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Escrito por José Joaquim

Por Paulo Cezar Caju 

Confesso que estou anestesiado, e até para escrever essas poucas linhas preciso buscar ânimo onde ele não existe. O noticiário tem me provocado náuseas. O que é o Brasil? Se algum desavisado ainda não sabe, basta uma lida rápida nos jornais. E se esse desavisado tiver problemas com a Lei e quiser iniciar suas negociatas por aqui, venha logo, não perca essa oportunidade.

Se quiser investir as opções são variadas: abra uma boate sem saídas de emergência, construa um prédio com areia de praia, monte um centro de treinamento com contêineres inflamáveis. No Brasil, famílias são soterradas por lama, tudo é festa, e a impunidade reina! Doze mortos em Santa Teresa, guerra de quadrilha. Na mesa ao lado, uma senhora comenta: ¨Eles que se matem. Em Ipanema, o Bloco Simpatia é Quase Amor arrasta milhares de foliões! Vamos comemorar!!!! Um amigo me disse que a diretoria do Flamengo está vendo nessa tragédia uma oportunidade, a final, enquanto alguns choram outros vendem lenços.

Teria sido encomendado ao departamento de marketing um plano para sensibilizar nossos corações, principalmente os dos promotores do Ministério Público. Meninos, não aceitem isso, não deixem que esse caso seja transformado em teatro. O próprio Zico, maior ídolo do clube, pede que os culpados sejam punidos. Quem morreu não volta mais. Indenizações não podem servir de cala-boca, vidas não tem preço.

Desavisados, venham logo para esse país onde um belo dia de sol nos faz esquecer tudo, menos os corruptos. Aqui o prefeito defende-se, o presidente da multinacional esquiva-se, o CEO do clube popular tira da reta. No Brasil ninguém tem culpa, são todos inocentes. Aqui a democracia dá as cartas, país de opinião livre.

Na bancada do Sport TV, a comentarista responde sobre o que achava da contratação de Cuevas pelo Santos: ¨É um jogador baixo, o Santos está cheio de jogadores baixos¨. Preconceito¨ Talento tem tamanho? E depois emenda sobre Carlos Amadeu, técnico da seleção sub-20: ¨É uma das maiores referências do mundo...¨ Obvio, mudei de canal.

Estamos desassistidos em todos os sentidos. No Brasil, memória é triturada em máquina de moer carne. Vanderlei Luxemburgo foi metralhado em um desses debates. ¨Não acha que está desatualizado?¨ Que atualização é essa de que tanto falam? O técnico novo do São Paulo de onde surgiu, o que trouxe de inovação, assim como todos esses novatos?

Atualização não é ir para a Espanha e fazer um curso maroto, atualização é vivência! A imprensa constrói os perfis da forma que bem entende: caricato, herói, genial.

Meu perfil é marrento, reclamão, ranzinza. Qual é o seu? Não importa, venha para o Brasil, porque aqui você vai dar um jeitinho de encaixa-lo em algum padrão e viver livre para sempre!

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A LAMBANÇA DO SPORT

* O Sport/Figueirense só trocou de cara, mas no fundo continua o mesmo.

Um time amorfo, opaco, e que na noite de ontem foi acachapado com um 3x0 de um adversário da Série D Nacional.

Na verdade repetiu o ano de 2018 na estreia da Copa do Brasil, quando foi degolado pelo Ferroviário do Ceará na cobrança de pênaltis.

O rubro-negro foi ridículo no gramado, e na segunda fase assistiu o time mineiro jogar, e abusou de impedimentos.

Uma derrota vergonhosa perante um time fraco, mas brioso, e levando um baile do veterano Juan que é melhor de que todas as contrações do rubro-negro da Ilha.

Enquanto esse brilhava o goleiro Magrão falhava em dois gols. 

Para um clube em regime de falência o prejuízo financeiro com essa queda será sentido de forma brutal em seu orçamento.

O estadual não é referencia para nada, e o Sport foi enganado. 

Outra decepção na noite de ontem foi a eliminação do São Paulo pelo Talleres, que chegou de Córdoba, Argentina, com um placar de 2x0, e conseguiu um empate de 0x0 dominando o tricolor do Morumbi durante todo o jogo.

A cabeça do técnico André Jardine vai rolar, mas o problema não está apenas no seu comando, e sim na gestão atabalhoada que está destruindo um clube que já foi referência no Brasil.

NOTA 2- A BOLA DA VEZ É O SANTA CRUZ

* Três representantes de Pernambuco já atuaram na primeira fase da Copa do Brasil.

Náutico até agora foi o único a continuar nessa Copa, o Central empatou no seu jogo contra o Ceará e foi eliminado graças ao apito amigo, e o Sport com s síndrome do Ferroviário foi ceifado pelo Tombense.

Na noite de hoje chegou a vez do Santa Cruz, que também por conta do ranking jogará por um placar igual.

O adversário será o Sinop da cidade do mesmo nome no Mato Grosso, que fica à uma distancia do Recife de 3.732 km. O estádio tem uma capacidade para 13.000 torcedores, 10% de sua população que soma 139.935 habitantes.

O Santa Cruz é o time mais equilibrado entre os de Pernambuco. É fraco na qualidade, mas está bem no conjunto e tem chances de passar para a segunda etapa, já que o Regulamento é muito favorável, quando o empate resolve o problema.

O Sinop é o 4º colocado na tabela do estadual local, e a sua maior referência é Rogério Ceni, que é filho da terra e começou no futebol jogando por esse clube.

Será um encontro entre o Galo e a Cobra.

Vamos ter FEBEAPA.

NOTA 3- CENTROS DE TREINAMENTOS DOS TIMES DO CEARÁ ESTÃO IRREGULARES  

* A caça aos CTs após a tragédia do Ninho do Urubu, tomou conta do país.

Precisou-se de 10 vitimas para buscarem uma realidade que existia há muito tempo, e todos setores em especial a imprensa fingiam que nada estava acontecendo.

Por conta disso o Ministério Público do Ceará solicitou vistorias nos clubes cearenses. Os centros de treinamentos do Ceará, Ferroviário e Fortaleza apresentam riscos de segurança.

Nenhum deles atende as normas necessarias de proteção contra incêndio e pânico. Anteriormente o Corpo de Bombeiros do Estado tinha divulgado que esses estavam em boas condições, no dia de ontem corrigiu a informação dada.

Segundo essa corporação, o único que ainda atende alguns pontos das normas de segurança, é o Ferroviário, mas não por completo.

O CT do Fortaleza, que fica em Maracanaú, não apresenta o projeto de segurança. A cidade Vozão, CT do Ceará, funciona também de forma irregular, mas o clube já possui um projeto de segurança.

Tais problemas com raras exceções acontecem em todo o Brasil, e a tragédia enfim acordou as autoridades para a atenção de um tema relevante, e que é tratado no Brasil com desprezo.

Um grande número de CTs foram interditados no dia de ontem pelo Brasil afora.

Quando o Ministério Público de Pernambuco irá vistoriar os Centros dos nossos clubes?

São coisas do futebol brasileiro, que não é olhado com a devida atenção, com mais cuidado, e sobretudo mais responsabilidade!

Que todos os clubes sejam fiscalizados.

NOTA 4- O PAÍS DAS OMISSÕES, DO JEITINHO, DA GAMBIARRA E DA CASA ARROMBADA

* Um trecho do artigo de Tostão no jornal Folha de São Paulo.

O filósofo Vampeta quando era jogador do Flamengo, em uma época em que o clube tinha um péssima situação financeira, disse que fingia que jogava, enquanto o Flamengo fingia que pagava.

Parafraseando Vampeta, o atual Flamengo, que tem as suas finanças controladas, fingia que corria atrás dos documentos para ter o Alvará de funcionamento do Ninho do Urubu, enquanto as instituições públicas fingiam que fiscalizavam e que puniriam os infratores.

A estrutura que ficavam os garotos não existia oficialmente.

Apenas nesta sexta-feira (12) foi feita uma minuciosa vistoria.

É o país das omissões, do jeitinho, da gambiarra e da casa arrombada.

NOTA 5- NO AUGE DA ERA DA IMBECILIDADE  

* Segundo o blog do Menon, do Portal UOL, os repórteres Raphael Zarko e Thiago Crespo, do Globoesporte, contaram que na preleção antes do último jogo da seleção Sub-20 do Circo, quando essa precisava ganhar por 3x0 para não ser eliminada- os jogadores ouviram um discurso grotesco de William de Castro, preparador de goleiros. ¨O sonho desses meninos que morreram era estar aqui, que nem vocês estão¨ disse referindo-se às vitimas do incêndio no Ninho do Urubu.

Vamos e venhamos, a que tipo de profissionais essa seleção estava entregue. No momento de uma decisão de um time que vinha caindo aos pedaços, fazer dos seus atletas jovens em responsáveis por resgatar os sonhos queimados de outras crianças, é o auge da era da imbecilidade que tomou conta de nosso país.

Por outro lado, uma cena do coordenador das bases do Circo, Branco, foi constrangedora quando chamou o atletas de frouxos, deu murro no campinho do treinador, e após a derrota, foi para o hotel sem falar com ninguém.

Que comando é esse?

Na verdade nada que acontece com relação ao Circo do Futebol não espanta ninguém, desde que a sua cúpula é da pior qualidade e só poderia escolher algo inusitado para trabalhar com jovens.

Como essa seleção poderia ter uma boa participação? 

NOTA 6- A PONTE PEDIRÁ A ANULAÇÃO DE JOGO DA COPA DO BRASIL

* A arbitragem do futebol brasileiro a cada jogo mostra a sua falta de qualidade, e sempre deixa a sua marca.

Entra ano e sai ano o segmento piora e nada se faz para modifica-lo.

Toda rodada tem algo que fica marcado por conta dos erros que são cometidos pelo apitadores. Não são mediadores e sim protagonistas de confusões.

Na última terça-feira Leó Holanda, do quadro da Federação Cearense foi a estrela do jogo do Aparecidense de Goiás e a Ponte Preta de Campinas, com o apoio trágico do auxiliar Samuel Oliveira Costa, ao validarem o gol de empate da Ponte Preta no final da partida, cujo autor  estava dormindo na banheira.

Confusão total, gramado invadido e oito minutos após a decisão de anular o maldito gol.

Não houve um milagre para que a arbitragem reconsiderasse a lambança, e sim o aviso do delegado do jogo ao auxiliar com a ajuda do 4º arbitro, de que a televisão tinha mostrado que o gol não foi legal.

Com base nas imagens do canal Sport TV que mostram o auxiliar se aproximando do delegado da partida, Adalberto Greco, que coloca a mão na frente da boca e diz algo, e logo após o assistente seguiu em direção do arbitro da partida que voltou atrás da decisão que foi tomada, a Ponte Preta irá entrar com um recurso do STJD pedindo a anulação dessa partida que segundo a sua diretoria foi contaminada pela interferência de terceiros. 

A Macaca não vai ter êxito na sua empreitada.

Os árbitros estão se tornando em nossas saúvas do Império.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A ESTREIA DO LEÃO NA COPA DO BRASIL

* O Sport/Figueirense está mais folgado nessa temporada do que os outros dois times da capital de Pernambuco.

Sem a participação na Copa do Nordeste, o time rubro-negro até o momento tinha como foco o moribundo estadual, o qual lidera.

Na noite de hoje o Leão faz a sua estreia na Copa do Brasil, jogando na cidade de Tombos-MG, contra o time do Tombense. O estádio á acanhado, com capacidade para 3.050 torcedores.

A equipe mineira disputa a Divisão maior do Campeonato Mineiro, e não contempla uma boa posição, encontrando-se no 7º lugar com 6 pontos ganhos. É treinado por Ricardo Drubscky que é bem rodado.

O Sport joga por um simples empate para passar para a segunda fase da competição, por conta do seu regulamento.

A vitória do Leão para o Carcará Mineiro deverá acontecer. Isso já está escrito nas tábuas de Moisés.

O adversário é fraco.

NOTA 2- OS FALIDOS ESTADUAIS

* Os aparelhos já estão sendo desligados na UTI onde os estaduais estão internados. Nunca um recado dos torcedores pelo Brasil afora são tão claros. O grito é um só: ¨Chega¨.

Como podemos admitir que um jogo no campeonato paraibano possa ter apenas 6 pagantes.

Tal fato realmente aconteceu no dia 6 desse mês no Estádio Amigão, em Campina Grande, no encontro entre o Serrano e Perilima, que terminou empatado em 2x2.

A pior marca era de 31 testemunhas no confronto entre o Perilima e Souza. Ao todo o estadual da Paraíba conta com quatro públicos abaixo de 100 torcedores.

O Serrano tem a pior terceira média de público nessa competição, de 461 testemunhas por jogo.

Enquanto isso o futebol de Pernambuco definha cada vez mais.

Os torcedores pernambucanos já resolveram não apoiar essa pobre competição e estão deixando os estádios vazios.

Para que se tenha uma ideia, nos três jogos foram realizados pela 5ª rodada, apenas 5.352 testemunhas estiveram nos três estádios, com uma média de 1.784 por jogo.

Sport x Petrolina (3.676), Central x Afogados (1.362), e Vitória x América (314).

A Arena Pernambuco que é um belo estádio, está com uma grande depressão por abrigar jogos do time das Tabocas.

Nos 22 jogos realizados, o publico total é de 30.762, com uma média por jogo de 1.807.

Pobre futebol brasileiro, que vem sendo reduzido ano após ano, e o blog batendo na mesma tecla de que esses estaduais deveriam ser extintos.

Contra os números não existem argumentos. 

NOTA 3- CADEADO APÓS A PORTA ARROMBADA

* O Ministério Publico do Rio de Janeiro está preparando uma ampla investigação nas estruturas que abrigam atletas de categorias de base.

Depois da porta arrombada no Ninho do Urubu estão tentando colocar um cadeado. Isso é coisa de nosso Brasil.

Por outro lado o também Ministério Público de São Paulo notificou os principais clubes de futebol da capital, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Portuguesa, para que apresentem todas as documentações e alvarás dos alojamentos e demais estruturas que abriguem atletas da categoria de base.

Essas medidas deverão ser estendidas à todo o país.

Tomamos conhecimento através do blog do Paulinho, que a ¨Casa do Atleta¨, local em que o Corinthians aloja e concentre a garotada da base, situada à rua Dr. Raul da Rocha Medeiros, nº 97, no Tatuapé, não possui alvará, nem condições mínimas de segurança (não há, em exemplo, rotas de fuga em caso de incêndio- as janelas estão gradeadas, existindo apenas uma entrada, que também é saída).

Ou seja precisou que 10 jovens fossem sacrificados, para que as providências fossem tomadas.

Que país é esse?

NOTA 4- UMA VACA NO POSTE DO CRUZEIRO

* O Cruzeiro tem um débito à pagar de R$ 400 milhões. Somente junto à FIFA através de recursos feitos pelos mais diversos clubes, soma R$ 50 milhões de jogadores contratados e não pagos.

Apesar disso continua contratando.

Na noite da segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Clube aprovou um milionário empréstimo de R$ 300 milhões de financiamentos internacionais, com taxas baixas no longo prazo. A ideia do clube é a de trocar dividas com taxas altas por uma só com valores reduzidos.

Bancos internacionais são iguais aos do Brasil, que só emprestam com garantias reais, inclusive o patrimônio do tomador.

Segundo o cartola com relação ao Cruzeiro isso não irá acontecer, e as garantias serão de contratos, das receitas previstas, etc.

Vamos e venhamos, o presidente está colocando uma vaca no poste, desde que uma central de risco de um banco, jamais iria concordar com um volume tão alto, contando apenas com a capacidade de pagamento do clube, cuja receita não chega a R$ 350 milhões.

Impossível.

Algo está errado, ou temos uma vaca no poste, ou o clube está sendo negociado com algum investidor asiático.

NOTA 5- ESCULHAMBAÇÃO GERAL

* Não existe solução para o futebol brasileiro enquanto for dirigido por esse tipo de cartolagem.

O que assistimos no jogo pela Copa do Brasil, entre Aparecidense e Ponte Preta envergonha qualquer cidadão de bem.

A arbitragem brasileira é trágica e destruidora, e o que vimos ontem comprova que estamos no pior momento da sua história. 

A partida estava nos 44 minutos do segundo tempo com o time de Goiás à frente do placar por 1x0, quando a Macaca empatou com um gol de um impedimento escandaloso.

Em um país sério, o quarteto da arbitragem teria que ser levado à presença do Juiz do Tribunal Especial.

Uma vergonha total, com uma confusão no gramado, policia no meio, quando o VAR da televisão apareceu e comunicou ao árbitro Léo Holanda da Federação Cearense, a lambança cometida.  Esse voltou atrás e anulou o gol que tinha sido marcado.

Mais confusão, dessa vez com os atletas da Ponte, mas tudo foi contornado e o jogo continuou e foi encerrado com a vitória do Aparecidense e a derrota de um visitante que jogava pelo empate.

Em Imperatriz, em um jogo nivelado por baixo, o Náutico empatou com o time da casa do mesmo nome, com o placar de 1x1, e pelo regulamento da competição passou para a sua segunda fase.

Uma partida que deu sono. 

NOTA 6- O MELHOR JOGO DO PSG FOI SEM NEYMAR

* Sem Neymar e Cavani o time do PSG foi bem mais leve, com a participação de todos os seus componentes.

O jogador brasileiro muitas vezes atrapalha pelo egoísmo, e inclusive inibe os seus companheiros. Di Maria foi um exemplo com uma atuação primorosa, inclusive marcando um gol.

No primeiro tempo houve um equilíbrio, com o time francês saindo à frente no placar. No segundo foi uma aula de bom futebol dada pelo PSG contra um Manchester United perdido dentro do gramado. O placar foi ampliado para 2x0, que certamente o time inglês não irá reverter no jogo de volta.

A sua invencibilidade de 12 jogos foi quebrada.

Após esse jogo, o Santos enfrentou o River Plate que não é o da Argentina, e sim do Uruguai, pela Copa Sul-Americana, em um jogo bem fraco, com pouco futebol, e com um justo empate de 0x0.

No estádio Independência, pela Copa Libertadores o Atlético-MG que estava com o jogo nas chuteiras, com o placar de 3x1, viu o Danúbio se agigantar e teve os seus 10 minutos finais de desespero após o segundo gol do time portenho.

Começaram as simulações para ganhar tempo, mas o adversário continuava pressionando tornando a vitória do alvinegro uma luta na bacia das almas. Com essa conquista o Galo Mineiro passou para a segunda fase da Pré-Libertadores. 

Escrito por José Joaquim

Por conta da postagem de ontem recebemos de um dos nossos amigos visitantes uma antiga entrevista com o jornalista Armando Nogueira, já falecido, e que foi uma das maiores referencias do jornalismo esportivo de nosso país quando esse setor ainda existia.

A publicação é do ano de 2010, embora as entrevistas começaram em três encontros, sendo que o primeiro foi em 1999 e o último em 2007, quando o jornalista expressou a preocupação com a presença dessas facções nos estádios.

Entre as respostas dadas aos entrevistadores, Nogueira expressou uma realidade que há doze anos continua repetindo-se, e que está agregado a tais segmentos que tomaram conta do futebol brasileiro, e com um detalhe importante quando transmitiu um pensamento igual ao nosso com relação ao que acontece nos dias de hoje. 

¨Antes de mais nada, esse negócio de torcida organizada é uma mistificação. Não é possível organizar o sentimento do torcedor. Então eu começo desclassificando essas falanges, essas gangues. Eles não são torcidas organizadas. Elas nasceram com uma boa intenção, mas na verdade se transformaram em instrumentos de intimidação, em instrumentos de terror à serviços de dirigentes. Quando um dirigente quer queimar um treinador ou um jogador, eles usam a torcida como instrumento de pressão¨, declarou Nogueira.

Uma das suas respostas merece uma grande reflexão entre os dirigentes, quando afirma que as torcidas organizadas promovem uma comercialização dessa atividade, inclusive com um comercio marginal, com a venda de produtos com os símbolos dos clubes.

A focagem do jornalista acertou um alvo que não é observado pela cartolagem brasileira. O comércio marginal concorre com os seus produtos oficiais, e com isso menos recursos em seus caixas.

Pela primeira vez um cartola atentou para esse fato, o presidente do Cruzeiro, em 2014 ingressou com uma ação na Justiça pedindo a proibição do uso da marca do seu clube pelas torcidas organizadas.

No Sport durante a gestão de João Humberto Martorelli, 2015/16, uma posição igual foi tomada, inclusive com a proibição da Torcida Jovem de ingressar no estádio com as suas camisas. No início desse ano foi perdoada de forma estranha pela atual diretoria.

Se discute muito os prejuízos pelas perdas do mando de campo, mas o rombo maior está nessa concorrência predatória entre o comercio paralelo, marginal, como frisou bem o jornalista, e dos clubes, que poderiam incrementar as suas vendas.

Cada boné vendido neste tipo de pirataria, corresponde a menos recursos nos cofres.

Sem duvidas este é o caminho das pedras, e com uma vantagem irá asfixiar as receitas das facções, que irão morrer de inanição.

Armando Nogueira tinha razão. 

Escrito por José Joaquim

Vivemos hoje um grande paradoxo no futebol brasileiro, com a criação das torcidas oficiais, chamadas de organizadas. Algo que serviu para afugentar os bons torcedores.

Esses grupos recebem as benesses dos clubes, quando vendem os seus gritos, ganhando a garantia da segurança dos estados, protegendo-as, e comboiando-as nas ruas das suas cidades no caminho dos estádios.

Quantas vezes assistimos tal fato no Recife, quando um grupo segue pelas ruas cantando os seus famosos hinos de guerra sob a proteção da policia cujo papel deveria ser outro.

Quando protestam partem para a violência, mas tal fato só acontece quando as benesses não estão chegando. São torcedores que fazem parte do sistema adotado pelas agremiações, profissionais pagos para apoiar e ao mesmo tempo intimidar os demais.

Também servem muitas vezes em processos eleitorais para elegerem os candidatos da situação.

Os torcedores organizados defendem o poder, e tem vínculo com os dirigentes dos clubes. Nos estádios defendem o ¨status quo¨, nas ruas assaltam, depredam ônibus, agridem e algumas vezes matam.

Durante os jogos criticam os atletas, os técnicos, e isentam as diretorias. Algo bem estranho. São irracionais temporários.

Não servem para o futebol, e por isso temos que defender os torcedores desorganizados, que são os amadores, apaixonados, que vibram com os seus times e os vaiam quando as coisas não andam bem.

Protestam de forma pacifica e com dignidade. Elogiam e criticam de acordo com os acontecimentos. São independentes e não se vendem ao poder.

O torcedor desorganizado é aquele que vai ao campo torcer por seu time, e quando esse não vai bem, vaia. Isso faz parte do sistema democrático, constitui o lado bom do futebol, que está sendo jogado fora pela banda podre apoiada pelos dirigentes, que a tem como uma tropa de choque nos modelos das SS fascistas.

Os clubes tem a obrigação de prestigiar os desorganizados, pois esses são os verdadeiros consumidores dos seus produtos e torcem realmente por suas cores.

O desorganizado não se aluga ou vende-se ao poder constituído, e por isso precisa ser protegido, pois hoje em nosso país isso é um fato raro.