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Escrito por José Joaquim

Um erro que vem sendo cometido pelos dirigentes do futebol brasileiro está relacionado a uma tentativa de elitização do esporte através do preço dos ingressos.

Os cartolas não possuem o entendimento da lei universal da oferta e da procura, sobretudo do vale quanto pesa.

O momento desse esporte não é bom, e o produto apresentado não tem a qualidade para despertar o seu consumidor. Apesar disso existe a insistência na cobrança de valores fora dos padrões pelos bilhetes de alguns jogos. A resposta vem de imediato, com a ausência do público nos estádios.

Existem padrões diferenciados para que o tema seja tratado. Um jogo de um estadual sem emoções não pode ser equiparado ao de uma Copa Libertadores. Essa última tem um maior valor agregado, e o seu produto final pode ser vendido por um preço maior.

Temos eventos e ¨eventos¨, e isso acontece em todos os segmentos da indústria do entretenimento, do qual os esportes fazem parte. Não se pode pagar o mesmo valor de um jogo de Roger Federer no tênis do que um de Thomaz Bellucci, que são separados por muitos pontos no ranking do setor. Um show (mesmo chato e repetitivo) de Roberto Carlos, não pode ser igualado ao de um cantor que está começando a sua vida no meio artístico.

Karl Marx em seus trabalhos sobre economia destacava a ¨mais valia¨, com um dos seus pontos principais, que era representada pela disparidade existente entre os salários pagos, e o valor do trabalho produzido.

O futebol faz o inverso quando cobra preços altos, para um produto que foi produzido com poucos valores agregados. Poderia ser a ¨Menos Valia¨.

O Flamengo pode servir de parâmetro, com o seu quadro de 100 mil sócios torcedores, que tem a preferência na compra dos ingressos dos seus jogos, enquanto resta apenas uma parte para aqueles que não estão nessa categoria, e com valores exorbitantes.

Como o programa do sócio torcedor do rubro-negro da Gávea não tem pontuação de fidelidade, faz com que o associado escolha as partidas que irão assistir. Nas últimas duas realizadas na Arena Urubu, dos 33 mil ingressos disponíveis para o programa (2 jogos) foram vendidos apenas 10 mil, e essa ficou vazia, desde que para o setor dos não sócios os valores cobrados foram proibitivos.

Por outro lado o clube já vendeu 42 mil bilhetes para a primeira partida final da Copa do Brasil, o que comprova a existência da escolha pelo de maior valor agregado.

Certamente a cartolagem não entende de finanças, porque se tivesse um preço mais razoável, o estádio teria apanhado um maior público.

São tão ¨inteligentes¨  que esquecem que cada jogo é um jogo, cada produto é um produto, todos tem preços diversificados, não poderão contemplar os mesmos valores em várias competições.

O mais grave é que o povo simples é a característica desse clube, mas já está se afastando dos estádios de futebol.

Sem duvida uma burrice patológica.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O 2018 DO FUTEBOL BRASILEIRO

* Será que os clubes do futebol brasileiro já prepararam o orçamento do ano de 2018? Se não o fizeram que analisem essa postagem que mostra as dificuldades que todos irão enfrentar.

Essa é uma questão por demais importante, desde que o período das vacas gordas representadas por luvas pagas pela antecipação de um contrato que estava ainda em vigor com a televisão só voltará a acontecer em 2024.

A temporada de 2017 foi salva por tais receitas, inclusive recheando de forma equivocada os balanços das entidades, para que essas não apresentassem um rombo maior.

Mesmo com tais recursos alguns clubes tiveram que abrir mão de jovens jogadores para cobrir os déficits acumulados.

O menor valor dessas luvas foi de R$ 40 milhões que não estarão nos seus cofres.

Para completar o tsunami, o Profut terá redução no desconto de 50% para 25%, aumentando os valores das parcelas.

Para alguns clubes cariocas, isso representará R$ 30 milhões, ou seja não terão as luvas, e tal valor será acrescentado em suas despesas.

Por outro lado em ano de Copa do Mundo, a temporada futebolística sofre um impacto com relação aos patrocínios, que na verdade estão minguando a cada ano, e se não fosse a Caixa Econômica a vaca já estaria no brejo.

O ano de 2018 no futebol deverá ser tratado com inteligência, que na verdade é algo bem raro no setor.

NOTA 2- A LISTA DE SÓCIOS DO VASCO

* Eurico Miranda é sem duvida o último representante da mais antiga cartolagem brasileira, com seus dribles e suas espertezas, que hoje não conseguem mais empolgar.

O Vasco da Gama está com um processo eleitoral instalado, e a oposição recorreu ao poder judiciário para que o clube entregasse a lista dos associados com direito a voto, e que fosse periciada pela Policia especializada.

Essa foi entregue, mas para surpresa de todos com 5.603 paginas, com um número de 180 mil sócios acumulados desde a sua fundação.

No meio desses foram encontrados sócios com 117 anos de carteira, sendo obvio que já faleceram.

Trata-se do modelo ainda em vigor no futebol de nosso país, quando os cartolas usam de toda as artimanhas possíveis e imaginárias para que possam continuar no comando dos seus clubes. 

A realidade vascaína é de 30 mil associados, e que apenas 12 mil com direito a voto.

A pericia está sendo efetuada, e a data das eleições só poderá sem marcada após a sua conclusão.

Esse é o real futebol brasileiro onde uma eleição de clube termina na Policia.

NOTA 3- UMA VOZ LÚCIDA NO FUTEBOL DA EUROPA

* Nas transações com jogadores que foram realizadas na janela de transferências que foi encerrada no dia de ontem, algumas beiraram totalmente a insanidade, e com um cheiro bem estranho de que no meio dessas existe algo embutido.

Neymar é bom jogador, mas nem aqui, nem na Lua, vale 222 milhões de euros, mesmo com todo o retorno que poderá dar.

Ousmane Dembelé que foi contratado pelo Barcelona é um atleta jovem, com bom futebol mas também não merece 150 milhões de euros, assim como Mbappé que está sendo ¨emprestado¨ ao PSG, com um valor estipulado em 180 milhões de euros.

Por conta do aumento que aconteceu com os valores pagos nessas transferências, o presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness, afirmou em uma entrevista a agencia de noticias Reuters que tais fatos são perigosos para o futebol, e que pode afastar torcedores.

¨Na minha opinião, não há jogador no mundo que valha 100 milhões de euros¨, afirmou o dirigente. Para esse, comprar um jogador com esse valor é desperdício de dinheiro grande demais, e mesmo se o seu clube tivesse tal quantia jamais faria tais transações.

¨Chegamos ao ponto no qual temos que ser muito cuidadosos. Porque existe um ponto que talvez os torcedores fiquem fartos¨ acrescentou.

São declarações pertinentes, que poderão estar antecedendo o que deverá acontecer no futebol europeu, que está nas mãos dos agentes de jogadores.

Suas palavras não irão cair no vazio, desde que representa um clube com um volume de negócios de meio bilhão de euros, e uma conta corrente com quase 200 milhões de euros, e sem débitos, e que deverão ser repercutidas. 

NOTA 4- OS DIRIGENTES DO SPARTAK ERRARAM O CAMINHO

* Até hoje não sabemos de onde saiu o interesse do Spartak de Moscou por Everton Felipe, atleta do Sport.

Todos os dias liamos e ouvíamos essa noticia, e procurávamos o site do clube russo, e nesse o assunto era sobre a contratação de Luan, atleta do Grêmio.

Na última quarta-feira, os dirigentes do clube europeu estiveram em Porto Alegre com a oferta de 30 milhões de euros pelo jogador, que não aceitou sair do Brasil por conta da seleção.

O clube gaúcho contava com esses recursos para a cobertura dos seus prejuízos.

Luan se não concordar com a proposta de renovação, com um salário de R$ 600 mil, poderá em março de 2018 assinar um pré-contrato com qualquer clube, e ai nem mel nem cabaça.

Para não voltar de mãos abanando, os russos fecharam a negociação com Pedro Rocha, jovem e excelente jogador, que era destaque nos jogos do time no Brasileirão, assim como na Libertadores, inclusive marcando gols.

O valor pago foi de 12 milhões de euros, R$ 45,2 milhões, integrais para o clube, salvando o seu o ano. 

Se o Spartak realmente estivesse em tratativas com o atleta rubro-negro, certamente esses estariam em nossa capital fechando a sua aquisição, a não ser que tenham errado o caminho. 

Na realidade isso foi mais um conto da perua, que deixou a cabeça do atacante virada, com o pensamento nos milhões da terra de Putin.

São coisas do Sport e dos russos.

NOTA 5- O QUARTETO MÁGICO DA ARGENTINA

* Jorge Sampaoli, técnico da seleção argentina, inovou no jogo de ontem contra a equipe do Uruguai pelas eliminatórias da Copa do Mundo, ao colocar quatro atacantes do maior nível atuando juntos.

Messi, Dybala, Icardi, e Di Maria um pouco mais recuado, formaram o seu quarteto mágico.

A convocação de Icardi causou surprêsa no mundo esportivo, e mostrou que o treinador tem comando ao não se encolher perante as restrições de alguns jogadores ao atleta, por viver com Wanda Mara, mulher do seu melhor amigo, Maxi Lopes, fato esse que aconteceu logo após de uma temporada de férias juntos.

Apesar de ser um dos melhores jogadores do futebol italiano, Icardi sempre era rejeitado pelos técnicos da seleção portenha que não queriam enfrentar os demais atletas.

Sampaoli é bam,bam,bam, o trouxe e colocou-o na equipe titular.

O interessante é que Messi, Icardi e Dybala nunca atuaram em um time profissional da Argentina.

O primeiro foi para a Espanha com 13 anos, o segundo com 15, e o terceiro com 19, direto do Instituto de Córdoba, onde atuou nas categorias menores.

Quanto a Di Maria, esse atuou no Rosário, mas foi para Portugal com 19 anos.

O futebol da Argentina tem a mesma síndrome do brasileiro, quando não consegue segurar os jovens jogadores.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM OLHO NA BOLA, OUTRO NO CARTOLA

* O Circo Brasileiro do Futebol conseguiu derrubar três CPIs sobre o futebol brasileiro, que terminaram em pizza.

A última aconteceu há pouco tempo sob a presidência do senador Romário Faria, e a relatoria do também senador Romero Jucá, bem conhecido do STF por conta dos processos da Operação Lava Jato, membro atuante da bancada da bola e no final de tudo não aconteceu nenhum indiciamento.

Uma Pizza vindo de Roraima.

Mas como Romário sempre fez os seus gols nas redes adversárias, aprontou um relatório alternativo sobre a CPI, remetendo-o para os diversos segmentos do país, e que já tem o reflexo por conta de uma investigação que está sendo procedida pela maior Corte de Justiça do país.

Além disso, contando com o apoio do excelente e sério jornalista José Cruz, um eterno combatente contra a corrupção nos esportes, editou um livro que conta além de uma pequena parte de sua vida esportiva, mas tem como foco maior a Comissão Parlamentar de Inquérito e seus personagens.

Cruz de forma elegante, e em homenagem ao Senador não aceitou colocar o seu nome como autor, e sim como colaborador.

O Circo preocupado com a repercussão tentou barrar o lançamento com uma ação na Justiça que foi negada, e ingressou ontem com uma notificação extrajudicial contra a Editora Planeta para que essa suste o lançamento do livro na praça, no que também não será atendida.

No próximo dia 02 de setembro o livro ¨De Olho na Bola, e Outro no Cartola- o crime organizado no futebol brasileiro¨, será entregue ao público leitor na Bienal do que será realizada no Rio de Janeiro, na certeza de um sucesso de vendas. 

NOTA 2- A MORTE DO BASQUETEBOL BRASILEIRO

* Com poucas exceções, a grande maioria dos esportes brasileiros passam por momentos difíceis.

O Basquetebol brasileiro foi trucidado por seguidas gestões que o levaram para o fundo do poço. De segundo esporte no país, hoje está numa pedra fria do IML.

Sem um projeto à longo prazo, sem um trabalho de formação adequado em todos os estados, aos poucos o esporte da bola ao cesto foi definhando, chegando ao ponto de ser punido pela FIBA quando proibiu as participações das seleções em competições internacionais, como dos clubes nacionais.

Um desastre total.

O novo presidente, Guy Peixoto, tem financiado a Confederação com seus próprios recursos, já que essa não recebe as verbas publicas, e não conta com um patrocinador máster.

Aliás o novo comandante está cometendo os mesmos equívocos dos antecessores, e o principal é de não parar para pensar, ouvir aqueles que entendem do segmento e que não tenham interesses pessoais, para preparar uma refundação do basquete brasileiro, já que o atual cadáver está apodrecido. 

O Basquete feminino que chegou ao título mundial da categoria, medalhista olímpico, não conseguiu a classificação para o próximo Mundial.

Por outro lado de forma inédita a seleção masculina na Copa América não obteve o misero sétimo lugar, que a classificaria para o Pan-Americano, do qual o Brasil já foi campeão.

Um momento triste de um esporte que sempre teve uma grande demanda, que foi arruinado por uma cartolagem medíocre e sem a seriedade necessária.

Lamentável.

NOTA 3- O REAL MADRID LUTA PARA SUPERAR O SANTOS DE PELÉ

* O blog do jornalista Marcondes Brito nos chamou a atenção com uma nota vinda da Espanha sobre o Real Madrid, que tem uma luta nas estatísticas contra o Santos da era Pelé.

Procuramos o site responsável pelo assunto, o Mister Chip, de um famoso jornalista espanhol, e nesse verificamos algo que as mídias brasileiras deixaram passar, desde que essas só trabalham no presente, sem buscar noticias do passado.

Segundo o site, e nós confirmamos, o Real Madrid de Zidane já soma 70 partidas oficiais consecutivas com o time marcando gols, e ficou perto de quebrar o recorde do Santos de Pelé que alcançou 73 jogos também marcando gols.

Tais números foram conquistados entre novembro de 1961 a agosto de 1963, com 53 vitórias, 14 empates e 7 derrotas, com 245 gols e sofrendo 45.

Pelé nesse período jogou 62 das 74 partidas e marcou 85 gols, 35% dos que foram marcados pelo time da Baixada Santista. Uma média de 1,2 por jogo.

Só mesmo Pelé.

NOTA 4- EMPATES EM DEMASIA SÃO PREJUDICIAIS

* Já mostramos algumas vezes através dos números que empatar em demasia na disputa de uma competição, tira as possibilidades de uma melhor colocação.

A cada jogo que termina empatado são dois pontos perdidos e apenas um somado.

Existem três bons exemplos sobre esse assunto, e cujos times não conseguem chegar na zona maior de seus campeonatos.

Na Série A, o Fluminense empatou por 9 vezes, ganhou nove pontos e perdeu 18. O clube está n  9ª colocação, com 30 pontos.

Se ganhasse quatro partidas e perdesse cinco, entre os nove jogos, o clube estaria com 37 pontos, na 4º colocação.

Por outro lado na Série B em 22 partidas realizadas o Oeste empatou 10, ou seja 45% dos seus jogos terminaram com resultados iguais. Ganhou 10 pontos, e perdeu 20.

Na tabela de classificação é o 11º  colocado, com 31 pontos.

Se tivesse ganho apenas quatro dos 10 jogos empatados, e sendo derrotado em 6 desses, o rubro-negro de Itápolis teria 37 pontos, e conquistaria a zona de acesso no lugar do Ceará.

Na Série C temos o caso mais emblemático com o Cuiabá, que em 16 jogos empatou 10 (62%).  

Na tabela de classificação da competição, o time do Mato Grosso está em 5º lugar com 22 pontos, 1 a menos do que o 4ª (Remo), e 2 para o 3º (Fortaleza).

Com apenas 4 vitórias e mesmo com seis derrotas, esse somaria 28 pontos, igual ao 2º colocado, o CSA.

Os empates tem os seus limites, e quando esses são ultrapassados tornam-se prejudiciais. 

As estatísticas comprovam. 

NOTA 5- MAIS UMA DANÇA DAS CADEIRAS NA SÉRIE B

* Oswaldo Alvares (Vadão) montou um cavalo paraguaio, chamado por coincidência de Guarani, saiu aloprado, ficou no bolo da frente por muitas rodadas, e quando dobrou a reta final da corrida estancou por falta de oxigênio.

Por conta disso na última terça feira caiu na dança das cadeiras e perdeu o seu assento. Foi demitido de forma injusta, já que a sua montaria era falsa, e no final deu no que deu.

Marcelo Cabo que não anda bem como treinador assumiu o comando do time que ainda respira na competição, com algumas chances de obter o acesso.

Cavalo paraguaio é bom corredor de reta, com apenas 400 metros. Nessa distância é imbatível.

São coisas de cavalos e do futebol.

Escrito por José Joaquim

Uma conversa de rua nos oferece muitos motes para a criação dos artigos do blog.

No dia de ontem nos foi perguntado qual a razão da popularidade do Flamengo no nível nacional.

Uma questão que já ouvimos muitas vezes, e para qual temos uma resposta pronta: tal fato aconteceu pela influência da Era do Rádio, que era o maior veículo de comunicação que a sociedade contava. As suas ondas invadiam as residências e transmitiam as notícias, como fazem no dia de hoje as emissoras de televisão.

Quem estuda o futebol brasileiro sabe que a popularização desse esporte começou na metade do século XX, principalmente após a Copa de 1950, com a construção do Maracanã, que tornou-se o seu cartão postal.

Nesse contexto entra a Rádio Nacional, que tornou-se realmente uma emissora brasileira, e transmitia os jogos para todo o país a partir do Rio de Janeiro.

Nos lembramos muito bem, apesar de sermos bem jovem na época das transmissões dos eventos, da liderança que essa rádio detinha quando penetrava nas demais regiões do país, fazendo com que os torcedores optassem pelos clubes cariocas.

Tal influência consolidou no âmbito nacional as torcidas do Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense, e quando o rádio deixou de ser o elo de ligação com o país, a televisão assumiu o comando com o processo de rede que uniu o Brasil.

A penetração em Minas Gerais e São Paulo foram menores, desde que as rádios locais transmitiam os jogos de seus clubes, mas essas não tinham a capacidade de adentrar nas regiões mais distantes.

As emissoras do Rio de Janeiro dominavam o sistema, principalmente a que estamos debatendo que teve a maior força no processo.

A Rádio Nacional foi substituída pela Rede Globo, dona dos direitos de transmissão dos eventos esportivos brasileiros, que pratica uma lavagem cerebral com jogos dos times do Sudeste, e hoje com a preferência de um duopólio, Corintihians e Flamengo.

A colonização continuou na era moderna.

Nesse meio entra a subserviência dos dirigentes dos demais clubes, inclusive aqueles considerados grandes, que não reagem ao sistema implantado e não pressionam a emissora quando da assinatura do contrato.

No momento existe um monopólio descarado.

Na verdade esses são uns ricos ¨miseráveis¨, que vivem há  muito tempo mendigando adiantamento das cotas que lhes são destinadas.

Deveria existir mais democracia nesse processo, com possibilidades para todos, e fundamentalmente a implantação de uma forma de regionalização, que são os caminhos para que a colonização seja reduzida.

Quando um clube tem mais e 200 minutos nas diversas emissoras de televisão do país, certamente a sua marca será alavancada, enquanto aqueles que aparecem em míseros segundos, encontram sérias dificuldades na captação de patrocínios.

Obvio que a grande demanda está no Sul/Sudeste, mas por conta disso existem alternativas a serem aplicadas, antes que o abismo se aprofunde mais e apenas dois clubes tenham crescimento.

A Rádio Nacional teve a sua época de colonização, agora é a Rede Globo.

E no futuro?

Escrito por José Joaquim

O jornalista Claudemir Gomes é um pensador do futebol, e isso ficou retratado em uma postagem publicada no dia de ontem em seu blog com o título de ¨A IMINÊNCIA DE UM HOLOCAUSTO¨.

Infelizmente hoje não se observa um debate adulto, inteligente sobre os assuntos que permeiam o esporte, e o tema do artigo sobre as atuais situações de Náutico e Santa Cruz, em comparação com  a do Sport Recife, poderia ser o estopim para um diálogo mais produtivo sobre o assunto por aqueles que ainda pensam.

Há alguns anos estamos mostrando a decadência que tomou conta do futebol de nosso estado, e recordamos a conversa que tivemos com o falecido Carlos Alberto Oliveira, ex-presidente da federação, quando esse nos perguntava sobre a decisão de deixarmos o comando do futebol da entidade, quando respondemos: ¨O futebol de Pernambuco está morrendo, e daqui há alguns anos teremos apenas um clube nacional, e os demais minguando¨.

Isso aconteceu em setembro de 2010.

Não era uma profecia, mas uma realidade latente que vinha tomando conta desse esporte, e os resultados foram mostrados pelo jornalista em sua postagem, quando temos dois clubes na Série B com altas chances de caírem para a C, por conta de suas péssimas campanhas. Algo que poderá se tornar uma realidade.

Quando observamos os clubes que irão disputar a Série B local, vimos que não existe esperança para uma restauração em nosso futebol, desde que são apenas times, a maioria sem estádios, os que irão abriga-los são precários, sem torcidas e sem uma tênue esperança de futuro.

O negócio futebol é viável, mas a demanda não consegue sustentar o custo que é assumido pelos clubes, quando a oferta desse produto é exagerada. Isso vem acontecendo no Brasil. 

Resgatar o futebol brasileiro não se fará apenas com a manutenção dos clubes de futebol, vai muito além disso.

A macroeconomia poderia ser utilizada para o entendimento do que vem acontecedo. Em alguns estados a demanda tornou-se pequena para atender os seus clubes.

São Paulo é um exemplo quando a Portuguesa foi se apequenando e hoje é apenas um ponto bem reduzido no horizonte futebolístico. Seria impossível acompanhar, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, que absorveram a quase totalidade dos consumidores.

O mesmo irá acontecer no Rio de Janeiro com Fluminense e Botafogo, que foram perdendo a demanda para o gigantismo do Flamengo. Na verdade não houve migração de torcedores, e sim a falta de captação dos mais jovens, que sempre procuram os ganhadores, inclusive do exterior. 

Em Pernambuco o problema vem acontecendo há alguns anos, com um clube tornando-se nacional, e os dois outros que tinham um bom número de torcedores estagnando, por conta da perda de demanda. A falta de títulos, as esporádicas presenças no Brasileirão refletem na captação de seguidores.

Quando se fala em fusão de clubes em nosso país, o mundo desaba, e os apaixonados não entendem que aqueles que reduziram o seu potencial, se unidos terão um grande crescimento da demanda, que repercutirá em todos os seus setores, em especial o financeiro. Preferem assistir a uma morte lenta para esses, a pensarem em algo que poderia representar os seus desenvolvimentos.

Imagine que ao dobrar o número de seus consumidores, o tamanho do salto que será dado. A paixão cega, mesmo com uma realidade palpável à sua frente, e falar em fusão é um crime de lesa pátria.

As atuais ambições esportivas, e a de entretenimento da sociedade brasileira não terá condições de prover os clubes que se intitulam como grandes. Alguns irão sucumbir.

Uma agremiação forte, com um bom número de torcedores, poderá negociar melhores condições com patrocinadores, montar um time que tenha chances reais de disputar as competições nacionais com dignidade.

Na verdade o que irá acontecer no futebol brasileiro será uma seleção natural, que provocará um grande estrago na perda de milhões de consumidores, como já vem sendo observado nos últimos anos, inclusive com o aumento na população dos que não gostam desse esporte, que é maior do que a maior torcida do Brasil, a do Flamengo.

O jornalista Claudemir Gomes deu o chute inicial para o debate, e os dirigentes deveriam dar a continuidade para que possam achar um caminho para os seus clubes.

Da maneira como vem acontecendo, infelizmente Pernambuco terá apenas um grande clube que poderá ultrapassar as suas fronteiras, e que poderá sofrer por falta da competitividade local. 

Há muito tempo que esse esporte deixou de ser um brinquedo para os amadores, desde que tem na profissionalização um dos caminhos para a salvação.