NOTA 1- O SOFRIMENTO DO CITY
* O resultado final do jogo do Liverpool no último sábado teve uma grande influencia emocional no time do Manchester City, que entrou no gramado com a obrigação de uma vitória perante o Burmley.
Obvio que a diferença técnica era muito grande, mas a equipe de Pep Guardiola sentiu a pressão e teve dificuldades em especial na parte inicial da partida de furar o biarticulado do adversário.
O jogo agressivo como é conhecido não aconteceu na primeira etapa, com o Burnley oferecendo perigo nos contra-ataques.
Embora com a maior posse de bola, 73% de controle, o adversário colocou uma formação no gramado que não permitia que o City fosse incisivo.
Os Citizens voltaram para segunda fase diferentes, com um domínio total mas encontrou nas luvas do goleiro Heaton um empecilho. O único gol foi decidido pela tecnologia com uma chute de Aguero.
Como a bola não entrava e o Burnley estava levando perigo a área do rival, Guardiola perdeu a virgindade ao colocar mais dois zagueiros à frente da defesa, e com o time fazendo um verdadeiro sacrilégio ao se defender com chutões e bola para o mato. Jamais tínhamos visto um time por esse comandado utilizar tais mecanismos.
Na verdade o que estava valendo era mais uma vez a liderança, e apenas dois jogos para a conquista do título.
Se na Inglaterra tivesse a mala branca, o Burnley parecia ter sido premiado. Jogou como fosse candidato ao título.
Faltam apenas duas rodadas para que o Manchester City com suas próprias pernas ganhar o bicampeonato.
Pelo menos estamos na relação daqueles que assistiram um time comandado por Pep Guardiola terminar um jogo como uma equipe de menor porte.
Na vida sempre tem a primeira vez.
NOTA 2- A ARAPUCA DE SAMPAOLI PEGOU RENATO GAÚCHO
* No último sábado Flamengo e Cruzeiro foram protagonistas de um excelente jogo. O Brasileiro estava começando bem.
Grêmio e Santos na manhã de ontem no horário mortífero das 11h00 repetiram a dose, oferecendo ao bom público que esteve presente na Arena gremista uma partida do mais alto nível.
O técnico Jorge Sampaoli montou uma armadilha jogando com três zagueiros e nos contra-ataques, diferente dos encontros anteriores, fisgou Renato Gaúcho.
O primeiro tempo terminou com o placar de 2x0 para o time santista.
Pela primeira vez o Santos deu a posse de bola ao adversário e esse engoliu a isca colocada, e mesmo com uma formação mais cautelosa, e pressionando a saída da bola foi muito mais certeiro.
No segundo tempo o time do Santos veio com uma nova formação, com Alison no lugar de Jean Mota, por que tinha a visão de que haveria pressão. O mais importante foi que esse não recuou para se defender, e passou a atacar quase tanto como o Grêmio.
A dupla de zaga do tricolor gaúcho sofreu muito com a velocidade de Soteldo.
O time de Renato passou a jogar com três atacantes e o bombardeio foi intenso, com o goleiro Vanderlei fazendo três defesas milagrosas. Conseguiu o seu gol no final da partida.
Na verdade um jogo que até o perdedor ficou satisfeito com o futebol apresentado. As mudanças nas regras e o VAR estão contribuindo.
A primeira rodada começou promissora.
O Encantador dos Jornalistas estava presente na Arena do Grêmio e deve ter aprendido muita coisa com os dois técnicos, em especial com Sampaoli que é um gênio.
NOTA 3- AMBULÂNCIAS NOS GRAMADOS
* O futebol brasileiro tem mais um equipamento participando dos seus jogos, representado pelas ambulâncias.
O jogo Infraero com as bolas voando de um lado para o outro tem provocado choques perigosos e com vários atletas levados para os hospitais.
No último sábado tivemos um choque sério entre Dedé do Cruzeiro e Rodrigo Caio, do Flamengo, e o atleta do rubro-negro foi levado por uma ambulância para os exames hospitalares.
A touca para estancar o sangue das cabeças faz parte da bolsa dos médicos, sendo que hoje essa já tem o escudo dos clubes, ou seja mais um componente do futebol.
Um choque como esse traz à luz uma questão polêmica no futebol, o risco das concussões durante o jogo. O futebol americano tem feito muitas vitimas e com várias ações na justiça.
Historicamente o futebol não foi considerado um esporte violento, com casos isolados de atletas que tiveram lesões permanentes por conta de choques nas cabeças.
Na Inglaterra, as famílias de ex-jogadores das suas Ligas de futebol começaram a questionar a relação dos traumas causados durante os anos de trabalho em campo com a morte de seus parentes.
Na verdade não existe uma solução para o problema, desde que a bola aérea já faz parte do sistema adotado pelos técnicos de futebol, mas qual a razão de não utilizar protetores nas cabeças dos zagueiros e atacantes no modelo do rugby e do futebol americano.
Obvio que o impacto seria reduzido.
No acidente de Rodrigo Caio observamos algo totalmente equivocado que mostrou a falta de orientação aos atletas para tais fatos, quando Dedé que foi o causador do trauma, desesperado levantou a cabeça do acidentado.
Um procedimento errado e que poderia piorar a sua situação.
NOTA 4- UM GESTO QUE NÃO SE VÊ TODOS OS DIAS
* O Leeds empatou nesse domingo por 1x1 frente ao Aston Villa em um jogo da 2ª Divisão Inglesa, mas não foi o resultado o mais importante do jogo em Elland Road, e sim uma atitude do técnico do clube.
O time orientado por Marcelo Bielsa aos 72 minutos abriu o placar, com o Villa com apenas 10 jogadores, desde que um estava caído no gramado e seu time continuou no ataque, enquanto o adversário esperava a interrupção do jogo.
O lance deu origem à expulsão de um jogador do Aston Villa, por protestos, e a uma discussão entre os bancos das duas equipes, com John Terry, treinador do time prejudicado acusando o adversário de falta de fair-play.
O técnico argentino Marcelo Bielsa, conhecido como ¨El Loco¨, não gostou da atitude de sua equipe e ordenou-lhes que parassem e permitissem ao time visitante chegar ao empate.
Aos 77 minutos, com os jogadores parados o Villa empatou a partida, garantindo a passagem do Sheffield United para a Premier League e empurrando o Leeds para os play-offs de acesso à essa Liga.
Por incrível que pareça, o estádio aplaudiu a atitude do técnico.
Algo jamais visto no futebol.
NOTA 5- UM PELADAÇO EM NATAL
* O Náutico ficou no Recife, pois aquele que estava no Frasqueirão não era nem a imagem do time que perdeu o estadual nos pênaltis.
O encontro com o ABC de Natal que terminou com a vitória desse por 2x0, teve de tudo menos futebol, embora o time da casa por ter sido um pouco melhor tenha merecido o placar.
O alvirrubro passou os 96 minutos totalmente perdido no gramado, com pouca organização e sem levar perigo a meta do adversário.
Os dois gols do ABC aconteceram pelas lambanças da sua defesa que falhou de forma grotesca. A zaga estava perdida no gramado sem saber o que fazer. O time potiguar é muito fraco, mas pelo menos conseguiu aproveitar o erros do rival, e conquistar uma vitória.
Mais uma vez o estadual enganou, pois a campanha do Náutico foi boa, mas na verdade trata-se de uma competição mequetrefe sem nenhuma referência. O mesmo aconteceu com o Sport.
O time pernambucano precisa melhorar para não passar vexame.
No outro jogo pela Série C, o CRB foi derrotado pelo Londrina, que vem melhorando, pelo placar de 2x1.
NOTA 6- O BRASILEIRO COMEÇOU SEM EMPATES E UM BANHO DE GOLS
* Com alguns jogos de boa qualidade, a primeira rodada do Brasileiro foi encerrada sem nenhum empate e uma profusão de gols. Foram 33, com uma média por jogo de 3,3.
Na tarde tivemos três partidas, e a melhor foi a do Bahia contra o Corinthians, com uma vitória do time baiano por 3x2.
Roger Machado com pouco tempo já deu uma cara a um time que estava esfacelado. Foi bem melhor do que o alvinegro paulista e o resultado foi justo, com um belo gol de Rogério.
Nos outros dois jogos nesse período aconteceram duas goleadas. O Athletico atropelou o Vasco da Gama pelo placar de 4x1. O time carioca é fraco e se não melhorar a vaca irá leva-lo para o brejo da Segunda Divisão.
No outro jogo o Ceará mostrou que o CSA embora na primeira rodada é o favorito para retornar a Segunda Divisão. Foi massacrado pelo alvinegro com o placar de 4x0.
No período noturno foram realizados dois jogos. Palmeiras contra o Fortaleza e do Fluminense contra o Goiás.
Antes do inicio partida da Allianz Parque teve a festa da abertura do Campeonato que já tinha começado no sábado. Só mesmo no Brasil que é o pais mais surreal do mundo.
Colocaram um cantor chamado Di Ferreiro que não conhecíamos e que entrou e saiu sem convencer.
Depois veio o jogo que terminou com uma goleada de 4x0 para o alviverde. A diferença técnica entre o dois times era tão profunda como o Grand Canyon.
No Maracanã com o gramado virando um piscinão, o Fluminense foi garfado pelo VAR amigo, e pelo apitador Dewson Freitas também amigo, ao confirmar a tecnologia. O gol de Everaldo foi legal.
O tricolor perdeu um pênalti, e no final foi castigado com um gol do Goiás numa cobrança de falta. O time goiano mostrou alguma qualidade em comparação com aqueles que tiveram o acesso em 2018.
Dez jogos, dois do mais alto nível, outros regulares e alguns fracos abriram a primeira rodada que no final pode ser considerada como boa por conta da ausência dos empates, e com muitas redes vazadas.
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