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Escrito por José Joaquim

Há quanto tempo estamos escrevendo que o futebol não precisa de torcidas organizadas? São dezenas de artigos publicados que perderam-se no tempo e no espaço.

Os verdadeiros torcedores são o que chamamos de desorganizados que usam as camisas dos seus clubes, os acompanham em seus jogos, muitos viajando para outros estados.

As chamadas organizadas são as responsáveis pela violência dentro e fora dos estádios. Quantas mortes já foram produzidas por essas? O tempo correu e nada mudou e o poder dos guerrilheiros do asfalto aumenta cada vez mais.

A nova moda é o da invasão aos Centros de Treinamentos dos clubes para realizarem os seus protestos e sobretudo proclamarem as suas ameaças.

São violentos, intolerantes, ignorantes e virulentos. Foram criados e incentivados nos próprios clubes, para agirem como seguranças dos dirigentes, com o objetivo de intimidação aos opositores.

O que aconteceu no CT do Palmeiras foi um absurdo e sobretudo criminoso. Na verdade é a criatura se virando contra o criador que o alimenta há muitos anos.

A ameaça de morte ao técnico Luiz Felipe Scolari é grave e merecia algo maior do que uma simples nota de repúdio tímida e covarde.

O Palmeiras é uma entidade que tem uma rica história no futebol brasileiro e mundial, mas sua diretoria é promíscua no trato com a Mancha Verde a sua maior organizada. Tem membros dessa no Conselho Deliberativo, dentro de sua vida administrativa e politica.

A patrocinadora Crefisa joga muito dinheiro nessa organizada para a sua Escola de Samba desfilar no Carnaval, e com uma forte ligação com os seus membros.

Comportamentos como esse do último sábado já vimos em outras ocasiões, com resultados trágicos. Não existe espaço no futebol para atitudes como essa.

Em 2012, o próprio Luiz Felipe Scolari e o presidente do alviverde, Arnaldo Tirone, passaram pelas mesmas ameaças dessa organizada, inclusive de morte.

Infelizmente os dirigentes dos clubes que criaram e alimentaram tal monstro continuam aceitando essas interferências, se fazendo de surdos e mudos, cegos na maioria das vezes para não melindrarem aqueles que lhes dão suporte.

Na verdade, os torcedores organizados fazem ameaças de morte de forma escancarada, e as providencias não são tomadas.

O futebol brasileiro agoniza, e um dos seus maiores problemas estão incrustados nesses segmentos.

O futebol inglês se transformou no maior do mundo, após o fim dos hoolingans.

Um exemplo a ser acolhido por nossas autoridades.

São coisas do futebol brasileiro e de sua cartolagem.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM BÁLSAMO NO FUTEBOL

* O Santos quando joga é um verdadeiro bálsamo para quem gosta do bom futebol. Não vamos discutir se o time da Baixada Santista será campeão ou não. Na verdade isso é o que menos interessa, e sim aquilo que hoje esse representa para um esporte que tem pouca qualidade nos dias atuais.

Sob o comando de Jorge Sampaoli que sem duvida é um treinador do mais alto nível, o Santos tem propiciado os momentos que estavam fazendo falta em nossos gramados.

O 6x1 no Goiás, e cinco gols de atletas diferentes, mostra o modelo de intensidade, buscando sempre a rede adversária, e com uma troca de passes que encantam.

Há um bom tempo que não víamos um time brasileiro mostrar um futebol como se fosse uma orquestra sinfônica bem afinada.

A equipe santista completou nesse encontro sete vitórias seguidas, 32 pontos em 39 disputados, com um magnífico aproveitamento de 82%.

Se continuar nessa marcha, o que não é provável, poderá chegar ao final da competição com 94 pontos, no nível de um Manchester City.

A matinal de ontem foi sem duvida um bálsamo para todos nós que gostamos de um bom futebol.

NOTA 2- SEM PÚBLICO E COM POUCOS GOLS

* A 14ª rodada da Série B ficou marcada pela ausência de público e com poucos gols.

Nos 10 jogos que foram realizados, o número total de pagantes foi de 43.692, com uma média pífia de 4.369 torcedores por jogo.

As redes balançaram por 15 vezes, com 1,50 gols por partida.

Mais uma vez os empates dominaram uma rodada, 5 no total, contra três vitórias de mandantes e duas dos visitantes.

Três 0x0 e dois 1x1.

No cômputo geral, em 140 jogos, tivemos 59 vitórias dos mandantes, 37 dos visitantes e 44 empates. A empatite é muito grande.

O placar de 1x1 aconteceu por 22 vezes.

O público no total é de 714.239, com uma média bem fraca de 5.102 torcedores por jogo.

A classificação está embolada até o 11º colocado. A cada rodada o elevador sobe e desce.

As probabilidades de chances de acesso mostram realmente como a situação está bem equilibrada.

O Bragantino que tinha chegado aos 70%, caiu para 65%, seguido por:

Atlético-GO- 49,2%,

Londrina- 45,3%,

Coritiba- 38,4%,

Botafogo- 33,6%,

Paraná- 33,0%,

SPORT-30,0%,

Cuiabá, 19,0%,

Ponte Preta-

16,0% e,

Figueirense- 12,9%.

Um desafio para os estudiosos. A cada rodada encerrada os números são modificados, e até o favoritismo do Bragantino foi afetado.

NOTA 3- O NÁUTICO NÃO PODE COCHILAR

* A 15ª rodada da Série C será encerrada na noite de hoje com dois jogos. O Náutico na cidade de Ceará Mirim enfrentará o Globo, e o Ferroviário receberá em casa o ABC.

Dois encontros importantes para esses dois times que objetivam a garantia de suas classificações.

O primeiro clube do Grupo A a atingir os 30 pontos, o número ideal para a classificação de forma antecipada foi o Sampaio Correa com a vitória sobre o Treze por 2x0.

Por sua vez o Botafogo-PB voltou a respirar ao derrotar o Confiança por 2x0, retomando a 6ª posição, empurrando o Santa Cruz de volta ao sétimo lugar. O Imperatriz permaneceu na 5ª colocação. Todos com os mesmos 21 pontos.

O alvirrubro não pode cochilar nesse jogo de hoje, principalmente por conta do adversário que ainda está na luta contra a Caetana.

O Náutico é o vice-líder do seu Grupo, com 24 pontos, enquanto o Globo é o 8º colocado com 13.

Nos últimos cinco jogos (15 pontos) o time dos Aflitos somou 10 pontos (66%), enquanto a equipe do Ceará Mirim obteve apenas 4 (33,3%).

A única vantagem  que o Globo leva é o mando de campo, mas pelas performances de ambos, o Náutico tem tudo para somar mais três pontos que o deixarão bem perto da segunda fase da competição.

NOTA 4- A GOLEADA DO BAHIA NO FLAMENGO

* O Bahia teve menos posse de bola mas foi cirúrgico nos seus chutes ao gol do Flamengo, e o atropelando pelo placar de 3x0.

O tricolor foi perfeito no seu modo de jogar, ao aproveitar a falta de organização do time do rubro-negro da Gávea, e as falhas gritantes de sua defesa.

Com uma estreia discreta de Filipe Luiz, o técnico Jorge de Jesus perdeu para a estratégia montada por Roger Machado. Com o placar de 1x0 o tricolor manteve a pressão, que criou condições para a lambança do goleiro Diego Alves que entregou a bola nos pés de Gilberto que marcou o seu segundo gol.

Na realidade o Bahia fez três gols que estavam bem rascunhados na prancheta de técnico da equipe baiana. Dentro do campo deu certo.

Uma vitória insofismável, e que mostrou um certo esgotamento dos jogadores do time da Gávea.

Na verdade, o elenco rubro-negro pode ser milionário, mas a bola de alguns profissionais está longe dos seus salários.

No outro jogo da tarde, o Botafogo finalmente ganhou uma partida, derrotando o time do Avaí por 2x0, piorando a situação da equipe catarinense que está na lanterna sem uma única vitória.

O terceiro time carioca, Vasco da Gama, jogou no período noturno em Cariacica-ES, e numa autêntica pelada, empatou em 0x0 com o time do CSA.

Até as luminárias do estádio sofreram um apagão como protesto por conta de um jogo de péssima qualidade.

NOTA 5- UM DERBI INSOSSO

* O chamado Derbi paulista faz parte apenas do passado, desde que nos dias de hoje tornou-se um confronto insosso, com o que vimos na noite de ontem em Itaquera.

Para que se tenha uma ideia da realidade desse jogo, no primeiro tempo tivemos apenas 24 minutos de bola rolando. Somente nas cobranças de faltas foram consumidos 13 minutos.

Foi um período faltoso, e com um jogo fraco e sem qualidade. Apesar disso o retrancado Corinthians que só teve 28% de posse de bola abriu o placar.

No início da segunda fase, de cabeça, Felipe Melo empatou a partida.

Aconteceram alguns chutes ao gol corintiano com boas defesas de Cassio.

Depois que assistimos os jogos do Santos e  do Bahia, tivemos de aguentar uma partida irritante, lenta, e com uma sucessão de erros. O número de faltas foi exagerado, e embora a bola tenha corrido mais do que na primeira etapa, no final do jogo foram apenas 50 minutos com essa rolando.

Um festival de chutões, de bolas aéreas, e que retratou a cara do atual futebol brasileiro.

Em Belo Horizonte, o Cruzeiro continuou na zona da degola com uma derrota por 2x0 para o Atlético-MG. O time celeste está despedaçado.

Mano Menezes entregou o seu cargo, mas a diretoria do clube não aceitou. Devem ser masoquistas.

No final desses jogos, o Santos agradeceu penhoradamente os seus resultados.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A MATINAL AFUNDOU MAIS O VITÓRIA

* O jogo de ontem na matinal da Série B serviu para complicar mais a vida do Vitória, que a cada rodada se afunda mais, e não apresenta o mínimo sinal de recuperação.

No estádio Bento Freitas, casa do Brasil de Pelotas, o time baiano foi derrotado por 1x0, placar esse que o deixou na 19ª posição, com 11 pontos dos 42 já disputados.

Por incrível que pareça o jogo foi interessante.

No primeiro tempo da partida o time do Brasil buscava propor o jogo, enquanto o do Vitória levava perigo a meta adversária com contra-ataques.

Os gaúchos usavam a bola parada. Os baianos com velocidade teve chances de abrir o placar, com uma bola na trave.

Por uma lambança da defesa rubro-negra, o mandante no final dessa fase abriu o marcador.

No segundo tempo o ritmo foi menor, e com o Brasil administrando o jogo, e ainda ficando em vantagem, com a expulsão de Léo Gomes do time rubro-negro.

Rodada após rodada e o Vitória não consegue fazem uma sequência de bons jogos. Em 14 rodadas só conseguiu 3 vitorias.

O seu destino final está sendo traçado pelos Deuses do Futebol.

NOTA 2- OS GRAMADOS DE PERNAMBUCO

* Na última sexta-feira ouvimos uma entrevista de Antônio Carlos Zago, técnico do Red Bull/Bragantino, em que elogiou o gramado do Brinco de Ouro, antes do jogo do seu time contra o Guarani.

Na realidade esse estava perfeito, com exceção da iluminação.

Ontem pela manhã, observamos um outro bom piso para uma partida de futebol, o do estádio Bento Freitas pertencente ao Brasil de Pelotas, que abrigou o jogo do time da casa contra o Vitória da Bahia.

Com poucas exceções os estádios que abrigam os jogos da Série B Nacional estão bem cuidados, em especial os seus gramados.

Ao compararmos com os de Pernambuco ficamos com vergonha.

Com a exceção da Arena Pernambuco, nenhum se apresenta com a qualidade necessária, inclusive o do Náutico que na reabertura deu uma boa visão, mas na chegada do inverno desmoronou.

Quando passamos para o interior, o vexame é maior. São gramados de campos de peladas sem condições necessárias de abrigarem jogos profissionais.

O futebol local anda de mal a pior, tanto no seu jogo, como também nas suas instalações, que não estão aptas para receberem partidas dos torneios nacionais.

Lamentável.

NOTA 3- A LENTIDÃO DA JUSTIÇA DESPORTIVA

* A Justiça Desportiva é lenta nas suas decisões. Muitas vezes as punições são feitas com um espaço de tempo bem longe do fato que foi levado ao julgamento.

Procedimentos simples, comunicação eficiente e regras bem claras, formam um bom conjunto para torna-la como um modelo eficaz. O Circo é desorganizado por natureza, a Justiça o acompanha e quem sofre é o produto futebol.

Na Europa o processo é bem diferenciado do nosso. A Inglaterra, hoje com a Liga mais forte do mundo tem procedimentos simples no tratamento de alguns casos, como os dos cartões. No próprio Regulamento das suas competições já consta as punições para os infratores. Três jogos para expulsões, e um por acumulo de três cartões amarelos. O jogador que tiver quinze amarelos em uma temporada é suspenso para o resto dela. São normas administrativas e que não contemplam recursos.

Existe um Comitê Disciplinar que atua em casos de má conduta, faltas violentas e inscrições irregulares, com celeridade. As suas decisões são soberanas e não cabem efeitos suspensivos.

Na Itália existe o juiz esportivo, que recebe os relatórios dos jogos realizados, e um dia após é procedida as analises de cada caso, com base na legislação desportiva do país.

Os clubes podem recorrer para a Comissão Disciplinar se a punição for maior do que uma partida, e o julgamento é feito na semana imediata. Enquanto isso o jogador fica impedido de jogar.

O Brasileiro ama a burocracia e a cria para levar vantagens, e isso também acontece na Justiça Desportiva, quando pequenos casos poderiam ser tratados de forma mais efetiva.

O primeiro passo para as mudanças será o da independência junto ao Circo de Futebol Brasileiro.

NOTA 4- O FINAL DA 14ª RODADA DA SÉRIE B

* Cinco jogos foram realizados na tarde/noite de ontem fechando a 14ª rodada da Série B Nacional.

No G4 a novidade foi a presença do Botafogo-SP na quarta colocação, no lugar do Coritiba. Dos cinco jogos, três tiveram o placar de 0x0, emperrando o crescimento dos times na tabela de classificação.

O Cuiabá é sem duvida a atração dessa competição. Foi subindo aos poucos na tabela, e com a vitória de ontem por 1x0 contra o CRB já está localizado na primeira página, 10ª colocação, com 20 pontos, e uma diferença de apenas três para o Botafogo-SP. O time alagoano perdeu duas chances seguidas com jogos em casa para chegar ao G4.

O outro time que venceu o seu jogo foi o Operário-PR, que afundou mais ainda o Criciúma na Zona da Caetana. O placar também foi de 1x0. A Ponte Preta mais uma vez não obteve uma vitória, e empatou em 0x0 com o São Bento, que saiu da zona da degola.

O América-MG foi prejudicado pelo apito amigo que não marcou um pênalti claro à seu favor, no final do segundo tempo. O time mineiro foi superior  ao Paraná, em especial no segundo tempo, e o Ox0 foi injusto pelo que jogou.

A equipe paranista, tal como a Ponte Preta, são dois bons cavalos paraguaios, dispararam e cansaram no meio do caminho.

O último 0x0 aconteceu na pelada entre Vila Nova e Figueirense, times que estancaram na competição, em especial o catarinense que está vivendo de um pontinho aqui e um pontinho acolá, e já está na segunda página.

No final o Sport que é o abre-alas dos jogos da Série B, no final foi bater na 7ª posição, com 23 pontos, com a mesma pontuação do Botafogo-SP que é o quarto colocado no G4.

A embolada está mais animada, desde que quatro times tem 23 pontos, e na próxima rodada o elevador será mais uma vez utilizado.

Nesses cinco jogos as redes foram balançadas apenas por 4 vezes, com uma média de 0,8 por jogo. A cara do futebol brasileiro.

NOTA 5- ENFIM UMA VITÓRIA DO FLUMINENSE

* Depois de sete rodadas sem vencer, enfim a vitória do Fluminense aconteceu. Com um futebol de alto nível, em especial no segundo tempo, derrotou o misto do Internacional por 2x1.

Com o resultado, o tricolor chegou aos 12 pontos, na 16ª posição. O time das Laranjeiras precisava da vitória, desde que mesmo jogando bem não conseguia o sucesso.

Pressionou o Colorado logo no início do jogo, e aos 12 minutos a trave impediu o gol de Pedro. Três minutos após, foi Ganso que levou perigo ao goleiro Marcelo Lomba. O Colorado acordou aos trinta minutos, e teve uma chance de abrir o placar.

No segundo tempo foi uma aula de futebol da equipe de Fernando Diniz, um domínio total, quando o placar ficou em 2x0. O Fluminense mesmo na frente do marcador continuou com a mesma intensidade, e sempre na busca de mais gols. Aos 46 minutos o Internacional marcou o seu gol. Aos poucos o tricolor vai se encaixando, e os bons resultados sem duvida virão.

O seu torcedor mais uma vez fez a sua festa, e o nome do técnico foi ouvido no Maracanã.

O futebol brasileiro precisa de times como o Fluminense e Santos que jogam para frente e odeiam as retrancas.

Na Arena Castelão com um bom público, no Clássico-Rei, o Ceará levou a melhor e venceu o Fortaleza por 2x1. O Vozão subiu para a 9ª posição (17 pontos), e Leão permaneceu na 14ª (14 pontos).

Uma partida acelerada no seu inicio, com muita correria e pouco futebol. Aos poucos o jogo foi se acalmando, com o alvinegro melhor em campo abriu o placar. O tricolor abalou-se com o gol, e graças a uma lambança da sua defesa o Ceará ampliou o marcador.

No segundo tempo o Fortaleza melhorou, perdeu algumas chances, e só nos minutos finais conseguiu o seu gol que veio de um pênalti Mandrake marcado pelo VAR.

Foi uma partida boa de ser assistida.

Escrito por José Joaquim

Existe um debate constante sobre a decadência do futebol brasileiro, que claramente é um fato real, mas todos estão preocupados com os débitos dos clubes, deixando de lado o seu problema maior que é o do desequilíbrio financeiro provocado pela indecente distribuição de rendas.

A visão dos nossos dirigentes é curta, pois não consegue alcançar algo por demais importante para o crescimento do esporte, que é o equilíbrio competitivo, fazendo com que as forças fiquem mais ou menos equivalentes e, assim, consiga o interesse dos consumidores, que torcem por uma maior igualdade das competições, para que as incertezas sejam criadas.

O torcedor não irá prestigiar um evento que existe uma certeza final de quem será o vencedor, e isso vem acontecendo em nosso país nos últimos anos.

Fortalecer equipes é também fortalecer a competição, e isso se faz com a distribuição mais isonômica dos recursos. A distribuição de renda tem que ser tratada como assunto estratégico. Por uma questão de sobrevivências de todos, os maiores terão que abrir mão de algo, para que os menores tenham suas receitas ampliadas, de forma justa e que traga o equilíbrio competitivo aos campeonatos.

Na Europa existem vários formatos nas suas diversas ligas, com um sistema de parcelas fixas e variáveis com vários critérios, mas todos visando a maior equidade.

Nas principais Ligas dos Estados Unidos, inclusive a que comanda o futebol (MSL), as receitas são distribuídas de forma igualitária, o que permite as equipes de pequenas cidades competirem com igualdade com as das maiores.

O equilíbrio financeiro melhora a competitividade dos torneios, e com a incerteza dos resultados maximiza as suas rendas.

Para que isso possa  acontecer, necessitamos de várias mudanças, e a principal seria a da profissionalização do setor, com pessoas que entendam de maximização de receitas e sobretudo percebam que o sistema atual levou o futebol a momentos difíceis e terá que ser modificado, queiram os interessados pelo caos, ou não.

Trata-se de uma questão de sobrevivência.  

Escrito por José Joaquim

Cinco meses de atividades, desde que um foi exclusivo para a  Copa América, e mais quatro para que o calendário seja cumprido, é o retrato do atual futebol de nosso país.

O Brasileiro ainda não chegou na metade dos seus jogos. Entre uma parte do mês de julho e o início de agosto, alguns clubes jogaram cinco partidas em apenas 13 dias.

Esse contexto aumenta o número de atletas lesionados nos seus Departamentos Médicos.

Foi criado um novo time para disputar uma competição paralela, a dos ¨Lesionados F.C¨. Os treinadores reclamam dos desfalques em seus times, e que não conseguem manter uma boa uniformidade no padrão desejado.

Alguns clubes que disputam várias competições, inflacionam as suas folhas salariais com maior número de jogadores, para compensarem a ausência daqueles que estão entregues aos seus Departamentos Médicos.

A responsabilidade maior está ligada ao calendário insano, impingido pelos apedeutas que dirigem o Circo do Futebol Brasileiro, e que é aceito pelos submissos dirigentes das agremiações. A overdose de jogos é irracional.

O Brasil é um país continental, a distancia entre os estados é grande, tornando-se as viagens exaustivas. Além disso, existe o estresse tanto da viagem, como dos aeroportos, motivando um desgaste físico que leva a possíveis lesões.

Nos campeonatos realizados nas décadas de 70 a 90, com jogos mais espaçados, os times eram mais repetitivos, numa demonstração que o exagero de competições, com atletas atuando por 5 vezes em 13 dias, é insano e transformador dos Departamentos Médicos como o setor mais importante de um clube.

A menor média de lesões por jogo é de 2,5, com clube chegando a 4, o que realmente assusta e retira em muito a sua qualidade, que tem como essência o entrosamento, e esse só acontece com a repetição das equipes.

Existe um trabalho bem interessante que foi elaborado pelo MD da Oslo Sports, Andrei H Engerbreser, proveniente de uma pesquisa realizada na cidade de Oslo, na Noruega, com 500 atletas e publicada no ¨American Journal of Sports Meicine¨, que constatou um aumento significativo de lesões quando se joga duas vezes por semana.

Foi verificado no trabalho que um atleta jogando apenas uma vez por semana, existe a possibilidade de 4,1 lesões/mil horas, enquanto jogando por duas vezes, este número aumenta para 25,6/mil horas. Imagine com três jogos em 7 dias.

Nem tanto ao mar, nem tanto a terra, e como hoje a tecnologia é muito avançada na parte física e fisiológica, 6 jogos por mês seria o ideal, e que evitaria lesões constantes que hoje acontecem.

Não tem nenhum jogo realizado em nosso país, que pelo menos dois lesionados são substituídos.

Um trabalho que foi efetuado pelo fisiologista, Professor Clodoaldo de Cherchi, da Unicamp, mostrou que os prejuízos dos clubes são vultosos com relação ao tempo de afastamento, que obedece em média os seguintes percentuais: 2 semanas- 32%, 3 semanas- 31%, e 1 semana-16,96%. Por outro lado, ficou também caracterizado que as lesões aumentam no segundo semestre.

O produto futebol é mal gerenciado, perdeu a sua qualidade técnica, e por conta da irracionalidade dos cartolas, transformou-se em um grande incentivador de diversas lesões, com a formação de um novo time: ¨Lesionados Futebol Clube¨.