NOTA 1- BARCELONA E REAL SALVAM A TARDE DO DOMINGO

* Em um dos melhores jogos da presente temporada, o Barcelona e Real Madrid salvaram o domingo de quem gosta de futebol.

Uma partida eletrizante com cinco gols, e poderia ter sido muito mais se não fosse a atuação dos dois goleiros, Te Stegen do lado Catalão, e Navas do time de Madrid. Fizeram milagres.

Lionel Messi em uma noite inspirada ao contrário de Cristiano Ronaldo que pouco apareceu na partida, fez dois gols, inclusive o da vitória desempatando o jogo aos 46 minutos do segundo tempo, completando o 500º de sua carreira.

Com esse resultado o Barcelona assumiu a liderança do campeonato com a mesma pontuação do Real Madrid, que tem um jogo a menos.

Sem dúvidas um encontro que ficará na história do futebol espanhol. Assistimos muitos jogos, mas como esse há muito que não acontecia, foi um presente dos Deuses.

Enquanto isso na Arena Pernambuco, com um bom, público de quase 20 mil torcedores, mais uma vez assistimos uma pelada de bairro, com o Sport jogando para segurar a sua vantagem, e o Náutico assumindo o jogo no primeiro tempo, mas sem a devida capacidade de definição.

No segundo tempo o Sport melhorou por conta de Diego Souza que resolveu jogar, desde que tirou uma soneca na primeira etapa. 

O alvirrubro saiu à frente do marcador, e o impossível aconteceu com o gol de empate do rubro-negro da autoria de Matheuz Ferraz, fato esse que mostrou o nível da partida.

Se a equipe da Ilha do Retiro não melhorar o seu futebol, o Salgueiro que irá disputar com esse a final do estadual, poderá sonhar com o seu primeiro título.

Mais uma vez André ficou na praia de Boa Viagem, e errou o caminho da Arena. 

Por outro lado, Corinthians e São Paulo jogaram para 43 mil torcedores, que tiveram de aguentar um jogo ruim, bem catimbado, violento, com um árbitro sem força de coibir as jogadas pesadas, e as simulações ocorridas.  

O empate de 1x1 levou o time alvinegro para a final com a Ponte Preta, fato esse que há muitos anos não acontecia.

Se o apito não for amigo, pelo que o Corinthians está jogando, o time de Campinas tem chances de ficar com o título.

No Rio de Janeiro o Flamengo derrotou o Botafogo por 2x1, e fará a final com o Fluminense. Sem novidades. O jogo também foi mequetrefe.

Na verdade, fomos salvos pelo futebol espanhol, e com a ressureição de Lionel Messi, que parecia em queda e despertou, mostrando que ainda é o melhor do mundo.

NOTA 2- 400 TIMES EM HIBERNAÇÃO

* Há treze anos que chamamos a atenção que o grande mal do futebol brasileiro, além da falta de seriedade é o sistema de hibernação que esse esporte vive todos os anos.

Por conta disso sugerimos que fosse criada a Série E regionalizada para a inclusão dos clubes que terminam a temporada no mês de maio.

Com o encerramento dos estaduais que irá acontecer no início de maio próximo, pelo menos quatrocentos clubes já começaram a desmontar as suas equipes, e estão se preparando para a o sono nas cavernas, esperando o sol chegar, fato esse que só irá acontecer em janeiro de 2018.

Pelo menos 10 mil profissionais ficarão sem emprego, desde que o Campeonato Brasileiro em todas as suas divisões só comtempla 128 clubes, e na sua grande maioria já formatados. 

Um modelo autofágico e que prejudica a evolução desse esporte que sobrevive de forma sazonal, como as nossas diversas safras agrícolas.

Que futebol é esse?

NOTA 3- UMA DECISÃO QUE NÃO ACONTECE DESDE 1998

* Os Deuses do Futebol gostam de aprontar, e isso estamos presenciando em alguns estados, quando clubes de fora daqueles chamados grandes irão decidir o título dos seus estaduais.

Em São Paulo a Ponte Preta enfrentou o poderoso e milionário Palmeiras e não tomou conhecimento. Irá disputar a final contra o Corinthians.

No estado de Pernambuco, o Salgueiro foi o intruso no sistema, e disputará o título contra o Sport Recife.

No Rio Grande do Sul, o milionário Grêmio perdeu nos pênaltis para o modesto Novo Hamburgo, que irá decidir o campeonato com o Internacional que saiu vitorioso nas penalidades no jogo contra o Caxias.

O mais interessante será o encontro pelo título no estado do Ceará, quando o Ferroviário que entrou na competição por desistência de um clube, e que encontrava-se na segunda divisão, irá enfrentar o Ceará numa final após 19 anos.

A última vez que isso aconteceu foi no ano de 1998. Foi também nesse ano que o Ferrão decidiu  o seu último estadual. 

Por conta disso, com um elenco simples, a campanha desse clube já é histórica, e o clube irá lutar pelo 10º título. Será uma zebra gigantesca.

No ano anterior a decisão ficou por conta do Uniclinic e Fortaleza, com o Ceará ficando de fora.

O futebol brasileiro apesar dos milhões de alguns  dos seus clubes, também tem suas surprêsas. 

NOTA 4- O PÚBLICO DA COPA DO BRASIL

* A Copa do Brasil melhorou a sua média de público a partir da Quarta fase que contou com grandes jogos. Mas ainda assim o torneio nacional deixa a desejar.

Segundo dados do site Sr.Goool, 83,3% dos jogos tiveram público inferior a dez mil pagantes. Apenas 15 das 90 partidas atingiram a marca analisada.

Muitos clubes da Série A do Brasileirão atuaram com as arquibancadas vazias.

Somente cinco partidas ultrapassaram a barreira de 20 mil torcedores. Sem tanto interesse, o segundo torneio mais importante do Brasil contabiliza uma média de 6.253 pagantes, com um público total de 562.760 torcedores.

Entre as noventa partidas realizadas, duas tiveram público inferior a 100 testemunhas.

A pior marca foi registrada no jogo da abertura entre Murici e Juventude, com 26 pagantes. Sem falar em que 12 jogos acabaram com público menor de mil pagantes. São confrontos que na teoria deveriam se atrativos para os torcedores locais.

O novo modelo da Copa do Brasil reduziu o apoio do torcedor. Em 2016 a média foi de 7.220 pagantes, menor do que aconteceu em 2015, com 8.222.

São detalhes como esses que mostram a necessidade de mudanças nos conceitos de nosso futebol.

NOTA 1- O CARCARÁ COMEU A COBRA, A MACACA MORDEU O PORCO, E O CARTOLA COMEU O BACALHAU

* Os Deuses do Futebol foram justos com o Salgueiro cuja pontuação é a melhor do campeonato, e com esse apoio derrotou o Santa Cruz pelo placar de 2x0, e ficará na espera do vencedor do jogo entre Náutico e Sport.

Qualquer outro resultado seria injusto pelo que o time do Sertão Central apresentou durante a partida, dominando-a, enquanto o tricolor optou pelo ônibus à frente de sua área para conseguir o empate que o classificaria.

Uma conquista justa, mais do que merecida, e culminou com o apito amigo validando o seu segundo gol, quando a bola correu pelo braço de Jean Carlos antes de chegar nos pés, que culminou com o segundo gol do time.

Como no primeiro jogo o apito amigo prejudicou o Salgueiro, no dia de ontem os Deuses deram o troco com uma ajudinha.

Uma campanha do Carcará irretocável.

Enquanto isso pelo que ouvimos a cabeça de Eduardo Baptista estará brevemente à premio, por conta da eliminação da equipe do Campeonato Paulista, quando era considerado favorito absoluto.

A Ponte Preta mostrou que não era o Saint Germain e preparou-se com competência para enfrentar o time mais badalado do Brasil, e que até agora não mostrou os motivos para tanta euforia.

O Palmeiras dominou boa parte do jogo, mas sem conseguir chegar ao gol adversário, fato esse que só aconteceu por acaso, graças a uma falha do goleiro Aranha, e a barriga de Felipe Melo.

Mesmo com o placar favorável, o time alviverde não ganhou, desde que teria que fazer quatro gols para chegar a fase final, e só conseguiu um graças a insistência dos cruzamentos que não davam em nada, e pelo equilíbrio do time de Campinas, que irá disputar o título com o vencedor de Corinthians x São Paulo.

A Macaca comeu o Porco.

No Rio de Janeiro, o Fluminense com seus jovens do Xerém, comeu o Bacalhau, derrotando o Vasco pelo placar de 3x0, e com um futebol do mais alto nível.

O tricolor com um elenco na sua maior parte de suas bases, é sem dúvida aquele que vem mostrando o melhor futebol entre todos que estão disputando as competições pelo Brasil afora.

Dois clubes do interior irão disputar o título de campeão, em São Paulo e Pernambuco, que na verdade é muito salutar para o futebol.

NOTA 2- MAIS UM SPORT X NÁUTICO

* A Arena Pernambuco receberá na tarde de hoje mais um encontro entre Náutico x Sport, referente ao jogo de volta de uma das semifinais do estadual que foi aquele sem nunca ter sido.

A banalização tirou os torcedores dos estádios. Esse será o quarto confronto na competição entre esses clubes.

O rubro-negro chega com uma vantagem por conta de sua vitória por 3x2 no jogo de ida, que ficou marcado pelo apito amigo carioca, muito embora esse tenha merecido a vitória pelo que fez no primeiro tempo.

O time da Ilha do Retiro completa o seu terceiro jogo em apenas uma semana, mas tem nessa competição uma das poucas chances de um título, e por isso está aguentando a maratona.

O Náutico está dentro do seu limite, tem uma folha salarial 10 vezes menor do que o seu adversário que tem a obrigação de vencer por conta do abismo financeiro, e de jogadores milionários. Um peso que poderá ser favorável ao alvirrubro que tem a certeza das diferenças técnicas.

Continuamos a afirmar que uma derrota para o Sport será o fim do mundo, e uma vitória para o alvirrubro, o início de um novo caminho.

Esperamos pelo menos um bom público.

Lotar o estádio nem sonhar, desde que a Globo faz a transmissão aberta para todo o estado, contando com a passividade dos cartolas, que seguem felizes para serem imolados.

Na Espanha teremos um bom jogo para ser assistido, entre Real Madrid e Barcelona, esse último sem Neymar, desde que a Espanha não é o Brasil que avacalha as punições, e o órgão julgador não acatou o pedido do time catalão de efeito suspensivo da sua suspensão.

NOTA 3- A VOLTA DO FERROVIÁRIO DO CEARÁ

* O Ferroviário era um time forte no Ceará dos anos 70. Ganhava títulos, tinha uma boa estrutura, tudo por conta dos funcionários da Rede Ferroviária Federal, que contribuíam com o clube.

Com o fim desse órgão esse também desapareceu e estava disputando a segunda divisão do seu estado. A primeira já é fraca, imagine a inferior.

Entrou no campeonato por conta da desistência de um clube, e teve apenas 15 dias para formatar um time para não ser novamente rebaixado.

Resultado: foi mais longe, irá disputar o título, e já está classificado para a Copa do Brasil e do Nordeste.

Disputou a semifinal contra o Fortaleza, e com uma vitória e um empate chegou a um patamar que jamais sonhou quando a temporada foi iniciada.

Foi uma vitória de David contra Golias. As diferenças salariais são astronômicas.

Enquanto a folha do tricolor cearense era de R$ 400 mil, a do Ferrão somava R$ 80 mil. Foi a vitória da competência contra a incompetência.

São coisas do futebol.

NOTA 4- O BALANÇO DO PALMEIRAS

* Até o dia 30 de abril todos os clubes brasileiros deverão publicar os seus balanços financeiros.

No dia de ontem o Palmeiras fez a divulgação de suas movimentações financeiras no exercício de 2016, com uma receita recorde na vida do clube, com R$ 469 milhões, com um crescimento de 33% com relação ao ano anterior.

A maior fonte de receita do time alviverde foram os direitos de transmissão que atingiram 128 milhões, melhora de 45% em relação ao exercício de 2015. As luvas recebidas serviram para o incremento do item, que representou 27,3%  do total.

O segundo item foi o de Patriocinio e Publicidade, com R$ 91 milhões (+ 30%). O dinheiro da Crefisa hoje é muito importante para o clube.

A bilheteria teve uma queda de -21%, com R$ 69 milhões, contra R$ 87 milhões do ano anterior. 

Um fato estranho foi o valor publicado pela venda de Gabriel de Jesus foi de R$ 51 milhões, bem longe dos números que foram mostrados na ocasião de R$ 84 milhões. Certamente houve fatiamento.

O Superávit foi de R$ 89,6  milhões, bem acima dos R$ 10,6 milhões do exercício anterior. 

As dividas foram reduzidas, mas continuam altas, com R$ 395 milhões, contra R$ 410 milhões em 2015. Uma redução de 4%.

Algo que nos chamou a atenção foram as despesas financeiras, que somaram em 2016, R$ 59,8 milhões. Trata-se de uma sangria nos cofres do clube.

De um modo geral foi um balanço razoável, embora contando com a venda de Gabriel de Jesus e das luvas da TV, que no próximo ano não estarão entre as suas receitas.

NOTA 5- O ATENTADO EM DORTMUND TEVE MOTIVO ECONÔMICO

* Segundo o jornal alemão ¨BILD¨, o atentado contra o ônibus do Borussia Dortmund não foi terrorismo, e que teve motivo econômico.

Um especulador russo, Sergei W, foi preso na última sexta-feira, como suspeito por ter preparado as bombas que explodiram perto da delegação do time alemão.

Segundo a Promotoria Federal, ele adquiriu no dia 11 de abril, o mesmo do atentado, cerca de 78 mil euros (R$263 mil) em opções de venda de ações do Dortmund. 

De acordo com a Promotoria, com o ataque contra o ônibus, o suspeito pretendia derrubar as ações do clube e lucrar com a venda dos títulos a preço estabelecido previamente.

Esse estava hospedado no mesmo hotel do time, com vista para o local do atentado.

Nesse mundo enlouquecido de tudo pode acontecer. 

O Brasil vive o pico maior da Era da Imbecilidade, e obviamente o futebol não poderia ficar alheio a essa situação desde que faz parte do segmento.

O esporte em nosso país é pobre de ideias e de homens. Nada se faz para muda-lo. 

Como somos seletivos em programas esportivos, não tivemos a oportunidade de assistir ao vivo um exemplo latente dessa era, quando Renata Fran,  apresentadora da Bandeirantes, subiu numa mesa e fez uma dança em homenagem ao Internacional pela eliminação do Corinthians da Copa do Brasil. Além desse fato, tirou a camisa do alvinegro do varal e jogou-a no chão do estúdio.

Obvio que a repercussão seria negativa, e por conta disso essa pediu desculpas aos torcedores corintianos. Se tivesse ficado com a boca fechada isso não iria acontecer. Tudo para aumentar a audiência.

Um fato que mostra a cara do jornalismo esportivo brasileiro, cujo nível cultural e intelectual teve uma queda vertiginosa, quando deixaram do lado de fora os profissionais , pondo em seus lugares ex-jogadores, ou pessoas sem experiência no setor, que muitas vezes são contratados por conta de salários mais baixos, e pela beleza física.

Um fato grotesco também bem recente, mostra que a imbecilidade continua com suas garras afiadas nesse esporte.

Os acontecimentos no estado de Santa Catarina com o Internacional de Lages, que frequentou durante a semana mais páginas policiais do que as esportivas é um bom exemplo da imbecilidade atrelada a violência.

O espancamento do goleiro Neto Volpi, pelo presidente desse clube e cinco capangas, que levou o profissional ao leito de um hospital é algo tão absurdo, que só poderia acontecer em um pais como o nosso, onde imperam duas eras, a da corrupção e da imbecilidade.

Na postagem de ontem mostramos as dificuldades do Sport Recife para o cumprimento de 7 jogos em 23 dias, e ontem recebemos por conta desse artigo um e-mail que mostrava algo bem parecido com o Botafogo do Rio de Janeiro, que irá jogar 11 vezes no período de 40 dias por quatro competições distintas.

Uma imbecilidade de quem elaborou um calendário nocivo e criminoso, mas que faz parte da era em que vivemos.

No Paraná outro exemplo da influencia do calendário, que obrigou ao Atlético-PR jogar hoje contra o Londrina com um time reserva, por conta de um jogo importante pela Libertadores na próxima quarta-feira contra o Corinthians. 

Tal fato poderia ter sido evitado, se o adversário e a Federação local tivessem atendido o pedido do clube para antecipação do jogo.

Quem perdeu foi o futebol, e a vitória foi dos imbecis. Realmente faltam ideias e homens nesse esporte.

No futebol paulista os jogos entre os grandes clubes são de torcida única, o que representa a entrega do estado aos torcedores organizados que deram motivo para tal decisão.

Qual a alegria de um jogo com estádio lotado vestindo apenas uma camisa? O contraditório de uma outra torcida que produz o aspecto festivo desapareceu. Os gritos que saem das arquibancadas tem o mesmo som. Estão matando o futebol brasileiro.

A razão disso somente os imbecis poderão responder. Quem assiste os jogos pela televisão recebem uma carga pesada de baboseiras, vindo de narradores e comentaristas, que muitas vezes nos obrigam a baixar o som para evitar um estresse. Tal processo tem sua vaga na era da imbecilidade.

O pódio da imbecilidade no mês de abril, sem dúvida ficou com o julgamento do titulo Brasileiro de 1987, que terminou no Supremo Tribunal Federal numa reunião de constrangimento para os seus Ministros, que discutiram se o Flamengo poderia dividi-lo com o Sport. Chegamos ao limite do absurdo.

A jornalista Mariliz Pereira Jorge em sua coluna na Folha de São Paulo, escreveu um artigo com o titulo ¨O futebol está doente¨. Um texto bom, mas na realidade esse esporte faleceu há muitos anos por conta da imbecilidade assumida daqueles que o fazem.

Aliás a sociedade brasileira perdeu-se no tempo e no espaço, deixou de pensar, deixou de ter ideias, e até os seus intelectuais não pensam.

Uma era destruidora.

Um encontro histórico aconteceu na tarde de ontem em um local escolhido pelos Deuses do Universo, e que colocou frente à frente dois mártires da história do Brasil, Joaquim Jose da Silva Xavier, o Tiradentes, e Frei do Joaquim do Amor Divino Caneca, que foram condenados e executados na forca e por fuzilamento, respectivamente. 

Seus pecados: o de lutarem pela Independência do Brasil.

Tiradentes que teve o seu dia comemorado ontem, após 225 anos perguntou ao Frei, que participou de dois movimentos, Revolução de 1817 em Pernambuco, e na Confederação do Equador (1824), no mesmo estado, se valeu a pena os seus sacrifícios. Algo que deveria ser pensado pela atual geração brasileira.

Por conta do questionamento passaram a analisar os acontecimentos brasileiros, chegando ao nosso atual momento, quando o país foi assaltado por uma organização criminosa, que contava com o beneplácito de um ex-presidente.

O diálogo foi bem aberto e ambos lamentavam que lutaram por algo melhor para o país, e que as gerações posteriores nada fizeram para levar adiante as suas ideias, que eram de uma nação ideal para todos, livre, democrática, sem corrupção, e sobretudo com todos os seus setores funcionando para o bem da sociedade.

Anos após, quantos brasileiros tiveram sonhos como os dos dois mártires, e devem ter tido o mesmo sentimento. Alguns também foram mortos.  Somos um desses, embora sem pena de morte, a perseguição durou muitos anos, mas não desistimos, e temos a certeza que algo bom irá surgir após a tormenta.

O mais interessante desse encontro foram as análises sobre o futebol brasileiro, muito embora em suas épocas não existisse esse esporte que tem uma boa demanda no país. Lembraram os bons tempos, quando tínhamos bons cartolas, jogadores de alto nível, bons torcedores, e que inverteu-se, ao tornar-se da pior qualidade.

Ambos leram uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, de autoria de Sergio Rangel, que mostrou a presença no Brasil do magnata indiano Lalit Modi, acusado de corrupção em seu país, por enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e recebimento de propina na venda dos direitos de transmissão da Liga de Críquete Indiana.

Mora na Inglaterra, desde que se entrar no seu país será preso. Esse está trabalhando para uma parceria com a entidade do futebol brasileiro. Só na cadeia.

O presidente do Circo também é acusado pelo FBI de receber propinas nas vendas de torneios no Brasil e no exterior, enquanto Ricardo Teixeira é acusado pelos mesmos crimes. Farinhas do mesmo saco.

O que mais incomodou os heróis brasileiros, foi sem  dúvida quando tomaram conhecimento das figuras que estavam acompanhando o empresário indiano no Rio de Janeiro, inclusive com um passeio no helicóptero de Wagner Abrahão, que faz parte do esquema que tomou conta da entidade, e o mais chocante, com Ricardo Teixeira, que de forma despudorada publicou várias fotos com esse. Modi o chamou de ¨Rei do Futebol¨.  Indecência e escárnio com a sociedade do bem do país.

O escondido Del Nero divulgou uma ¨bela¨ foto com o indiano, segurando a camisa da seleção do Circo, com o nome da sua empresa, certamente pensando nas negociatas que poderão acontecer.

Chamar esse time de seleção do país, é algo que empobrece cada vez mais o país. Uma afronta a nossa sociedade, aos seus homens de bem que ainda existem e são a sua maioria, mas serviu para caracterizar que a quadrilha continua mandando em nosso pobre futebol.

Na realidade esse diálogo imaginário, mas tão real, serviu para mostrar que nada mudou nesse esporte, e que após os escândalos as partes envolvidas continuam mandando, sob a tutela do ¨Rei do Futebol¨, Ricardo Teixeira. 

Uma vergonha em um país que perdeu a vergonha, por conta de uma bandalha que tomou conta de seus segmentos.

A solução está nas mãos do povo, já que não temos políticos, e no futebol não contamos com cartolas de coragem. O desespero de Tiradentes e Frei Caneca é justo, e igual ao que sentimos.

Acorda Brasil, acorda torcedor.