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Escrito por José Joaquim

No futebol europeu a permanência de um atleta em seu clube é muito maior do que acontece em nosso país.

Hoje os nossos times são ocasionais para os profissionais. Quando chegam tiram fotos com os cartolas, colocando as suas camisas, com um gestual programado pelos marqueteiros, dão entrevistas com juras de amor, e pouco tempo depois já estão procedendo da mesma forma em outra agremiação.

É uma rotatividade, que prejudica a empatia com o torcedor, que no final de cada temporada não sabe o nome do seu time completo, por conta de tantas mudanças.

O jogador de camisa desapareceu no Brasil. Existem fatos pontuais como o de Rogério Ceni, no São Paulo, com 25 anos de clube, ou de Magrão no Sport desde 2005 (14 anos). Por uma coincidência ambos são venerados por torcedores, e essa longetividade só acontece por serem goleiros cujo mercado é limitado no país, onde se aproveita os atletas formados em casa.

Poderia se pensar que a durabilidade de um atleta com as camisas dos times da Europa é motivada pelos longos prazos dos vínculos, mas no Brasil também temos contratos com cinco anos, que são rasgados no primeiro período de vigência, desde que a maioria dos jogadores não pertencem mais aos clubes e sim aos empresários, que compram de forma paralela os seus direitos por conta das eternas dificuldades financeiras.

Muitas vezes em nosso futebol temos times bimestrais, com clubes contratando mais de 40 jogadores, formando grupos de dois em dois meses, que passam desconhecidos dos seguidores. O interessante é que o próprio torcedor no final da temporada tem dificuldades de escalar o time do seu clube que atuou durante o período.

Procuramos alguns jogadores que foram ídolos em seus clubes, com um grande tempo de permanência vestindo as suas camisas. Pelé passou 18 anos no Santos, com 1.115 jogos realizados, Roberto Dinamite vestiu a camisa vascaína por 21 anos, com 1.110 jogos, Ademir da Guia, 15 anos de Palmeiras, com 941 jogos, Marcos também do Palmeiras, 20 anos, e 532 jogos realizados.

Na Europa, Xavi Hernandez atuou por 24 anos no time do Barcelona, Francisco Totti no Roma completou 25 anos, Giggs aposentou-se em maior pelo Manchester United, após 22 anos de clube, e 963 jogos. Existem vários exemplos de um futebol ainda romântico dentro do atual mercantilismo capitalista, quando alguns atletas começam e encerram carreiras em seus clubes.

O processo de negociação é normal, mas o que temos no Brasil é algo fora do contexto, quando os clubes perderam os direitos econômicos dos seus jogadores, para que possam cobrir os rombos que são procedidos por gestões equivocadas.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, mas o ideal é que tivéssemos uma maior permanência dos jogadores usando camisas dos seus clubes, atraindo mais ainda os torcedores, inclusive na aquisição de produtos oferecidos.

Um sonho que poderia transformar-se em realidade, e para que isso acontecesse, teríamos que mudar o sistema de gestão que apodreceu e acima de tudo em alguns casos é corrupto.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- OBRIGADO A PREMIER LEAGUE! 

* Para quem gosta de um bom futebol o domingo foi salvo por conta de dois jogos da Premier League, que envolveram os times de Manchester.

O United venceu o Leicester por 1x0, continuando na sua ascensão na tabela de classificação após a saída de José Mourinho que foi derrubado pelo vestiário.

São oito jogos, com sete vitórias e um empate, levando-o a uma diferença de dois pontos para o Chelsea, que é o último da tabela de classificação para a Liga dos Campeões.

Os Reds tomaram a iniciativa da partida e abriram o placar no inicio da primeira fase, e apesar da pressão do adversário no segundo tempo que teve boas chances de empatar, utilizou a tática da retranca do antigo técnico. O sucesso do United é sem duvida um exemplo de como um elenco derruba um técnico.

Enquanto isso, o outro Manchester, o City tinha um encontro mais difícil contra o Arsenal.

Pep Guardiola colocou Fernandinho de zagueiro, ao mesmo tempo como atacante, mudando todo o sistema do time. Aos 48 segundos do primeiro tempo abriu o placar, o Arsenal empatou, mas era o dia de Aguero que marcou os três gols do jogo fechando o marcador em 3x1.

Hoje será o dia do City secar o Liverpool, que tem dois pontos de diferença para esse, que irá enfrentar o West Ham o 12º colocado da competição.

Numa tarde/noite de mediocridade no futebol brasileiro, a Premier League foi o colírio para os nossos olhos.

NOTA 2- DESMONTARAM A MÁQUINA

* O impossível aconteceu em Itu, com uma goleada do time local no Santos por 5x1.

Desmontaram a máquina de jogar futebol cujos jogadores ficaram desnorteados dentro do gramado sem que pudessem entender o que estava acontecendo.

O time santista com uma defesa atabalhoada não conseguia parar o ataque do Ituano, que parecia estar jogando contra um time de pelada. Aquele jogo bonito de Sampaoli foi desmoronado.

Nenhum analista vai conseguir decifrar o que aconteceu na noite de ontem.

Nos jogos que tinham alguma importância, o Flamengo mostrou que está se organizando taticamente. Embora o Cabofriense não seja um adversário respeitado, com qualidade, o time da Gávea venceu por 4x0, com um gol antológico de bicicleta de Diego. O nome da partida foi Bruno Henrique marcando inclusive um gol.

O São Paulo com um time reserva ganhou do São Bento por 1x0 com um gol de Hernanes, e o Botafogo com um tive modificado obteve a sua primeira vitória no estadual derrotando o Boa Vista por 3x0.

No estadual de Pernambuco, numa pelada de várzea, e com a arena entregue às moscas, o Sport/Figueirense recebeu dois presentes do América, e fechou o placar em 2x0, e se contentou com o resultado. 

Um jogo sem a menor emoção, e que pouco trouxe para uma analise do Sport visando outras competições maiores. Foi uma daqueles jogos que terminam e não deixam saudades. 

O FEBEAPA continuou. 

NOTA 3- A CUSPARADA NO FUTEBOL

* A cusparada no rosto de alguém é uma das maiores ofensas que um ser humano pode receber. É uma desmoralização moral e que choca.

No sábado passado assistimos em partidas de futebol duas grotescas cusparadas, uma da parte do atacante Deyverson do Palmeiras, contra o volante Richard do Corinthians, e do volante Bruno Silva do Fluminense, que tomou essa atitude contra os torcedores do Vasco no jogo entre os dois times em Brasília.

Não existe pior ofensa do que uma cusparada, que afeta a dignidade do agredido. É um crime moral e que deve ser punido com o maior rigor no máximo dado pelo Código Desportivo. Uma ofensa irreparável.

Em nossa época de Universidade tínhamos um colega que sempre dizia que aceitava todas as ofensas nos debates políticos, mas uma cusparada era algo insuportável e que seria resolvido com uma boa dose de violência.

Qual a necessidade de um profissional do futebol cuspir no rosto de um adversário, a não ser desmoraliza-lo?

Quando Douglas Costa, ponta do Juventus da Itália e da seleção do Circo deu uma cusparada em Di Francesco do Sassuolo, o jornalista Luiz Curro publicou um artigo no jornal Folha de São Paulo, que exprime a realidade de uma cena tão agressiva como essa:  ¨A cusparada é execrável, é horrenda: tem o poder de desconcertar o atingido a ponto de fazê-lo sentir-se sujo por fora e enojado por dentro¨.

Na verdade é muito pior do que um soco, do que um chute ou de uma cabeçada.

Deyverson é reincidente em cusparada, quando em 2017 em um jogo entre o Alavés e Atlético de Madrid na Espanha, cuspiu no rosto do zagueiro  Diego Godin.

Aliás esse jogador tem um comportamento estranho nos gramados, que deveria ser analisado por um psiquiatra. 

O futebol não merece os cuspidores de plantão.

NOTA 4- O PÉSSIMO NÍVEL DA COPA DO NORDESTE

* Embora seja difícil de acompanhar os jogos da Copa do Nordeste por conta da Tabela Pingadinha, estamos conseguindo assistir alguns desses em especial aqueles com a participação dos pernambucanos.

A competição tem a cara da pobreza do atual futebol nordestino, com pouca qualidade técnica e sem nenhuma emoção.

Na verdade os clubes estão utilizando os estaduais e esse torneio como laboratórios para os jogos mais importantes da Copa do Brasil e do Brasileirinho. Os times estão desorganizados, e o futebol rastejando nos gramados.

Como não assistimos o jogo do Botafogo-PB e Fortaleza, o vimos no dia de ontem pelo vídeo e ficamos decepcionados mais uma vez com o futebol apesentado pelos dois times, e em especial pelo tricolor cearense que faz parte da Série A Nacional.

O time paraibano bem frágil, mas jogou melhor e mereceu a vitória por 1x0, no estádio Almeidão. Rogerio Ceni técnico do Fortaleza colocou em campo quatro estreantes, e povoou o meio de campo para evitar o ataque do Belo.

Quando a partida corria para terminar empatada, aos 43 minutos Paulo Renê marcou o gol da vitória do alvinegro paraibano.

Pelo que vimos do tricolor do Pici, se não melhorar será um saco de pancadas na maior Divisão do futebol brasileiro.

NOTA 5- O COVEIRO DO FUTEBOL CARIOCA

* Já postamos um artigo sobre os prejuízos do Flamengo em seus jogos no Maracanã, mesmo com bons públicos.

Ao analisarmos as estatísticas referentes ao Campeonato Carioca do site sr.goool, observamos que o Fluminense em seus três jogos pelo estadual carioca realizados nesse estádio, somou um prejuízo de quase R$ 900 mil.

O rombo na realidade é de -R$ 845.834,50.

A média negativa por jogo é de -R$ 291.944,86. Esse é o valor que está sendo pago para entrar em campo ao lado de sua torcida. O tricolor tem a terceira média do campeonato com 6.033 pagantes, e um total de 18.010 seguidores.

A estreia do time das Laranjeiras foi contra o Volta Redonda. O público pagante foi de 6.192, com um negativo no final de -R$ 289.968,94.

Na vitória sobre a equipe da Portuguesa houve um pequeno aumento de torcedores, com 6.919, e um buraco de -R$ 257.888,57.

Na goleada contra o Madureira, o estádio de 66 mil lugares recebeu apenas 4.908 torcedores, e um rombo de quase R$ 300 mil (-R$ 297.959,20).

O Maracanã que era o palco do futebol brasileiro tornou-se o seu Coveiro.

NOTA 6- O MOTIVO DA REVIRAVOLTA DO DESTINO DO MARACANÃ

* Uma nota no blog de Lauro Jardim deixou muita gente com as orelhas em pé, por conta das duvidas que foram deixadas no ar.

Segundo o jornalista, tem ao menos um bom motivo a surpreendente reviravolta de Wilson Witzel em relação ao destino do Maracanã, ou seja, a desistência do governo do Rio de Janeiro de fazer uma nova licitação para a concessão do estádio.

Mauro Darzé, presidente da atual concessionária, controlada pela Odebrecht, conquistou os corações do primeiro escalão do governo estadual, incluindo Witzel.

Com o seu poder de sedução, o executivo da Odebrecht também conseguira barrar todas as tentativas do presidiário Luiz Fernando Pezão de lançar um novo edital de concessão.

Pelo que entendemos é que a nota deixou bem claro que colocaram uma vaca no poste.

NOTA 7- UM FALECIDO VILIPENDIADO

* Não existe nada mais vil do que atacar alguém já falecido. Obvio que trata-se de uma grande covardia, desde que esse não terá o direito de resposta.

Tal fato aconteceu no programa Bola da Vez, quando o ¨dono¨ do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia atacou de forma grosseira e desproporcional o já falecido ex-presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio. 

¨Deve estar ardendo no inferno o Juvenal Juvêncio. Nos tirou o Dagoberto e nos tirou da Libertadores. Os corruptos ou estão presos ou estão mortos¨, afirmou.

Na realidade existiam outros modos de colocar os fatos que o cartola considerava como prejudiciais ao seu clube, citando o nome de Juvenal, mas não da forma que foi dita.

Petraglia reclamou da interdição da Arena por conta de não ter 40 mil lugares exigidos pela Conmebol, que também não aceitou as arquibancadas tubulares, para o seu jogo pela Libertadores contra o time do Morumbi.

Para esse foi o dedo de Juvenal. Quanto a Dagoberto que era o seu melhor jogador, na  verdade foi assediado pelo tricolor do Morumbi.

Os fatos aconteceram, mas a reação depois de tantos anos foi fora dos padrões de gente civilizada, sem ao menos respeitar alguém que não poderia responder.

Foi lamentável e constrangedor.

São coisas da cartolagem de um futebol que aos poucos está sendo destruído. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM ÚNICO JOGO PELO PINGADINHO

* A quarta rodada do Estadual Pingadinho terá o seu início na tarde de hoje com um ¨espetacular¨ jogo envolvendo o América e Sport, no estádio Ademir Cunha, em Paulista.

A capital ficará com jogos dos outros estados.

O mais interessante é que na quarta feira serão realizados mais três partidas, e a quinta entre Flamengo x Central somente irá acontecer no dia 13, no meio da quinta rodada.

Nem o bloco dos Napoleões Retintos é tão desorganizado como esse moribundo estadual. Uma chuva de cangalhas.

O torcedor fica perdido no mato sem cachorro na busca da tabela da competição. Dois torneios paralelos são inviáveis.

O rubro-negro é favorito absoluto desde que o alviverde não vem se apresentando bem em seus jogos, com uma equipe frágil, ocupando a 8ª posição com apenas 1 ponto ganho.

O time da Ilha do Retiro está na 4ª posição com 6 pontos, e deverá fazer farra e folia nesse domingo.

Certamente a Globo irá televisionar o encontro, ajudando a aumentar a ociosidade do estádio.

São coisas do futebol brasileiro e seus clubes com os rabos entre as pernas, perante a quem manda.

NOTA 2- JOGOS E MAIS JOGOS E POUCO FUTEBOL

* O jornalista Claudemir Gomes na tarde de ontem nos mandou uma mensagem que reflete muito bem o nosso futebol: ¨Depois de ver o eletrizante Barcelona 2x2, ver Náutico e Salgueiro é doloroso¨.

Esse tinha razão desde que o jogo na Espanha foi do mais alto nível, com os dois goleiros fazendo milagres, e Messi realizando uma de suas melhores partidas do ano, marcando dois gols.

O Primeiro foi de pênalti e o segundo uma pintura que empatou a partida. Um gol que só poderia ser do jogador portenho, que ao receber um passe de Vidal na entrada da área, e sem ângulo, deu um toque para o lado e chutou com efeito no canto direito do goleiro brasileiro. Uma obra prima.

Na realidade foi um bom jogo, com o Valencia fazendo a sua melhor partida na competição espanhola.

De repente mudamos para Salgueiro para assistirmos o jogo do Náutico contra o time da casa, pela Copa Pingadinha do Nordeste.

O placar final de 1x1 foi injusto para o Carcará, que jogou melhor, inclusive abrindo o marcador. O atacante do alvirrubro, Wallace Pernambucano garantiu o empate.

Um estádio vazio para um futebol franciscano.

Por sua vez, o Santa Cruz enfim conseguiu obter uma vitória na Copa do Nordeste, ao derrotar o ABC por 1x0  com muito sofrimento.

O time potiguar dominou o primeiro tempo, controlando a partida mas sem chegar ao gol tricolor.

No segundo tempo a equipe pernambucana veio bem melhor. Aos 16 minutos o atacante Jô, que sempre afirma ter dificuldade de fazer um gol, e o fez, com um belo chute abrindo o placar que continuou até o fim.

Na verdade quem teve uma abertura da tarde com Messi, aguentar os nossos clubes faz parte da sofrência.

Dois jogos sem a menor emoção, mas é o que nós temos.

NOTA 3- UM PAÍS SEM PASSADO 

* O Brasil é um país que não cultua o seu passado. Aliás existe uma frase do poeta, escritor e dramaturgo italiano do século XVIII, Pietro Metastasio que diz: ¨Não existe o passado: a maioria o modifica. Não existe o futuro: a esperança o transforma. Só existe o presente que está sempre sumindo¨.

Nos lembramos desse autor por conta da amnésia que tomou conta da sociedade brasileira com referencia as conquistas esportivas de nosso país.

Ouvimos uma entrevista de Wlamir Marques, na ESPN em que ele falava sobre os 60 anos da conquista do primeiro título mundial do Basquetebol masculino do Brasil, no Mundial do Chile que passou despercebido pela imprensa brasileira. Esse foi um dos campeões.

A psicóloga do esporte e jornalista, Katia Rubio, escreveu um bonito artigo sobre o assunto no jornal Folha de São Paulo.

Esse título foi grandioso, seguido pelo segundo no ano de 1963 no Rio de Janeiro.

A memória do brasileiro é curta, e desaparece com os ventos, em especial do seu atual jornalismo juvenil, que pouco conhece do passado esportivo da nação e de seus grandes feitos.

Wlamir foi um dos melhores jogadores de basquete que conhecemos, e participou de uma geração do mais alto nível, como Amaury Passos, Édson Bispo, Algodão, Jatyr, Rosa Branca e tantos outros, que jogava com amor pela camisa, sob o comando do técnico Kanela, tio do famoso Jô Soares.

As décadas de 50 e 60 foram promissoras para o esporte nacional que não tinha os recursos que abundam nos dias de hoje, e mesmo assim além do basquete, nos deu dois títulos mundiais no futebol, as conquistas de Maria Esther Bueno nas quadras de Tênis, os saltos triplos de Adhemar Ferreira da Silva com duas medalhas de ouro olímpicas, e os punhos de Eder Jofre, com o cinturão de ouro do peso galo.

Falta ao Brasil uma divulgação da história dos seus grandes feitos que deveria começar pelas escolas.

O esquecimento é cruel para aqueles que estão vivos, assim como para os familiares dos que já se foram.

NOTA 4- TRÊS CLUBES ESTÃO SUSTENTANDO A COPA DO NORDESTE

* Bahia, Fortaleza e Ceará, são os clubes que tiveram os maiores públicos nas primeiras rodadas (2) da Copa do Nordeste Pingadinha, e com isso elevaram a média para 6.044 torcedores por jogo, sem contarmos com os da fase preliminar.

O total dos pagantes foi de 90.655 por partida.

Nenhum estadual do Nordeste chega próximo a tal resultado, assim como a maioria do Brasil.

O Bahia como sempre lidera, com 19.388 torcedores, seguido pelo Fortaleza (19.035), Ceará (13.409) e Náutico (9.695).

Os demais ficaram abaixo dos cinco mil pagantes. Os piores são o Sampaio Correa (854), Salgueiro (878), Altos-PI (245).

Números ridículos como esses deveriam punir tais clubes na próxima Copa de 2020, desde que as arquibancadas vazias tiram a capacidade mercadológica da competição.

NOTA 5- OS CLUBES CONTINUAM SE ENDIVIDANDO

* O Profut foi um presente do governo aos clubes maus pagadores. Os débitos foram parcelados em muitos anos, mas com a obrigação de não poder contrair novos. Nada disso adiantou, e as entidades continuam se endividando, e com loucuras em contratações.

O exemplo vem do Cruzeiro, que segundo o blog de Rodrigo Mattos tem uma ação de cobrança judicial de R$ 17 milhões por impostos não pagos após a implantação do programa.

O valor consta da divida ativa, que impede o clube de tirar a Certidão Negativa. Em 2018 o clube Celeste pagou um valor de R$ 2,3 milhões de uma primeira parcela e conseguiu obter a Certidão para receber o dinheiro da Caixa.

Nesse ano o documento não será liberado, por conta da ação fiscal da Procuradoria da Fazenda Nacional.

O Cruzeiro ofereceu um imóvel, como garantia para o parcelamento do débito. A Receita até aceitou administrativamente, mas a Justiça não homologou por falta de um documento.

A lei que teve como meta aliviar os clubes de seus débitos está sendo burlada por fatos como esse da equipe celeste.

O futebol brasileiro não tem solução.

NOTA 6- A RETRANCA DO CORINTHIANS DERROTOU O PALMEIRAS

* O Palmeiras teve 70% de posse de bola, contra apenas 30% do time do Corinthians. Foram 26 finalizações do alviverde contra 6 do alvinegro.

Um massacre sem frutos, desde que o time de Felipe Scolari teve apenas um chute ao alvo, enquanto os visitantes acertaram quatro, e um deles foi que originou o gol da vitória.

O Palmeiras atacava mas não conseguia passar pelo biarticulado corintiano que ficava na espreita de uma única bola para resolver a partida como realmente aconteceu.

O modelo utilizado pelo Corinthians foi o de cozinhar o galo.

Um fato lamentável foi a atitude de Deyverson, atacante Palmeirense ao cuspir no rosto de Richard do alvinegro. Camisa de força é pouco.

Um bom jogo que assistimos foi o do Vasco e Fluminense, que não foi melhor por conta do gramado esburacado do Mané Garrincha em Brasília.

A arbitragem de Carlos Eduardo Nunes prejudicou o tricolor ao fechar os olhos para um pênalti claro.

O time de Fernando Diniz teve 69,15% de posse de bola e perdeu para o Vasco que é bem arrumado e fechou o turno invicto com cinco vitorias. O gol vascaíno foi de pênalti batido por Pikachu. A equipe da Cruz de Malta apostou no contra-ataque do bom ponta Marrony.

O Fluminense que joga com a bola sofreu mais com o gramado, massacrou, chutou na trave, e perdeu. Uma partida muito boa de ser assistida, bem melhor do que Palmeiras e Corinthians.

Escrito por José Joaquim

Recebemos uma mensagem de um amigo que acompanha o blog, nos solicitando uma análise sobre a Justiça Desportiva Brasileira e a necessidade de uma reformulação para que se tenha mais celeridade e independência com relação às entidades que administram o futebol brasileiro. Foi sugerido por ele a criação de um modelo como os Tribunais Especiais da Justiça Estatal.

Somos um dos estudiosos do Direito Desportivo e entendemos que existe a necessidade de um poder judiciário do futebol independente, com um orçamento próprio, e sobretudo com os seus membros escolhidos por concursos públicos administrados pela OAB, além da analise dos títulos e documentos, e da comprovação de idoneidade moral.

Há pouco tempo o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba esteve envolvido na Operação Cartola, e foi banido do futebol. Um exemplo importante.

A Justiça Desportiva Brasileira, e em especial o seu órgão maior, tornou-se Justiceira, no modelo Eliot Ness e seus Intocáveis dos anos 30 de Chicago. O seu prazer é punir para que sirva de exemplo, e esquece os caminhos da prevenção, que passam pela celeridade das decisões e uma maior simplificação de suas normas.

Procedimentos simples, comunicação eficiente e regras bem claras, formam um bom conjunto para tornar a Justiça com um modelo eficaz. O Circo é desorganizado, a Justiça o acompanha, e quem sofre é o futebol.

Na Europa o modelo é bem diferenciado do nosso. A Inglaterra que tem a Liga mais forte do  mundo, tem procedimentos simples no tratamento de alguns casos, como os dos cartões. No próprio Regulamento das suas competições já consta as punições para os infratores. São normas administrativas que não contemplam recursos. Tudo feito de forma transparente e bem divulgado.

Existe um Comitê Disciplinar que atua em casos de má conduta, faltas violentas e inscrições irregulares, com celeridade. Se o caso a ser julgado ocorrer no sábado, o julgamento será realizado na segunda-feira, e no domingo, na terça-feira. Não cabe efeito suspensivo nas decisões tomadas.

No Brasil é uma zorra total, quando apenados entram com recursos, conseguem, e passam um longo tempo atuando nos gramados.

Na Itália existe o chamado Juiz Esportivo, que recebe o relatório dos jogos, os analisa com base na legislação esportiva do país, e divulga a sua sentença, que é enviada pelo site da entidade.

Os clubes podem recorrer para a Comissão Disciplinar se a punição for maior do que uma partida, o julgamento é feito na semana imediata. Enquanto isso, o jogador fica impedido de atuar.

O brasileiro ama a burocracia, e a cria para levar algumas vantagens, e isso também acontece na Justiça Desportiva, quando pequenos casos poderiam ser tratados de forma mais efetiva passam por diversos processos, prolongando-se por um tempo longo, e quando a decisão final acontece os clubes são punidos com a competição em andamento, como várias vezes já aconteceu.

A Justiça Desportiva é muito importante, mas necessita de mudanças efetivas, para que realmente não se torne injusta como a nossa. O primeiro caminho é o de fugir da dependência financeira que tem perante as entidades de administração do esporte.

Escrito por José Joaquim

POR: PAULO CEZAR CAJU 

Atlético e Cruzeiro entrará para a história do futebol como o clássico do descaso. Na verdade, toda a rodada do campeonato mineiro aconteceu normalmente. Enquanto isso em Brumadinho, ao lado, bombeiros tentavam localizar corpos soterrados pela lama tóxica em mais um crime ambiental, que provavelmente ficará impune.

Como os clubes toparam entrar em campo? Como a federação não se sensibilizou? Os próprios jogadores tiveram oportunidades para se posicionar, trocar seus videozinhos toscos e fúteis nas redes sociais por um manifesto contra a realização da partida. Não, preferiram brigar pelos três pontinhos, subir algumas casinhas na tabela.

Os cartolas devem ter corrido para contabilizar a renda, e que se dane o mundo! Milhares de torcedores também compareceram, vibraram, gritaram! A tv transmitiu, os locutores narraram, os comentaristas analisaram e os árbitros mostraram seus cartões. Vida que se segue.

A poucos quilômetros dali, pessoas clamando por ajuda, famílias destroçadas. As imagens na tv são chocantes e destroçam nossos corações. O esforço e a dedicação dos bombeiros aliviam nossas almas. No estádio muita polícia, bombeiros, ambulância. Vai que algum ¨craque¨ torce o dedinho ou as torcidas quebram o pau. O espetáculo deve ser impecável, um primor de organização!

Como adiar esse jogo??? Para que adiar esse jogo??? E o nosso calendário ultra bem organizado como fica? Vem aí a Libertadores, Brasileirão, Sul-Americana, Copa do Brasil!!!! Brumadinho já já se esquece. A tragédia de Mariana foi outro dia e ninguém se lembra mais. 

Ouvi dizer que o Atlético não queria entrar em campo, mas foi vencido pelas argumentações do rival. Que não entrasse! Seria lindo, um gesto humano, sensível, e ficaria para sempre na história do futebol. Porque o futebol é não entrar em campo quando necessário, o futebol deve ser exemplo, atitude, posicionamento.

Não basta os dirigentes pedirem doações aos torcedores, não basta o jogador fazer um gol, correr em direção ao cinegrafista e gritar ¨Brumadinho¨! Que gritasse ¨eu não queria estar aqui!¨.

A bola deve ser um instrumento de paz, união, solidariedade e conscientização. Nunca de alienação! O grande problema é que perdemos a sensibilidade, os mendigos nas calçadas não nos incomodam mais, a pobreza é banalizada, favelas crescem, crimes ambientais são tratados como acidentes ambientais.

Os valores inverteram-se, os bandidos viraram heróis e a bagunça é generalizada. Vivemos o salve-se quem puder ou o último a sair que apague a luz! Em Brumadinho, as famílias estão acuadas e as sirenes continuam tocando. Tocam alto, mas não ouvimos porque estamos cegos, surdos, loucos e sós.

NOTA DO BLOG

Uma única palavra retrata esse texto: Antológico.