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Escrito por José Joaquim

Por Paulo Cezar Caju- O GLOBO

Depois de ligação direta, lado de campo e jogador agudo, a nova criação do jornalismo esportivo é dizer que determinado time tem a digital do treinador. E basta um falar para todos os outros seguirem a cartilha. Tinha uma canção antiga de João da Praia que se encaixa bem nesse momento: ¨aonde a vaca vai, o boi vai atrás¨.

Se você zapear e parar um pouquinho em cada uma das mesas redondas, entenderá que nossos comentaristas também estão engessados: grande parte, pelo menos. ¨O Palmeiras tem a digital de Felipão¨, atestou um deles. Na verdade, ¨aonde a vaca vai, o boi vai atrás¨ tem tudo a ver com a escola de nossos treinadores. E justamente Felipão lidera essa lista, afinal, é o mais velho, foi campeão do mundo jogando na retranca e continua em atividade. É seguido por Tite e todos os outro que vocês já conhecem.

Aí, quando surge um Sampaoli, o ¨analista da bancada¨ diz que o seu time joga de forma previsível. Pior ainda, quando surge um artilheiro, artigo raríssimo no futebol atual, e a comentarista diz que ¨Gustagol não faz bem ao Corinthians porque o time é obrigado a jogar em função dele...¨. Ué, vai jogar na função de quem não sabe fazer gol? Outro dia, uma falou que não aprovava a contratação de Cuevas porque o Santos já estava cheio de jogadores baixos. Eu escalo um time só com jogadores baixos e que dificilmente perderia.

Saindo do Brasil, o Atlético de Madrid tem a digital de Simeone. Se não tivesse, o craque Griezmann não seria tão subaproveitado. Os comentaristas atuais amam Carille, Felipão e cia e torcem o nariz para quem tenta resgatar nossa essência, como Fernando Diniz e Sampaoli. Atualmente  moro em Floripa e é duro ver o Figueirense de Hemerson Maria, e o Avaí, de Geninho, jogarem. Entram para não perder e ponto. Alberto Valentim usou um time de reservas contra a Cabofriense e perdeu. Qual outra competição importante o Vasco joga para agir assim? No Flamengo, o jogador mais caro da história do clube briga para ser titular!!!

Com Vitinho não é diferente. Essa não vou entender nunca! A grande verdade é que o torcedor atual também enxerga o futebol de outra forma. Nas redes sociais, um jovem disse outro dia que aquela série de dribles de Clodoaldo contra a Itália, na Copa de 70, não aconteceria hoje porque a marcação era fraca. Aí eu pergunto: por que com a marcação forte de hoje Iniesta faz a mesma coisa? Jairzinho não sobreviveria, dizem outros. Então, por que Messi, acima dos 30 anos continua deixando os seus marcadores para trás?

Como não sei desenhar, tentarei explicar mais uma vez: quem é craque será sempre craque e quem é brucutu será sempre brucutu. O problema de hoje é que os treinadores valorizam mais os brucutus, ainda mais se eles tiverem barbonas enormes, fizerem cara de mau e derem socos no ar após cada carrinho. Sou nostálgico mesmo, do tempo em que digital era só na carteira de trabalho, as vacas que puxavam a fila eram premiadas e os bois não se deixavam domar facilmente.  

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O SANATÓRIO GERAL

* O futebol brasileiro faz parte do Sanatório Geral, que é composto de várias alas, e a mais importante é a dos Napoleões Retintos. A maioria dos clubes penando, inclusive os chamados grandes apenas na retórica, estão desfilando.

O Corinthians tem débitos de todos os lados, uma lista de bloqueios judiciais que impedem o cumprimento dos seus compromissos. A situação é tão grave, que mais uma vez a Taça do Mundial de Clubes foi penhorada.

Apesar disso os dirigentes estão lutando para repatriar o lateral Arana por muitos milhões de reais. Uma insanidade geral.

Enquanto isso, na Baixada Santista, o Santos vive sonhando com contratações, mas, está com a folha salarial atrasada que motivou ao técnico Jorge Sampaoli a devolver o salário que tinha recebido em solidariedade ao elenco.

O mais grotesco aconteceu no último dia 13, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo declarou que o processo de execução por conta de uma divida contraída pelo presidente José Carlos Peres em um bar, em que comemorava a sua eleição em 2017, transitou em julgado e será executado.

A alegação do proprietário do estabelecimento é que depois da vitória no pleito, Peres e Orlando Rollo, eleito como vice, combinaram de dividir as despesas da festa, mas só Rollo pagou a sua parte, enquanto o presidente pulou o muro.

Por conta de fatos como esses é que o futebol brasileiro está na UTI. Uma safra de cartolas da pior qualidade.

Nem Corinthians, nem tampouco o Santos pelas suas grandiosidades, não merecem situações como essas.

NOTA 2- A COMPLICADA ROTINA DO SPORT

* O Sport vive no dia a dia a sua Via Crucis. Boas noticias são raras e quase não acontecem, mas as péssimas surgem com a velocidade de um raio.

O clube perdeu o patrocínio da camisa que era da Caixa Econômica e está na luta para conseguir um substituto, o que não é fácil para um time da Segunda Divisão, cuja visibilidade é pequena.

Depois disso mais um coice no velho Leão, com a desistência da empresa Under Armour de fornecer o seu material esportivo. Durou apenas um ano.

O presidente do rubro-negro para justificar a saída da empresa afirmou que essa optou por deixar o futebol brasileiro, inclusive o Fluminense que também recebe o seu material esportivo.

No caso do tricolor tal fato não irá acontecer, e o fornecimento irá continuar até o final do contrato.

Por outro lado o clube tomou o conhecimento que a sua cota de televisão seria R$ 8 milhões, mas, a diretoria anterior antecipou R$ 18 milhões no ano passado, ou seja mais duas vezes o valor que tinha direito.

O Circo do Futebol prometeu que irá liberar uma parcela para tirar o rubro-negro do buraco profundo.

O mais interessante é que o ex-presidente Arnaldo Barros continua dizendo que deixou o clube em boa situação.

Na verdade esse deveria ser afastado do quadro social do Sport por conta da destruição durante a sua danosa gestão.

Será que falta coragem a Milton Bivar para tomar uma decisão sobre o assunto? 

NOTA 3- VITÓRIA DO CRUZEIRO TEVE O PIOR PÚBLICO DO NOVO MINEIRÃO

* O problema da ociosidade dos estádios não está restrito apenas ao nosso estado. Na verdade é geral em todo o país. 

São poucos os jogos que apresentam um bom público.

O Cruzeiro que é o único invicto da temporada, na última quarta-feira enfrentou a Caldense e a derrotou por 3x0, em uma partida que foi testemunhada in loco pelo segundo pior público pagante registrado no Mineirão, desde a sua reinauguração em fevereiro de 2013.

Apenas 4.340 torcedores pagaram ingresso, com um público total de 7.623 torcedores, e uma grotesca taxa de ocupação de 13,6%. A renda da partida foi de R$ 59.259.

As informações da bilheteria deste jogo da última rodada da primeira fase do Mineiro entram no segundo lugar dos piores públicos pagantes da Raposa no Novo Mineirão, ocupando a vaga dos 4.612 de Cruzeiro x Tricordiano na segunda rodada do estadual de 2017.

Na realidade os estaduais estão perdendo seus públicos em todo o Brasil, e o exemplo mineiro mostra essa realidade.

O moribundo é nacional.

NOTA 4- O BOM FUTEBOL DO FLUMINENSE

* O Fluminense necessitava de um empate com gols no seu jogo contra o Antofagasta, do Chile, mas o modelo adotado por Fernando Diniz é aquele de jogar e deixar o adversário jogar.

Mesmo jogando fora de casa não ficou nenhuma vez na retranca, e com maior posse de bola. A equipe chilena abriu os espaços para o tricolor, que aproveitou-se com um gol de Everaldo aos 18 minutos.

O jogo continuou com o mesmo ritmo e numa bobeada da defesa do time carioca, aos 28 minutos o Antofagasta empatou. O gol sofrido abalou o Fluminense e os donos da casa levaram perigo real a sua defesa.

Com maior qualidade de jogo, o tricolor das Laranjeiras teve aos 15 minutos do segundo tempo um pênalti favorável que foi perdido pelo atacante Luciano.

A equipe chilena entusiasmou-se e partiu para o desempate, mas aos 23 minutos o mesmo Luciano se redimiu e anotou o gol da vitória.

Além da passagem para a segunda fase da Sul-Americana, o prêmio financeiro servirá para amortecer um pouco a crise do clube, que joga hoje o futebol mais encantador do Brasil.

Enquanto os técnicos adoradores das retrancas estão soltos em nossos gramados, Fernando Diniz nos dá uma aula de como fazer um time simples, sem estrelas fazer um belo espetáculo.

Que o Fluminense tenha vida longa.

NOTA 5- O FUTEBOL DA HOLANDA

* Na semana de datas FIFA, os campeonatos nacionais param, e as seleções europeias se enfrentam pelas eliminatórias da Euro 2020.

Entre os diversos jogos eliminatórios, os destaques foram para a Bélgica e Holanda.

A seleção belga recebeu os últimos anfitriões do mundial, e dominou o time russo, com um show de Hazard que marcou dois gols.

Os holandeses tiveram um adversário mais fraco, mas deixaram bem claro que a goleada do Ajax contra o Real Madrid pela Liga dos Campeões não foi por acaso, e sim pela renovação e novos talentos do seu futebol.  

Esse ficou de fora da Copa de 2018, mas estão focando a Eurocopa como um ponto de partida para o Mundial de 2022. A Holanda teve uma vitória acachapante com o placar de 4x0, jogando um futebol moderno, relembrando a década de 1970.

O esporte da chuteira agradece. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- PELÉ X MESSI UM DEBATE INÓCUO

* Pelé foi o atleta do Século XX e Messi é o atleta do Século XXI.

Ambos foram geniais em seus tempos históricos.

As nossas mídias insistem nesse debate que para nós é inócuo, desde que os momentos dos dois craques foram diferentes.

Pelé vivenciou uma época em que o futebol ainda não tinha um profissionalismo como o de hoje. O que valia era a sua genialidade, desde que não tinha à seu favor os mecanismos tecnológicos do mundo atual.

O jogador santista era um homem natural, sem uma formação de base como a de hoje, mas tinha a capacidade de um gênio do futebol, quando tirava coelho da cartola. Nasceu craque. 

Por outro lado, Messi com uma vocação também de gênio, juntou o útil ao agradável, e através de um processo de formação que não existia na época do brasileiro, com a tecnologia avançada, conseguiu se transformar no melhor jogador desse século.

O tempo histórico agrega os acontecimentos que marcaram um povo, uma nação e muitas vezes a humanidade. Por outro lado o tempo cronológico é definido como o período onde se desenrolam as atividades humanas.

Pelé viveu o seu tempo histórico e cronológico bem diferente do que Messi hoje vivencia. A bola que o craque brasileiro jogava era de couro, pesada, enquanto a do portenho é sintética que não altera o seu peso numa tarde de chuva.

O tempo cronológico muitas vezes não coincide com o histórico. Cada um teve o seu tempo, e ambos com grandiosidade. Discutir quem é melhor, é como debater qual o sexo dos anjos. Pelé foi grande no seu tempo, e Messi continua sendo no seu. São incomparáveis.

Os gênios só aparecem de século em século.

NOTA 2- NIVELADOS POR BAIXO

* Os estaduais em todo o Brasil entraram na reta final, sem nada que possa  ser destacado.

Um festival de mediocridade.

O jornalista Washington Rodrigues do jornal O DIA foi um dos poucos a interpretar a realidade, quando afirmou que a competição está com o nível muito baixo.

Por mais que os diversos narradores da Globo se esgoelem, e os comentaristas sempre achando algo de bom, os jogos são fracos com um futebol ultrapassado no tempo e no espaço.

O Flamengo e Palmeiras que mais investiram ainda não mostraram algo parecido com o esporte da chuteira. Sem nenhum jogo a ser comentado.

Estávamos assistindo na última terça-feira o jogo do Rubro-Negro da Gávea contra o fraco Madureira, um time sem a menor expressão, e mesmo assim fez um primeiro tempo tão ruim que desistimos de assisti-lo.

Temos uma visão que a partir da parada para a Copa América, alguns times irão melhorar, desde que fizeram a pré-temporada jogando partidas oficiais.

Do Oiapoque ao Chuí o futebol brasileiro está numa de suas piores fases.

NOTA 3- O PALMEIRAS VENDE OS ANÉIS E FICA COM OS DEDOS

* O Palmeiras faz um excelente trabalho de base, que na verdade serve para negociações para fazer caixa.

Os atletas que se destacam não são aproveitados no time titular, que dá a preferencia aos profissionais rodados e na curva descendente.

A última venda foi do lateral esquerdo, Luan Cândido, que não fez um único jogo entre os titulares do alviverde de São Paulo.

O time paulista irá receber à vista 9 milhões de euros do RB Leipzig, da Alemanha, e embolsará mais 1 milhão de euros quando o jovem de 18 anos jogar cinco partidas pelo time principal.

O Palmeiras ainda vendeu recentemente alguns garotos da base. Fernando, Shaktar, Tchê-Tchê, Dinâmo de Kiev e João Pedro para o Porto.

Na verdade o projeto elaborado pelo executivo Alexandre Mattos, tem um modelo invertido, ou seja, desova os novos e contrata os mais experientes. 

NOTA 4- MÉDIA SALARIAL DOS JOGADORES DE FUTEBOL NO BRASIL 

* Existe uma ilusão de que todo jogador de futebol ganha muito dinheiro e vive uma vida luxuosa.

A verdade é totalmente diferente, é o que mostra um trabalho do estudioso do futebol Euler Victor, que foi publicado no twitter de Fernando Ferreira.

Segundo a análise realizada os números são os seguintes:

82,40% -Até R$ 1 mil,

13,68%- R$ 1 mil até R$ 5 mil,

1,35%- R$ 5 mil até R$ 10 mil,

1,77%- R$ 10 mil até R$ 50 mil,

0,40%- R$ 50 mil até R$ 100 mil,

0,28%- R$ 100 mil até R$ 200 mil,

0,12%- R$ 200 mil até R$ 500 mil e,

0,00003%- Acima de R$ 500 mil.

O sonho de ser milionário com o futebol é como achar uma agulha no palheiro.

Poucos conseguem isso.

NOTA 5- OS JOGUINHOS DO PINGADINHO

* As quartas de final do estadual Pingadinho começaram na noite de ontem com dois jogos.

O primeiro foi o do Salgueiro x Central, que jogaram para apenas um pouco mais de mil pagantes, em um estádio que cabe 10 mil, ou seja 90% de ociosidade.

Uma arbitragem complicada de Luiz Sobral, o sempre escolhido pelas bolas geladas do sorteio da Comissão de Arbitragem, que abusou dos cartões amarelos contra o time de Caruaru, e deixou de expulsar um jogador centralino por conta de uma falta cometida contra um atacante adversário na entrada da área com perigo de gol.

Na realidade apesar da péssima arbitragem, essa não teve influencia no placar, e a vitória do Carcará por 2x1 foi justa.

O jogo esteve à altura do futebol Pingadinho, sem qualidade técnica e pouca criatividade, com o Central jogando com 10 homens por todo o segundo tempo, sendo pressionando pelo Salgueiro, que nos 49 minutos conseguiu o seu gol salvador, passando para as semifinais.

O time de Caruaru cometeu um grande erro, de demitir Estevam Soares nas vésperas de uma decisão. Sua diretoria mostrou-se amadora e incompetente.

No segundo jogo, nos Aflitos que não consegue passar dos quatro mil pagantes, o Náutico completou 14 jogos sem uma única derrota, passando por cima do frágil time do Vitória com o placar de 3x0.

Um jogo sem graça, desde que o time adversário não conseguiu em nenhum momento trazer perigo a meta alvirrubra.

No dia 20 de março de 2019 graças ao calendário grotesco, o time do interior subiu o Monte das Tabocas para a hibernação até janeiro de 2020.

Que futebol é esse?

Escrito por José Joaquim

Os estaduais estão sendo finalizados levando consigo as mazelas que afligem o futebol brasileiro. As críticas são generalizadas e a grande vilã dessa novela mexicana é essa competição.

Obvio que as mudanças são necessárias, mas falta ao debate as sugestões que possam ser analisadas para que um novo caminho seja traçado.

O calendário é prejudicial para os clubes e seus profissionais, pelo excesso de jogos, quando comparado ao do futebol europeu que contempla no máximo a um time jogar entre 62 e 65 partidas oficiais, se chegar a todas as finais das competições que participa. No Brasil pode se alcançar 85 jogos, ou seja uma média de 8,5 por mês.

As 18 datas disponibilizadas para os chamados estaduais poderiam ser aplicadas numa maior distribuição das diversas competições. Disso não temos a menor dúvida.

O futebol nacional precisa de um choque de realidade. Vive na era das ilusões, com a maioria de clubes sazonais, e que hoje pouco produzem na revelação de novos talentos.

Criou-se um paradigma de que uma equipe pequena sobrevive dos estaduais, o que não é a realidade, porque a maioria absoluta fecha as suas portas após os torneios e volta apenas no ano seguinte. São os Ursos do futebol em seu processo de hibernação.

Quando se discute o calendário nacional, existe uma miopia com relação aos menores clubes e só olham para os maiores. Existe uma sinergia entre esses, que exige uma adequação do sistema para suprir a extinção dos estaduais.

Na realidade precisa-se de coragem para atacar o assunto, com uma analise profunda por região, para que se possa separar aqueles clubes que tem condições de sobreviver ao capitalismo do futebol e que os demais possam tomar outro caminho.

A criação da Série E regionalizada é fundamental, a modificação do sistema das Séries C e D, para que essas tenham o mesmo regulamento das duas divisões maiores, e com um calendário para todo ano.

Temos equipes sem estrutura para o profissionalismo, e entendemos que deverão partir para o municipalismo a fim de se fortalecerem para o futuro, e então conseguirem agregar valores à sua demanda.

A temporada de 2019 irá ficar marcada como a que deu o tiro mortal nos estaduais, por conta da ausência de público nos estádios, e da mediocridade dos jogos.

Trata-se de um debate que não poderá ser feito de forma açodada, sob o risco da quebra de uma importante cadeia produtiva, que é composta de grandes e pequenos, mas que contribuem para o esporte.

Não podemos ficar com a atual situação, mas torna-se necessário que os caminhos sejam tomados com um único objetivo, a da perenização dos clubes que tem condições estruturais para o profissionalismo, e que esses joguem pelo menos 10 meses ao ano.

Sendo assim, os novos talentos irão surgir, e a cara do futebol brasileiro irá mudar.

Escrito por José Joaquim

Numa reunião que foi realizada na sede da entidade que comanda o falido futebol de Pernambuco, um tabelião abriu o testamento do moribundo com relação a primeira fase do Pingadinho.

Estiveram presentes os cartolas que dirigem os clubes participantes, assim como a diretoria da Federação local responsável pelo que aconteceu nesses primeiros 45 jogos.

Antes da abertura todos fizeram uma oração com a participação das carpideiras pela melhora do doente. A imprensa juvenil estava emocionada por participar de um evento que jamais tinha acontecido em nosso estado.

O Tabelião com um grande constrangimento por conta dos números que estavam no testamento, passou à sua leitura.

Na primeira parte foram mostrados os públicos dos jogos da última rodada, e mesmo com um ex-clássico entre o Náutico e Santa Cruz e uma partida decisiva entre Central e Sport, o total foi grotesco, com 10.431 pagantes, com uma média de 2.086 por jogo.

O maior foi do encontro que aconteceu em Caruaru, com 5.139. Nos Aflitos o público pagante foi de 4.392, que retratou a realidade de nosso belo futebol. Nos outros três jogos, um recorde da miséria foi batido, com a soma de 894 torcedores, com uma média de 298 por cada jogo.

A Suburbana de Curitiba tem públicos bem maiores.

Na continuação do evento, o Tabelião passou para a folha seguinte que mostrava o público de cada time mandante e a sua média. 

Sport- 5 jogos- 24.967, média de 4.993,

Santa Cruz- 4 jogos- 14.824- média de 3.705,

Central- 5 jogos- 12.235- média de 2.447,

Náutico- 5 jogos- 11.887- média de 2.377,

Vitória- 5 jogos- 3.641- média de 728,

Salgueiro- 4 jogos- 2.773- média de 693,

Flamengo- 4 jogos- 2.131- média de 533,

Petrolina- 4 jogos- 1.983- média de 496,

Afogados- 4 jogos- 1.975- média de 494 e,

América- 3 jogos- 1.301- média de 434.

Por maldade um dos participantes da reunião mostrou as médias dos anos de 1991 a 1994, deixando todos estupefatos.

1991- média de 3.051,

1992- média de 4.336,

1993- média de 6.163 e

1994- média de 3.034.

Depois da reunião os participantes não mostraram nenhuma reação, como nada tivesse acontecido e foram para um bom restaurante para um agradável repasto, enquanto o moribundo permanece na UTI na espera do desligamento dos aparelhos.

São coisas de nosso futebol.