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Escrito por José Joaquim

A situação do Clube Náutico com jogadores em greve por conta dos salários atrasados, mudanças na diretoria do futebol e graves problemas financeiros é o reflexo de gestores que acreditam em projetos de curto prazo, que na verdade não levam a nada, e que terminam sem retorno positivo.

Um clube hoje faz parte de um grande negócio que é a indústria de entretenimento, mas no Brasil poucos entenderam esse fato, e continuaram com o trabalho açodado na busca de sucesso imediato. Falta-lhe uma espinha dorsal profissional que possa conduzi-lo por longo período, independente da rotatividade dos cargos diretivos.

O alvirrubro de Pernambuco é produto do imediatismo há longos anos. Sempre os que o assumem desejam a conquista de um título, e os números estatísticos mostram que isso não acontece e não irá acontecer.

Sem um projeto de longo prazo não existe a menor possibilidade de sua recuperação, e ano após ano esse continuará caminhando em um túnel sem luz, e com um final previsível. A situação atual é um aviso prévio do que irá acontecer.

O que custa conversar com os seus sócios, torcedores, patrocinadores, mostrando que esse irá proceder com uma restruturação, e que as conquistas irão demorar, e só chegarão quando a casa estiver arrumada?

Simples. Todos irão entender, e a sua participação será bem maior, desde que sabendo do que está sendo realizado no clube visa a sua recuperação, esse dará o seu retorno. Não existe sobrevivência para quem gasta mais do que arrecada. Essa é a regra número um no projeto de recuperação.

Temos duas experiências vitoriosas no Sport. No ano de 1973, o rubro-negro era um clube falido, com débitos vultosos, e de acordo com então presidente Silvio Pessoa, resolvemos colocar uma equipe juvenil para disputar o campeonato, e trazendo poucos jogadores de fora, com salários que pudessem ser quitados.

Divulgamos o trabalho para todos os seguidores do clube. Contratamos o treinador Cilinho, mostrando que não estávamos pensando em títulos, e sim na formação de um elenco para o futuro.

Deu certo, os Deuses do Futebol nos ajudaram e com um time simples, novo, chegamos a disputar o título estadual contra o Santa Cruz que tinha um grupo forte, um dos melhores de sua história.

Dois anos após o clube conquistava o campeonato.

Em 1991, participamos de um projeto de longo prazo para uma nova recuperação do clube, que estava também tecnicamente falido. Deu certo e apesar dos pesares, o sistema continua não bem como poderia ser, mas longe das dificuldades da época.

O Clube Náutico pena há quase cinco décadas, sem conquistas de grandes títulos, e com apenas sete campeonatos estaduais. De 1968 a 1974 foram seis anos, e apenas uma conquista, de 1975 a 1984, foram 10 anos e mais um título, de 1985 a 1989 mais dois. A década de 90 foi mais trágica, sem nenhum título conquistado, enquanto a de 2000, somou apenas três campeonatos (2001, 2002 e 2004).

O que fizeram os seus dirigentes nesses longos anos? Quais as analises procedidas? Quais os projetos apresentados? Os números eram bem claros de que algo de errado estava existindo, mas na verdade deixaram o barco navegar sem destino certo.

Os ciclos bem espaçados nas conquistas de títulos influenciam na redução da demanda, na captação de novos torcedores, com a redução de suas receitas, aumentando o endividamento que é feito na tentativa de sucesso, que não pode dar certo sem um projeto que possa criar uma curva ascendente.

Se permanecer como está não temos a menor duvida que em pouco tempo os alvirrubros estarão chorando sobre o leite derramado.

Nada acontece por acaso.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- MAIS UM EX-CLÁSSICO DAS MULTIDÕES

* É tanto clássico local, que na verdade já esgotou a paciência dos torcedores.

Na noite de hoje teremos mais um, o ex-clássico das multidões entre Sport x Santa Cruz. Dessa vez é pela semifinal da Copa do Nordeste. 

Depois desse teremos a segunda partida na próxima semana. Haja jogo.

Não iremos assisti-lo por conta de uma tal greve promovida por um bando de vagabundos que não trabalham e vivem de terrorismo sob os olhares dos poderes da República.

Uma minoria mequetrefe ameaçando a sociedade do bem, motivou a mudança de nossa viagem de retorno ao Recife.

Até quando iremos suportar esse tipo de protesto, que usa a violência como arma?

Voltando ao jogo de hoje, mais uma vez afirmamos que o Sport tem a obrigação de ganhar, e o técnico Ney Franco deixar o violão de lado e acertar na formatação da equipe, e usar o método de substituir jogadores apenados com cartão amarelo.

O Santa Cruz é um livre atirador, se derem chance pode sair vitorioso por conta de uma bola parada.

O rubro-negro da Ilha do Retiro ainda não ganhou do tricolor nessa temporada.

NOTA 2- VAMOS BEM, OBRIGADO!

* O Cruzeiro registrou prejuízo de R$ 29,3 milhões em 2016. O valor consta no balanço financeiro do clube, cujas contas foram divulgadas na última segunda-feira.

O clube arrecadou R$ 238.359.658,38 em receitas operacionais, menor do que os R$ 343.144,07 do ano anterior. A irracionalidade dos cartolas é tão grande que apesar da queda nas receitas, aumentaram os seus custos. Nem Freud poderia explicar.

Em 2015 as despesas somaram R$ 343.896,07, e em 2016 essas subiram para R$ 267.677,34. O prejuízo de R$ 29,3 milhões é maior do que o de 2015 (R$ 25,7 milhões), ou seja dois anos consecutivos no vermelho.

Mais uma vez a maior fonte de renda foi o da venda dos direitos de transmissão para a TV, incluindo as luvas adiantadas pela renovação do contrato de 2019. Esse item aparece em conjunto com ¨publicidades¨ e totalizou R$ 130,9 milhões. 

Em seguida aparecem bilheteria/premiação (R$ 31,3 milhões), direitos econômicos/cessão temporária (R$ 28,5 milhões), patrocínio/royalties (R$ 26,8 milhões).

O Cruzeiro gastou R$ 193,0 milhões com atividades desportivas profissionais. A folha salarial foi de R$ 149,2 milhões, contra R$ 178,5 milhões.

Enquanto isso a cartolagem celeste continua fazendo contratações vultosas, mesmo com prejuízos em dois anos.

Esse é o modelo de gestão do futebol brasileiro.

E quando se pergunta como vamos, a resposta é simples: ¨Vamos bem obrigado¨.

NOTA 3- ¨MODUS OPERANDI¨

* O Coritiba é como o Sport Recife, e outros clubes medianos.

Como não tem musculatura para a conquista de um título importante, tem no estadual a sua última chance de conquistar algo de positivo.

Para que isso possa acontecer, o Coxa, através do seu presidente mandou consultar os jogadores sobre os que estão pretendendo de premio pela conquista.

Os cartolas estão dispostos a gastar para que o ano não passe em branco, ou seja Kleber e Wilson é que vão resolver. 

Quem analisou o balanço de 2016 desse clube, ficou na certeza de que a sua vida financeira é preocupante.

São coisas do futebol brasileiro, que é a repetição da mesmice, ou seja do mesmo modus operandi.

Os cartolas não se reinventam.

NOTA 4- AS MESMICES DOS ESTADUAIS

* Com três exceções, no Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco, os estaduais mais importantes do país serão decididos pelos mesmos clubes de sempre.

Nada mudou no podre reino de Del Nero.

Em São Paulo, a Ponte Preta que é a quinta força, tornou-se a intrusa do pedaço, e irá enfrentar o Corinthians, enquanto no Rio Grande do Sul, o Grêmio de Renato Gaúcho deixou a sua vaga para o Nova Hamburgo que irá decidir com o Internacional. 

A decisão Pernambucana terá o seu primeiro jogo no dia 7 de maio, e o Salgueiro que derrubou Santa Cruz e Náutico, irá decidir com o Sport Recife. Três exceções à regra geral.

Enquanto isso no Rio de Janeiro teremos o velho FlaFlu, em Coritiba o tradicional Atletiba, nas Minas Gerais, Cruzeiro e Atlético, no Pará, Remo e Paysandu. No estado da Bahia, os confrontos serão realizados na próxima semana, por conta da Copa do Nordeste , com o BAVI baiano, que é mais antigo do que a fome.

Nada muda em nosso futebol, todos os anos repete a mesmice, da mesmice. 

Renovar é pornografia.

NOTA 5- O DIABO FUGINDO DA CRUZ

* A situação politica do Fortaleza entrou em ebulição após a queda do time no campeonato estadual.

O presidente Jorge Mota não consegue compor um Conselho Gestor para administrar o clube.

Segundo o colunista Alan Neto do Jornal cearense ¨O Povo¨, dez conselheiros influentes, pesos pesados que foram consultados, rejeitaram a ideia, respondendo negativamente.

O mais forte de todos reuniu oito conselheiros com bala na agulha em seu apartamento para troca de ideias. Quando o assunto do Conselho Gestor foi posto à mesa, todos tinham uma desculpa para dar um não.

Um deles afirmou que era um presente de Grego, ¨pegar um clube com mais de R$ 2 milhões de dívidas, isto é presente de Grego¨.

Conversamos com alguns amigos de Fortaleza, e esses nos afirmaram que a única solução seria a saída de Jorge Mota do comando do clube.

Na verdade essa situação parece aquela do Diabo fugindo da Cruz.

São coisas do futebol brasileiro.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- ISSO É LIBERTADORES!

* A mídia brasileira criou um bordão para tratar a Copa Libertadores, tratando-a como fosse um guerra entre países.

Nas transmissões e nos debates sempre ouvimos a imbecilidade de que ¨ISSO É LIBERTADORES¨.

Para nós a competição faz parte do sistema do futebol, que deve ser bem jogado nos gramados e com o fair-play necessário.

Ao assistirmos jogos da Liga dos Campeões, sentimos as diferenças gritantes com relação ao que acontece na competição de nosso Continente. Trata-se de água e vinho.

Infelizmente a Conmebol ainda vive os anos anteriores de desmoralização e roubalheira, perdendo a força e a credibilidade.

As cenas do pós jogo entre Peñarol e Palmeiras deram o atestado da avacalhação dessa competição, tendo Felipe Melo como seu maior protagonista.

Há algum tempo atrás numa entrevista esse afirmou que iria dar uma tapa na cara de um adversário uruguaio, e na noite da quarta-feira o fez, dando um soco no atleta da equipe local. A imprensa continuou com o seu bordão: ¨ISSO É LIBERTADORES¨.

A confusão foi constrangedora, parecia o octogonal da UFC, e o atleta palmeirense o Spide do futebol.

O mais grotesco veio da direção e dos jogadores do time brasileiro, de que Felipe Melo tinha sido chamado de macaco.

Essa historia de racismo serve para encobrir muitas molecagens. Numa entidade séria os dois clubes seriam eliminados, e o atleta punido por um longo período. 

Isso sim que é o bom futebol.

NOTA 2- A CORRUPÇAO NA CONMEBOL

* A Conmebol é a Petrobras do futebol, e isso ficou demonstrado no relatório apresentado no dia de ontem aos seus filiados, fruto de um trabalho elaborado por uma auditoria contratada após os escândalos da FIFA que levou vários dirigentes da América do Sul à prisão.

O período analisado foi entre 2011 e 2015, quando a entidade foi presidida por Nicolaz Leoz, Eugenio Figueiredo e Juan Ángel Napout. Os três estão em prisão domiciliar aguardando o julgamento nos Estados Unidos.

Na América do Sul, 20 cartolas estão envolvidos no escândalo de corrupção, incluindo José Maria Marin, ex-presidente do Circo, que está em prisão domiciliar em Nova York. O atual presidente da entidade, Marco Polo Del Nero também foi incluído pelo FBI e não viaja para o exterior com o risco de ser preso.

Para que se tenha ideia do roubo que aconteceu nessa entidade, o relatório apresentado denunciou o desvio de US$ 128,6 milhões (R$ 410 milhões). Foram confirmados desvios de US$ 26,9 milhões para contas pessoais de Leoz, US$ 33,3 milhões de transferências bancárias não identificadas, US$ 10,4 milhões em instruções de pagamentos a terceiros, e US$ 55 milhões em transferências bancárias a favor de terceiros sem suporte documental adequado.

Tais fatos mostraram a realidade  do futebol de nosso Continente, e de sua entidade maior, que deve servir de espelho para suas filiadas.

Um bando de corruptos. Se levarem adiante irão descobrir todos os que receberam os depósitos, e para tal bastará um rastreamento.

Não acreditamos que irão proceder dessa forma, que poderia pegar muitos cartolas ainda na ativa.

NOTA 3- A SÍNDROME DO CARTÃO AMARELO

* Ney Franco técnico do Sport sofre da síndrome do cartão amarelo.

No seu time quem amarela sai de imediato.

Algo estranho, mas cabeça de treinador de futebol ninguém consegue entender. Franco é o inventor dessa nova tática que está sendo utilizada no rubro-negro da Ilha do Retiro.

Na última quarta-feira o modelo foi repetido, e a bola da vez foi o volante Fabricio que estava guarnecendo a zaga do time, que é lenta e necessita de ajuda para cumprir as suas funções.

O atleta levou o cartão amarelo e de imediato foi tirado do campo de jogo. O técnico tocou uma nota desafinada, e por conta da ausência desse jogador, o atacante Guilherme que é rápido fez a festa, anotando os dois gols da vitória do time de General Severiano. 

Uma tática sem dúvidas suicida.

São coisas do futebol brasileiro. 

NOTA 4- 75% DAS RECEITAS DO BAHIA VIERAM DE UMA SÓ FONTE

* O Bahia divulgou o seu balanço financeiro de 2016. De uma maneira geral bem enganoso, desde que mostrou crescimento nas receitas, e ao mesmo tempo um crescimento em seu endividamento.

As receitas apresentaram uma evolução, pulando de R$ 85 milhões em 2015, para R$ 121 milhões. Seria bem importante se o crescimento não fosse atrelado aos pagamentos das luvas do direitos de transmissão, tanto da Rede Globo, como do Esporte Interativo.

Esse item deu um salto de R$ 44,2 milhões em 2015, para 90,8 milhões em 2016. Se tais valores não tivessem sido embutidos na sua totalidade, não haveria nenhuma evolução, e que pode se refletir no ano de 2017, já que não haverá pagamentos de luvas.

A participação da TV no balanço é de 75%, ou seja sustenta o clube, fato esse que é negativo, desde que as outras fontes não estão respondendo.

Os demais itens pouco representaram e tiveram pequenas evoluções. 

As receitas das bilheterias tiveram uma queda, de R$ 10,5 milhões em 2015, para R$ 9,8 milhões em 2016.

O superávit apesar das luvas foi menor do que 2015 (R$ 29,4 milhões), contra R$ 21,8 (2016). Enquanto isso o endividamento continua alto, com R$ 166 milhões.

Na realidade o clube depende da televisão para a sua sobrevivência.

NOTA 5- A JUSTIÇA DO TRABALHO E OS CLUBES 

* Os clubes brasileiros tem uma rubrica em seus balanços com os valores dos acordos realizados na Justiça do Trabalho, por falta de pagamentos de seus compromissos.

O problema maior é que os processos demoram a ser julgados, e o peso da correção e dos juros são altos, aumentando os valores de forma vertical.

Há pouco o Grêmio foi punido pela 2ª Vara da Justiça do Trabalho de Porto Alegre, por uma dívida com Victor seu ex-goleiro no período de 2008 a 2012, que hoje encontra-se no Atlético-MG. O valor é de R$ 3,2 milhões.

O mais grotesco é que o time mineiro está sendo processado pelo gaúcho por conta da venda do goleiro, que custou R$ 10,3 milhões, que até hoje não foram pagos.

O milionário Flamengo é o clube com mais ações de jogadores, e agora está com mais uma para resolver, do atacante Alecsandro  que cobra repasse de direitos de arena, ¨bicho¨, férias, adicional noturno e horas extras.

O jogador tem um histórico na Justiça, desde que já acionou Vitória, Ponte Preta, Internacional e Vasco. Um recordista.

Esse é o modelo financeiro do futebol brasileiro. 

Segundo as mídias nós vamos bem, obrigado.

Escrito por José Joaquim

Quem acompanha o futebol brasileiro por um bom tempo, deve estar sentindo que a sua atual situação nunca foi observada no decorrer de sua história. 

O esporte da chuteira teve a sua bola furada, e vem mostrando uma realidade que serve como atestado do seu enfraquecimento.

Essa gente que o dirige vive em outro planeta, tendo como dirigente máximo algum lunático, por não entender o momento que está sendo vivenciando.

O futebol brasileiro, por conta da ausência de um planejamento estratégico, deixou de evoluir e, apesar de tantos recursos recebidos, os balanços dos clubes mostram um crescimento irreal, festejado, mas com uma dependência total dos direitos de transmissão.

Os resultados foram positivos por conta das luvas recebidas. Sem essas o retrocesso seria demonstrado.

A cartolagem aposta nas vitórias da seleção do Circo para as suas manutenções, e para tal irão fazer de tudo, dentro e fora do campo.

Esse esporte sofreu um ataque de outras formas de lazer, inclusive do mesmo setor, com a influencia cada vez maior dos campeonatos europeus.

As criticas são diárias, mas não encontramos nelas uma análise mais profunda do problema, que tem como ponto principal, a ausência de um projeto estratégico a longo prazo, para que possa definir um futuro melhor, antes que seja tarde demais.

O jornalismo esportivo está na maré baixa.

Os torcedores respondem com as suas ausências nos estádios, e tivemos um bom exemplo, quando o Santos em seu jogo contra o Paysandu pela Copa do Brasil, fez várias promoções, e não conseguiu chegar a 50% da capacidade do estádio. A torcida presente caberia em dois ônibus.

O que os cartolas querem do futebol brasileiro? Que continue com jogos medíocres, com a média de gols do seu maior campeonato sendo reduzida ano a ano?

Querem os estádios ociosos como está acontecendo nas competições locais e nacionais?

Querem jogos de torcida única, por conta da violência promovida pelas organizadas por esses sustentadas?

Tais perguntas nunca serão respondidas, por só pensarem em seus próprios interesses, e quando se fala em planejamento, a impressão que temos é que se trata de uma palavra proibida no meio do sistema que foi implantado.

A Copa do Mundo que era a esperança de melhora por conta das novas arenas, falhou, e o seu legado tão falado não aconteceu. Tudo continuou como dantes.

Planejar é preciso, inclusive a longo prazo, para que os frutos sejam colhidos, mas para que isso possa acontecer é necessária uma revolução no futebol brasileiro, culminando com a expulsão dos vendilhões do templo.

O nosso mal maior é a impunidade. Os dirigentes destroem os seus clubes e não são punidos, o governo é paternalista, quando cria leis que servem para a cobertura do rombo deixado por esses.

Na verdade, o futebol é a cara desse país bagunçado, e do seu jeitinho para encobrir as safadezas, quando a entidade maior do futebol é rica, e os clubes pobres. 

Sabemos que estamos pregando no deserto, desde que o sistema prefere o processo de esculhambação hoje reinante, mas não vamos desistir.

Escrito por José Joaquim

O Brasil é um país surreal. Não existe algo nada parecido. É como abrir um armário procurando um casaco, e encontrar um leão vivo. Na última terça-feira assistimos mais uma cena de surrealismo, com índios atirando flechas na policia de Brasília. Tiveram que chamar o General Custer.

O futebol como faz parte do contexto, vive no mesmo sistema, quando o lema é do ¨Quanto pior, melhor¨.

Em que época da história do futebol de Pernambuco já se viu algo tão grotesco, com a falta da segunda data para a disputa da partida final do seu estadual.

A previsão é que essa aconteça no dia 30 de maio, ou seja uma competição que sempre teve começo, meio e fim, terá que esperar 30 dias após o primeiro jogo para conhecer o campeão. O torcedor perde o rumo, estará focado no Brasileirão.

Treinadores, jogadores, uma parcela de torcedores mais avisados, pedem mudanças no futebol brasileiro, por sentirem de perto a longa agonia que vem tomando conta desse esporte por muitos anos.

O segmento mais interessado com relação ao tema é o dos dirigentes, os quais são omissos e, com raras exceções, não pregam a necessidade de uma grande reformulação. Preferem viver no mundo surreal. Existe uma acomodação.

Os clubes jogam três vezes em uma semana, com viagens longas, e ninguém reclama. Parece que se trata de algo normal, mas os reflexos estão nos seus Departamentos Médicos, com lesões acontecendo em todos os jogos.

A arbitragem nacional afundou com o nosso futebol, e todos sabem que o motivo é o da ausência de um comando com credibilidade, com passado e currículo, que possa dar uma visão aos árbitros de algo melhor, e sobretudo de respeito.

Todos sabem e ficam calados, vendo muitos clubes perdendo pontos por erros cometidos pelos apitadores dos seus jogos. Receio de represálias.

Mudar para que, se está tudo bem? Salários atrasados entre grandes e pequenos. Compromissos não pagos e cobranças judiciais, o público deixa uma ociosidade nos estádios de 60% em sua maior competição, e os dirigentes não falam em mudanças. São felizes com a decadência.

O futebol brasileiro continua a viver no tempo da idade da pedra, não se renova, não apresenta caras novas, sérias e comprometidas com o futuro, que poderiam promover as modificações necessárias.

São dependentes do retrocesso, de gestões amadoras, que os levaram ao fundo do poço, mas todos acham que vai tudo bem, e que o futebol não necessita de mudanças. Os balanços deram lucros, mas esquecem de dizer que esses foram inflados com as luvas da Rede Globo. São surreais.

Quanto pior, melhor é o modelo que sustenta os pretensos salvadores da pátria, que aparecem como aqueles que poderão resolver os problemas dos seus clubes. e que na verdade chegam imbuídos de outros sentimentos e de interesses pessoais.

São coisas do tempo da brilhantina e do matador de mosca. Estamos tão atrasados, que os índios ainda usam flechas. Só falta a bola de pito.