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Escrito por José Joaquim

No dia de ontem fomos instados por um dos nossos visitantes para que postássemos um artigo sobre os Centros de Formação, que são confundidos com os Centros de Treinamentos.

Na realidade já escrevemos algumas vezes sobre o assunto, visto que no futebol brasileiro não se consegue separar esses dois setores essenciais para os clubes. Misturam alho com bugalho.

Poucas agremiações brasileiras tem os seus Centros de Formação específicos, posto que se dedicaram à construção de Centros de Treinamentos, que servem para a preparação dos jogadores do futebol profissional. O Centro de Treinamento sempre é ocupado pelas equipes principais.

Alguns possuem vários campos, procedendo com um rodízio para preservar os gramados; um departamento médico de qualidade; centro de recuperação; sala de musculação; e um bom hotel para a concentração dos jogadores.

Na realidade, isso é uma coisa e a formação é outra, e esta última necessita de um bom Centro de Formação, o que falta na grande maioria de nossos clubes, não cabendo ao CT abrigar as categorias de base.

Um Centro de Formação deverá ser bem equipado, com bons campos de treinamentos, alojamentos dignos, departamento médico bem estruturado e, sobretudo, que seja implantado em áreas urbanas, para uma oferta da escola aos jovens, que é um fator primordial no preparo das bases de qualquer esporte, e muito mais do futebol, desde que os seus talentos são provenientes de setores mais pobres de nossa sociedade.

A base educacional é tudo. Não temos duvida de que o Centro de Formação é o equipamento mais importante para que o futebol do Brasil possa voltar a ser um dos melhores do mundo, pois irá fomentar novos atletas bem orientados, dando, a médio prazo, o retorno do trabalho desenvolvido, que deverá estar nas mãos de profissionais competentes e de bom nível.

No futebol europeu existe a obrigação de que os clubes tenham seus Centros de Formação para a geração de talentos.

A formação aos poucos, irá substituindo as importações exageradas de atletas que os nossos clubes fazem durante uma temporada, e que oneram os seus custos.

CT e CF são equipamentos diferenciados, e o bom senso mostra que não podem  ser misturados, como vinagre e azeite.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A COPA DO NORDESTE É A CARA DO FUTEBOL DA REGIÃO

* A Copa do Nordeste dará o seu chute inicial no dia 16 do mês corrente, com a participação de 16 clubes, que estão alocados nas quatro divisões nacionais, com uma participação maior daqueles da Série C e D, com 10 equipes (62,5%).

Tal quadro mostra a realidade do futebol da região, que a cada ano se apequena e tem nessa Copa o espelho da decadência.

Clubes da Série A- Bahia, Ceará, CSA e Fortaleza,

Clubes da Série B- CRB e Vitória,

Clubes da Série C- ABC, Botafogo-PB, Confiança, Náutico, Santa Cruz e Sampaio Correa e,

Clubes da Série D- Altos-PI, Moto Club, Sergipe e Salgueiro.

O interessante é que as mídias acham que tudo vai bem obrigado.

NOTA 2- MAIS UMA VEZ FOMOS BUSCAR FREUD PARA NOS AJUDAR

* O Flamengo fez uma excelente oferta ao Cruzeiro para a compra da sua parte nos direitos econômicos do meia Arrascaeta, que está com a cabeça na Gávea.

O time Celeste recusou o que é o seu direito legal, mas algo bem estranho foi divulgado pelo jornalista Rodrigo Mattos, do Portal Uol, por conta de uma cobrança do Defensor do Uruguai em uma ação que está na última instância na Corte Arbitral do Esporte (CAS) por débito referente a compra dos direitos do atleta realizada em 2015.

A decisão foi favorável ao clube uruguaio reconhecendo uma divida de 1,1 milhão de euros (R$ 4,8 milhões) do time mineiro. O Cruzeiro parcelou o pagamento e não cumpriu com o pagamento de algumas parcelas.

Voltamos a procurar Freud, e os seus livros não conseguiram decifrar mais uma vez o modelo de gestão de mais um time de futebol, que deve e não paga, e além disso rejeita uma alta proposta que poderia solucionar os seus problemas. 

Arrascaeta não voltou para a pré-temporada numa demonstração que não deseja atuar pela Raposa, sob a alegação de que sofreu uma ameaça de morte.

O Botafogo para sobreviver negociou os dois melhores jogadores, formados em casa, arrecadou R$ 29 milhões, que irão resolver os problemas financeiros do clube no inicio da temporada, mas o Cruzeiro mesmo com seus débitos deseja segurar o seu profissional, que não ficará satisfeito com a continuidade, embora só tenha 25% dos seus direitos econômicos.

Nem Freud consegue explicar tal procedimento.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 3- O IMPRESSIONISMO BRASILEIRO

* Ao assistirmos alguns programas esportivos, ou lemos nas mídias digitais temas sobre o futebol brasileiro, nos lembramos de um texto do artigo de Rodrigo Barp, gestor de projetos e relacionamento com o esporte, que traduz muito bem a realidade existente no setor.

¨Impressionante! Sensacional! Craque! Inesquecível!

O superlativismo que reina no futebol brasileiro tem me distanciado, cada vez mais, da crônica esportiva superficial, despreocupada com a abordagem critica, mas preocupada em vender.

Tais exageros editoriais e de linguagem são, em grande medida, originados pelo excesso de otimismo pelo qual passa a gestão do futebol do país. Que, tal qual na politica nacional, se esforça para não enxergar e agir sobre aquilo que realmente deve ser feito dentro das instituições e que possa gerar um legado positivo.

O que se tem gerado no futebol brasileiro, mas especialmente falando dos clubes, é um grande legado de dividas. Aliás, isso tem sido profissionalmente rolado de gestão em gestão.

E a opinião pública acaba de receber da mídia esportiva, nuances enviesadas a respeito do que acontece no esporte, com o agravante de endossar condutas irresponsáveis na administração de clubes¨.

Trata-se de algo verdadeiro, e que está servindo para encobrir o que acontece no futebol brasileiro, que permanece com um comando de mais de 30 anos com três ex-presidentes sob suspeitas de corrupção.

Se tivéssemos um jornalismo livre no Brasil, sem as amarras das suas editorias, certamente a situação desse esporte seria outra.

NOTA 4- EXPORTADOR DE MATÉRIA PRIMA

* O Brasil passou por um longo período como exportador de matéria-prima, e importador do produto acabado que foi transformado no exterior. Melhorou muito, equilibrando a balança.

O futebol brasileiro em pleno século XXI continua nesse sistema, ao produzir talentos que vão brilhar nos gramados europeus, deixando os nossos estádios com jogadores medianos.

Na última quinta-feira no jogo entre o Manchester City e Liverpool, os dois maiores clubes da Premier League, seis brasileiros estavam atuando com destaque, com um no banco de reservas, demonstrando que existe vida em nosso futebol, mas essa está longe de nossos gramados, tragada pelos euros.

O esporte da chuteira em nosso país adotou como padroeiro São Francisco de Assis, não pela sua qualidade, mas por conta de suas pregações sobre a necessidade da pobreza. Certamente o que estamos vivenciando é de uma pobreza franciscana.

Fomos grandes quando os craques jogavam no país, até a década de setenta, e rivalizava  com o futebol europeu.

O Santos de Pelé foi um dos maiores times do mundo, com a mesma força de um Barcelona de hoje. O Botafogo, de Garrincha, era uma referência mundial.

Na realidade a distância a ser alcançada hoje é muito extensa, e sem perspectiva da aproximação dos nossos clubes com os da Europa.

O buraco é muito profundo.

NOTA 5- FIRMINO FOI O GANHADOR DO ¨SAMBA DE OURO¨

* Promovido pela Associação Francesa Sambafoot, foi anunciando na última quinta-feira (3) o vencedor do premio ¨Samba de Ouro¨, entregue ao melhor brasileiro em atuação na Europa.

O vencedor foi Roberto Firmino, atacante do Liverpool.

Na realidade esse melhorou muito a sua performance nos gramados, jogando fora da área, fazendo gols e muitas assistências, e é sem duvida o melhor entre os jogadores de nosso país atuando no Velho Continente.

Ele venceu a pesquisa geral do ano de 2018 com 21,7% dos votos, superando Marcelo (20,5%) e Neymar (18,6%).

A premiação acontece desde 2008.

NOTA 6- PERGUNTAR NÃO OFENDE ?

* As contratações do Sport para a composição do seu elenco, estão deixando muito a desejar.

Na verdade o clube está na pindaíba e virou um pega-laço.

A diretoria anterior quebrou o Sport, fato esse que exige uma boa auditoria, mas pelo que estamos sentindo tudo ficará nas gavetas da Ilha do Retiro. 

Como perguntar não ofende a ninguém, gostaríamos de saber quem é o responsável ou os responsáveis por essas indicações? 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- AS COTAS DA TV SÃO TRAIÇOEIRAS

* Nessa temporada que está sendo iniciada, entrará em vigor o novo sistema de distribuição de cotas de transmissão de TV, com R$ 1,1 bilhão para dividir entre os clubes. Essas ficaram mais gordas, e ao mesmo tempo tornaram-se traiçoeiras para as gestões, que deverão ser profissionais para que não possam ser atropeladas.

Segundo um estudo da Ernst & Young, em parceria com a Grafietti, Cesar Finance e Mgmt Consuting, e que foi publicado pelo jornalista Thiago Noronha, do jornal ¨O Tempo¨, de Belo Horizonte, esse modelo trará um impacto no fluxo de caixa dos clubes que poderá causar problemas sérios no inicio do ano. Aliás, tal fato já tinha sido destacado em um artigo do blog.

¨O mínimo é fazer um planejamento financeiro para esse ano. Só assim vão conseguir honrar os compromissos¨, disse Pedro Daniel, gerente sênior de consultoria ao mercado esportivo da EY. Na realidade quem entendeu a nova fórmula adotada pela Globo, deve ter se antecipado e planejado, e terá uma vantagem competitiva no primeiro semestre.

O fato real é que os empréstimos não poderão usar o contrato com a TV, como garantia, desde que ninguém sabe o valor real do seu final. A dona dos direitos de transmissão pagará 40% do montante do ano divididos igualitariamente (R$ 22 milhões por clubes), com recebimento de 75% do valor entre janeiro e junho, e 25% entre julho e dezembro, mensalmente. A parcela de audiência (30%) será paga entre maio e dezembro, e os 30% referentes ao desempenho serão pagos em dezembro. A Turner segue modelo bem parecido.

Esses dois últimos itens são favoráveis aos clubes com maiores torcidas. O PPV tem R$ 600 milhões a distribuir, e nesse quesito os times mais populares levarão uma grande vantagem, em especial, Flamengo e Corinthians, que irão abocanhar cada um 20% do total.

No final da história os que sempre foram beneficiados continuarão a sê-lo, e os demais se contentando com boas migalhas.

NOTA 2- A PREMIAÇÃO DA LIBERTADORES E OS TIMES ALTERNATIVOS 

* Já tivemos um exemplo em 2018 por conta dos valores que foram pagos principalmente na Copa do Brasil, que levaram a utilização de times alternativos no Brasileirinho.

O fato irá agravar-se nessa temporada com as novas cotas que serão pagas pela Conmebol aos participantes da Libertadores. A conquista desse torneio será bastante atrativa para os participantes e sobretudo para o campeão. 

O valor que é destinado ao vencedor foi dobrado em relação ao ano anterior, garantindo-lhe um premio de US$ 12 milhões, ou seja, R$ 45 milhões, próximo às cifras concedidas ao campeão da Copa do Brasil, R$ 50 milhões. O time ainda embolsa 25% da bilheteria da final única.

Os números são mais gordos. O valor final da premiação é ainda maior dependendo do acumulado em cada fase. Desta maneira um time campeão que entrou no torneio desde a primeira fase pode receber uma bolada de US$ 23,4 milhões (R$ 88,2 milhões).

Sem duvida os oito clubes brasileiros que disputam a competição darão prioridade à essa, desde que a premiação do Brasileirinho que foi de R$ 18 milhões ao campeão, fica bem longe dos números da Conmebol.

A história se repetirá.

NOTA 3- PLATAFORMA PARA EMPRESÁRIOS E CLUBES DE PAPEL

* A Copa São Paulo de Juniors começou em 1969 com cinco clubes, em conjunto com outras modalidades esportivas.

Em 1971, a Prefeitura paulista a ampliou para 16, com convites para alguns times de outros estados. Em 1973 o Sport participou.

Era um evento que contemplava os cubes que foram campeões de cada federação estadual, e que tinha uma visão de fomentar o trabalho de base.

No decorrer do tempo foi se agigantando e no final se transformou numa plataforma de empresários e clubes de papel para mostrarem os seus talentos ao mercado.

Na verdade perdeu o seu objetivo e abraçou a causa dos agentes de futebol que chegam a alugar clubes para que possam ser utilizados como mostruário de seus jogadores.

Quando analisamos os diversos grupos da atual competição com 128 disputantes, uma boa parcela é totalmente desconhecida no sistema, mas fazem parte dessa plataforma de negociações que transformou uma competição que poderia ter uma boa influência na formação de atletas em um balcão de negócios.

Por outro lado temos um pensamento sobre competições de base que tem um foco no título, quando na verdade essas servem para revelar jogadores e para os seus amadurecimentos.

Um fato grave é que a competição teve momentos de um paraíso da ¨gatolândia¨.

Uma festa com farra e folia.

NOTA 4- O BOM EXEMPLO DO COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO 

* O blog do jornalista Marcondes Brito nos trouxe uma informação que não poderíamos deixar passar despercebida. Algo bem diferente do que acontece com os diversos segmentos dos esportes do Brasil.

O CPB anunciou no primeiro dia útil do ano que abriu uma consulta pública para discutir um aperfeiçoamento e atualização do seu estatuto. O objetivo proposto é o de dar voz a todos os setores sem intermediários. As propostas devem ser encaminhadas no período de 2 a 25 de agosto.

Obvio que trata-se de um avanço do Comitê Paralímpico que poderia servir como exemplo para as Confederações esportivas, Federações e clubes que insistem na manutenção das suas caixas pretas.

Um avanço como esse jamais seria adotado pelo Circo do Futebol Brasileiro, que muda os estatutos nas caladas na noite, sem ouvir os clubes filiados, como aconteceu no ano passado ao modificarem o peso das Federações no Colégio Eleitoral, para que pudessem eleger o Caboclo, continuador da ¨obra¨, de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, que mesmo expulso do futebol pela FIFA continua sendo o dono do pedaço.

Esse Comitê nos mostrou que ainda existe vida digna nos esportes brasileiros.   

NOTA 5- NEM FREUD PODERIA EXPLICAR A GESTÃO DO CORINTHIANS

* Já repetimos várias vezes que o futebol brasileiro sofre por conta das suas gestões, e a cada dia isso é comprovado pelos fatos.

Um péssimo exemplo vem do Corinthians, com relação a Felipe Bastos. O alvinegro contratou o jogador no inicio de 2017, vindo dos Emirados Árabes, com uma salário de 300 mil. Passou um ano com pouco aproveitamento, sentado no banco de reservas.

Foi emprestado ao Sport, com o Corinthians pagando 50% dos seus salários. No rubro-negro também não firmou-se na titularidade. Agora em 2019, Bastos foi emprestado ao Botafogo, com seu clube de origem pagando 70% dos seus proventos. 

Nem Freud conseguiria decifrar esse enigma da manutenção de um atleta que não está nos planos do seu clube, colocando-o em outras agremiações e pagando para tal.

Não seria mais rentável um acordo liberando em definitivo o jogador, do que torrar dinheiro dos seus cofres sem que esse esteja jogando com a sua camisa?

Por isso é que o futebol brasileiro continua rolando a ladeira.

NOTA 6- A VITÓRIA DA HUMILDADE DE GUARDIOLA

* Pep Guardiola sabia da força do Liverpool de Klopp e formatou o seu time com mais cuidado na espera de uma bola salvadora. Deu certo e o Manchester City acabou com a invencibilidade do líder da Premier League, salvando a competição que continua aberta.

Foi uma partida tática, com poucas finalizações.

Aos 19 minutos do primeiro tempo uma triangulação do time da terra dos Beatles acabou na trave, e no rebote, Stones ao rebater a bola, essa bateu no goleiro Ederson, e não entrou na meta por conta de 11 milímetros quando foi rebatida pela defesa do City.

Um verdadeiro jogo de xadrez com dois dos maiores técnicos do mundo mexendo as pedras. Aos 40 minutos Aguero com um lance sem ângulo, mas com um petardo abriu o marcador.

No segundo tempo a equipe vermelha voltou bem melhor e aos 63 minutos numa bobeada de Danilo saiu o gol de empate que seria um bom resultado para essa.

Quando o Liverpool dominava o jogo, numa jogada dos pontas do Manchester City terminou no desempate com um gol de Sané. Os Citzens ainda perderam o terceiro gol nos pés de Sterling.

A humildade de Pep Guardiola foi a responsável por essa vitória, com o seu time algumas vezes dando chutões, retrancado, e no final foi recompensado com o placar que o aproximou da liderança.

Um fato que deve ser destacado foi o da presença de seis brasileiros no gramado. Firmino, Alisson e Fabinho pelo Liverpool, e Fernandinho, Danilo e Ederson pelo City. Gabriel de Jesus estava no banco dos Citzens.

No final uma grande partida entre dois times de alto nível com um futebol limpo, sem simulações, sem reclamações, e com o aplauso das duas torcidas. 

Escrito por José Joaquim

Há um bom tempo que analisamos a precariedade da mão de obra em nossos clubes esportivos, em especial os de Pernambuco.

Os anos passam e nada muda, sem que haja um trabalho eficiente de capacitação profissional que atenda as exigências relativas aos novos padrões de prestação de serviços que são necessários ao esporte moderno.

As gestões mudam e o sentimento é igual, ou seja, os funcionários são relegados a um plano secundário e muitas vezes com salários acanhados que tiram o estimulo desses profissionais, e que em alguns clubes são pagos com meses de atraso.

O clube é como uma empresa do mundo capitalista, e o seu corpo profissional é sem duvidas a sua espinha dorsal, mas terá que ter o devido preparo para participar das discussões com suas ideias.

Não se pode contratar um profissional por apenas ser amigo de alguém ou então por interesses não institucionais, no famoso cala a boca. Contrata-se um parente de alguém que possa ajudar a entidade, sem que esse tenha a capacidade de assumir o cargo a ser preenchido. Os clubes ainda usam o QI, não o Quociente intelectual e sim o ¨Quem indicou.

Qual dos nossos clubes realizam eventos, palestras ou cursos de aperfeiçoamento para a sua mão de obra, dando-lhe a especialidade necessária ao atendimento de novos padrões de gestão?

Os nossos dirigentes são irmãos gêmeos dos nossos políticos, que nada fazem para mudar o sistema educacional, com o intuito de não criar com isso novas cabeças pensantes, que no final poderão dar-lhes um bom chute no traseiro.

O maior prazer dos cartolas é a contratação de jogadores. É o que os conduzem ao céu. Um verdadeiro orgasmo, e para isso deixam de lado uma mão de obra especializada e própria que tenha a condição de discernimento do que é bom e ruim para o clube, e com um sentimento ético de não ganhar comissões. Esse sistema já está sendo implantado com sucesso por algumas entidades.

Um clube bem planejado, com uma boa equipe profissional poderá sobreviver  as ações de dirigentes atabalhoados, desde que tenha pessoas que possam conduzi-lo ao padrão ideal, que saibam fazer um orçamento, discuti-lo, que possam analisar contas e projeções, que façam licitações de compras, entre outros pontos, e que toquem a sua vida sem a participação constante de um diretor amador e apaixonado, que poderá jogar fora todo o trabalho.

No Sul e Sudeste algumas agremiações procuram promover vários eventos de aperfeiçoamento de sua mão de obra, mas na grande maioria, inclusive as de nosso estado, as gestões continuam na idade da pedra, e entregues totalmente a dirigentes, que muitas vezes não sabem o que é planejamento, palavra entendida como pornografia.

Que os cartolas continuem contratando os seus jogadores, mas que cuidem de sua mão de obra qualificando-a, que as gestões sejam mais eficientes e profissionais.

O futebol brasileiro só evoluirá com a faxina geral e sobretudo com a modernização de sua gestão, que deverá sair da época da caderneta das antigas vendas e ingressar na era globalizada.

Escrito por José Joaquim

Estamos de volta após um curto período de hibernação com relação as nossas postagens diárias no blog. Utilizamos o nosso twitter que foi uma grande surpresa por conta dos visualizações que superaram as expectativas.

O que esperar do ano de 2019 para o futebol brasileiro quando a sua estrutura continua intacta e sem a menor perspectiva de mudanças. O Circo que o comanda ainda tem a tutela de um cartola banido por corrupção, que fez o seu sucessor, mas continua dando às ordens do seu bunker. Todos os segmentos se calam.

A má gestão arruinou esse esporte. Uma boa parcela dos clubes nacionais mostram uma morte lenta, de forma gradual, e em pouco tempo serão apenas uma parte da história do futebol. Os exemplos estão expostos e poucos atentam para essa realidade.

Um esporte que no começo de uma temporada contrata caminhões de jogadores para que possam compor os novos elencos dos clubes, é a demonstração da ausência de gestão. Algumas agremiações do Sul e Sudeste tem mantido os seus elencos pelo menos por dois anos, o que representa um bom avanço, mas os da região Nordeste durante o período formam pelo menos dois times novos.

Se compararmos o atual modelo de gestão do futebol europeu com o aplicado no Brasil, estamos com uma distância tão grande como a de Marte. No Velho Continente impera o profissionalismo e no Novo o amadorismo quando os cartolas são as estrelas do setor. Na verdade são torcedores ocupando cargos, que não observam o futebol dentro de um contexto organizacional e sim com a eterna paixão.

Os problemas são múltiplos, que vão desde a escolha incorreta dos profissionais, até uma falta de sensibilidade dos seus trabalhos. Nas bases que formam o futuro do futebol, em poucos clubes, o trabalho é procedido profissionalmente.

Os seus responsáveis muitas vezes são contratados em troca de favores pessoais, os atletas são encaminhados por interesses de empresários, e o que seria o principal departamento dos clubes, que representa o amanhã, está nas mãos de amadores que não entendem de futebol, e muitas vezes trabalham com interesses próprios.

Um país continental com uma população gigantesca forma poucos talentos, que não duram mais de um ano em nossos gramados, e por conta disso os veteranos são repatriados, ou mesmo a contratação de estrangeiros com idade bem acima do normal, e com valores pagos acima da realidade.

Para que o futebol nacional possa voltar a ter a devida importância existe uma única solução, uma reforma geral no seu gerenciamento, começando pelas entidades dirigentes e chegando aos seus clubes, e que o Ministério Público faça uma devassa no Circo e nas Federações, e que todas as caixas pretas sejam abertas.

O mais grave é que a nossa mídia esportiva observa tudo de forma passiva, sem uma fiscalização e sobretudo cobranças.

O primeiro artigo do ano é sem duvida a chamada para as mudanças, embora saibamos das dificuldades do sistema.

Trata-se de uma crônica de um Dom Quixote moderno que ainda acredita no futebol brasileiro.