasileiros quando realizam promoções colocarem em suas vitrines cartazes com ¨I SALE-50% OFF¨. Algo que vai além do grotesco porque não estamos em Nova York e sim no Brasil, cuja população não fala a língua inglesa. 

Ao observarmos isso em uma loja do nosso Recife, nos lembramos de que o futebol da Região Nordestina está necessitando de uma promoção como essa, para que possa acelerar a sua liquidação.

Na geografia do Circo Brasileiro do Futebol, o Nordeste contempla apenas sete estados, começa no Ceará e termina na Bahia, por conta de uma obra politica de Ricardo Teixeira, quando colocou Piauí e Maranhão na Região Norte. Uma melada sem limite.

Com a exceção de Bahia e Pernambuco os demais estados estão com promoção de queima de estoques. Na realidade na Divisão Principal só temos três clubes, dois baianos e um pernambucano, que vivem no sobe e desce constante. 

Na Série B, que é a Segunda Divisão, Pernambuco tem dois times, Náutico e Santa Cruz, Rio Grande do Norte (ABC), Alagoas (CRB) e Ceará (Ceará) com apenas um de cada estado, o que demonstra que somos mais de Segunda Divisão do que da Primeira.

Na vizinha Paraíba, o futebol vem penando por um bom tempo, e o maior feito foi o acesso do Botafogo para a Série C, onde encontra-se nessa temporada de 2017. Clubes tradicionais que conhecemos de perto, como o Treze, Campinense e Auto Esporte amargam o ostracismo e estão nas prateleiras de liquidações.

No Rio Grande do Norte, o América que tem uma boa torcida está jogando na Série D, quando desceu uma ladeira íngreme. O Fortaleza no Ceará está na Série C há anos, e sempre chega perto do acesso mas não consegue. 

Em Alagoas o CRB é a peça de resistência na Série B, após uma queda para a C, caminho que foi percorrido pelo ASA que passou muitos anos na Segunda Divisão, e hoje está na Terceira na companhia do CSA.

Quando entramos no território sergipano encontramos um maior número de placas ¨I Sale-50% Off¨. Há anos que não tem um clube na Série B, (na A nem pensar). Em Sergipe os clubes locais que sempre tiveram uma tradição nesse esporte foram destruídos, e vivem em um processo de falência geral.

Finalmente a Bahia, que de forma eventual tem dois clubes no Brasileirão dessa temporada, que formam o seu duopólio, e mais nenhum nas demais (B e C).

Essa dupla concentra a demanda desse estado, não permite o crescimento de outros clubes. Os torcedores do interior usam as camisas de times do Sudeste. Clubes tradicionais como Ypiranga, Galicia e Botafogo empobreceram, e vivem hoje de sonhos do passado.

Em nosso estado ainda temos o Salgueiro na Série C, que já chegou a jogar na B, e entrou em queda livre, terminou na D, e retornou para a C, onde está mal colocado.

Qual a razão da liquidação dos clubes Nordestinos? O motivo principal foi a falta de uma visão estratégica sobre as modificações que estavam acontecendo. O mundo ficou plano e a luta desigual, e esses não estavam armados para enfrenta-la.

Existe uma desigualdade nas receitas entre os clubes brasileiros, mas todos ficaram presos ao sistema, e não procuraram as alternativas que pudessem ajudar a estancar o processo.

A competição regional que a diretoria do Sport queria destruir é um passo importante, mas o maior desses é a municipalização do futebol, que poderá dar uma nova dimensão ao setor.

Enquanto isso vamos continuar a ver placas com o ¨I Sale-50%-Off¨.

Escrito por José Joaquim

O jornal Folha de São Paulo em seu caderno esportivo publicou uma entrevista com Mario Celso Petraglia, ex-presidente do Atlético-PR, e atual presidente do seu Conselho Deliberativo, em que foi analisado o futebol brasileiro em todos os seus setores, e com uma dura afirmação de que esse esporte está um ¨lixo¨.

De imediato nos lembramos dos nossos artigos sobre esse tema, quando há muito tempo temos considerado que o esporte da chuteira está no aterro sanitário.  

Por conta disso, numa participação que tivemos em um programa esportivo, fomos ameaçados de morte por dizer a verdade.  Algo que foi além do grotesco.

Petraglia tem razão, desde que é de uma geração que teve a alegria de acompanhar os melhores momentos do futebol brasileiro, bem diferente do atual, que na verdade está nivelado por baixo, com jogos da pior qualidade, e raros atletas que podem ser destacados.

Na entrevista o cartola levantou um tema que sempre defendemos, o da criação de uma Liga, afirmando que o problema é que não existe união entre os dirigentes do futebol brasileiro, que só levam para as reuniões seu próprio interesse e a rivalidade.

Aproveitando a entrevista voltamos a um assunto que sem duvida é importante para o futebol do Brasil, o da implantação da Primeira e Segunda Ligas Nacionais. Continuamos marchando na contramão da história, mesmo contando com os exemplos da Europa e dos Estados Unidos.

O único empecilho seria o seu comando, desde que a cartolagem com raras exceções, é um produto da pior safra dos últimos anos, mas o risco tem que ser assumido, e urge, para o nosso futebol a  mudança de um sistema podre, corrompido e sem direção.

Se continuarmos com o tipo de gestão emanada pelo Circo Brasileiro do Futebol (CBF), acompanhada pelas Federações estaduais não vislumbramos salvação, a não ser a de continuarmos com a decadência desse esporte, que está bem acentuada nos estádios ociosos e seus gramados.

Não é possível que em todos os países mais evoluídos do mundo, o sistema de Ligas deu certo, e no Brasil isso não poderá acontecer. Não entendemos que ainda existam pessoas que não perceberam da importância desse modelo para o crescimento do esporte no país.

Como um sistema como o nosso pode ser defendido? Nem Freud poderia nos explicar.

Chegamos numa encruzilhada e no melhor momento de definição, sobretudo por termos um órgão maior do nosso futebol que não tem a estrutura organizacional e moral para cuidar desse esporte.

Que o Circo continue a viver, com a sua seleção, e as divisões menores, como suas obrigações.

Uma Liga dirigida por profissionais, sem a politicagem atual, e com um Conselho Gestor com representantes dos clubes, seria o início de uma revolução tão desejada, que não suporta mais esse ciclo sob o domínio da Rede Globo, e necessita respirar um novo ar.

O futebol brasileiro foi para o lixo, e não precisamos de muitas provas para tal comprovação, desde que o momento atual caracteriza a falta de planejamento, a anarquia do segmento que tem demanda, em um país com um PIB que apesar da cambada que estava no poder, e dessa que o assumiu, ainda é um dos maiores do mundo.

Com uma Liga iremos ingressar no mundo civilizado do futebol.