NOTA 1- OS LEGADOS DA COPA
* Uma matéria de autoria do jornalista Dimitrius Dantas, do jornal Extra-RJ, mostrou que apenas em 2018, quatro anos após o fim da Copa do Mundo no Brasil, quase R$ 400 milhões saíram dos cofres públicos para cobrir gastos com estádios construídos para o Mundial.
Segundo o jornalista até as arenas consideradas sucesso de público, como o Mineirão, ainda dão dor de cabeça aos governos estaduais.
O BNDES financiou boa parte do montante, e em muitos casos os empréstimos foram tomados pelos governos estaduais, sozinhos ou em parceria com o setor privado. Em três casos, o pagamento anual dos governos para reduzir o montante dos empréstimos somou R$ 360 milhões.
Mineirão (R$ 132 milhões), Arena das Dunas (R$ 120 milhões) e Fonte Nova (R$ 109 milhões). Todos buscaram alternativas de multiuso.
Os estados que adotaram outras formulas para as obras e assumiram o controle do estádio não conseguem sair do prejuízo. O Mané Garrincha que todos sabiam que seria um belo elefante branco, custou em 2018, R$ 700 mil por mês aos cofres do DF.
A Arena Pantanal, que também faz parte dos elefantes albinos, gera um gasto anual de R$ 3 milhões ao estado.
Em Pernambuco, a Arena da Copa não tem uso futebolístico depois do Náutico ter passado para os Aflitos. Em 2018 o governo estadual desembolsou R$ 10,9 milhões para a sua manutenção, e sem que tenha algo planejado para o seu aproveitamento.
O interessante é que postamos no período de 2013 e 2014 vários artigos, em que mostrávamos a implantação de uma área ambiental para alocar os elefantes albinos.
Acertamos em cheio.
NOTA 2- AS MUDANÇAS NO REGULAMENTO NACIONAL DE REGISTRO DE TRANSFERÊNCIAS DE ATLETAS
* O Circo Brasileiro de Futebol (CBF) publicou as mudanças no Regulamento Nacional de Registro de Transferências de Atletas de Futebol e no Regulamento Nacional de Intermediários.
Se a entidade tivesse credibilidade para cobrar a aplicação de alguns dos artigos, certamente seria uma vitória da transparência, mas certamente na hora das cobranças o jeitinho irá ser adotado.
O Artigo 25 da RNGTAF, determina que o clube ao pretender celebrar contrato de trabalho com atleta profissional ou técnico de futebol, deverá informar ao atual clube do mesmo, por escrito, antes de entrar em negociação com o profissional.
Em tese transparência absoluta, sob risco de punições esportivas e financeiras.
Na tarde de ontem o Cruzeiro foi o primeiro clube a utilizar esse artigo, ao notificar o Flamengo por aliciar o meia Arrascaeta.
O artigo 27 pune as condutas abusivas que tenham o objetivo de forçar uma parte (jogador, técnico ou clube) a rescindir ou alterar um contrato, que poderá configurar motivo justo para a rescisão.
Um outro ponto importante é o da obrigatoriedade que os clubes terão de informar ao Circo o eventual valor de comissão ajustado em favor do intermediário, na hora da solicitação do registro do atleta.
Na verdade um avanço, inclusive esse último que tem sido objeto de varias postagens do blog.
A falta de transparência abre espaço para a lavagem de dinheiro.
NOTA 3- O BRASIL AINDA NÃO ESTÁ PREPARADO PARA AS CASAS DE APOSTAS DE FUTEBOL
* No dia 12 de dezembro de 2018, foi sancionada pelo presidente da República na época, a lei 13.576 que libera as apostas em resultados dos jogos de futebol.
Não entrou em vigor por conta da falta de regulamentação.
Embora seja uma boa fonte de renda para os clubes brasileiros, mas na verdade o país não está preparado para a sua implantação, desde que existe a necessidade de uma fiscalização competente e de alto valor, para que sejam evitadas as manipulações de resultados.
Aliás com os jogos baseados nas casas de apostas europeias já ocorreram problemas graves bem recentes, em especial nas divisões inferiores nos estados.
Em 2005 aconteceu o escândalo chamado como máfia do apito, com a participação do árbitro Edilson Pereira de Carvalho.
O Circo da Barra da Tijuca conta com uma empresa contratada para acompanhar os movimentos suspeitos em relação às partidas nacionais, que na realidade não tem a estrutura que existe no Velho Continente.
O governo se regulamentar as apostas dos jogos de futebol estará dando um tiro no escuro, inclusive trazendo para o nosso território as máfias que manipulam as partidas. Essas são muito poderosas e perigosas.
O dinheiro que poderá ser arrecadado não compensa o perigo.
NOTA 4- O PEGA À LAÇO NO FUTEBOL DE PERNAMBUCO
* Nos bons tempos de nossas peladas quando faltava um jogador para completar o time o primeiro que passava era convocado. Esse modelo era chamado de pega à laço.
O futebol de Pernambuco está passando por esse processo. Sem recursos para bancar boas contratações estão recorrendo ao laço.
Os agentes da bola, sabendo dessa situação ficam empurrando os seus jogadores que não tem mercado nos centros maiores.
O Sport está dando uma aula de pega à laço. Todos os dias aparece com um jogador de vídeo, sem saber o seu currículo. O mais grave é que a diretoria comunica uma contratação sem um acerto definitivo, como no caso de Guilherme. Um grupo de amadores.
Santa Cruz e Náutico já trouxeram dois caminhões de jogadores, e segundo os seus dirigentes tem ainda espaço para mais.
Hajam laços.
O nosso futebol é surreal, e está ficando freguês do paraibano.No final da semana o Treze derrotou o time do Clube Náutico e o Campinense atropelou o Central.
Não tem laço que resolva.
NOTA 5- UM JUIZ DE PELADA PARA UM JOGO PAGO
* O presidente da Federação de futebol local, admoestou o Náutico por ter colocado um quarteto de árbitros de pelada, deixando de lado a arbitragem da entidade no seu jogo contra o Treze.
Na realidade, embora o nosso cartola maior tenha um pouco de razão a sua entidade mostrou mais uma vez o despreparo na administração do futebol.
Um clube para jogar um amistoso interestadual de portões fechados, com bilheteria tem que pedir licença à entidade e pagar uma taxa. Com essa solicitação, essa escala a arbitragem e comunica ao solicitante, inclusive o seu valor.
Tal medida sempre aconteceu na história da Federação, e se os seus cartolas fossem atentos não iriamos presenciar algo tão grotesco como aconteceu no último sábado.
Na realidade, a Comissão local da arbitragem espanta com os custos cobrados mesmo para amistosos, quando poderia colocar árbitros mais jovens para que possam atuar em jogos como esse, com valores menores. O motivo do Náutico colocar mediadores de pelada foi nada mais, nada menos do que esse.
Ao assistimos a partida estranhamos os apitadores, em especial o reserva que era um verdadeiro barril.
São coisas do falecido futebol de Pernambuco.
NOTA 6- A CARA DO BRASIL BEM BRASILEIRO
* A Folha de São Paulo conta que Leandro Fróes, aquele que foi sem nunca ter sido Ministro do Esporte, no final da gestão Temer enviou nos últimos quatro dias de 2018 R$ 11 milhões para a secretaria de Esporte do Distrito Federal.
Logo depois, Fróes assumiu a pasta na capital federal, como um dos secretários do novo governador.
Em comunicado divulgado na sexta-feira, o ministro da Cidadania, Osmar Terra- em cuja pasta ficará a Secretaria do Esporte- prometeu ¨revisar todos os contratos celebrados nos últimos dois meses de 2018¨.
Em nota, o ex-ministro negou ter privilegiado no ministério a secretaria que hoje comanda.
Por conta de fatos como esse, é que sempre pregamos a extinção do Ministério do Esporte, o que finalmente aconteceu. O órgão servia apenas para acobertar os apadrinhados dos políticos.
Esse é a cara do Brasil bem brasileiro.
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