NOTA 1- O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO
* O país acordou no dia de ontem com a morte de atletas da base do Flamengo por conta de um incêndio em seus alojamentos.
Dez jovens tragados pelo fogo e pela inalação de fumaça sem chances de fuga, que tinham uma visão de serem atletas de futebol e ajudarem as suas famílias. Os sonhos foram queimados.
Uma nova tragédia após a de Brumadinho e das enchentes do Rio de Janeiro, que chocaram o país.
Quando estávamos na direção do futebol do estado observávamos a ânsia dos pais para registra-los nas competições de base, sempre sonhando que um dia seriam atletas de um grande clube. Nos jogos eram os seus torcedores.
Ontem pela manhã os familiares dos atletas do rubro-negro da Gávea sentiram o impacto de um drama que não tem volta.
Existe um ditado perfeito para se enquadrar nessa dura tragédia-¨O Tempo é o Senhor da Razão¨, de um autor desconhecido, e que foi propagado pelo pensador francês Marcel Proust, e que tem delineado a vida das pessoas.
Existe tempo para tudo, agora é o de chorar, depois o tempo de enterrar as vitimas, e finalmente o tempo das investigações, posto que as tragédias não acontecem por acaso, desde que sempre existe uma causa.
Os alojamentos desses jogadores eram em containers, sem janelas e com uma única saída. Tinham o alvará dos Bombeiros? Da Vigilância Sanitária? De outros órgãos? A Defesa Civil do Rio de Janeiro já declarou que onde estavam os jogadores não tinha documentação. Era um puxadinho.
Segundo a Prefeitura da cidade, o Flamengo só poderia usar a área utilizada como estacionamento, cuja autorização foi dada em 2018.
Na verdade não se pode encobrir o que aconteceu, doa a quem doer, para que futuras tragédias não se repitam.
O tempo realmente é o senhor da razão mas não trará de volta as vitimas jovens do Ninho do Urubu, entretanto irá mostrar a realidade do que aconteceu.
NOTA 2- HOJE É DIA DO EX-CLÁSSICO DAS EMOÇÕES
* A Copa do Pingadinho, conhecida como a do Nordeste, terá nesse sábado dois jogos de rodadas diferentes. Uma avacalhação.
O Ceará irá enfrentar o Altos-PI pela terceira rodada, enquanto nos Aflitos teremos o ex-Clássico das Emoções entre Náutico e Santa Cruz, pela quarta rodada, ou seja o torneio continua sem pé nem cabeça.
O encontro do alvirrubro com o tricolor já foi das emoções, com estádios lotados, bons atletas, mas hoje essas foram jogadas fora e esse jogo passou a ser chamado de ex-clássico por conta da pobreza franciscana dos dois times.
A equipe do Arruda é a 3ª colocada do Grupo A, 4 pontos, enquanto a da Rosa e Silva está na 5ª posição do B, também com 4 pontos. Os dois times estão sendo massacrados pelo Calendário, que em 15 dias farão 5 jogos, com viagens no meio.
Pelo andar da carruagem e por tudo que tem se apresentado, o Santa Cruz é o favorito, posto que tem uma equipe mais organizada.
Pelas vendas dos ingressos antecipados, sem duvida os Aflitos não terá um bom público.
NOTA 3- UMA COPA ELITISTA E CRIMINOSA PARA OS MENORES
* Já postamos um artigo em que analisava o modelo elitista da Copa do Brasil, que foi criado para proteger os chamados grandes e matar os menores, por conta de um ranking fajuto elaborado pelo Circo do Futebol Brasileiro.
Os que estão na parte mais baixa dessa nefasta relação jogam em casa com a obrigação de vencerem as suas partidas. Mesmo com o empate ficam de fora.
Nos 15 jogos iniciais apenas quatro desses passaram para a segunda fase da competição.
Os maiorais jogam apenas por um empate, e nesses jogos iniciais dois clubes menores foram muito prejudicados pela arbitragem com relação as penalidades marcadas e não marcadas.
O Juazeirense que ganhava de 2x1, e no final o apito amigo marcou um pênalti para o Vasco que só ele viu. A equipe vascaína empatou, e tirou o sabor de passar para a segunda etapa do time baiano.
Em Caruaru um pênalti escandaloso não foi marcado para o Central, e com isso o placar ficou em 1x1 com a classificação do Ceará.
Como um time que dá um baile no Corinthians jogando longe de casa, que esteve por duas vezes à frente do marcador pode ser eliminado por um empate? Nem Freud explica.
São detalhes que mostram o erro dessa fórmula de competição, cuja entidade compra o silencio dos clubes com uma boa cota, mesmo que seja a única.
Na realidade o bom senso manda que com o empate tenha a partida de volta, e com a vantagem de um resultado igual do time mandante. Uma atitude correta para uma Copa que já foi democrática e que tornou-se ditatorial.
Uma vergonha.
NOTA 4- A PRIVATIZAÇÃO DO PACAEMBU
* O Pacaembu faz parte da história do futebol brasileiro, mas apesar do tempo ainda era um espaço estatal pertencente a Prefeitura de São Paulo, que há muito tempo desejava a sua privatização, mas era tolhida pelo Tribunal de Contas do Município.
Finalmente no dia de ontem foram abertas as propostas para a concessão desse equipamento esportivo. Com um lance de R$ 111 milhões, o Consorcio Patrimônio SP arrematou a concessão por R$ 111 milhões. A associação reúne a empresa de engenharia Progen e fundo de investimentos Savona.
A empresa vencedora gerenciou alguns complexos esportivos no Rio durante as Olimpíadas.
Entre os demais concorrentes, estavam um grupo formado pela empresa WTorre, um consórcio do Santos Futebol Clube com a Universidade do Brasil, e um terceiro formado pela Construp Cap.
O Santos teve a segunda maior proposta com 88 milhões, e perdeu uma chance de ouro para ter o Pacaembu por 35 anos. A abertura dos envelopes deveria ter ocorrido em agosto do ano passado, mas a sessão foi suspensa pelo TCM.
Não sabemos como o equipamento será utilizado, desde que existem decisões judiciais que proíbem shows, assim como a verticalização e uso do seu potencial construtivo.
Obvio que a cidade não pode arcar com os custos de um estádio, mas os esportes não poderão ser afetados por um outro destino que será dado ao Pacaembu.
NOTA 5- O FENÔMENO RICARDO OLIVEIRA
* Com 319 minutos de jogo, Ricardo Oliveira atacante do Atlético-MG marcou sete gols, e o status de principal atacante brasileiro no início da temporada.
Um gol a cada 45 minutos em campo.
São cinco bolas na rede no Mineiro e duas, na Copa Libertadores.
Como o vinho que quanto mais velho melhor, aos 38 anos, o atacante busca tirar proveito do bom momento.
Segundo números que foram divulgados pelo Galo Mineiro, o seu aproveitamento chega a 80%, com 12 dos 15 chutes na direção certa.
Desde que voltou ao futebol brasileiro, em 2015, Ricardo Oliveira já acumula 102 gols, 29 deles com a camisa alvinegra, os outros gols foram marcados pelo Santos (71) e seleção do Circo (dois).
O seu valor foi reconhecido pela diretoria do Galo, que anunciou a renovação do contrato até o fim de 2020, quando ele já estará com 40 anos. Tal fato foi por conta do assédio santista.
São coisas do futebol brasileiro.