NOTA 1- ABRAÇADOS COM O CARRASCO DA DEGOLA
* O tamanho do futebol de Pernambuco é nada mais, nada menos, do que está sendo caracterizado pela presença de seus dois clubes que disputam a Série B na zona da degola, e na verdade de forma mais de que justa.
Em três minutos da primeira fase, o Guarani marcou os dois gols que decidiram a partida, no seu jogo contra o Santa Cruz.
O tricolor do Arruda como já afirmamos colocou a sela em um cavalo paraguaio que largou muito ligeiro, perdendo o folego nos primeiros 600 metros da corrida, e daí em diante saiu de galopinho chegando finalmente nos braços do carrasco da degola, onde recebeu um abraço festivo do Clube Náutico que estava na porta do inferno com a bandeira do estado esperando-o.
Quem pensava que o maior problema do Santa Cruz era o relacionado aos salários em atraso equivocou-se, a sua queda é por ruindade do elenco, e em especial a idade de mais da metade de seus jogadores, que pesa muito numa competição longa e com viagens de uma ponta a outra do país.
O tricolor não jogou nada, esteve desligado do jogo o tempo todo, e mereceu a derrota, muito embora o Guarani não tenha nada no seu balaio de equipe de futebol.
Essa Série B é a mais mofina do que já assistimos, e os nossos clubes não poderiam estar realizando uma campanha tão medíocre. Não houve um planejamento, inclusive o financeiro, e por conta disso a vaca está caminhando de forma lenta para o brejo.
Lamentável o que estamos assistindo em nosso futebol, que faleceu há muito tempo e inclusive já tivemos uma missa de Réquiem na Rua Dom Bosco, com a presença dos nossos torcedores e da mídia juvenil que ainda não conseguiu observar que Pernambuco já foi e hoje não é mais um centro de futebol.
Nos demais jogos que foram realizados no dia de ontem, o BOA deu uma goleada de 4x1 no Ceará, fugindo de forma bem clara da proximidade com a zona do rebaixamento, o ABC como se esperava levou uma paulada do Internacional (3x0), o CRB em casa empatou com o Luverdense (2x2), tirando o clube do Mato Grosso das mãos do carrasco, e finalmente o Paysandu mais uma vez não venceu em casa, empatando com o Paraná (0x0), que mais uma vez não obteve o sucesso como visitante.
NOTA 2- SPORT E CRUZEIRO IGUAIS NOS ÚLTIMOS CINCO JOGOS
* O domingo esportivo do Recife terá que se contentar com o jogo do Cruzeiro e Sport que será realizado no Mineirão, já que os nossos estádios estarão fechados por falta de programação.
Sobre esse encontro, apesar da boa colocação na tabela da equipe rubro-negra, a sua campanha nos últimos cinco jogos é preocupante, posto que só obteve uma vitória, que foi acompanhada por dois empates e duas derrotas, somou 5 pontos nos 15 disputados, com um aproveitamento de 33,3%, bem menor do que o geral que é de 55%.
Aconteceu uma queda brusca na sua performance, que foi pouco discutida pelos analistas.
Por uma coincidência o Cruzeiro, o adversário dessa tarde também realizou idêntica campanha. A equipe mineira tem uma decisão na próxima quarta-feira pela Copa do Brasil, e optou por colocar um time que os professores chamam de alternativo, que na verdade são de reservas, o que poderia facilitar a vida do Sport, mas para que isso possa acontecer esse terá que melhorar.
O clube pernambucano está na 6ª colocação na tabela, com a soma de 29 pontos, enquanto o time mineiro é o 9º, com 27.
Como mandante o Cruzeiro tem um aproveitamento de 59,2%, enquanto o rubro-negro como visitante tem 37,2%.
Um fato bem interessante é que a equipe comandada pelo técnico Mano Menezes completou um total de180 minutos sem vazar as redes adversárias jogando no Mineirão.
Na realidade são detalhes que poderiam ajudar o Sport para a conquista de uma vitória, mas os números mais recentes trazem duvidas se isso poderá acontecer.
Só resta esperar.
NOTA 3- O VITÓRIA DERRUBOU O ÚLTIMO BASTIÃO
* O que poderia ser impossível aconteceu, com a primeira derrota do Corinthians em pleno Itaquera, para um clube que está na zona de rebaixamento, o Vitória da Bahia, que quebrou o bastião de uma invencibilidade no ano de 34 partidas.
Obvio que o fato iria acontecer, mas o adversário que conseguiu não estava na lista das probabilidades de ser o herói da competição.
Aos 12 minutos do primeiro tempo em um contra-ataque fulminante o rubro-negro baiano resolveu a partida.
O alvinegro paulista tentou reverter o placar, lutou, mas encontrou pela frente uma equipe bem estruturada, que fechou-se de forma perfeita, impedindo o ataque do rival, cujas chances de gol foram reduzidas.
Na verdade o Vitória mereceu a vitória, foi uma equipe competente, conhecedora de suas diferenças em relação ao rival, e mesmo com a retranca aplicada teve mais chances de aumentar o placar, do que o Corinthians empatar.
O melhor momento dessa partida aconteceu quando da entrevista coletiva de Vagner Mancini, técnico do rubro-negro baiano, que ficou incomodado com uma pergunta de um jornalista sobre os 78% de posse de bola corintiano, contra 22% do seu time, respondeu que esse estava sendo parcial, e que precisava rever os seus conceitos de futebol, e que a imprensa paulista precisava olhar também para os outros estados.
Uma atitude que merece aplausos de todos nós.
No outro jogo da Série A, o Flamengo com o seu time misto derrotou o Atlético-GO, saco de pancadas da competição por 2x0, com a Arena Urubu com menos de cinco mil pagantes.
NOTA 4- INSANIDADE FUTEBOL CLUBE
* Contando com a 21ª rodada do Brasileirão que está em andamento, alguns clubes brasileiros serão recordistas em números de partidas disputadas numa temporada.
Estão participando do Insanidade Futebol Clube, clube formado pelo Circo Brasileiro do Futebol.
O líder é o Sport que completará hoje 59 jogos, e que poderá chegar ao final do ano com no mínimo 78, que beira o absurdo, desde que o Brasil é um verdadeiro continente com longas distâncias entre os estados a serem percorridas, que provocam um maior desgaste.
O segundo colocado é a Chapecoense que somará 55 jogos, e pela ordem aparecem o Flamengo e Atlético-PR (53), Fluminense (53), Grêmio, Cruzeiro e Botafogo (52),Vitória, Atlético-MG (51), Palmeiras e Bahia (49), Corinthians (48), Santos (47), Avaí (46), Ponte Preta e São Paulo (45), Coritiba e Vasco (40), e Atlético-GO (39).
O número ideal para um clube durante uma temporada é de 54 jogos. Entre os nossos muitos irão ultrapassar 70 e a maioria acima de 60. Por conta disso em todas as partidas que estão sendo realizadas, vários atletas saem dos gramados com lesões musculares.
A maior vantagem do Corinthians, além do bom futebol que está jogando, está no número de jogos, e com locomoções de percursos menores, do que alguns dos seus adversários estão enfrentando.
Na verdade o Brasil não tem uma entidade dirigente do futebol, e sim uma dona de um matadouro sacrificando os seus filiados.
São coisas do futebol.
NOTA 5- A DANÇA DAS CADEIRAS AFETA AS FINANÇAS DOS CLUBES
* A ausência de um planejamento adequado para uma boa temporada futebolística é o motor propulsor da dança das cadeiras.
Os clubes contratam seus treinadores sem uma visão correta de que esse poderia adequar-se ao projeto elaborado.
Muitos não acertam e são demitidos, e levam consigo as multas indenizatórias.
Um exemplo bem recente vem do Coritiba, com o técnico Paulo Cesar Carpegiani, que foi demitido em fevereiro desse ano, e que ingressou na Justiça do Trabalho com uma ação cobrando uma indenização de R$ 2,2 milhões.
O profissional trabalhou para clube por apenas seis meses, e cujo contrato inicial era de R$ 156 mil por mês, que foi aumentado para R$ 281 mil, e R$ 301 mil.
Após a eliminação do time da Copa do Brasil na primeira fase, Carpegiani foi demitido, e agora está cobrando e com a certeza de que vai ganhar, essa alta importância, como se o salario inicial fosse o último.
Fatos como esse ocorrem na maioria dos clubes brasileiros.
NOTA 6- PERGUNTAR NÃO OFENDE?
* Será que a sábia diretoria do Sport vai concordar com uma nova pré-temporada do time em Porto Alegre, na espera do jogo contra o Grêmio.
Aliás isso estava faltando para marcar a presença de Luxemburgo nas hostes rubro-negras.
O estranho é que Atibaia em São Paulo não foi a sede escolhida.
O futebol brasileiro tem de tudo um pouco.
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