blogdejjpazevedo

BlogdeJJPAzevedo.com

Escrito por José Joaquim

Uma pergunta interessante nos foi formulada por um torcedor do futebol, que deveria ser respondida pelo calendário nacional desse esporte: Qual a razão de tantas lesões, e sobretudo da quantidade de sangue que jorra nas partidas realizadas nas diversas divisões do Brasileiro?

Começamos pela segunda, com referência aos acidentes de percurso que vem acontecendo em diversos jogos que são realizados, quando a touca de natação vem tornando-se um utensilio obrigatório.

Já analisamos tal fato em varias postagens, e mostramos que isso só acontece por conta do novo modelo do futebol brasileiro, onde as bolas alçadas para as áreas são a atração principal, e com isso a disputa pelo alto tornou-se mais perigosa, com constantes choques e jogadores sangrando.

No futebol mais antigo a bola corria no gramado, as disputas eram no chão, e o de hoje essa percorre o alto, como um avião, e levando consigo os perigos  de várias contusões mais graves, como estamos presenciando.

Neste período onde víamos maior qualidade, era raro um atleta ter a cabeça rasgada por conta do choque com um adversário, e quando acontecia, esse continuava no jogo, com essa enfaixada, tornava-se um herói, como aconteceu com Ely do Amparo, defensor do Sport na década de 50.

Hoje virou rotina.

A primeira pergunta sobre lesões que vem afetando as performances dos clubes, a responsabilidade é sem duvidas do calendário insano que foi implantado pela madrasta do futebol nacional, por conta da overdose de jogos, e certamente aquele clube que tiver um elenco maior levará vantagem na luta pelo título.

Pelo andar da carruagem aqueles que estão disputando as divisão maior do Brasileiro jogarão mais de 70 jogos, alguns podendo chegar à casa dos oitenta, o que é realmente algo destruidor.

Fizemos uma analise completa em diversos campeonatos realizados nas décadas de 50 a 90, e verificamos que os times eram sempre os mesmos a cada rodada, sinal que as contusões não eram constantes, fato esse que acontecia por conta de um menor numero de jogos.

Hoje com apenas 90 dias de futebol, raros são os jogos sem lesões. O destrambelho da CBF tornou como mais importante em um clube o seu Departamento Médico, que tem o trabalho de proceder o retorno dos atletas o mais rápido possível, por conta das necessidades de atendimento da overdose de jogos que acontecem.

No futebol europeu a maioria das agremiações jogam com 90% dos seus atletas toda a temporada. As escalações são as mesmas, e isso somente acontece por conta de um calendário que só permite no máximo 60 partidas por ano, para aqueles que disputam todas as competições.

O futebol brasileiro perdeu a qualidade, e transformou-se em um grande incentivador de lesões e sangue. Quanto a esse último, está concorrendo com a UFC.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- OS CARTOLAS ACREDITAM EM PAPAI NOEL

* Mais um contrato para a compra dos direitos internacionais do Brasileiro fracassou, o que todos já sabiam, menos os cartolas dos clubes que ainda acreditam em Papai Noel, ao confiarem no Circo do Futebol, que não faz nada sem ter algo pela frente.

A história confirma, basta perguntar para Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero.

O primeiro contrato com a BR Foot, empresa bem estranha que foi criada apenas para a obtenção desses direitos foi por água abaixo, desde que foi colocado um jabuti numa árvore.

O segundo teve o ganhador antecipado por dois meses pelo jornal Folha de São Paulo, a Sport Promotion/Ecotonian que faz parte do sistema da Barra da Tijuca, e com uma longa amizade fraterna com Del Nero.

Na realidade a empresa não tinha os recursos para pagar aos clubes, e tentou colocar no contrato as apostas online. Rolou pela ladeira abaixo.

Tudo vai começar de novo.

Vamos e venhamos, qual a empresa séria que vai entrar em algo sem futuro, desde que o futebol brasileiro não tem a menor atração no exterior?  

NOTA 2- CORITIBA SALVA O PÚBLICO DA SÉRIE B

* A maioria dos estádios que abrigaram os jogos da rodada inicial da Série B Nacional tiveram uma ociosidade gigantesca, quando em nove jogos a soma total de pagantes foi de 28.565, com uma média de 3.173 torcedores por jogo.

Quem salvou a rodada foi o Coritiba com os preços dos ingressos subsidiados, ao levar ao Couto Pereira um total de 31.732 pagantes, número maior do que a soma das demais partidas. Um banho.

A soma total foi de 59.732 torcedores, com uma média de 5.930.

Com exceção do Coxa apenas dois clubes superaram a casa dos cinco mil torcedores em seus jogos, Operário (5.581) e Sport (6.492).

Com relação aos resultados os visitantes tiveram um maior número de vitórias (4), contra três dos mandantes e três empates.

O 1x0 que é o placar favorito dos técnicos do futebol brasileiro teve a sua participação em três jogos

NOTA 3- O CONTO DO ÁRBITRO FIFA

* Quando os clubes brasileiros pedem árbitros de fora para os jogos decisivos dos estaduais, solicitam aqueles que pertencem ao famoso quadro da FIFA, como se esses fossem melhores do que os demais.

Pela nossa experiência no futebol brasileiro, inclusive como dirigente da Federação local, sabemos que para ser integrante do quadro da entidade que dirige o nosso futebol o maior requisito é o QI, ¨Quem Indicou¨. Vimos isso muitas vezes.

Oscar Godoy, que foi árbitro FIFA em sua coluna do UOL, afirmou que no Brasil, a situação piora mais ainda quando as vagas criadas são preenchidas como troca de favores entre dirigentes de Federações e do Circo. Uma verdade bem verdadeira.

Um exemplo dessas influencias é o de Dewson Freitas que é FIFA do Pará, que chegou a tal patamar por conta da politica circense.

A sua atuação no último domingo no jogo entre o Fluminense e Goiás foi trágica. Tal fato não é nenhuma novidade, desde que há muito tempo os seus jogos são movidos pelas lambanças.

Nos lembramos dos jogos decisivos pelo estadual de Pernambuco, quando os cartolas optaram pelos árbitros FIFA, e deu no que deu. Wilton Pereira Sampaio fechou os olhos na primeira partida para o gol impedido do rubro-negro, e Ricardo Marques errou nos gols dos dois times na segunda partida. Ambos são da FIFA.

O mesmo Wilton Sampaio que é da Federação Goiana, prejudicou o Corinthians em seu jogo contra o Bahia ao não marcar um pênalti à seu favor.

Outro FIFA que errou feio e interferiu no resultado foi o paranaense Rodolfo Toski, ao anular um gol legitimo do Avaí.

Na verdade existem bons árbitros com o escudo FIFA, como do Circo, mas não pode se criar um ambiente de que aqueles que tem o escudo do órgão máximo do futebol mundial são os salvadores da pátria.

Muito pelo contrário.

NOTA 4- AJAX ESCREVE MAIS UMA LINHA NA BUSCA DO TÍTULO DA LIGA DOS CAMPEÕES

* O Ajax foi, na noite de ontem, até a casa do Tottenham e colocou-se em vantagem por 1x0, nas semifinais da Liga dos Campeões.

Em Londres o holandês, Van Der Beek assinalou no primeiro quarto de hora o único gol da partida, após uma espetacular combinação  ofensiva do Ajax.

No segundo tempo, o time de Mauricio Pochettino procurou o empate mas foi incapaz de conseguir furar a muralha defensiva da equipe de Tem Hag, que teve nesse período uma chance de aumentar o placar com uma bola na trave de um chute de David Neres.

Os vinte minutos iniciais foi mais uma aula da equipe holandesa, com um futebol de alto nível e fazendo história. Uma geração que poderá alcançar um sonho que parecia impossível, ganhar o titulo da Liga dos Campeões.

Um ponto importante que deve ser destacado, foi a maneira como suportou a pressão do adversário nos 20 minutos finais.

Na próxima quarta-feira em Amsterdã, o Ajax tem de tudo para ser o finalista dessa competição.

Um prêmio ao bom futebol.

NOTA 5- QUAL A RAZÃO DO SPORT ENTRAR DE FORMA DIRETA NA COPA DO NORDESTE?

* Fomos questionados por Guilardo Pedrosa, um dos mais assíduos visitantes do blog, sobre a razão do Sport ter entrado de forma direta na Copa do Nordeste após o pedido de desligamento da Liga, e o Náutico disputar uma pré-Copa que na verdade é algo imoral.

Temos um entendimento bem claro sobre esse assunto, posto que, quando da saída da Liga o rubro-negro jogou fora as prerrogativas que tinha, e jamais após o pedido de reintegração poderia ter pulado a janela. 

Pelas Normas do futebol brasileiro um time que pede licença de uma competição, quando retorna entra na divisão anterior, o que é justo desde que não pode ocupar um lugar daquele que permaneceu.

O mais grave é o Náutico se submeter a tamanho disparate, quando o rubro-negro deveria ocupar esse espaço. 

O Sport ganhou um premio pela sua desobediência.

São coisas do futebol brasileiro.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O VAR ASSUMIU O APITO

* Já mostramos que o Brasil é surreal. É o único pais do mundo em que uma vaca é encontrada em um poste, e uma jabuticaba em um sapotizeiro.

O VAR que na abertura do Brasileiro funcionou em 60% dos jogos, com três pênaltis anulados e dois confirmados, e uma expulsão, foi a atração da festa.

Apesar disso nem tudo foi bonito, desde que a maioria dos árbitros resolveu entregar o protagonismo do jogo ao apito eletrônico, e se continuar dessa forma esse irá participar do sorteio do Circo como o apitador principal.

A falta de formação dos árbitros brasileiros ficou marcada por conta de tantas interferências do VAR, que na verdade em alguns jogos teve o apito na boca de um preposto que estava no gramado. Até para dor de barriga solicitavam a sua participação.

Não lhes ensinaram que o sistema é para ajudar, e não para mandar.

O maior exemplo foi o de Dewson Freitas que é um árbitro dos mais fracos do quadro, que deu um show de incompetência ao transformar o jogo Fluminense-Goiás em uma verdadeira Casa da Mãe Joana, com uma desorganização total. Todo mundo mandava.  

O soprador anulou uma pênalti que tinha sido dado à favor do time tricolor, e  depois de ser avisado e consultar o VAR, anulou a sua anulação. Um verdadeiro Sanatório Geral. 

O mais grave foi o gol de Everaldo, do Fluminense ter sido anulado, após a sua confirmação. Deve ter recebido a chamada do responsável pelo sistema e foi na casinha constatar. Não sabemos como Dewson achou um impedimento de um jogador que ficou inerte durante o lance, e mais ainda a bola passou por esse com uma boa distância.

Logo após esse lance marcou uma falta para o Goiás, que não existiu, e na cobrança nos acréscimos saiu o gol salvador, e a derrota do time carioca.

A anarquia foi tão grande que os acréscimos totalizaram 14 minutos.

Voltamos a afirmar que o VAR não é o responsável pelas partidas, e sim um ajudante para corrigir erros. Obvio se o árbitro tiver uma outra interpretação deve segui-la.

O mais interessante é que esse mecanismo já está sendo sacrificado pelos torcedores, e o exemplo foi a vaia no Allianz Parque quando o telão explicava a sua atuação.

Trata-se de algo por demais importante para o futebol brasileiro que poderá ser desmoralizado por aqueles que o estão utilizando.

NOTA 2- UMA RODADA DOS MANDANTES

* Os mandantes foram os donos da primeira rodada do Brasileiro, com 80% de participação, ou seja nos 10 jogos realizados as vitórias ficaram com os donos da casa. Santos e Goiás foram os únicos visitantes a terem sucesso.

Na verdade tal fato foi a continuação da temporada anterior, onde os abarrancados foram os donos dos resultados.

O público total foi de 203.717 torcedores, com uma média de 20.372 por jogo.

O maior público foi do encontro entre o Grêmio e Santos com 32.312 torcedores, seguido pelo Flamengo e Cruzeiro (29.459), Bahia e Corinthians (29.294), São Paulo e Botafogo, (26.533) e, Palmeiras e Fortaleza (26.071).

Fluminense e Goiás teve um público mediano, com 16.404 pagantes numa noite de temporal.

Os piores foram dos jogos Athletico-PR e Vasco (12.931), Ceará e CSA (11.935), Atlético-MG e Avaí (10.531) e, Chapecoense e Inter (8.231).

Um fato que deve ser destacado está relacionado aos times que foram campeões estaduais na atual temporada. Dos oito, cinco foram derrotados (Corinthians, Grêmio, Cruzeiro, Avaí e CSA).

Os outros três times saíram como vencedores: (Athletico, Flamengo e Bahia).

Isso deixa bem claro que os estaduais não servem como referências.

NOTA 3- A DERRUBADA DO MURO DE BERLIM DO NOSSO FUTEBOL

* Não existe nada pior do que um monopólio que enfia na goela do consumidor algo que não tem concorrência.

Tal fato acontece em nosso futebol há quase três décadas, quando uma única emissora detém os direitos de transmissão dos jogos, tanto na TV aberta como na fechada.

Ficamos ansiosos no último domingo na espera do jogo Palmeiras e Fortaleza, que iria derrubar o Muro de Berlim implantado no Brasil, com a transmissão de um jogo do Brasileiro por uma outra emissora.

Trata-se sem duvida um fato histórico e que deveria ser comemorado com uma taça de Champagne Cristal para quem gosta.

Comemoramos com um copo de suco, e com uma alegria efusiva.

O EI no canal TNT marcou a sua estreia na maior divisão brasileira, e saiu-se muito bem, com uma preparação desde à tarde, no modelo da Liga dos Campeões. Até o narrador André Henning reduziu o seu histrionismo e fez um trabalho de qualidade.

Uma novidade foi a da apresentação do replay durante a revisão do árbitro, e um passeio pelos vestiários dos clubes. Deram um bom tratamento ao jogo.

Obvio que algumas lacunas foram detectadas durante a transmissão, o tamanho do placar que tira uma parte da tela e a imagem que não estava com qualidade ideal para um jogo.  

O resto é para apenas parabenizar o EI por ter entrado na história do futebol brasileiro.

NOTA 4- O VASCO DA GAMA E O TETRA CAMPEONATO DO REBAIXAMENTO

* Em apenas uma semana, o Vasco perdeu a final do estadual, foi eliminado da Copa do Brasil, e no último domingo sofreu uma derrota acachapante por 4x1 do Athletico-PR.

Com uma situação financeira grave, o time da Colina negociou o seu jogo contra o Corinthians com empresários que irão leva-lo para a Arena da Amazônia, em vez de priorizar a possibilidade da conquista de pontos no São Januário.

O futebol carioca hoje só tem um clube, o Flamengo, os outros três se arrastam, e poderão estar brigando contra o rebaixamento unidos e abraçados.

Na verdade as diversas apostas que estão sendo feitas, é saber em que rodada a desgraça irá acontecer para o Vasco.

O Tetra campeonato de rebaixamento está sendo programado pela diretoria do clube.

O Brasileiro terá nessa temporada a implantação da Espanholização tão esperada, com Flamengo e Palmeiras disputando o título, e com uma luta contra  degola com mais de oito clubes.

Será sem duvida a grande sensação.

De uma coisa temos a certeza de que três dos times que subiram em 2018 não irão escapar da Caetana.

NOTA 5- E AGORA TITE?

* A agressão de Neymar a um torcedor francês foi de pura covardia. Assistimos o vídeo e não ouvimos nenhuma ofensa ao jogador, e sim uma critica pelo futebol que está jogando. O soco mostrou que apesar de 27 anos esse continua sem amadurecer, e contando com um bando de puxas para defendê-lo.

A Justiça Desportiva da França deverá puni-lo com pelo menos cinco a seis partidas.

Thomas Tuchel técnico do PSG reprovou publicamente a atitude de Neymar no final da Taça da França ao afirmar que ¨não gostei nada. Não pode fazer aquilo. A derrota não é fácil de acertar, mas há que mostrar respeito¨, declarou.

Se acontecer a punição vamos esperar qual será a atitude do técnico do time do Circo quando da sua convocação, desde que Douglas Costa foi afastado por um bom tempo por conta da punição que sofreu ao cuspir em um adversário no campeonato italiano.

Nos lembramos bem das palavras do Encantador de Jornalistas na ocasião: ¨Quanto ao Douglas Costa, não foi convocado pelos dois fatores: lesão e incidente. Ou ato de falta de disciplina¨, afirmou.

A duvida fica agora com Neymar. Na realidade a medida é uma só e não poderá ter dois pesos.

Vamos aguardar.

NOTA 6- UM MINUTO DO APITO AMIGO SALVOU O SANTA CRUZ

* O futebol de Pernambuco começou o Brasileiro sem que os seus clubes tenham conseguido uma única vitória.

O Sport empatou, o Náutico perdeu e o Santa Cruz empatou aos 51 minutos no seu jogo contra o Treze. O apito amigo deu mais um minuto de acréscimo e apareceu o gol salvador.

O primeiro tempo foi dominado totalmente pelo time de Campina Grande, que conseguiu um placar de 2x0. O tricolor do Arruda assistiu Marcelinho Paraíba jogar com seus 43 anos, e maltratou a bola por 47 minutos. Um futebol de pelada.

Na segunda etapa o técnico do Treze resolveu seguir a mesma linha de muitos profissionais do setor, recuando o time e trazendo o adversário para o seu campo.

Mesmo jogando mal, o Santa passou a pressionar e no final do tempo legal marcou um gol. O árbitro deu 5 minutos de acréscimos e o gol não saia, por conta da desorganização do time pernambucano.

Como estava difícil foi concedido mais um minuto e nesse aconteceu o empate que salvou o time local.

Na realidade empatar em casa com uma equipe que foi montada recentemente com a contratação de 17 jogadores, é mesmo que ser derrotado. O futebol de Pernambuco é de fazer chorar.

Um começo desanimador.

Pela Serie B Nacional o Coritiba derrotou a Ponte Preta por 2x0, com um futebol bem melhor do que tinha apresentado no estadual, mas pelo que vimos foi muito pouco para pensar no acesso. 

Escrito por José Joaquim

Em 2014 logo após o fiasco da Copa do Mundo, alguns profissionais de Gestão e Marketing Esportivo do Sul e Sudeste do Brasil se reuniram e criaram o Futebol do Futuro, visando a proposição de alternativas viáveis para o desenvolvimento do futebol brasileiro a partir de um enfoque técnico.

Nunca mais ouvimos algo sobre esse grupo que poderia ter feito um trabalho salutar para o esporte da chuteira. Deve ter morrido no nascedouro como tudo de bom no Brasil.

Vivenciamos os esportes por um período bem longo de nossa vida, e sempre com o pensamento de pensar no futuro, mas infelizmente aqueles que estão no comando só pensam no presente e esquecem o que virá pela frente.

Pernambuco é um péssimo exemplo, parou nos esportes no tempo e no espaço, e o futebol que teve bons momentos na sua história, hoje vive numa total mendicância.

Na realidade o estado necessita da criação de um fórum permanente para o debate sobre os esportes e principalmente do futebol, mas infelizmente não existem pensadores que possam formatar um grupo para levar a ideia adiante.

Sabemos que os cinco principais desafios ao futuro do nosso futebol estão desenhados da seguinte forma: finanças em crise, calendário ineficiente, falta de credibilidade institucional e politica, perda de qualidade do jogo e a desvalorização do futebol como produto, que fazem o ponto de partida para os debates.

Convivemos no dia a dia com criticas e poucas soluções. Nada se faz para modificar o sistema, com os clubes insolventes, insegurança da parte dos torcedores, estádios com assentos ociosos, continuidade dos cartolas, com processos eleitorais ultrapassados, precário trabalho de formação, que são os maiores problemas que acompanham o futebol estadual e o brasileiro nos últimos anos.

Os ufanistas, os ilusionistas e os lludidos ficam alheios aos fatos, e não transmitem a realidade do que acontece. Por sua vez, as nossas criticas caem no vazio por conta de uma inércia que se agregou à sociedade brasileira.

Precisamos somar pessoas que pensem, que sejam independentes, sem compromissos aliados ao status quo reinante, para que possam trabalhar em conjunto objetivando a derrubada desse muro que impede o avanço para o futuro de um futebol que já foi grandioso e hoje tornou-se pernicioso. 

Na verdade falta algo importante para que isso possa acontecer: CORAGEM.

Escrito por José Joaquim

Os cinco anos da morte de Luciano do Valle nos fez retornar ao túnel do tempo, para mostrarmos alguns conceitos de um profissional com mais de 50 anos de carreira, com relação aos narradores dos jogos de nosso futebol na televisão, que extrapolam o limite da realidade.

Hoje estamos assistindo algumas partidas sem a utilização do som da televisão, para não perdermos o sentido de analise.

Temos em nossos arquivos uma gravação do programa a Bola da Vez da ESPN- Brasil, em que o convidado foi esse narrador, e resolvemos transporta-lo para os nossos visitantes.

Convivemos com Luciano do Valle em nosso estado por um ano, quando pela primeira vez o estadual local foi televisionado, e como dirigíamos o setor da Federação de Futebol, o contato era grande, que sempre terminava em um jantar no pós jogo, e sentimos o seu profissionalismo e competência.

Os jogos eram transmitidos em um segunda-feira, às 20h00, e com uma audiência que marcou época na TV Pernambuco, emissora do governo estadual. Foi um momento histórico de nosso futebol.

O tempo passou e Do Valle continuou com a mesma humildade de sempre, ao afirmar no programa ¨que o narrador não é artista, nem celebridade e sim um jornalista e que tem que se comportar como tal¨.

Seus pensamentos deveriam servir de orientação para os jovens profissionais que ingressaram na carreira por representarem uma realidade que muitos insistem em nega-la.

Para ele ¨tudo passou a ser genial, passou a ser fantástico. Tudo é golaço, e não é bem assim. Ficam procurando ídolos, quando o cara faz uma jogada diferente é elevado ao patamar de craque¨.

Citou algo com respeito a interação com o telespectador, afirmando que na TV não precisa falar tudo, e dava um exemplo bem simples, as vezes a bola está com Ralf. Não precisa falar, desde que esse atleta é conhecido. O telespectador precisa participar analisando o jogo.

Considerou que um lance mais agudo na área, merece uma atenção maior.

Sobre os bordões tão utilizados pelos narradores, ele afirmou que um locutor não precisa de um bordão: ¨O importante é que o jogador faça alguma coisa que chame a atenção. Você apenas leva, e o conduz. É difícil pensar nisso. Tem que estar de frente para o fato¨. Não somos artistas, somos jornalistas¨, declarou.

Na verdade trata-se de algo dito há tempos atrás e que está sendo visto anos após.

Com algumas exceções os narradores estão exagerando nas suas transmissões, de maneira tal que estão mais para locutores de festas de bairros ou de rodeios do que dos jogos de futebol.

Ninguém precisa andar sem roupa nas ruas para ser reconhecido, o bom trabalho sem duvida sempre será aplaudido.

Televisão não é igual ao rádio numa transmissão de futebol, desde que nesse sem a imagem, a criatividade vem do locutor para trazer uma visão da realidade para o ouvinte.

Luciano do Valle deixou uma bagagem cheia de bons exemplos, e não custa nada observa-los.

São coisas do Brasil do futebol.