blogdejjpazevedo

BlogdeJJPAzevedo.com

Escrito por José Joaquim

Quando se encerra uma temporada, e já se prenuncia uma outra, o mercado de futebol se agita e então começa as tratativas para as transações de vendas, compras e empréstimos de atletas, fatos que são repetidos todos os anos.

Pernambuco como sempre é o líder no numero de contratações, que é a demonstração do fracasso das suas gestões. Os clubes da capital já ultrapassaram a casa dos trinta, e ainda vem mais.

Esse mercado faz a alegria do jornalismo juvenil que se emociona com as entrevistas coletivas, e com os dirigentes entregando as camisas aos contratados. Haja FEBAPA.

A maior alegria do cartola do futebol é quando se inicia esse período, e começa a aparecer na mídia falando sobre as transações a serem efetuadas, e na hora da assinatura do contrato com o atleta, transforma o seu dia em glória. Manda um famoso ¨ZAP¨ para os familiares e amigos chamando a atenção de que está nas mídias.

Na década de 90, um noviço membro do Departamento de Futebol do Sport no pós jogo quando estava no vestiário, pediu ao repórter para falar, e no momento mandou um alô para a família.

Conhecemos vários dirigentes que tinham como apoteose a ida ao aeroporto para recepcionar os novos atletas dos seus clubes, desde que para o TIP ninguém se pronunciava, posto que os holofotes logicamente não estavam disponíveis.

Jogadores que tiveram uma boa temporada no ano se valorizam, e começa a ansiedade dos seus clubes para negocia-los, a fim de que seja feito o caixa para o ano vindouro. Surgem especulações, às vezes plantadas para a valorização maior da sua matéria prima. São as chamadas ¨peruas¨.

Os agentes, um dos problemas desse esporte, embora neguem, para viabilizar um melhor contrato para os seus representados, começam a divulgar o interesse de vários clubes, atiçando a cartolagem.

Todos os anos assistimos à mesma coisa, a imprensa sem noticias, procurando-as, e os clubes querendo novos atletas para comporem o seu elenco, participando desse jogo, que é o mercado ($) do futebol. Poucos clubes mantem os seus times por mais de um ano, e isso induz a atuação desse segmento.

Trata-se de um jogo de interesses, de informações muitas vezes distorcidas e hoje fundamentalmente do vídeo, que faz a parte principal das contratações, pois temos atletas contratados pelas jogadas editadas, e não pelo conhecimento do que eles produziram durante o ano.

É o futebol de dois clubes, rico de detalhes, informações irrelevantes, de mistérios e sobretudo de ¨sabedorias¨ e, claro, pobre na sua organização.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A ABERTURA DA 16ª COPA DO NORDESTE

* Com quatro clubes da Série A (CSA, Ceará, Bahia e Fortaleza), e com a ausência do Sport mais uma vez, na noite de hoje será iniciada a 16ª edição da Copa do Nordeste que veio para consolidar o futebol nordestino, com bons momentos, mas nos últimos anos deu sinais de decadência com a ausência de público e precário futebol.

Nesse longo período a competição passou a ter mais times das séries menores (C e D), por conta do retrocesso futebolístico da região. O que poderia ser a salvação do Nordeste passou a ser apenas um torneio sem uma grande motivação.

O Circo do Futebol maltratou em conjunto com as Federações esse torneio que vinha assumindo um papel importante na região, quando o tirou do calendário.

Por outro lado por conta desse pornográfico calendário a Copa irá dar o ponta pé inicial com os clubes ainda em pré-temporada, que enfraquece a qualidade.

Três partidas farão parte da sua esperada abertura, com dois times pernambucanos nos gramados, ambos sem uma condição ideal. O Náutico recebe o Fortaleza que teve o acesso à Série A em 2018, e que é um dos favoritos para a conquista do titulo, e o Santa Cruz no Amigão irá enfrentar o Botafogo-PB de quem sabemos muito pouco.

Não vamos analisar o que poderá acontecer, mas com relação ao alvirrubro o problema não é técnico, e sim dos Aflitos que deu um vexame no jogo contra o Treze de Campina Grande, mesmo com um publico pequeno. 

NOTA 2- UMA FARRA DE CELULARES NO SPORT

* Recebemos de um amigo uma cópia de uma mensagem enviada pelo twitter, afirmando que o presidente do Sport, Milton Biva tomou um susto quando descobriu que o clube pagava as contas de mais de 50 celulares corporativos para os funcionários.

Procuramos a confirmação da veracidade da denúncia, e uma fonte do clube confirmou, e que as linhas não eram apenas de funcionários como também de diretores.

Na verdade com o mundo plano existe a necessidade de comunicação de alguns setores no trato de assuntos relacionados ao clube, em especial o do futebol, e é bem óbvio que alguns dos que compõem esse departamento além de outros essenciais tenham a necessidade da utilização de tal equipamento, tanto funcionários, assim como diretores e o presidente que não são remunerados.

Mas vamos e convenhamos, 50 contratos foge da realidade e era sem duvida um grande exagero.

Poderia ser reduzida pela metade, e com uma fiscalização de cada uma para que fossem utilizadas para assuntos do clube.

São detalhes como esse que a falta de transparência esconde. Uma farra e folia rubro-negra.

Por isso e mais coisas que o clube está em recuperação judicial.

NOTA 3- SAMPAOLI E O SANTOS

* A entrevista no pós jogo entre Corinthians e Santos do técnico santista Jorge Sampaoli, nos deu a impressão que esse não estava alegre com o clube, fato esse que tinha sido difundido em um twitter do jornalista portenho, Martin Liberman, que dizia de forma clara que o profissional não estava satisfeito com a diretoria que lhe prometeu reforços, e 15 dias após a sua chegada nada aconteceu.

Na coletiva Sampaoli demonstrou essa insatisfação com a demora do presidente do clube de atender as suas solicitações. Na ocasião em que o contratou, José Carlos Peres, prometeu que iria formatar uma equipe competitiva.

O treinador irá ter uma reunião de diretoria para tratar do assunto, mas o que corre pelas praias de Santos poderá não estar no banco de reservas na abertura do campeonato.

Tomamos conhecimento que o primeiro aborrecimento de Sampaoli foi na apresentação do grupo, com jogadores roliços, bem fora do peso, mostrando a falta de profissionalismo e do consumo de muita bebida. Acostumado no exterior, o técnico desanimou.

São coisas do futebol brasileiro e de sua bagunça.

NOTA 4- A NECESSIDADE DE DOIS TIMES PARA ATENDER O CALENDÁRIO 

* O Palmeiras se deu bem na temporada passada por conta do seu vasto elenco. Irá repetir em 2019.

Por sua vez, o Flamengo o seu grande concorrente também optou pelo sistema de ter dois times para que possa enfrentar o grotesco calendário.

Na realidade nenhuma equipe da Série A tem condições de atuar nas três competições ao mesmo tempo, e ainda os malfadados estaduais com um elenco reduzido.

Como esses não tem os recursos dos rivais mais uma vez irão optar por aqueles cujas premiações são bem maiores.

Um mesmo time se disputar todas as competições irá jogar mais de 80 partidas em 10 meses, ou seja, oito por cada mês, com duas por semana, contando com viagens longas  e cansativas.

Para comprovação fizemos um levantamento dos jogos do Atlético-PR nessa temporada, e constatamos que se esse chegasse nas finais das competições de mata-mata, contando com o estadual e Recopa,  jogaria 87 vezes o que seria impossível pela falta de datas, ou então ter semanas com 3 jogos.

Como o Furacão jogará o estadual com o sub-23, terá uma redução de 17 datas.

O futebol brasileiro é inviável para clubes que não tenham grandes receitas e que não podem formatar elencos numerosos.

Estão se tornando figurantes em nossas competições.

NOTA 5- TRISTE DE UM PAÍS QUE NAO CUIDA DO SEU PASSADO

* Já afirmamos por várias vezes que o Brasil não tem passado, nem futuro. Vive apenas no presente.

Ontem ao lermos o jornal Estado de São Paulo nos deparamos com um artigo do jornalista Robson Morelli, em que trata do sumiço das placas com as pegadas de diversos atletas que fizeram a história do futebol brasileiro, e que estavam no Maracanã.

Mais de trinta desapareceram, ou ao menos estão perdidas em algum canto do Rio de Janeiro desde 2010, muito antes da reforma para a Copa do Mundo.

As pegadas de Bellini, Sócrates, Nilton Santos, Zinho e de muitos outros estão desaparecidas. Há outras como as de Romário, danificadas.

Uma verdadeira vergonha para quem acompanha o futebol brasileiro.

Como bem frisou Morelli, esse desrespeito com a história do futebol nacional seria por si só um absurdo se não tivesse acontecido no país onde também roubaram uma das taças de campeão do mundo conquistada pela seleção de 1970, que foi amarfanhada na antiga sede do Circo.

O que mais nos incomodou com essa noticia foi o espaço de tempo que esses fatos ficaram longe do conhecimento dos torcedores, que na realidade não tem hoje o menor sentimento pelo futebol do país, por conta de uma entidade que nos últimos trinta anos esteve nas mão de dirigentes corruptos.

Nós merecemos.

NOTA 6- VISÃO CELESTE FAZENDO HISTÓRIA

* O Visão Celeste é o único time nordestino que continua vivo na Copa São Paulo de Juniores.

Um pequeno clube de Parnamirim-RN já escreveu o seu nome da história da competição ao passar para as oitavas de final derrotando nos pênaltis o Primavera por 3x2. No tempo normal aconteceu o empate de 1x1.

Dos 28 clubes do Nordeste é o último dos moicanos. No jogo que envolveu outro time da Região, o CSA foi eliminado ao ser derrotado pelo Grêmio por 2x0, encerrando a sua participação.

Clubes como Vitória, Bahia, Sport, Náutico, Ceará e Fortaleza não conseguiram chegar sequer à terceira fase, a maioria foi despachada na primeira, enquanto o Visão Celeste já esta entre os 16 melhores da competição.

São coisas do futebol.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM ESPETÁCULO DE FUTEBOL

* Pobre torcedor brasileiro que não tem a chance de assistir em seus estádios um bom jogo de futebol. Os nossos campeonatos são fracos, com pouca qualidade e sobretudo sem jogadores. Dudu foi o craque do Brasileirinho. Nada a comentar.

Felizmente temos o futebol inglês pela televisão para assistirmos partidas de alto nível e algumas espetaculares, como a de ontem entre o Tottenham e Manchester United.

Há muito tempo que não víamos um espetáculo digno em um palco famoso, o estádio de Wembey, que estava lotado.

O United completou a sexta vitória em seis jogos sob o comando do norueguês Gunnar Solskajer, que substituiu José Mourinho, e carimbando o boicote que esse sofreu de parte dos jogadores que não o queriam como treinador, em especial o francês Pogba.

A bola correndo foi de 77%, um jogo limpo, sem mi,mi,mi e com uma arbitragem impecável.

Com um lançamento à nível do nosso Didi, Pogba deixou Rashford cara a cara com o goleiro Lloris e abriu o placar que permaneceu até o final.

As atuações dos goleiros foram fenomenais, especialmente de De Gea do United,  que foi o responsável por segurar a vitória. Foram 10 defesas difíceis e pelo menos cinco incríveis, milagrosas.

O empate seria justo, mas os Deuses do Futebol estavam com De Gea, que foi ovacionado pelos torcedores.

Um jogo que alegrou o domingo não somente dos ingleses, mas para aqueles que gostam de um bom futebol. Foi o melhor entre todos da Premier League.

Ainda bem que temos a Inglaterra.

NOTA 2- ZAGUEIRO DO CRUZEIRO FOI PRESO COM MACONHA

* Os veículos de mídias estamparam no dia de ontem a prisão do zagueiro do Cruzeiro, Cacá, de 18 anos por porte de maconha, na madrugada do último sábado (12), no bairro da Pampulha.

O jogador foi abordado pela Polícia Militar, em seu carro, um Kia Sportage, acompanhado de uma mulher, por volta de 1h30 da manhã.

Uma noticia igual as que lemos e ouvimos nos noticiários policiais brasileiros.

Na verdade o nosso jornalismo não analisou o que está embutido na detenção do jogador, que é a falta de uma formação completa nas categorias de formação.

Dois fatos nos chamaram a atenção, o que mostra a precária orientação de um atleta ainda nas categorias de base, e com um bom futuro no clube, principalmente por conta da negociação de Manuel para o Corinthians, que abriu-lhe um grande espaço.

A formação não é apenas no tocante na relação gramado e bola, e sim no contexto geral sobretudo no comportamento do jovem, e se isso acontecesse no clube jamais um jogador no inicio da carreira poderia estar com um a Kia Sportage, e portando maconha que é uma droga proibida no país e que não se coaduna com os esportes.

É lamentável, mas tal fato é algo que acontece no futebol brasileiro, quando profissionais jovens se encantam com o dinheiro e se perdem nos caminhos da vida.

NOTA 3- O CIRCO BUSCA AMPLIAR A BANCADA DA BOLA

* A renovação do Congresso Nacional, em especial a do Senado foi gigantesca nas últimas eleições, por isso todo cuidado é pouco para o Circo Brasileiro de Futebol, conhecida na Barra da Tijuca como CBF.

Essa entidade não perde tempo, é está trabalhando dia e noite para garimpar novos talentos para a Bancada da Bola.

Rogério Caboclo e Water Feldman, futuro presidente e atual  secretário geral da entidade, tem se reunido em São Paulo, com o major Olímpio, Senador eleito por esse estado, e um dos lideres do partido do presidente Jair Bolsonaro.

Estão jogando a isca.

Essa gente não para, e continua agindo da mesma forma como nada tenha mudado no país.

Lava Jato neles.

NOTA 4- O MERCADO DA BOLA RESTRITO

* O mercado da bola no Brasil tão decantado pela imprensa resume-se apenas a cinco clubes, que estão capitalizados, com exceção do Atlético-MG que movimentou R$ 22,9 milhões, mas com a ajuda de parceiros. A situação financeira do clube não é boa.

Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians e o Galo Mineiro, movimentaram R$ 247,8 milhões em contratações que representa 92% do total, ou seja R$ 268,8 milhões. Por outro lado não observamos grandes contratações nos clubes medianos.

Segundo Amir Somoggi, especialista em gestão esportiva, o mercado não está nada promissor para a maioria dos clubes. ¨Não é o mercado inteiro que está caminhando, cada clube tem uma história¨, afirmou.

Quando analisamos Vasco, Botafogo, Fluminense, Santos, e mesmo o Internacional a situação não é boa.

O Flamengo gastou R$ 98 milhões com dois jogadores, Rodrigo Caio e Arrascaeta. O Palmeiras mesmo com uma base já formada, investiu em contratações R$ 60 milhões. O São Paulo pagou R$ 26,6 milhões por Pablo, enquanto o Corinthians dispendeu R$ 24 milhões, um pouco mais do que o foi investido pelo Atlético-MG.

São dados que mostram as diferenças financeiras dos clubes que irão disputar a Série A Nacional, cada vez mais restrita.

NOTA 5- ROBINHO JOGOU TERRA NO VENTILADOR

* No último sábado o jogador Robinho aos discutir com torcedores pelas mídias sociais, acabou revelando os bastidores do Santos.

¨Nunca usei o Santos. Todas as vezes que joguei, eu tive proposta porque diz o meu melhor em campo. Ninguém me deixou ser campeão no Santos porque sou bonitinho de olhos azuis. Infelizmente diretor safado e que rouba o clube é o que mais tem, mas torcedor ¨modinha¨ não vê isso¨.
¨Pergunta para Odílio sobre o que ele fez com o clube. Agora, para vocês ¨modinhas¨ eu não dou a mínima. Torcedor de verdade sempre estará no meu coração¨.

As declarações são graves com relação ao ex-presidente e cabe a ele, como aos atuais cartolas uma cobrança ao jogador sobre o tema, ou notifica-lo judicialmente.

Nesse mundo do futebol tem de tudo.

NOTA 6- PERGUNTAR NÃO OFENDE

* O Sport está negociando a contratação de Sammir, jogador que é desconhecido que nunca jogou no Brasil e croata por naturalização.

Na realidade não joga uma partida de futebol por mais de um ano.

Na temporada anterior andou pelo Santos mas não foi contratado. Não sabemos a razão.

Como perguntar não ofende, gostaríamos de saber quem o indicou e e como o descobriram, e quem são os seus agentes?

Escrito por José Joaquim

Os artigos que estamos postando sobre o trabalho de formação em nossos clubes, suscitaram alguns questionamentos sobre o tema, e sempre com a mesma pergunta: O que fazer?

Durante esses anos do blog já comentamos várias vezes sobre o assunto e, em especial, da necessidade da interligação escola/clube no trabalho de formação dos atletas.

No Brasil os procedimentos são feitos de cima para baixo, sempre com objetivos mercantilistas, quando deixam de lado a base no processo de formação, que deveria estar incluído no sistema educacional, como acontece em países mais desenvolvidos, e que contribui para o alcance dos objetivos do desenvolvimento e de educação integral dos jovens.

Cuba, que é um país pobre, com muitos defeitos e entre esses a ausência da democracia, é um bom exemplo para a comprovação dessa integração. Conhecemos o trabalho efetuado na Ilha, e sem duvida é excelente. Por sua vez, a Coréia do Sul um pais democrático também apresenta um sistema de educação que visa a interligação escola/esporte.

Não se pode colocar uma criança em um campo de futebol, correndo atrás de uma bola com uma idade tenra, sem que esteja preparada para tal. Isso acontece em nosso país.

Na escola a criança começa a se motivar para a prática desportiva, com conscientização de que o esporte poderá dar-lhe uma excelente contribuição para o seu futuro. Todas as opções são oferecidas. Trata-se da animação esportiva, que não irá formar praticantes de qualquer modalidade esportiva, contemplando crianças de 6 a 10 anos.

Após esse período, os jovens na faixa dos 11 e 12 anos que já descobriram os esportes fazem uma opção de pelo menos dois segmentos, para que tenham a iniciação esportiva em um grau maior de maturidade, e entre os 13 e 16 anos enfim estarão prontos para o trabalho técnico de formação, quando se fixarão em uma única modalidade.

Nesse momento entra a parceria com um clube, onde irão ter a especialização no esporte escolhido, iniciando o processo que termina no alto nível.

Esse último sistema é o que se chama de categorias de base, que necessita de um apoio logístico, com profissionais de qualidade, que irão trabalhar nos aspectos técnicos, físicos e táticos, com o acompanhamento do trabalho psicológico, nutricional para uma preparação completa.

Trata-se de uma cadeia simples de ser aplicada, mas no Brasil esbarra no açodamento, pela falta de qualidade da escola que não oferece nenhum desses conteúdos, inclusive o educacional.

A integração escola/clube é fundamental para o processo, mas tem a necessidade de um gerenciamento profissional competente, e esse é sem duvidas o maior dos seus problemas.

Enquanto isso não acontece, iremos continuar com atletas mal formatados sendo entregues ao mercado, e que no passar dos anos desaparecem do sistema, sem deixar nada de produtivo, levando consigo enormes frustações. 

Escrito por José Joaquim

Numa conversa sobre a qualidade dos jogos de nosso futebol e o nível dos jogadores, surgiu uma tese que nenhum desses seriam titulares dos clubes em épocas  anteriores.

As comparações surgiram, e o veredicto final foi que o esporte da chuteira no Brasil paga salários de outro mundo, para atletas medianos e midiáticos. Uma pura verdade.

Por conta disso, começamos a mentalizar o questionamento, e os dados mostram realmente que algo aconteceu nesse país com a perda da qualidade técnica e sobretudo na falta de craques, que existiam em grande quantidade nos anos 50, 60, 70 e 80 e no início de 90, quando começou a ser iniciada a sua decadência.

Temos exemplos bem claros, com o Botafogo, cujo elenco atual não colocaria sequer um único titular naqueles dos anos 50 e 60.

O Santos foi o maior time do mundo, na época de Pelé nos anos 60 até 70, não receberia hoje nenhum dos atletas do seu elenco atual.

O time do campeão Palmeiras teria que pedir passagem a Academia de Ademir da Guia como mestre sala, para emplacar algum jogador.

O Cruzeiro, teria dificuldades de escalar um dos seus componentes nos times de Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, entre outros.

Se olharmos o Flamengo o novo milionário do pedaço, certamente teria muitas dificuldades para escalar um dos seus atletas na década de 80, que tinha Zico, Junior, Adílio, Leandro, Tita entre outros.

O São Paulo dos menudos de Cilinho e dos times de Telê Santana da década de 90, também não conseguiria escalar alguns jogadores que formam o seu time de 2019.

O Fluminense tinha uma máquina de jogar futebol na década de 50 com Castilho, Píndaro, Pinheiro, Telê, Didi, entre outros e os atletas de hoje sequer estariam no seu banco de reservas. O mesmo aconteceria com o Vasco, na relação com os anos 50.

Poderíamos formar uma enciclopédia, mas vivemos uma realidade que deveria ser discutida com a finalidade de sabermos a razão do país ter deixado de formatar grandes jogadores a partir dos anos 90, acentuando-se com mais gravidade nesse século XXI, desde que os craques que apareceram caberiam na palma da mão.

Se voltássemos no tempo com relação a Pernambuco, veríamos que o futebol desse estado sofreu os mesmos problemas, e com raras exceções, e talvez a única entre os três grandes, que é o goleiro Magrão, os demais atletas não teriam vagas no Sport de 50 e 80, no Santa Cruz de 70, e do Náutico de 60.

Quais as razões da decadência? Uma pergunta que está na busca de respostas, desde que torna-se muito difícil de entender que um país que era exemplo de produção de craques, de repente a fonte secou.

Algo aconteceu.