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Escrito por José Joaquim

Conversamos ontem com um ex-dirigente do Central e esse nos mostrou a dura realidade que o clube vive nos dias de hoje. Sem recursos, salários atrasados,  e poucas esperanças para o futuro.

Após a conversa pensamos nos demais clubes que disputaram a primeira fase do estadual local, cujos sonhos foram apenas de ilusões.

Sonhar é um direito, mas se iludir com o sonho é um devaneio. Não são apenas palavras e mais palavras, nada mais do que palavras, e sim a realidade do futebol de Pernambuco, caracterizado pela falta de objetivo da maioria dos clubes profissionais, em especial os do interior do estado.

Se isso vem acontecendo com o Central, um clube tradicional, com sede em uma cidade importante, imagine a situação dos demais.

Durante algum tempo estivemos analisando a razão do motivo da existência de clubes apenas para uma disputa durante o ano, motivado pela irracionalidade de um calendário que no seu contexto geral é destruidor, e não objetiva o crescimento do futebol nacional.

Tentamos mudar mas fomos derrotados.

A Federação de futebol vende aos seus clubes ilusões, e com a gravidade quando transmite isso para nossas mídias, ao entregar um bagre no lugar de um salmão.

Qual o trabalho que faz a entidade local para melhorar o nosso futebol? Seus dirigentes podem entender de tudo, menos de gestão desse esporte. Os resultados estão bem latentes, quando os clubes não conseguem sair dos lugares onde estão, mas na verdade esses são culpados quando balançam as cabeças para o errado, e compram as ilusões vendidas.

Existe um roteiro para a guilhotina. Um clube do interior que irá disputar a primeira divisão local, inicia o campeonato de forma isolada, com confrontos entre si, sem a participação dos ditos grandes.  

Para que isso aconteça deve formatar uma preparação antecipada. Contrata uma Comissão Técnica e atletas. Esses com custos de registros, transferências entre estados (se necessárias), além de um departamento de futebol.

Haja dinheiro para quem não tem. Como não tem atletas das divisões de base, por falta de um trabalho no setor e de um Centro de Formação, contrata pelo menos 26 jogadores para o início da competição.

Não tem receitas, não tem sócios, em muitas vezes recebem uma verba da Prefeitura, e uns trocados de um patrocinador amigo. Quando não possui tais verbas vive dos bolsos dos dirigentes.

Os jogos iniciais, sem motivação, sem grandes clubes não tem receitas de bilheterias. Recebe uma pequena cota da televisão, que não dá para cobrir as despesas.

Com poucos jogos, já há uma folha salarial para quitar. Procura as receitas e essas não existem, e o desespero bate a sua porta. O contrato com a Prefeitura é liberado, e com isso consegue liquidar alguns débitos com seus atletas, continuando com essa saga até o final do campeonato.

Uns jogam pouco, e serão eliminados, e apenas dois dão prosseguimento nessa dura jornada, quando sonham com uma melhor bilheteria, fato esse que não aconteceu na temporada atual, desde que ficaram sem os seus campos de jogo.

Como os contratos dos atletas são curtos, mesmo aquelas possíveis revelações, se por acaso o clube as tiver, estão livres e seguem de braços dados com os seus agentes, buscando um novo destino, e se esse não disputar um evento nacional, só abrirá as portas no próximo ano.

Que futebol é esse em que um clube vive de ilusões, sem passado, sem presente e sem futuro? Certamente não são profissionais, fingindo que o são, e que nada de bom trazem para a evolução do esporte no estado.

Ou o sistema muda, criando mecanismos para que os clubes que tenham uma boa estrutura vivam durante uma temporada, ou o melhor é fechar tudo, e esperar que um dia surja alguém que possa muda-lo, algo que está bem longe de acontecer.

Só nos sonhos e nas ilusões.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A NOITE FOI DE FRED 

* Começamos a noite de ontem com uma vitória do surpreendente Paraná, que derrotou o Vitória-BA pelo placar de 2x0, em pleno Barradão, que deixou o gramado debaixo de vaias.

Com um time simples, bem arrumado e uma defesa impecável, a equipe paranaense passou por cima do favorito, e levou uma boa vantagem para o segundo jogo.

Enquanto isso no Independência o Atletico-MG não jogou um bom futebol, com muitas falhas, sofrendo para ganhar do boliviano Sport Boys, que estava realizando o seu primeiro jogo internacional, e que esteve à frente do marcador por um bom tempo.

Com três minutos o atacante Fred marcou dois gols e virou o placar para 3x2, e no final do jogo anotou mais dois, completando o quarto gol da partida. O placar de 5x2 não representou a realidade, mas o artilheiro estava numa noite inspirada. 

Na verdade salvou o seu time de um vexame.

Mais tarde, também pela Libertadores, o Botafogo derrotou o atual campeão, Atlético Nacional jogando como visitante em Medellín, por 2x0, mostrando algo que é produtivo no futebol, um time simples, sem medalhões e com uma maturidade que chama a atenção de todos.

Pela Copa do Brasil, o Cruzeiro jogando no Morumbi, em duas bolas paradas venceu o São Paulo (2x0), e em Goiânia, em quatro minutos o Fluminense tomou uma virada do Goiás (2x1).

NOTA 2- O QUE ELES DIRIAM SE FOSSE O PALMEIRAS?

* O Palmeiras tinha condições de vencer o Peñarol do Uruguai, mas pelo futebol que jogou o empate caberia muito bem.

Assistimos ontem o vídeo desse jogo, e não temos duvida de que a equipe uruguaia foi assaltada em plena Allianz Parque.

O mais estranho é que não lemos, não vimos e nem ouvimos de nossos jornalistas algo à respeito do assunto, pelo contrário, todos enaltecendo a luta do alviverde por uma vitória no final.

O árbitro Leonardo Ramos concedeu cinco minutos de tempo extra, sendo assim o jogo encerraria aos 50 minutos. Na ocasião teve uma confusão por conta da expulsão de Dudu. O Peñarol nada teve com o fato, mas o apitador concedeu mais três minutos, ou seja o jogo deveria ser concluído aos 53.

Como a equipe palmeirense estava atacando, inclusive conseguindo um escanteio, o jogo continuou e aos 54 minutos e mais 15 segundos o gol da vitória surgiu. O infrator foi beneficiado com o aumento exagerado do período da partida.

Como a ética no Brasil é invertida o silencio perdurou, mas uma pergunta tem que ser feita, ou seja: Se fosse ao contrário, com a equipe do Uruguai dando origem ao incremento do tempo, e no final esse estourasse e surgisse o seu gol salvador, qual seria a reação do time da casa, e da imprensa paulista, que está se tornando palmeirense até a alma?

Existe alguma razão para tal? Freud poderá explicar.

NOTA 3- SÓ RESTOU O NÁUTICO NA COPA DO BRASIL SUB-20

* O Clube Náutico salvou o futebol de Pernambuco na Copa Brasil-SUB 20.

Enfrentando o Corinthians no jogo de volta em Barueri, teve uma boa vitória pelo placar de 2x0. No primeiro jogo que foi realizado em nossa capital aconteceu o empate de 0x0.

O alvirrubro passou para a fase seguinte.

Enquanto isso o Sport ao empatar em 2x2 contra o Figueirense, jogando na casa do adversário, foi eliminado por conta do placar de 1x0 favorável ao time de Santa Catarina em seu jogo na Ilha do Retiro.

Por outro lado o Santa Cruz deu vexame, desde que foi eliminado na primeira partida, que foi realizada no Arruda, pelo Vitória da Bahia, com a goleada de 3x0.

Não começamos bem a temporada das competições de base.

São coisas do futebol de Pernambuco, que anda mal em todos os seus setores.

NOTA 4- PARA QUE SE ENTENDA A SITUAÇÃO DO NÁUTICO

* Os últimos 27 anos do Clube Náutico no futebol brasileiro não estão sendo fáceis. Os sucessos são pequenos se comparados com os insucessos, o que reflete nas suas dificuldades atuais.

Na década de 90, o alvirrubro da Rosa e Silva esteve em quatro edições do Brasileirão (1991 a 1994). Em 1992 foi rebaixado, mas houve uma virada de mesa e não aconteceu a Série B, sendo beneficiado.

No Campeonato de 1994 foi rebaixado, continuando na Segunda Divisão até o ano de 1998, rebaixado para a Série C. Depois da Copa João Havelange, em 2000, retornou para a B, onde disputou os seus campeonatos de 2001 a 2006, conseguindo nesse último ano o acesso a Primeira Divisão.

Nessa permaneceu apenas por três anos, e em 2009 em parceria com o Sport, sofreu mais uma degola, permanecendo por mais dois períodos, voltando a participar da maior divisão por mais dois anos, 2012 e 2013, quando mais uma vez sofreu o rebaixamento com uma das piores campanhas da história da competição.

O levantamento feito foi apenas para as competições nacionais, que  tem maior representatividade, pois a Série A é a vitrine para a obtenção de mais recursos.

Como podemos observar o Náutico no ano 90 jogou apenas 4 vezes a maior competição, e no período de 2001 a 2017, atuou apenas por 5 vezes, o que totaliza em 27 anos, nove participações.

Não precisa ser um gênio para entender que a longa ausência em uma competição de maior nível representou para o clube perdas inestimáveis.

NOTA 5- A LAVA JATO NA BOLA

* Segundo o jornal Folha de São Paulo, a Odebrecht apresentou uma planilha que aponta pagamento de R$ 3 milhões ao deputado Andres Sanchez por meio de Caixa 2.

De acordo com o documento, o dinheiro foi repassado a André Luiz de Oliveira, o André Negão, vice-presidente do Corinthians e assessor do gabinete do parlamentar.

Apenas para ativar a memória, Sanchez foi presidente do time do Parque São Jorge, e responsável pela construção da Arena Itaquera.

É a Lava jato batendo bola.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- CRISTIANO RONALDO E MBAPPE BRILHAM NA LIGA DOS CAMPEÕES

* O Real Madrid de virada venceu o Bayern de Munique por 2x1, com dois gols de Cristiano Ronaldo, que foi o destaque do jogo.

A partida foi de alto nível até a expulsão de um atleta do time alemão, quando as chances eram iguais para ambos.

Daí em diante o time espanhol passou a domina-la que só não teve um placar mais elástico, por conta das sensacionais defesas do goleiro Neuer.

Nos outros dois jogos, o Monaco continua com a sua temporada de ouro, contando com o bom momento do adolescente Kyllan Mpappe, que marcou duas vezes para garantir ao seu clube uma vitória de 3x2 sobre o Borussia Dortmund que jogou com a imagem do atentado que o  seu elenco foi alvo no dia anterior.

Em Madrid, embora jogando melhor, o Atlético de Madrid, contou com a ajuda do apito amigo para vencer o Leicester por 1x0.

O pênalti marcado foi produto de uma falta fora da área.

NOTA 2- JOGUINHOS

* Uma quarta-feira de joguinhos no futebol brasileiro. A bola foi maltratada em quatro partidas.

Na Ilha do Retiro, o time do Sport que pensávamos que era ruim, pelo que apresentou nos deu a certeza de que é horrível.

O torcedor rubro-negro esqueceu que o seu time iria jogar, e a Ilha do Retiro só teve 4.781 testemunhas. Um público fraco para um jogo da Copa do Brasil.

Penar para ganhar de um time da Série B, que deixou quatro titulares em casa, desde que o Joinville optou pelo encontro do estadual contra o Chapecoense, é uma pura demonstração que falta muito na Ilha do Retiro.

A equipe terá que melhorar para não passar vexame no Brasileirão.

Uma pergunta: Quem escala André?

Enquanto isso em São Paulo, o Palmeiras sofreu para ganhar do medíocre Peñarol do Uruguai, com o placar de 3x2, com o gol da vitória marcado aos 54 minutos do segundo tempo.

O Allianz Parque lotado mais uma vez sofreu com a performance do seu time, que não está preparado para a Libertadores.

No Maracanã mais um joguinho, entre Flamengo x Atlético-PR, com o resultado de 2x1 para a equipe da Gávea.

Finalmente o quarto encontro foi  o do Internacional e Corinthians pela Copa do Brasil, que teve mais passes errados do que bola correndo, e o placar de 1x1 foi justo pelo pouco que os dois clubes apresentaram.

Na verdade a vida do torcedor de futebol no Brasil está ficando dura, desde que assistir jogos como esses, é realmente pagar uma penitência.

NOTA 3- UM NOVO PROFUT

* O repórter Fred Justo, do Sport TV, preparou uma matéria para o ¨Redação SporTV¨, com dados da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, mostrando a divida ativa de 20 clubes brasileiros devedores da Previdência Social, que acumulam débitos de R$ 800 milhões.

Entre os cinco maiores estão quatro clubes do Rio de Janeiro.

A liderança é do Flamengo com R$ 83.9 milhões. A seguir o Atlético-MG, (R$ 54,9 milhões), Fluminense (R$ 49,8 milhões), Botafogo (R$ 45.7 milhões) e Vasco da Gama (R$ 41,8 milhões).

Dos clubes de nosso estado a maior divida é do Náutico (R$ 22,6 milhões), seguido pelo Santa Cruz (R$ 14,9 milhões) e Sport com R$ 9,6 milhões.

No momento tais débitos estão no processo do Profut, cujos pagamentos ainda não começaram por conta da carência de dois anos, e só em 2018 esses serão iniciados, com a primeira parcela sendo reduzida em 50% por 24 meses, no terceiro ano  a redução será de 10% e dai em diante pelo seu total.

Quantos clubes terão condições de fazer as suas quitações, com os modelos atuais de suas gestões? Poucos, os demais se não o fizerem, correrão o perigo de rebaixamento.

Quantos clubes estão preparando suas reservas para que possam enfrentar esse pagamento?

O governo hoje tem a certeza de que não receberá 50% desses débitos, e clubes de forma despudorada já pensam no Profut II.

Só mesmo no Brasil.

NOTA 4- FLAMENGO, GALINHA, CHICLETE E O STF

* O título dessa Nota foi tirado do jornal Correio do Povo de Curitiba, com relação ao julgamento do recurso do Flamengo contra o Sport Recife, por conta do título de campeão do Brasileiro de 1987.

O clube da Gávea luta por esse troféu, muito embora o tema já está transitado e julgado à favor do rubro-negro de Pernambuco.

O problema maior não está no julgamento, e sim na perda de tempo de um Tribunal Superior, que acaba de receber do Ministro Édson Fachin, um pedido de abertura de inquéritos contra 108 membros da alta cúpula da politica brasileira, e que tem muitas coisas relevantes para julgar e não tornar-se árbitro de uma partida de futebol.

Temos uma convicção que a maior Corte de Justiça não pode perder o seu tempo com causas irrelevantes como essa, que irá juntar-se ao julgamento do ladrão de galinha, de quem roubou um desodorante e duas caixas de chiclete.

Esperamos que o assunto seja encerrado, e que o Flamengo coloque a sua viola no saco, e resolva que na verdade o Sport lutou por seus direitos que estavam escritos no Regulamento da Competição, e que o STF no futuro arquive recursos grotescos como esse.

A reunião da Turma será bem interessante, quando Suas Excelências estarão com o apito na boca para  apitarem a definição do resultado.

O pior de tudo, é que o fato aconteceu em 1987 e 30 anos após ainda estão discutindo.

Só no Brasil da Lava Jata e das listas dos famosos.

NOTA 5- PERNAMBUCO NA LANTERNA DAS MEDIAS DE PÚBLICO

* O estadual de Pernambuco irá ficar registrado na história do futebol como o pior de todos já realizados.

Fizemos um novo levantamento da média de público das competições que estão sendo realizadas, e na sua maioria essas estão com estádios ociosos.

O estadual Paulista tem a melhor média, com 8.611 pagantes por jogo. A seguir: Primeira Liga- 7.268, Copa do Brasil- 4.520, Campeonato Mineiro- 4.514, Copa do Nordeste- 4.258, Gaúcho- 3.662, Goiano- 3.019, Carioca- 3.001, Paraense- 2.928, Paranaense- 2.869, Catarinense- 2.659, Baiano- 2.208.

O Pernambucano até o presente tem uma média de 851 pagantes por jogo, menor do que a Segunda Divisão de São Paulo que continua à sua frente, com 1.117.

A CARAVANA DA MISÉRIA PROSSEGUE SEM CAMELOS.

NOTA 5- DIRETOR DO CIRCO NA LAVA JATO

* Fizemos uma postagem sobre o deputado Vicente Candido, que foi sócio de Marco Polo Del Nero em um escritório de advocacia, mostrando que esse estava rondando a Esplanada em busca de apoio para a divulgação do futebol brasileiro no exterior, inclusive no setor de transmissão.

Chamamos a atenção que era uma jabuticaba em um sapotizeiro.

O deputado é diretor de relações internacionais do Circo, e foi um dos principais responsáveis por articular contra a CPI do Futebol em cima da entidade.

Na chamada lista do fim do mundo encaminhada pelo Ministro Édison Fachin, do Supremo Tribunal Federal, constava o nome do deputado sob suspeita de ter recebido uma propina com relação ao Itaquerão, por conta da liberação de recursos para esse estádio.

É o primeiro passo da Lava Jato na Barra da Tijuca. 

Escrito por José Joaquim

Não assistimos mais no mundo esportivo, em especial o do futebol, a debates sérios sobre esportes.  

As boas mesas redondas de épocas anteriores deram os seus lugares a programas que fogem do padrão da responsabilidade jornalística. Na sua maioria discutem abobrinhas.

Somos de uma época de bons debatedores, como Armando Nogueira, Nelson Rodrigues, João Saldanha, o próprio Juca Kfoury, José Trajano (que mudou muito) e Flavio Prado, sendo que os três últimos continuam em atividade sem o brilho e independência de outrora.

Trajano por conta de suas posições foi demitido da ESPN. Na realidade as editorias tolhem a liberdade de expressão.

A Rede Globo não promove nenhum programa de debate, a não ser em ocasiões especiais. Os seus programas normais são entregues aos novos humoristas esportivos.

Fica a cargo da TV fechada ligada ao Grupo fazê-lo, mas são encenações no sistema feijão com arroz, sem comprometimento.

O programa Mesa Redonda da TV Gazeta, que já foi uma referência, hoje tem um formato comprometido com o sistema e os seus debates tornaram-se irrelevantes. Por outro lado o Linha de Passe, da ESPN, tinha um bom conteúdo, mas foi contaminado pelas mesmices patológicas.

Os demais canais pagos tem seus programas, que na verdade tratam do varejo, e deixam o atacado de lado.

Além disso, a Globo, depois seguida pelas outras emissoras, adotaram a contratação de convidados no lugar dos jornalistas verdadeiros profissionais do setor.

Tanto na TV aberta como na fechada, os jogos transmitidos tem um ex-jogador fazendo comentários, e em alguns casos um ex-árbitro como analista de arbitragem. Mataram os jornalistas para darem os seus lugares a antigas estrelas, que com raras exceções, sem brilho.

O jogo acaba, e muitas vezes não sabemos quais as opiniões desses ¨novos mestres¨ do futebol brasileiro. Os grandes comentaristas foram deixados de lado, surgindo uma geração do nada para o nada, mas que vendem audiência.

Os alienados preferem ouvir as bobagens que muitos desses falam, de que um bom comentário do jornalismo de profissão. Muitas participações são grotescas, mas o que vale é o personagem que está comentando.

Não sabemos para que servem as escolas de jornalismo que Brasil afora. Estão preparando o que? Para atuarem aonde, quando os seus lugares estão sendo tomados por celebridades, que forma uma mídia que chamamos de ilusória.

O modelo utilizado hoje perdeu a capacidade de uma análise analítica dos fatos, e por conta disso o futebol continua minguando e entregue a pessoas sem a devida competência e seriedade para tal.

A jornalista Bianca Garcia há um bom tempo atrás escreveu um artigo que serve para enquadrar o esportivo. 

Em uma parte do artigo pinçamos o seguinte texto: ¨Precisamos de algo mais inteligente. De uma televisão mais inteligente. De uma mídia que seja motor de transformação social e não uma formula eficaz de alienação¨.

Infelizmente acontece no futebol nacional, e com a gravidade de existirem bons profissionais que não estão sendo aproveitados.

Del Nero e companhia agradecem.

Escrito por José Joaquim

A espinha dorsal, também chamada de vertebral, é formada pelos ossos chamados vértebras. É uma estrutura flexível que dá movimento e sustentação do corpo.

Um time de futebol para que tenha sucesso em seu planejamento precisa de sua espinha dorsal, que é formada pelo dirigente, técnico e atletas, uma tríade que foi afetada duramente pelo sistema implantado e que não funciona a contento.

O retorno se dá com o que assistimos nos gramados.

No campo do dirigente não existe o fundamental, a renovação. O modelo é igual o que foi implantado pelo reino de Portugal para a colonização brasileira, através das Capitanias Hereditárias. O capitão-mor chegava com uma carta que lhe garantia terras e todos os direitos de sucessão. Era de pai para filho.

O futebol brasileiro é a cara desse sistema, implantado no século XVI. As renovações dos quadros são ínfimas, as pessoas que dominam são as mesmas de longos períodos. Quando existe sucessão, essa se dá com nomes do mesmo grupo, e as eleições sempre ficam sob suspeita.

As portas são fechadas para novos dirigentes, e quando surge uma ideia diferente do sistema, trazida por alguém de fora, essa é levada no ¨deboche¨ e tratada com ironia.

Quando estávamos no meio quantas vezes ouvimos isso quando um sócio ou torcedor trazia um projeto para o clube. Só o capitão-mor e seus vassalos são capazes de conceber algo para as capitanias.

Deu no que deu.

Enquanto isso o segundo componente da espinha dorsal, o técnico, se acomodou, e pela manutenção do emprego adota a tática de não perder, se possível empatar e como última hipótese, ganhar, mas sem se expor.

Em boa parte esse profissional é arrogante, acha-se o dono da verdade, e que conhece de tudo no futebol, só que nos gramados não consegue muitas vezes passar essa sapiência para os seus jogadores.

O terceiro componente do sistema dorsal do futebol é o jogador.

Criou-se um paradigma de que esse personagem é maior do que o clube. Quando aparece um novo talento, torna-se celebridade, com cabelo diferente, tatuagens diversas, belas mulheres e uma bola do tamanho de uma de gude.

Com uma espinha dorsal como essa, como poderíamos ter evitado a debacle de nosso futebol?

Estamos vivenciando um momento igual ao do Titanic, quando todos estavam dançando e o navio afundando.

O problema do futebol brasileiro é que a sua espinha dorsal trincou, e não apareceu nenhum médico para repara-la.