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Escrito por José Joaquim

A derrota do Sport abalou os alicerces da Ilha do Retiro.

Uma comoção geral que não deveria ter acontecido, desde que um fato como esse que assistimos na última quinta-feira cedo ou tarde iria desabrochar por conta da falta de comando do clube.

Poucas vozes ou penas levantavam os seus problemas, uma série de erros foram cometidos, e infelizmente a inércia era geral, e muitas vezes quando alertávamos no blog sobre o caminho esburacado que estava sendo percorrido, chegavam os comentários que nos colocava como inimigo do Velho Leão.

No dia de ontem o nosso telefone não parou de tocar. As mensagens com o mesmo tema # Fora Arnaldo.

Recebemos a foto da fachada da Loja do clube, pichada com várias ameaças ao presidente e familiares.

Sem duvida uma coisa de bandidos que nada oferecem de bom para a agremiação, e que não contam com o apoio dos sócios. 

Trata-se de um caso de policia.

Na realidade o clube necessita de um novo rumo, um projeto mais adequado à sua necessidade, para que possa retornar aos seus bons momentos.

Não sabemos se isso poderá acontecer com essa diretoria que tem ainda um longo período de comando.

Hoje a melhor fórmula seria a da convocação pelos sócios de uma Assembleia Geral, ou mesmo pelo próprio presidente do Conselho Deliberativo, Homero Lacerda, que deveria sem duvida tomar uma posição sobre o assunto para que seja discutido o futuro do clube.

Nada temos de pessoal contra Arnaldo Barros, mas esse não estava preparado para o comando de uma entidade com uma grande força no futebol nacional, desde que não tinha conhecimento real da sua vida já que não foi forjado nos seus intramuros.

Por outro lado, as nossas mídias deixaram de lado o grande feito do Ferrim, que nos fez relembrar os seus maiores momentos dos anos de 1968, 1970 e 1979, quando tinha no comando do futebol o amigo, Ruy do Ceará, que foi um dos três melhores gestores da história do futebol cearense.

O seu feito está enquadrado nas coisas incríveis que algumas vezes acontecem.

Virar o placar contrário de 3x0 em apenas 10 minutos, é sem duvida algo que deve ser enaltecido. Os Deuses do Futebol resolveram então contempla-lo na cobrança dos pênaltis.

Temos que considerar que não foi o time do Sport que perdeu, e sim o do tricolor cearense que ganhou com orgulho e coração, algo que o rubro-negro não teve.

O jornalista Fernando Graziani do Jornal ¨O POVO¨ de Fortaleza exprimiu em poucas linhas o resultado do jogo que ficará marcado na vida de um clube que está ressurgindo das cinzas.

¨Não tem nome o que o Ferroviário fez diante do Sport. Se alguém souber definir, me avise. Diante de uma equipe com orçamento 50 vezes maior, foi talento, humildade e coração.

O elenco do Tubarão levou junto toda a história da rede de Viação Cearense e jogava em traves roliças construídas com tubos retirados das caldeiras das ¨Marias Fumaças¨.

A atuação simbolizou o futebol de superação, no qual os favoritos caem para rivais com alma.

Imagino seu Valdemar Caracas, onde ele estiver. Como o próprio dizia, ele foi pai, mãe, babá e educador do clube. E ontem viu um dos mais emblemáticos capítulos do Ferrão ser escrito¨, textualizou.

Um texto que resumiu a luta de David contra Golias, que teve como palco o estádio Adelmar da Costa Carvalho.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- EX-CLÁSSICO DAS EMOÇÕES

* O nosso estadual Fantasma terá a sua continuidade no dia de hoje com a realização de dois jogos iniciando a sétima rodada.

Um desses é o ex-clássico das emoções que será realizado no estádio Jose do Rego Maciel, envolvendo o Santa Cruz e Náutico.

Nos divertimos quando lemos em nossas mídias que os ingressos já estavam à venda de forma antecipada, como se alguém fosse sair de casa para comprá-los.

Já se foi o tempo em que esse encontro atraia os torcedores, quando na verdade era um clássico das emoções, e que hoje transformou-se em ex-clássico sem emoções.

O alvirrubro da Rosa e Silva está na primeira colocação na tabela de classificação com 11 pontos, e o tricolor do Arruda é o 5º colocado com 6 pontos.

Certamente teremos mais uma partida de estádio vazio, posto que o torcedor já deu as costas para o estadual, que é um dos empecilhos para a melhora de nosso futebol.

De uma coisa temos a certeza, a de que teremos a apresentação do FEBEAPÁ.

O outro jogo envolverá Afogados e Pesqueira, que estão lutando por uma vaga entre os oito melhores classificados.

O time comandando pelo técnico da pegada, Pedro Manta, está na sexta colocação na tabela de classificação, com 6 pontos, enquanto o da Terra das Rendas é o sétimo com cinco pontos.

O horário das 21h00 é um sinal de arquibancadas vazias.

NOTA 2- CARGOS À DISPOSIÇÃO

* No surreal futebol brasileiro quando um time vai mal os diretores que compõem o setor de futebol colocam os seus cargos à disposição do presidente.

O interessante é que nunca renunciam, e ficam na esperança de que o cartola maior não aceite, ou então peça para que continuem até que um novo nome seja confirmado.

A renúncia foi aceita pelo presidente que a confirmou numa coletiva, que mostrou que o vexame que aconteceu com o clube não reduziu a sua arrogância.

Falta-lhe a humildade de aceitar a sua incompetência.

Tal fato está acontecendo no Sport Recife após a derrocada da última quinta-feira, que está sendo denominada pelos cearenses como a Batalha da Ilha.

Uma nova que veio juntar-se a dos Aflitos.

Segundo algumas fontes rubro-negras, o presidente convidou o seu vice Gustavo Dubeux para retornar ao cargo.

Esse que de besta não tem nada, fugiu como o diabo da cruz, e fez muito bem.

Um outro nome que foi ressuscitado é o de Guilherme Beltrão, que teve uma passagem na gestão de Milton Bivar e continuou na de Silvio Guimarães quando não saiu-se bem na foto. O ex-presidente Milton Bivar também está sendo sondado. 

O problema do Sport está na sua presidência que perdeu o comando ao deixar os jogadores dominarem o sistema.

Hoje quando esses não estão satisfeitos começam a utilizar a antiga tática dos chinelinhos para não jogarem.

Na verdade o ideal para a vida do clube seria a convocação de uma Assembleia Geral dos associados para um debate transparente sobre o seu futuro.

Qualquer outra solução será sem duvida a continuidade do que vem acontecendo, o que não será bom para a agremiação. 

NOTA 3- QUARTO GOLEIRO DO CORINTHIANS RECUSA O SPORT

* A maré do Sport Recife não está para peixe.

As redes são lançadas e nem os bagres são pescados.

Tal fato foi bem representado pela negativa do quarto goleiro do Corinthians pretendido pelo clube da Ilha do Retiro, mas esse apesar de estar afastado do elenco recusou a negociação.

Matheus Vidotto deixou o elenco desde o mês de novembro de 2017, e treina em separado, esperando o final do seu contrato que termina em dezembro desse ano.

O goleiro teve o seu afastamento decretado porque se irritou com a escolha da comissão técnica por Caique França.

Após os desfalques de Cassio que estava na seleção do Circo, e de Walter contundido, Caique assumiu o gol corintiano, e a posição de terceiro goleiro mesmo com dois anos a menos do que Vidotti.

Esse perdeu a vaga por alguns motivos e entre esses uma viagem à Itália para tirar o passaporte, e não participou dos jogos da pré-temporada na Florida Cup, e sobretudo por contusões no joelho e no calcanhar que demandaram algum tempo.

O mais interessante é a sua escolha ao dar a preferencia aos treinos em separado, do que vir jogar o Brasileirão pelo Sport.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 4- O ABC LIBEROU MATHEUS SEM ÔNUS PARA O CORINTHIANS

* Finalmente o ABC resolveu liberar o jovem atacante Matheus para o Corinthians sem custos para o time do Parque São Jorge.

Como o alvinegro potiguar iria perder os direitos econômicos do jogador em junho desse ano, resolveu concordar com a proposta corintiana de que 30% de uma futura negociação ficaria para o clube.

Matheus se tornou profissional sem nunca ter passado por categorias de base, acabou sendo descoberto no ano passado pelo ABC depois de chamar a atenção no futebol de sete.

No Corinthians esse irá passar por uma preparação especifica até ser locado no elenco profissional.

Certamente terá um bom futuro. 

NOTA 5- ROGER FEDERER ASSUME A LIDERANÇA DO RANKING DA ATP

* O suíço Roger Federer é como vinho, quanto mais velho melhor.

Sem duvida um exemplo para o esporte mundial.

No dia de ontem, esse assumiu a liderança do ranking mundial da ATP após derrotar o holandês Robin Hass (3x0), e seguiu para as semifinais do Torneio de Roterdã.

Tornou-se o tenista mais velho da história a chegar a tal posição. 

É necessário ir até novembro do ano de 2012 para encontrar Federer, 36 anos, como número um do mundo.

Desde então, Novak Djokovic, Andy Murray e Rafael Nadal foram os donos do trono.

Vida longa para Federer, um personagem que enobrece os esportes.

NOTA 6- PERGUNTAR NÃO OFENDE

* Walter Casa Grande criticou o comportamento de Neymar e a sua atuação no jogo entre o Real Madrid e Saint Germain.

Um comentário perfeito,  técnico, quando qualificou-o como mimado.

Por conta disso, o atleta usou o seu genitor para atacar o ex-jogador, de forma covarde sem citar seu nome, quando chamou-o de abutre e de forma preconceituosa citou problemas que esse teve no passado por conta das drogas, do qual está recuperado há anos.

O mais grave foi a defesa do jogador feita por Roger Flores e Muricy Ramalho que brincam de comentaristas no Sport TV ao criticarem um companheiro de trabalho.

Como perguntar não ofende, gostaríamos de saber como alguém que está com processos na Justiça tanto no Brasil, como na Espanha por fraudes fiscais, tem condições de atacar um cidadão que teve seus momentos ruins em sua vida, e que tornou-se hoje além de um bom comentarista esportivo alguém que trabalha junto a pessoas viciadas em drogas, para tira-los do meio? 

Uma nota lamentável, fora do foco e que foi agravada pela grotesca participação de dois comentaristas de uma mesma emissora.

Figuras como essas é que mimam o jogador, que sabe jogar futebol, mas está abandonando-o pelo marketing. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A MORTE ANUNCIADA DO VELHO LEÃO 

* O que aconteceu com o Sport na noite de ontem para nós não foi nenhuma novidade.

Há um bom tempo estamos mostrando que o clube está entregue a própria sorte por conta de uma diretoria que tem um comando arrogante, prepotente que está levando o velho Leão ao fundo do poço.

Não basta a desmoralização por conta das cobranças de débitos escondidos em uma caixa preta, desde a temporada anterior que o futebol vem rolando a ladeira pela ineficiência da gestão que é a mais trágica dos últimos anos no clube.

Vivenciamos o Sport por muitos anos, e vimos várias gestões fracas, como as excelentes, mas como a atual jamais tomamos conhecimento.

Um desastre total.

Contratações bem estranhas com custo beneficio negativo, um time depressivo, mal dirigido, desde que Nelsinho Batista merece todo o respeito dos rubro-negros, mas não era o nome ideal para assumir o comando do futebol.

A vitória do Ferroviário foi a da humildade contra a arrogância, e os seus três gols em 10 minutos, mostraram a decadência de um time que penou no Brasileirão de 2017, e continua matando do coração os seus torcedores.

Mais uma vez voltamos a afirmar, que o Sport não tem defesa, não tem meio de campo, não tem ataque, não tem treinador, não tem presidente, ou seja não tem nada.

Parabéns ao Ferroviário um time da Série D que deixou o Velho Leão de joelhos.

Nos outros jogos da noite, o Salgueiro transformou-se em  um saco de pancadas, ao levar uma goleada acachapante do Fluminense por 5x0.

Em três jogos o time sertanejo tomou 13 gols, o que mostra a sua fraca qualidade.

No Barradão, o Vitória-BA passou para a fase seguinte ao derrotar o Corumbaense por 3x0, em Maceió o São Paulo passou pelo CSA (2x0), e o CRB empatou com o Novo Hamburgo (1x1), e o venceu nos pênaltis.

Uma noite trágica para o rubro-negro que após estar vencendo por 3x0 permitiu a reação do Ferrim, que foi superior nas cobranças dos pênaltis.

Lamentável.

NOTA 2- O TRUQUE MÁGICO DE CRISTIANO RONALDO

* O pênalti batido por Cristiano Ronaldo empatando a partida entre o Real Madrid e PSG na última quarta-feira, foi o momento de maior repercussão nos veículos de comunicação e nas redes sociais.

O vídeo que inclusive publicamos no TWITTER @blogdejj mostra algo bem estranho, quando a bola levantou-se sem o toque do jogador.

O interessante é que o narrador do Esporte Interativo observou e afirmou que tinha visto a bola se movimentar mesmo bem longe do batedor.

Estava certo, desde que isso aconteceu.

Segundo o ex-companheiro do Manchester United, Rio Ferdinand isso acontecia nos treinamentos.

A técnica de fato tem uma explicação:

O que Ronaldo faz é, antes de chutar, stomp com a perna de suporte (esquerda), conseguindo vibrar a grama até o ponto de levantar a bola, centésimo antes de chuta-la com a outra perna.

Vale a pena assistir o vídeo.

Na verdade foi um momento de mágica.

NOTA 3- UM AGRADO DE R$ 475 MILHÕES

* A Juíza Federal Maria Isabel Pessi Klein na sentença condenatória do Corinthians e Odebrecht, por conta de um empréstimo realizado na Caixa Econômica para a construção da arena em Itaquera, mostrou que esse foi aprovado e liberado após as obras prontas.

Por outro lado determinou que tanto o clube como a construtora devolvessem a instituição financeira o valor de R$ 400 milhões acrescidos dos juros e correção.

O mais estranho que a beneficiária do contrato era uma empresa constituída para acompanhar as obras, e que tinha um capital de apenas R$ 1 mil.

Obvio que não tinha suporte para uma liberação de tal valor.

Quais as garantias que foram dadas à Caixa?

Dos 400 milhões emprestados, um pouco mais de R$ 14 milhões teriam sido amortizados em quatro anos. O valor do débito até o final de 2017 é de R$ 475 milhões.

O financiamento foi ilegal, e foi um dos agrados da Odebrecht ao ex-presidente Lula.

A Juíza determinou o cumprimento da cláusula contratual que prevê o vencimento antecipado da dívida, por conta da falta de quitação das parcelas, condenando a Construtora Odebrecht, o ex-presidente da CEF, Jorge Fontes Hereda, a SPF- Arena Itaquera S/A e o Sport Club Corinthians ao pagamento solidário do valor consolidado do débito em favor da CEF.

O prazo dado foi de dez 10 dias.

Na verdade uma vergonha, desde que para uma empresa pequena contratar um pequeno financiamento ao BNDES ou outra instituição governamental teria que deixar como garantia a própria alma.

Mais uma fato triste no país que perdeu a dignidade graças aos pilantras que o assaltaram.

NOTA 4- HORA DE ACORDAR

* A anestesia que foi aplicada nos clubes de Pernambuco continua fazendo efeito, desde que nenhum acordou do profundo sono.

Os dirigentes são omissos para o que vem acontecendo, e a cada dia que se passa o abismo vai se aprofundando.

Chegou a hora de acordarem e reunirem-se para programar o futuro, e esse se passa nas eleições da entidade que dirige o futebol local.

Torna-se necessário uma mudança radical para que o moribundo saia da UTI e consiga respirar sem os aparelhos.

Da maneira que estamos caminhando as chances de recuperação são remotas, e a culpa é exclusiva dos cartolas que fecharam os olhos para a curva descendente de um esporte que está apequenando-se por um longo tempo.

Precisamos de cabeças pensantes, que olhem o esporte como algo que faz parte da indústria de entretenimento, dono de uma forte demanda, e que deve ser tratado como tal.

Nada se faz, e o atual estadual é uma demonstração bem clara que a situação chegou ao fundo do Grand Canyon.

Para que se tenha uma ideia, a 6ª rodada que encerrou-se na noite da quarta-feira, em cinco jogos somou apenas 2.411 pagantes, com uma média de 482 torcedores por partida.

A média geral caiu para 1.167 fiéis em nossos estádios.

Jamais na história do futebol de Pernambuco isso tinha acontecido.

O maior público foi de Afogados e Santa Cruz, com 1.493 torcedores, e o menor foi do encontro entre o Belo Jardim e Vitória, com 49 testemunhas presentes ao estádio.

Náutico e Salgueiro na Arena Pernambuco somou 363 torcedores, Flamengo e Pesqueira (348), e América e Central (158).

Nem nos tempos do Vovozinha, Ferroviário e Íbis os números eram tão grotescos.

Pobre Futebol Fantasma.

NOTA 5- MOHAMED SALAH

* As mídias dão uma grande cobertura a Messi, Cristiano Ronaldo, De Bruyne e Neymar, e esquecem de atletas do mais alto nível, como Mohamed Salah, o egípcio artilheiro do Liverpool.

Há algum tempo que estamos observando-o, e pelo que esse vem apresentando não pode ficar de fora do grupo maior desde que é um craque completo.

O bom futebol junta-se com os seus gols, que na temporada pelos Reds, somaram 30, superando a marca de Luiz Suarez.

Assistimos o vídeo da goleada do Liverpool contra o Porto, e o maior destaque foi Salah que atua como um ponta esquerda moderno, e que teve uma atuação brilhante.

As mídias  europeias estão considerando-o como o novo Messi.

Não sabemos se esse chegou a tal patamar, mas que o egípcio é bom de bola não temos a menor dúvida.

Foi o responsável pelo gol da vitória que classificou o Egito para a Copa do Mundo na Rússia.

Da maneira que vem atuando certamente irá chegar ao panteão dos melhores do mundo.

Escrito por José Joaquim

Em um mesmo dia tivemos a condição de observarmos a existência de dois mundos bem diferentes no futebol.

De um lado um jogo de alto nível, que imobilizou os espectadores por um pouco mais de noventa minutos.

O gramado do Santiago Bernabéu levou ao mundo um encontro entre dois bons times, Real Madrid e Paris Saint Germain, que deu a alegria para aqueles que gostam de um bom futebol.

A seguir passamos a assistir algumas partidas no Brasil, entre essas as do Afogados e Santa Cruz, e Fluminense de Feira e Náutico, que nos deram um choque de realidade em todo o seu contexto.

Jogos fracos, sem a menor qualidade, o que retrata o atual futebol brasileiro.

Na realidade é tudo que temos, mas em outras épocas o Brasil já foi importante nesse segmento, fato esse que a nova geração que o acompanha desconhece.

Sem nenhuma duvida éramos os melhores do mundo. Uma escola respeitada, e que transportou sua maneira de jogar para todo o planeta.

Nessa época o mundo ainda era redondo, e as comunicações eram mais restritas, mas o poderio do nosso futebol chegava a todos os rincões.

O interessante é que os recursos eram precários, não haviam as estrelas milionárias, com seus contratos mirabolantes, mas tínhamos craques que levavam torcedores aos estádios.

O Maracanã colocava 170 mil pessoas em um FlaxFlu. Hoje nos contentamos com um pouco mais de 20 mil.

A decadência aconteceu, inclusive a moral, com todos presenciando e fingindo que tudo estava muito bem, como na Ilha da Fantasia.

De repente a Europa descobriu o jeito de jogar do brasileiro, e adaptou ao seu futebol, que somado a uma organização impecável e sobretudo a uma cultura milenar, transformando-o em um esporte de qualidade, com vultosos recursos, e sobretudo com times com alto nível técnico que encantam a todos que assistem os seus jogos.

Os talentos brasileiros migraram para o novo paraíso. O jogador brasileiro perdeu a sua qualidade.

As partidas tornaram-se sonolentas, e muitas vezes violentas, os chutões imperam, os erros de passes ultrapassam a realidade, as faltas e simulações paralisam os jogos de maneira que os minutos jogados chegam a menos de 50%.

Não existe planejamento. As arbitragens também assumiram a mediocridade, são confusas e muitas vezes irresponsáveis, e a sua maioria atua sob pressão dos cartolas.

A imprensa esportiva teve uma queda vertiginosa, e pela manutenção dos empregos se submetem a linha adotada pelos donos dos veículos de comunicação.

Não se investiga, e as divulgações fazem parte do sistema mamão com açúcar. Por conta disso o poder do Circo continua firme e forte.

Por outro lado os treinadores continuam no século passado, mesmo os mais novos. Poucos estudam as táticas que correm o mundo, e com o agravante são auto-suficientes.

Fechando o ciclo vicioso, a cartolagem fala muita bobagem, e nada produz para melhorar o nível desse esporte.

Com todos esses ingredientes só poderíamos entrar em uma curva descendente, e isso refletiu no público que abandonou os estádios, fazendo com que esses ficassem ociosos, mesmo com uma melhora acentuada de qualidade.

O problema é que sabemos os nossos defeitos e nada fazemos para conserta-los.

Na verdade a preferência está sendo oferecida para a mediocridade, e sem nenhum interesse de voltarmos ao que éramos, os donos do futebol mundial.

O futebol brasileiro foi bom e não sabia.

Escrito por José Joaquim

Quando debatemos com os nossos amigos visitantes a decadência do futebol Nordestino, que abandonou as suas raízes e transformou-se em um moribundo numa UTI à espera da Caetana, como bem escrevia  Ariano Suassuna, o fazemos pelo conhecimento que temos de outras épocas quando tínhamos o respeito de todo o país, com clubes fortes e atletas da própria região.

Fomos um celeiro de jogadores, formados em times do Maranhão até a Bahia, e muitos sendo cooptados pelo futebol do Sudeste.

Possuímos um bom arquivo, que nos ajuda a relembrar os fatos, e que serve para abastecer as postagens de artigos sobre os diversos temas.

Para mostrarmos um exemplo plausível de como era o futebol de Pernambuco, escolhemos um ano mais distante, o de 1963, quando o Náutico conquistou o primeiro título dos seis que fariam o seu Hexa.

Poderíamos apresentar outros times em décadas posteriores, mas esse exemplo sem duvida poderá comprovar o excelente trabalho de base que era realizado pelos clubes de Pernambuco.

O calendário não era insano, não havia os campeonatos nacionais, e os jogadores rendiam durante toda a competição.

O alvirrubro utilizou em todos os jogos 20 jogadores, quando hoje os elencos necessitam de pelo menos três times, incrementando os custos das agremiações.

A repetição da equipe a tornava mais conhecida do torcedor: Nado, Bita, Nino ou China e Rinaldo, e em algumas partidas com Lala, era um ataque arrasador, e que encantava a todos que gostavam do futebol independente de cores (os três primeiros tinham subido dos juvenis).

No meio de campo, setor importante que jogava com dois jogadores, contando com a ajuda do ponta esquerda, tinha Salomão e Ivan e, na defesa, o goleiro era Lula que substituiu Waldemar no inicio da competição, e os quatro defensores, com Gernan, Zequinha, Gilson e Clóvis, todos oriundos da região, e que fazia do Náutico, com exceção de Ivan que veio do juvenil do Palmeiras, um time Nordestino.

Trata-se de uma realidade e que faz parte da história de nosso futebol, e que motiva uma pergunta: Qual a razão do futebol de Pernambuco ter abandonado as suas origens, tanto local como Nordestina, para entregar-se a um modelo de importações equivocadas e sem retorno nos seus investimentos?

O Náutico foi um grande exemplo de trabalho de base na época de 60, depois seguido pelo Santa Cruz na de 70 e do Sport em 90, quando todos faziam uma excelente formação, conseguindo formatar times que eram respeitados no futebol brasileiro.

Hoje não temos mais nada. Resta um pequeno trabalho no Sport, e um quase nada nos demais clubes, e todos estão entregues as importações de atletas sem futuro, muitos em fim de carreira, que encontram guarida em uma terra que abandonou o futebol de verdade, entregando-se a mediocridade.

Não se trata de uma sessão de saudosismo, e sim de alerta para um fato que existiu e desapareceu, muito embora as condições atuais sejam mais propícias para um trabalho de base do que os de épocas anteriores.

A diferença é que tínhamos dirigentes, e hoje temos amadores, cuja alegria é uma foto de uma coletiva apresentando um novo jogador contratado, que muitas vezes vem apenas inflar a folha salarial.

Éramos felizes e não sabíamos.

Tínhamos craques formados em casa. Hoje um abandono total.